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  • Demanda por coprodutos impulsiona alta do DDG em Mato Grosso

    Demanda por coprodutos impulsiona alta do DDG em Mato Grosso

    De acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o preço do DDG (grãos de destilaria secos) em Mato Grosso registrou uma alta significativa de 21,18% em agosto de 2024, em comparação com o mês anterior. O valor médio atingiu R$ 1.030,00 por tonelada, impulsionado pela crescente demanda de confinadores, especialmente durante o período seco, quando a suplementação alimentar se torna ainda mais crucial.

    Além do aumento da demanda, os preços elevados do milho, principal insumo para a produção de DDG, e a valorização do dólar contribuíram para pressionar as cotações do coproduto, que tem sido cada vez mais utilizado na alimentação animal, devido ao seu alto valor nutricional.

    Com o cenário climático e econômico atual, produtores e confinadores de Mato Grosso estão atentos aos custos crescentes, buscando alternativas para otimizar o uso do DDG em suas operações.

  • Etanol registra valorização em Mato Grosso na 1ª quinzena de agosto

    Etanol registra valorização em Mato Grosso na 1ª quinzena de agosto

    Na primeira quinzena de agosto de 2024, o preço do etanol em Mato Grosso registrou uma valorização de 3,09% em comparação com o mês de julho, sendo cotado, em média, a R$ 3,84 por litro. Esse aumento foi impulsionado pela crescente demanda pelo biocombustível, que ganhou atratividade adicional após a alta no preço da gasolina, anunciada pela Petrobras no início do mês. Os dados foram divulgados esta semana pelo IMEA (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária).

    Apesar do aumento no preço do etanol, o biocombustível manteve uma paridade competitiva de 63,60% em relação ao preço da gasolina. Essa relação de preço indica que o etanol continua sendo uma opção mais vantajosa para os consumidores, oferecendo um melhor custo-benefício em comparação ao combustível fóssil.

    O aumento na demanda pelo etanol reflete uma tendência dos consumidores em busca de alternativas mais econômicas e sustentáveis frente às flutuações nos preços dos combustíveis fósseis. Além disso, a política de preços da Petrobras, alinhada às condições de mercado internacional, tende a influenciar diretamente o comportamento dos preços dos combustíveis no Brasil, impactando o setor de biocombustíveis.

    Com a manutenção da competitividade do etanol, espera-se que o biocombustível continue a ser uma escolha popular entre os motoristas em Mato Grosso, especialmente em um cenário de incertezas sobre os preços futuros da gasolina.

  • Mato Grosso perde terreno na corrida pela inovação, aponta estudo

    Mato Grosso perde terreno na corrida pela inovação, aponta estudo

    Apesar de ser um dos maiores polos agrícolas do Brasil, Mato Grosso ainda engatinha quando o assunto é inovação. Um estudo divulgado ontem pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) revela que o estado apresenta uma participação tímida na Lei do Bem, programa que oferece incentivos fiscais para empresas que investem em pesquisa e desenvolvimento (P&D).

    Dos R$ 472 milhões investidos em projetos de P&D em Mato Grosso em 2022, por meio da Lei do Bem, a maior parte – cerca de R$ 403 milhões – foi destinada ao setor agroindustrial.

    No entanto, o número de empresas mato-grossenses aderindo ao programa é bem abaixo da média nacional. Enquanto quase 3,5 mil empresas de todo o país participam da lei, em Mato Grosso esse número se restringe a apenas 43, que apresentaram 72 projetos.

    Burocracia e falta de conhecimento são os vilões na adesão de Mato Grosso

    CENARIO 1
    Foto: Reprodução

    Segundo Marconi Albuquerque, coordenador de Apoio à Inovação do MCTI, a baixa adesão de empresas mato-grossenses à Lei do Bem pode ser explicada por diversos fatores, como a complexidade da legislação, a falta de conhecimento sobre os benefícios do programa, especialmente entre as pequenas empresas, e a dificuldade de adaptação à cultura de inovação.

