Tag: Agro

  • IPPA avança 1,3% em março e 20,4% no trimestre

    IPPA avança 1,3% em março e 20,4% no trimestre

    Levantamentos do Cepea mostram que, em março, o Índice de Preços ao Produtor de Grupos de Produtos Agropecuários (IPPA/CEPEA) avançou 1,3%, em termos nominais, frente ao mês anterior. Segundo o Centro de Pesquisas, esse crescimento foi impulsionado, principalmente, pelos desempenhos positivos do IPPA-Grãos e do IPPA-Hortifrutícolas, que subiram 3,6% e 3,8%, respectivamente.

    Em sentido oposto, o IPPA-Pecuária e o IPPA-Cana-Café recuaram 0,3% e 1,6%. O IPA-OG-DI Produtos Industriais, calculado pela FGV, apontou queda de 1,6% no período, sinalizando que, de fevereiro para março, os preços agropecuários ganharam força em relação aos valores industriais da economia brasileira.

    No cenário internacional, os preços dos alimentos convertidos em Reais caíram 3,4%, refletindo tanto a desvalorização do dólar (-0,3%) quanto a retração nas cotações internacionais dos alimentos (-3%).

    Comparando-se o primeiro trimestre deste ano com igual intervalo de 2024, levantamentos do Cepea apontam que o IPPA subiu expressivos 20,4%, refletindo as fortes altas nos grupos IPPA-Cana-Café (36,7%), IPPA-Pecuária (26,7%) e IPPA-Grãos (12,4%). Em contrapartida, o IPPA-Hortifrutícolas recuou 10% no período.

    Ainda nessa base de comparação, o IPA-OG-DI avançou 7,1%, enquanto os preços internacionais dos alimentos convertidos em Reais dispararam 22,8%, resultante da combinação do aumento de 4% nas cotações internacionais dos alimentos com uma significativa valorização de 18% do dólar.

  • Fundação Rio Verde recebe título definitivo de área após mais de 30 anos de espera

    Fundação Rio Verde recebe título definitivo de área após mais de 30 anos de espera

    Após mais de três décadas de espera, a Fundação Rio Verde, de Lucas do Rio Verde, recebeu oficialmente a titulação da área que ocupa há mais de 30 anos. O documento, emitido pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), foi entregue em mãos ao presidente da fundação, Joci Piccini, durante cerimônia pública realizada na quinta-feira (24), no evento de entrega dos apartamentos do Residencial Águas do Cerrado. A regularização abrange os 197 hectares onde hoje estão instaladas as estruturas de pesquisa agrícola e o campo experimental do Show Safra MT.

    A conquista é considerada histórica não apenas pelo tempo transcorrido, mas pela representatividade da área no contexto do agronegócio regional. Emocionado, Piccinidestacou a longa jornada pela legalização da posse: “Mais de 30 anos estamos lá, fazendo investimentos, pesquisas e trazendo benefícios aos produtores de Lucas do Rio Verde e da região. O Show Safra representa o que há de melhor em tecnologia aplicada à agricultura. E a gente precisava da segurança jurídica para ampliar esse trabalho”, afirmou.

    Segundo ele, diversas tentativas de regularizar a área junto ao Incra falharam ao longo dos anos, mesmo com reiteradas solicitações. A mudança veio com o apoio do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro. “Fui até ele e disse: ‘Carlos, não dá mais para a fundação ficar sem eira nem beira’. Em menos de 50 dias o Fávaro (Ministro da Agricultura) fez o documento sair. Hoje essa área está oficialmente em nome da Fundação Rio Verde”, celebrou Piccini.

    Durante o ato, o ministro Carlos Fávaro relembrou a trajetória da Fundação e reconheceu a importância da entidade para o desenvolvimento do município e do setor produtivo. “Quase quarenta anos se passaram. Ainda no primeiro mandato do prefeito Otaviano Pivetta, foi demandada essa escritura. Foram várias idas e vindas. Deus me deu a oportunidade de ser ministro e eu não podia deixar essa escritura pendente. Esse é mais um legado, um sonho realizado para essa cidade”, afirmou.