    “A Lei do Bem é um instrumento poderoso para impulsionar a competitividade das empresas e o desenvolvimento tecnológico do país. No entanto, ainda há muito a ser feito para que as empresas, principalmente as de menor porte, compreendam e aproveitem os benefícios desse programa”, afirmou Albuquerque.

    Potencial inexplorado

    O coordenador destaca que Mato Grosso possui um enorme potencial para a inovação, especialmente no setor agroindustrial. “O estado tem tudo para se tornar um referência em inovação no agronegócio, mas para isso é preciso investir em pesquisa e desenvolvimento”, disse.

    Invista em inovação e veja sua empresa decolar!

    A Lei do Bem oferece uma série de benefícios fiscais que podem impulsionar o crescimento do seu negócio. Ao investir em pesquisa e desenvolvimento, sua empresa pode:

    • Economizar com impostos: Deduza até 34% do IRPJ e CSLL dos seus gastos com P&D.
    • Modernizar sua operação: Adquira máquinas e equipamentos com 50% de desconto no IPI.
    • Acelerar a depreciação e amortização: Recupere seu investimento mais rapidamente.
    • Expandir seus negócios para o exterior: Reduza os custos com registro de marcas, patentes e cultivares.
  • Especialista reforça necessidade de fomentar a agroindústria para a reindustrialização do Brasil

    Especialista reforça necessidade de fomentar a agroindústria para a reindustrialização do Brasil

    Marcada para ocorrer nos dias 15 e 16 de agosto, a Conferência Internacional da Agroindústria Sustentável recebe, em Cuiabá, palestrantes e especialistas para debaterem direções possíveis para a agroindustrialização no Brasil, além de apresentarem iniciativas que já estão sendo executadas em Mato Grosso e no país.

    Um dos palestrantes mais aguardados é o professor Paulo Vicente, doutor pela FGV, que trabalha atualmente na Academia do Agronegócio na Fundação Dom Cabral. O professor ainda atua como consultor para empresas como BAT, Petrobrás e Shell e é autor de vários livros sobre administração e gestão pública.

    O especialista defende que a evolução do agronegócio para a agroindústria no Brasil é um caminho fundamental em razão da necessidade da reindustrialização no país como ocorreu no meio oeste dos Estado Unidos. A palestra do Paulo Vicente está marcada para encerrar a Conferência, na sexta-feira (16.08), às 17h45.

    “O Brasil vai ser obrigado a migrar para a agroindústria. Na verdade, o Brasil vai ser obrigado a repensar a sua indústria, porque se continuar do jeito que está vamos retornar para o século passado, com exportação de commodities e exportação de produtos acabados como fazíamos no século XX”, pontua o professor.

    Além do Paulo Vicente, o evento também recebe palestrantes renomados como o ex-presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (Banco do Brics), empresário e economista, Marcos Troyjo, o PhD da Universidade de Nebraska, Ivo Zution, e o chefe do Departamento do Complexo Alimentar e de Biocombustíveis do BNDES, Mauro Mattoso.

    Temas como a necessidade de transição energética, a bioeconomia e os biocombustíveis, os grandes desafios da agroindústria e da inovação vão nortear o evento durante os dois dias.

    O evento

    A abertura oficial da Conferência da Agroindústria Sustentável será realizada no dia 15 de agosto, às 18h e, em seguida, às 19h, Marcos Troyjo realiza sua palestra de abertura com o tema “Policrises ou Poli-Oportunidades: a economia global e os desafios da agroindustrialização brasileira”.

    A Conferência Internacional da Agroindústria Sustentável é um evento realizado pelo Sistema Federação das Indústrias de Mato Grosso (Sistema Fiemt), por meio do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial de Mato Grosso (Senai MT), e pelo Sistema Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), por meio do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso (Senar-MT) com o apoio dos sindicatos da indústria e sindicatos rurais vinculados às federações.

  • Demanda por profissionais de manutenção de máquinas em Mato Grosso é superior a 20 mil vagas

    Demanda por profissionais de manutenção de máquinas em Mato Grosso é superior a 20 mil vagas

    Quem está atento ao mercado de trabalho sabe que Mato Grosso é um dos estados com menor taxa de desemprego e que a agroindústria é uma das maiores geradoras de emprego no estado. Dentro deste setor, uma das profissões em ascensão é o profissional que lida com manutenção de máquinas pesadas.

    O Mapa do Trabalho 2022-2025, elaborado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), revelou que a demanda do estado por profissionais com qualificação superior a 200 horas é de 10.818 postos. Já para profissionais com qualificação inferior a 200 horas, a projeção de vagas está em 10.333.

    Totalizando, são mais de 20 mil vagas de emprego de uma profissão que tem como salário médio inicial R$ 4 mil reais, podendo chegar até R$ 12 mil ao longo da carreira. Além disso, a profissão exige uma escolaridade em nível de qualificação profissional, o que significa dizer que alguns meses de capacitação, o profissional já está apto para atuar na profissão.

    Mirando em jovens

    Uma das problemáticas enfrentadas atualmente pelo país são os jovens que não trabalham e nem estudam, que ficaram conhecidos como jovens “nem-nem”. De acordo com o IBGE, em 2023 dos 48,5 milhões de jovens de 15 a 29 anos, 9,6 milhões estão nesta condição, o que corresponde a 19,8% deste público.

    Mirando nos jovens e atendendo a essa demanda crescente de empregos, o Serviços Nacional de Aprendizagem Industrial de Mato Grosso (Senai MT), em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-MT), lançam nesta quarta-feira (14.08) uma parceria que irá capacitar 1.000 jovens aprendizes no curso de manutenção de máquinas pesadas até 2026.

    “Preparar profissionais para a agroindústria é colaborar diretamente com o desenvolvimento da nossa região e do nosso estado, uma vez que Mato Grosso se destaca neste segmento. As formações desenvolvidas para atender essa demanda fortalece a profissionalização dos talentos em todo estado, além de contribuir com as empresas que precisam desses trabalhadores para atender o setor produtivo”, afirma o diretor regional do Senai MT, Carlos Braguini.

    O programa chamado CapacitAção será destinado a jovens de 18 a 21 anos, que já concluíram ou estão no 3º ano do Ensino Médio, que irão atuar como jovens aprendizes nas empresas parceiras. O programa de aprendizagem técnica combina aulas teóricas e práticas e cada turma será formada ao longo de dois anos.

    De acordo com a Lei da Aprendizagem (Lei 10.097/2000), as empresas devem destinar de 5% a 15% de suas vagas para jovens aprendizes. O percentual pode variar de acordo com o número total de funcionários da empresa.

    A parceria irá propiciar não só vagas gratuitas de capacitação profissional, como também irá auxiliar as empresas que precisam preencher estas vagas de jovens aprendizes, mas que possuem dificuldade em ocupá-las.

    “A capacitação dos jovens é investir no futuro de Mato Grosso. Isso não só impulsiona a inovação e a produtividade, mas também promove a inclusão social e o fortalecimento de todos os setores envolvidos. Através da formação adequada é possível mantê-los em sintonia com as exigências do mercado de trabalho, oferecendo oportunidade para especialização e qualificação em diferentes áreas”, explica o superintendente do Senar-MT, José Luiz Fidélis.

  • Produção de alimentos e produtos têxteis impulsionam contratações da indústria mato-grossense, aponta Novo Caged

    Produção de alimentos e produtos têxteis impulsionam contratações da indústria mato-grossense, aponta Novo Caged

    As fabricações de alimentos e de produtos têxteis impulsionaram as contrações de força de trabalho para a indústria mato-grossense no mês de junho. Dados do Novo Caged do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) analisados pelo Observatório da Indústria da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt) mostram que os dois segmentos foram responsáveis por 67% das contrações geradas pelo setor industrial, com saldo de 1,1 mil.

    Ainda dentro da indústria geral, no setor de construção, a principal atividade foi a de obras de infraestrutura, responsável por 782 vagas, aproximadamente 64% do total do setor de construção. “O destaque é para a atividade de construção de rodovias e ferrovias com abertura de 707 postos de trabalho. Esses investimentos estão movimentando a economia mato-grossense”, pontuo a superintendente da Fiemt e do Instituto Euvaldo Lodi (IEL MT), Fernanda Campos.