    Em sinal de gratidão à comunidade luverdense, JociPiccini também anunciou a doação oficial de uma área ao Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT), cuja instalação inicial contou com apoio direto da Fundação Rio Verde. “A fundação não tem fins lucrativos e nos sentimos na obrigação de dar essa contrapartida. Hoje, mais de 80% dos alunos que fazem cursos no IFMT saem empregados. Nada mais justo do que ajudarmos para que esse trabalho cresça com mais salas de aula e mais cursos”, concluiu.

    A regularização fundiária marca uma nova etapa para a Fundação Rio Verde, que agora pode planejar com segurança a ampliação de suas estruturas, incluindo laboratórios, áreas experimentais e projetos educacionais e de pesquisa. A titulação também simboliza o reconhecimento de uma trajetória construída com esforço coletivo, espírito público e compromisso com o desenvolvimento sustentável do agronegócio.

  • Agrosolidário promove bem-estar de famílias atendidas pela Fundação La Salle Padre João Peter em Lucas do Rio Verde

    Agrosolidário promove bem-estar de famílias atendidas pela Fundação La Salle Padre João Peter em Lucas do Rio Verde

    A Associação de Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja MT), através do programa Agrosolidário, une forças com a Fundação La Salle Padre João Peter para proporcionar assistência àqueles que mais precisam em Lucas do Rio Verde. Com a parceria, que existe há mais de 10 anos, cerca de 40 famílias recebem a bebida de soja oferecida pelo programa, sendo um aliado poderoso para reforçar sua nutrição e promover bem-estar.

    Com 38 anos de história desde sua criação, o Instituto Padre João Peter atua com terapias complementares e integrativas, com o objetivo de contribuir para a melhoria da qualidade de vida através de conhecimentos tradicionais, resgatando o uso de chás, produtos naturais e homeopatias. Em 2023, a Fundação La Salle assumiu a gestão do Instituto e atua também como entidade qualificadora, promovendo a inclusão de jovens no mercado de trabalho através do Programa Jovem Aprendiz.

    De acordo com a coordenadora de projetos, Kalliny Gadelha, a instituição também acolhe e orienta famílias em situação de vulnerabilidade na comunidade, oferecendo terapias, cestas básicas, roupas e encaminhamentos sociais. A parceria com a Aprosoja MT surgiu em 2013 para somar esforços com uma instituição que já estava bem integrada na comunidade.

    “A parceria surgiu da intenção da Aprosoja MT em ter um parceiro na distribuição e identificação das famílias que adotassem a bebida de soja como parte de sua alimentação. Como o Instituto já realizava esses atendimentos, unimos forças para atender a população. Porque não é somente um alimento, é uma oportunidade de qualidade de vida também”, ressalta Kalliny.

    A terapeuta Epifania Rita Vuaden, que trabalha com avaliação bioenergética no Instituto, direciona terapias como Reiki e homeopatia para aqueles que procuram a instituição. Segundo ela, a bebida de soja complementa a alimentação das famílias atendidas pelo programa.

    “Essa bebida é importante, porque atendemos também pessoas em situação de vulnerabilidade social. Para essas pessoas, é um alimento a mais e uma maneira de diversificar a alimentação. Além disso, para pessoas que já têm alguma doença, fortalece a imunidade. Estando bem alimentado, um corpo saudável reage melhor e precisa de menos medicação”, explica a terapeuta.

    Glaucineia da Silva Rio, atendida pelo Agrosolidário há mais de 10 anos, consome a bebida com sua família e utiliza-a em receitas criativas, mostrando que seu uso vai muito além de um simples suco. “Tem gente que pensa que só pode tomar com leite ou água, mas não. É possível fazer pudim, croquete, bolo e muitas outras coisas. Além disso, tem um sabor maravilhoso. As crianças adoram”, relata Glaucineia, que também trabalha na instituição.

    Já Ezequiel do Amaral Felisberto, trabalhador autônomo, percebeu os benefícios que a bebida de soja trouxe para ele e sua mãe. “Nós conhecemos o Instituto através do postinho de saúde. Fizemos uma visita, vimos como tudo funciona e gostamos muito. Deu para perceber o quanto ajudam. No meu caso, recebo apenas a bebida de soja. Não é muito doce, então ajuda a evitar calorias extras, diabetes e colesterol. Fez bastante diferença na minha alimentação”, conta Ezequiel.