    Ela lembra que o programa Nos Trilhos de Mato Grosso, que conta com a parceria entre o IEL MT, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e a empresa Rumo, está ofertando muitas oportunidades de empregos e capacitação para trabalhadores que desejam atuar nas obras da Ferrovia Estadual Senador Vicente Emílio Vuolo.

    Os dados mostram ainda que, em junho de 2024, Mato Grosso registrou saldo positivo (diferença entre admissões e demissões) de 9.674 postos formais de trabalho. Foram 57,7 mil admissões e 48 mil desligamentos. O resultado registra uma variação relativa do estoque (comparado com o estoque do mês anterior, maio de 2024) de 1,02%. Na comparação de saldo, quando comparado com o mesmo período do ano passado (junho de 2023), registra queda de -10,60%.

    Além disso, o relatório aponta que 108 municípios de Mato Grosso registraram saldo positivo nas contratações do mês de junho. Dentre os destaques, com maiores saldos: Sapezal com 819, Cuiabá com 701, Primavera do Leste com 673, Diamantino com 547 e Nova Mutum com 438.

    Em contraponto, no mês de referência, os cinco municípios que assinalaram os maiores saldos negativos são: Nova Olimpia com (-75), Água Boa (-45), Nova Monte Verde (-30), Terra Nova do Norte (- 25) e Conquista D Oeste (-23).

  • Agroindústria impulsiona geração de empregos em Lucas do Rio Verde e outras cidades de Mato Grosso

    Agroindústria impulsiona geração de empregos em Lucas do Rio Verde e outras cidades de Mato Grosso

    Um levantamento realizado pelo Observatório da Indústria da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt) revela o vigor da agroindústria no estado, com destaque para a geração de empregos em dez municípios. Diamantino, Várzea Grande, Sinop, Lucas do Rio Verde, Primavera do Leste, Nova Marilândia, Sorriso, Barra do Bugres, Alto Araguaia e Cuiabá concentram mais de 60% das contratações do setor.

    Nos primeiros seis meses de 2024, a agroindústria mato-grossense criou 4,9 mil novos empregos formais, representando um crescimento de 21% em relação ao mesmo período do ano anterior. As atividades de abate de bovinos, fabricação de álcool e processamento de algodão lideraram a geração de vagas.

    “Os dados demonstram a força da agroindústria na economia mato-grossense”, afirma Leonardo Zardo, supervisor do Observatório da Indústria da Fiemt. “As três atividades mais representativas do setor – alimentos, produtos químicos e biocombustíveis – concentram mais de 85% do valor bruto da produção industrial e mais de 77% do valor de transformação industrial.”

    A relevância da agroindústria para o estado foi ressaltada pelo presidente do Conselho Temático da Agroindústria (Coagro) da Fiemt, Edinei Blasius. “É fundamental conhecer os números do setor para entendermos o seu papel no crescimento econômico de Mato Grosso”, destacou.

    Apesar dos números positivos, o estudo também aponta para desafios, como a necessidade de qualificar a mão de obra. Com uma taxa de desocupação de apenas 3,7%, uma das menores do país, o estado enfrenta a demanda por profissionais especializados para atender a crescente demanda da indústria.

    “Precisamos investir em educação e qualificação profissional para garantir que a indústria mato-grossense continue crescendo de forma sustentável”, afirmou Vanessa Gasch, diretora executiva do Mato Grosso Competitivo (MMTC).

  • Lucas do Rio Verde está entre os 10 municípios de Mato Grosso concentram 60% das contratações na agroindústria

    Lucas do Rio Verde está entre os 10 municípios de Mato Grosso concentram 60% das contratações na agroindústria

    Dez municípios concentram mais de 60% das contratações da agroindústria em Mato Grosso. Dados apresentados pelo Observatório da Indústria na segunda reunião do Conselho Temático da Agroindústria (Coagro) da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt) revelam o potencial econômico das cidades mato-grossenses, a produção mensal da indústria e as contratações formais registradas nos primeiros meses desse ano.