    A parceria demonstra como a solidariedade e o trabalho conjunto podem transformar vidas, promovendo saúde e bem-estar. Mostrando que juntos, é possível escrever uma história de força coletiva em Lucas do Rio Verde.

  • Ferrogrão: esperança do agronegócio vive a expectativa de decisão no STF

    Ferrogrão: esperança do agronegócio vive a expectativa de decisão no STF

    O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, voltou a defender a construção da Ferrogrão (EF-170), ferrovia de 933 quilômetros de extensão que promete ligar Sinop (MT) a Itaituba (PA) com investimentos estimados em R$ 28 bilhões. Durante evento do programa Minha Casa, Minha Vida, realizado no último dia 24 em Sinop, Fávaro reforçou que a posição do governo Lula é favorável à obra, considerada estratégica para o escoamento da produção agrícola do Centro-Oeste. “O governo passado não cuidou da Ferrogrão. A posição do presidente Lula é clara: somos a favor da Ferrogrão, que é ambientalmente correta”, afirmou.

    Apesar do apoio explícito, a construção da ferrovia segue paralisada por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que suspendeu os estudos do projeto desde 2021. A judicialização envolve questões ambientais, especialmente a possível necessidade de supressão de área do Parque Nacional do Jamanxim, no Pará, e a falta de consulta às comunidades tradicionais, em descumprimento a tratados internacionais assinados pelo Brasil. Recentemente, no entanto, a União apresentou ao STF novos documentos para tentar destravar o projeto, indicando a possibilidade de traçar a ferrovia ao longo da faixa já degradada da BR-163 e relatando avanços nas consultas às comunidades.

    O projeto da Ferrogrão é defendido como solução para antigos gargalos logísticos que encarecem o transporte de grãos e geram desperdícios. Atualmente, a maior parte da produção do Centro-Oeste depende do transporte rodoviário, sobrecarregando rodovias como a BR-163, aumentando o custo dos fretes e provocando atrasos. Com a nova ferrovia, o governo estima uma redução de R$ 7,9 bilhões por ano em custos logísticos e a diminuição de 3,4 milhões de toneladas de emissões de CO₂ anuais durante os 69 anos de concessão previstos.

    A expectativa é que a Ferrogrão transporte até 52 milhões de toneladas de commodities agrícolas por ano, fortalecendo os portos do Norte como principais rotas de exportação. Para o presidente do Instituto do Agronegócio (IA), Isan Rezende, a obra é urgente e fundamental para o futuro do setor. “Estamos terminando mais uma safra recorde, mas continuamos enfrentando velhos problemas para escoar nossa produção. Precisamos de soluções concretas, e a Ferrogrão tem tudo para amenizar os gargalos logísticos que tanto nos penalizam”, destacou.

    Embora o Ministério da Agricultura e o Ministério dos Transportes estejam alinhados na defesa do projeto, há divergências internas no governo. O Ministério do Meio Ambiente e o Ministério dos Povos Indígenas manifestam oposição à obra, preocupados com os impactos socioambientais. A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), por sua vez, mantém a previsão de lançar o edital de leilão da ferrovia em 2026, desde que haja aprovação do novo traçado pelo STF.

    Além de impulsionar o agronegócio, a Ferrogrão é vista como fundamental para a competitividade internacional dos produtos brasileiros, reduzindo o custo do frete e tornando a logística mais eficiente. Em um cenário de margens apertadas e concorrência global acirrada, cada ganho logístico pode fazer grande diferença para o produtor.

    O setor produtivo permanece mobilizado, na expectativa de que o Supremo libere o andamento do projeto, permitindo que a Ferrogrão finalmente saia do papel. Como enfatizou Isan Rezende, para quem trabalha de sol a sol produzindo alimentos para o Brasil e o mundo, infraestrutura eficiente não é luxo, é necessidade.

  • Tecnologia com laser vai medir carbono em projeto de pecuária sustentável

    Tecnologia com laser vai medir carbono em projeto de pecuária sustentável

    Dez anos depois, a parceria iniciada entre a Embrapa Instrumentação e a startup Agrorobótica, ambas localizadas em São Carlos, cidade no interior paulista, dá um novo salto, desta vez, para dar suporte científico e tecnológico a um projeto de pecuária sustentável na região do Xingu (MT), que envolve as empresas SCL Agrícola e Agro Penido.

    A plataforma IA AGLIBS, que utiliza a tecnologia LIBS (Laser Induced Breakdown Spectroscopy – Espectroscopia de Plasma Induzida por Laser), a mesma utilizada pela NASA nas missões espaciais em Marte, vai avaliar 18,5 mil hectares de pastagem e conversão para a agricultura em três fazendas da Agro Penido e SLC Agrícola.

    Uma nova commodity

    Denominado Carbono Xingu, o projeto pretende proporcionar benefícios para os produtores, tais como: geração de créditos de carbono no solo; acesso a crédito verde com melhores taxas; solo digitalizado para decisões rápidas e rastreáveis; aumento da produtividade e da rentabilidade; valorização da propriedade rural; commodities sustentáveis com maior valor de mercado.

    “O carbono aparece como essa nova commodity, tão desejada, tão anunciada, e agora se materializando no nosso solo”, comentou Caio Penido,  sócio da Agro Penido, que busca comprovar que o programa, quando implementado corretamente no sistema de produção agrícola tropical, pode produzir mais alimentos, ao mesmo tempo em que melhora o carbono no solo e contribui para a redução de emissões.

    Agenda estratégica

    “Essa agenda do carbono é absolutamente estratégica, não só para a Empresa, hoje, mas no mundo inteiro não há como dissociar a ciência de uma agenda como essa, que está colocada em primeiro lugar no nosso plano estratégico da Embrapa”, disse Clenio Pillon, diretor-executivo de Pesquisa & Desenvolvimento da Embrapa, que preside um grupo dedicado ao tema.

    Antes de participarem da assinatura do contrato de parceria (dia 23 de abril), os representantes das empresas tiveram a oportunidade de visitar o Laboratório Nacional de Agro-Fotônica (Lanaf), na Embrapa Instrumentação, para ver a tecnologia LIBS em funcionamento e conhecer os detalhes até chegar ao equipamento com capacidade para analisar mil amostras por dia e avaliar 23 parâmetros do solo.

    Vanguarda internacional

    “É uma imersão na ciência, onde vemos que o Brasil não está atrás de nenhum país do mundo nesse tema, nós estamos na frente e também com publicações científicas sobre o LIBS”, explicou Fábio Angelis, CEO da Agrorobótica, que viu a tecnologia num evento da Embrapa em 2014 e resolveu empreender e criar o que chama de “primeiro centro agro-fotônico do mundo”.

    A pesquisa de vanguarda foi referendada pela pesquisadora Débora Milori, líder das pesquisas com LIBS na Embrapa Instrumentação, ao fazer uma apresentação sobre o histórico do trabalho realizado no Centro de Pesquisa. “Quando a certificadora Verra reconheceu essa tecnologia (para geração de créditos de carbono auditáveis), utilizou dez artigos internacionais, cinco são da nossa equipe, um motivo de orgulho”, relatou a coordenadora do Lanaf.

    A ciência faz a diferença

    “A plataforma poderá gerar mapas de agricultura de precisão com deficiências de nutrientes para indicar o manejo com adubo e outros insumos nas áreas das fazendas, além de mensurar o estoque de carbono no solo. É o fruto da parceria público-privada que agora ganha escala para tornar nossa agropecuária cada vez mais sustentável”, avaliou José Manoel Marconcini, chefe-geral da Embrapa Instrumentação.

    Para Aurélio Pavinato, diretor-presidente da SLC Agrícola, empresa que possui 26 fazendas e 830 mil hectares de culturas, “a ciência faz toda a diferença na evolução da condição de vida de um povo. O LIBS é mais um case de sucesso em termos de tecnologia, agilizando o processo, tornando mais eficiente. Nós, felizmente, temos conseguido evoluir nessa parte com esse trabalho maravilhoso que a Embrapa faz”, concluiu Pavinato.