    Os empregos gerados pelas agroindústrias estão concentrados em Diamantino, Várzea Grande, Sinop, Lucas do Rio Verde, Primavera do Leste, Nova Marilândia, Sorriso, Barra do Bugres, Alto Araguaia e Cuiabá. No total, a agroindústria criou 4,9 mil empregos formais em Mato Grosso no primeiro semestre de 2024, o número é 21% maior do que comparado com o mesmo período de 2023. As atividades de abate de bovinos (frigorífico), fabricação de álcool e Preparação e fiação de fibras de algodão foram as atividades agroindustriais que mais contrataram no período.

    De acordo com o supervisor do Observatório da Indústriada Fiemt, Leonardo Zardo, os números divulgados apontam que 87,7% do valor bruto da produção industrial estão concentrados nas atividades de fabricação de produtos alimentícios, de produtos químicos e de biocombustíveis. “As 3 atividades agroindustriais concentram mais de 85% do valor bruto da produção industrial (VBP) e mais de 77% do valor de transformação industrial (VTI) . Os números confirmam que a nossa produção industrial está cada vez mais voltada para a agroindústria”.

    O presidente do Coagro, Edinei Blasius, ressaltou a importância dos setores industriais para o crescimento econômico do estado. “É interessante conhecer os números agroindustriais de quanto geramos empregos e renda”, pontuou. Além dos dados, foi apresentado os desafios da mão de obra que apontam a taxa de desocupação em Mato Grosso, de 3,7%, sendo uma das menores do País. “Precisamos de mais profissionais qualificados para impulsionar a produção estadual”, disse a diretora executiva do Mato Grosso Competitivo (MMTC), Vanessa Gasch.

    Coagro – O Conselho Temático da Agroindústria, formado por empresários e representantes de entidades industriais, órgãos públicos, privados e instituições governamentais, tem por objetivo promover e estimular a interação das entidades bem como, debater, realizar estudos e intensificar a atuação relacionada ao desenvolvimento na área da agroindústria.

  • Com quebra de safra, agroindústria ameniza queda do PIB da soja e do biodiesel

    Com quebra de safra, agroindústria ameniza queda do PIB da soja e do biodiesel

    Depois de avançar mais de 21% em 2023, o PIB da cadeia da soja e do biodiesel deve diminuir 5,33% em 2024, devido à quebra da safra da soja e seus reflexos nos agrosserviços. Em compensação, o bom desempenho esperado para a agroindústria, impulsionado pelo biodiesel e pelas exportações de farelo de soja, que tem reflexos positivos também nos agrosserviços, deve contribuir positivamente com o PIB e impedir uma queda mais acentuada para a cadeia produtiva. O PIB total da cadeia produtiva deverá ser de R$ 422 bilhões em 2024, representando 18% do PIB do agronegócio nacional e 3,9% da economia brasileira como um todo. As informações são do levantamento realizado pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, em parceria com a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove).

    A queda no PIB da soja está estimada em 13,07% e, para os agrosserviços, o PIB pode cair 4,28% em 2024. Já para a agroindústria, o crescimento está estimado em 2,95%, com avanços em todos os segmentos: 0,59% para o esmagamento e refino, 2,6% para as rações e expressivos 36,47% para o biodiesel. A maior demanda pelo biocombustível se reflete positivamente no PIB do próprio subsegmento, assim como influencia o bom resultado esperado para o PIB do esmagamento e refino.

    Os preços relativos da cadeia produtiva registraram baixa na comparação entre os primeiros trimestres de 2023 e de 2024, de modo que se estima recuo de 33,15% da renda real. Com isso, o PIB deve ser de R$ 422 bilhões em 2024 – mesmo com a queda importante, o valor ainda supera significativamente o patamar anterior à pandemia.

    Mercado de trabalho

    A população ocupada (PO) na cadeia produtiva da soja e do biodiesel iniciou 2024 com redução de 4,65% frente ao primeiro trimestre do ano anterior, atingindo 2,28 milhões de pessoas, acompanhando o comportamento do PIB. A baixa é explicada pelos resultados negativos para a soja e para os agrosserviços, amenizada pelo avanço do emprego nas indústrias. As participações da cadeia produtiva na PO do agronegócio (9,69%) e na da economia brasileira (2,28%) caíram marginalmente frente a 2023, embora ainda sejam as segundas maiores da história.

    Comércio exterior

    No primeiro trimestre de 2024, as exportações da cadeia de soja e do biodiesel (soja in natura, farelo de soja, óleo de soja, glicerol, biodiesel e proteína de soja) totalizaram 27,59 milhões de toneladas, 12,97% acima do mesmo trimestre de 2023. Em contrapartida, o valor exportado recuou 11,33%, totalizando US$ 12,42 bilhões, devido à queda dos preços de exportação (-21,51% no período). Esse cenário é similar ao observado entre 2022 e 2023.

  • Cuiabá sedia Conferência Internacional da Agroindústria Sustentável

    Cuiabá sedia Conferência Internacional da Agroindústria Sustentável

    Mato Grosso já é líder global em produção agrícola, e a transição do agronegócio para a agroindustrialização, com a transformação de matéria-prima em produtos finais, promoverá ao estado um novo ciclo de crescimento, atração de investimentos e reconhecimento internacional no desenvolvimento econômico.

    Com a população mundial em constante crescimento, a demanda por alimentos aumenta significativamente e encontra em Mato Grosso vasto território para produção. A transformação dos produtos agrícolas em itens industrializados aumenta significativamente o valor agregado. Em vez de exportar commodities brutas, como soja e milho, o estado pode beneficiar-se da produção de biocombustíveis, alimentos processados e outros produtos industrializados.

    Essa diversificação econômica reduz as flutuações nos preços das commodities agrícolas e dependências nas exportações para poucos mercados, além de aumentar a geração de empregos nas várias etapas do processo produtivo, incentivar o desenvolvimento e a adoção de novas tecnologias e práticas agrícolas e desenvolvimento em infraestrutura e logística.

    “Com um foco crescente na sustentabilidade, a indústria transforma soja e milho em biocombustíveis, usando de forma eficiente recursos naturais, gestão de resíduos e implementação de técnicas de agricultura regenerativa. Essas práticas não só ajudam a preservar o meio ambiente, mas também atendem à demanda global por produtos sustentáveis”, afirma Silvio Rangel, presidente do Sistema Federação das Indústrias de Mato Grosso (Sistema Fiemt).

    Com extensão territorial equivalente aos países da França e Alemanha, segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), Mato Grosso lidera a produção nacional de algodão (70%), milho (38%), etanol de milho (72%), soja (26%), carne bovina (18%) e gergelim (66%), tudo isso utilizando apenas 12,7% do território para agricultura e 24% pastagem. Além disso, 62,5% do território é de terras indígenas, unidades de conservação e área preservada pelos produtores.

    “Na próxima década, o estado deverá aumentar em 52% a produção de algodão, 79% a produção de milho e 46% produção de soja; no setor de proteína, o crescimento deverá ser de 40% de carne bovina, 80% de aves e 39% suínos: temos condições de evoluir sem a abertura de novas áreas”, destaca Vilmondes Tomain, presidente do Sistema Famato.

    Conexão entre agro e indústria

    Essa combinação de alta produtividade agrícola, um crescente setor industrial e um compromisso com a sustentabilidade torna Mato Grosso o local ideal para sediar um evento de agroindústria, promovendo o desenvolvimento econômico, tecnológico e ambiental do setor.

    O estado possui 78.729 trabalhadores diretos na agroindústria. A indústria de abate de bovinos concentra o maior número de trabalhadores (22.975), seguida pela fabricação de álcool (8.934) e abate de suínos (7.556). Além disso, 23% do total da massa salarial do agronegócio é agroindustrial.

    A agroindústria não se limita à geração de empregos, ela também impacta a economia local de forma significativa. A cada R$ 1 milhão investido na fabricação de farelo de soja, 23 novos empregos são gerados em Mato Grosso. Para o óleo de soja, esse número salta para 25 novos empregos.