  • Projeto Campo Futuro levanta custos de produção em cafeicultura, aquicultura e avicultura de postura

    Projeto Campo Futuro levanta custos de produção em cafeicultura, aquicultura e avicultura de postura

    Técnicos do projeto Campo Futuro, iniciativa da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) em parceria com federações estaduais, universidades e centros de pesquisa, realizaram nesta semana a coleta de informações sobre os custos de produção em três cadeias produtivas: cafeicultura, aquicultura e avicultura de postura. O trabalho contou com a participação de produtores, sindicatos, cooperativas, técnicos e especialistas do setor.

    Na aquicultura, as atividades ocorreram no estado de Pernambuco. Em Jatobá, na terça-feira (22), produtores de tilápia e técnicos se reuniram para definir a propriedade típica da região, caracterizada pela criação de tilápias de 1,2 kg em 60 tanques de inox de 14m³ cada. Conforme a assessora técnica da CNA, Larissa Mouro, a cada ciclo de 240 dias são despescadas cerca de 73 toneladas de tilápia, vendidas posteriormente para intermediários. Entre os principais custos, destacam-se a ração (72% do Custo Operacional Efetivo – COE), a mão de obra (17,5%) e a forma jovem (8,4%).

    Já na sexta-feira (25), os levantamentos se voltaram para a carcinicultura em Goiana (PE). Na região, a produção de camarões ocorre em cinco viveiros escavados de dois hectares cada, com produtividade média de 0,7 tonelada por hectare. Os camarões são despescados após cerca de 76 dias, com peso médio de 10 gramas, e vendidos também a intermediários. Larissa explicou que, nesse sistema, a ração representa mais de 44% do COE, enquanto os gastos com energia elétrica são reduzidos devido à utilização esporádica de aeradores.

    No setor cafeeiro, o painel foi realizado de forma virtual, na terça-feira (22), com produtores de Monte Carmelo (MG). A propriedade modal definida possui 60 hectares produtivos, com sistema irrigado e produção mecanizada. Segundo o assessor técnico Carlos Eduardo Meireles, a produtividade média prevista é de 35 sacas por hectare, uma leve recuperação em relação a 2024. O COE apresentou aumento de 5%, puxado pelo crescimento de 33% nos gastos com atividades de colheita e pós-colheita, especialmente em mão de obra, beneficiamento e transporte. Houve ainda uma redução de 27% nos custos com fertilizantes e leves elevações nas despesas com irrigação e manejo fitossanitário.

    Por fim, na quarta-feira (23), ocorreu o levantamento de custos da avicultura de postura em Arapongas (PR). De acordo com o assessor técnico Rafael Lima Filho, a propriedade modal avaliada é uma granja de pequeno porte, com 50 mil aves alojadas em ciclo completo e produção anual de 14 milhões de ovos, operando em galpões automatizados.

  • Agroindústria avança, mas quebra de safra compromete resultado da cadeia produtiva em 2024

    Agroindústria avança, mas quebra de safra compromete resultado da cadeia produtiva em 2024

    As indústrias da cadeia de soja e biodiesel apresentaram bom desempenho em 2024, antes e depois da porteira, com avanços de 3,98% na indústria de insumos e de 2,81% na agroindústria. O resultado da agroindústria foi influenciado sobretudo pelo forte avanço registrado na indústria de biodiesel, de 20,45%, segundo apontam estudos realizados pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, em parceria com a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove).  Apesar disso, o PIB da cadeia da soja e do biodiesel caiu 5,03% em 2024 frente ao ano anterior, pressionado pela quebra da safra da soja e seus reflexos negativos sobre os agrosserviços.

    Pesquisadores destacam, contudo, que essa retração no PIB da cadeia produtiva ocorre após o expressivo avanço de 23% verificado em 2023. Com isso, e considerando também os bons resultados fora da porteira em 2024, a cadeia da soja e do biodiesel ainda agregou no ano o segundo maior volume de sua história, atrás apenas de 2023.