    A fabricação de etanol, por sua vez, gera 21 novos empregos a cada R$ 1 milhão investido, enquanto as atividades têxteis, que utilizam o algodão como matéria-prima, geram 28 novos empregos. A atividade de abate de bovinos contribui com 35 novos empregos para cada R$ 1 milhão investido.

    Programação

    A Conferência Internacional da Agroindústria Sustentável será realizada nos dias 15 e 16 de agosto, no Centro de Eventos Fatec Senai, em Cuiabá. A abertura oficial será às 18h, com presença de autoridades locais e nacionais e uma palestra inaugural do professor Marcos Troyjo, abordando a economia global e os desafios da agroindustrialização brasileira.

    Dia 16/08

    Painel 1: Biocombustíveis – Etanol em consolidação

    Discussões sobre o panorama nacional, linhas de financiamento e o uso de etanol em motores agrícolas, com moderação de Giuseppe Lobo, diretor executivo das Indústrias de Bioenergia de Mato Grosso (Bioind), e participação de Guilherme Nolasco, diretor presidente da União Nacional de Etano de Milho (Unem), Mauro Mattoso, chefe departamento do Complexo Alimentar e de Biocombustíveis do BNDES, Tiago Stefanello Nogueira, presidente do Conselho de Administração da Evermat e João Testa, especialista de produto Case IH.

    Painel 2: Transição energética

    Foco em biometano e vinhaça de cana, biodiesel em máquina agrícolas e as perspectivas futuras para o hidrogênio como combustível, com moderação de Rodrigo Guerra, vice-presidente do Sindicato das Indústrias de Biodiesel de Mato Grosso (Sindibio MT), e participação de Tomaz Carraro Pereira, gerente de planejamento estratégico e novos negócios da Uisa, Ricardo Tomczyk, diretor de relações institucionais da Amaggi, Rodrigo Mello, diretor regional do Senai do Rio Grande do Norte e senador Veneziano Vital do Rego.

    Painel 3: Bioeconomia

    Debates sobre agricultura regenerativa, bioinsumos e nanotecnologia, com destaque para ações governamentais em bioeconomia. A moderação será de Cleiton Gauer, superintendente do Imea MT, com participação da Drª Poliana Cardoso Gustavson, gerente de P&D da AgriValle, Arthur Almeida, head de parcerias e marketing do Grupo Scheffer, Thomas Altmann, lídere de desenvolvimento marketing e bioinsumos da Syngenta e Valéria Burmeister Martins, coordenadora de bioeconomia e recursos genéticos do Ministério da Agricultura (Mapa).

    Painel 4: Inovação agroindustrial

    Apresentações sobre tecnologias embarcadas, inovação em sistemas agrícolas e cases de sucesso na agroindústria. A moderação será de Carlos Braguini, diretor regional do Senai MT, com participação de startups que integram os programas Brazilian Techs Connection Illinois 2024 (BTEC) Agro.Ind e de o pesquisador chefe do Instituto Senai de Inovação em Sistemas Embarcados de Santa Catarina, Paulo Violada.

    Painel 5: economia circular

    Exemplos de integração entre lavoura e diversas formas de criação animal e piscicultura, promovendo a sustentabilidade e a reutilização de resíduos. A moderação será realizada pelo superintendente do AgriHub, Paulo Ozaki, e terá participação de Paulo Lucion, presidente da Nutribras Group, Fernando Maziero Pozzobon, diretor presidente do Grupo Fermap e Aline Bortoli, sócia-proprietária da Natter.

    Painel 6: Irrigação: vetor de diversificação e agroindustrialização

    Discussões sobre o potencial da irrigação em Mato Grosso e sua importância para a diversificação e agroindustrialização do estado, com mediação do secretário da secretaria de Desenvolvimento Econômico de Mato Grosso (Sedec MT), César Miranda, e participação dos professores PhD Ivo Zution (Nebraska — EUA) e Everardo Mantovani (Universidade Federal de Viçosa — UFV).

    O encerramento do evento será com a palestra magna com o professor Paulo Vicente Falcão, da Fundação Dom Cabral (FDC) com o tema: do agronegócio à agroindustrialização.