    Mantendo o comportamento já observado no terceiro trimestre, o quarto trimestre teve como destaque uma nova e importante melhora na renda real da cadeia produtiva, refletindo os aumentos dos preços do grão, do óleo de soja e do biodiesel nos meses finais do ano. Mesmo diante desse desempenho, ainda foi registrada baixa de 3,27% no PIB-renda, que alcançou R$ 650,4 bilhões em 2024 (contra aos R$ 672,4 bi de 2023). Pesquisadores do Cepea/Abiove indicam que o patamar de 2024 ainda superou significativamente o patamar anterior à pandemia.

    Com esse valor, em 2024, o PIB da cadeia da soja e do biodiesel representou 23,8% do PIB do agronegócio e expressivos 5,5% do PIB nacional. Considerando os valores agregados por tonelada em 2024, o PIB gerado por tonelada de soja produzida e processada (R$ 8.108) representou 4,67 vezes o PIB gerado pela soja produzida e exportada diretamente (R$ 1.738).

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    Foto: Divulgação

    Mercado de trabalho

    Em 2024, a cadeia produtiva da soja e do biodiesel registrou diminuição de 3,2% no número de pessoas ocupadas, totalizando 2,26 milhões de trabalhadores, com reduções nos agrosserviços e no segmento primário (soja). A agroindústria da soja teve o maior crescimento, com aumento de 20,71% no número pessoas ocupadas, refletindo a expansão do processamento e das produções de rações e biodiesel.

    O segmento de agrosserviços, apesar de ser o maior em termos de ocupação, apresentou queda de 4,98% no número de pessoas ocupadas em 2024. Esse desempenho decorre, sobretudo, da quebra da safra 2023/24 e da consequente redução de demanda por agrosserviços, parcialmente compensada pelo crescimento da produção no segmento agroindustrial.

    A participação da cadeia produtiva na economia brasileira (2,24%) e no agronegócio (9,71%) reduziu em 2024, refletindo essa desaceleração mencionada.

    O número de pessoas ocupadas com ensino superior na agroindústria, na produção de soja e em insumos aumentou, indicando uma tendência de perfil profissional mais qualificado na cadeia produtiva.

    Comércio exterior

    As exportações da cadeia de soja e do biodiesel totalizaram 124,10 milhões de toneladas em 2024, queda de 2,54% em comparação com 2023. O valor exportado caiu 19,69%, totalizando US$ 54,25 bilhões. Segundo pesquisadores do Cepea/Abiove, a redução em valor em relação ao ano de 2023 ocorreu devido à menor produção nacional e à queda dos preços internacionais (-17,6%) – pressionados pela expressiva oferta global de soja.

    A China continuou sendo o principal destino das exportações, respondendo por 59% do volume total escoado pela cadeia produtiva, mesmo com redução de 2,56% frente a 2023. A China teve destaque sobretudo para a soja em grão (73,4%) e para o glicerol (78,7%). Para o óleo de soja, quase 80% do volume embarcado foi para o grupo de “outros países”, em que o destaque foi a Índia. Já para o farelo, os principais destinos foram a União Europeia (42,9%) e o Sudeste Asiático (32,4%), seguidos por Oriente Médio (12,4%) e Leste Asiático (7,9%).

    Já as importações da cadeia produtiva cresceram expressivos 338,09% em volume, impulsionadas pela escassez de soja comercializável no mercado interno.

  • Preços do milho continuam em queda com demanda fraca e boa expectativa para a segunda safra

    Preços do milho continuam em queda com demanda fraca e boa expectativa para a segunda safra

    Pressionadas pela demanda enfraquecida e pelo aumento na oferta, as cotações do milho mantiveram trajetória de queda na última semana, conforme apontam levantamentos do Cepea.

    De acordo com o Centro de Pesquisas, consumidores seguem afastados do mercado spot nacional, aguardando oportunidades mais vantajosas para adquirir novos lotes.

    Do lado dos vendedores, a flexibilidade nas negociações aumentou, impulsionada pelas boas perspectivas em relação à segunda safra. A maioria das lavouras apresenta bom desenvolvimento, beneficiada pelo retorno das chuvas em volumes suficientes para manter a umidade dos solos.

    Pesquisadores do Cepea destacam ainda que, apesar de o preço do milho estar mais atrativo que o da soja, o ritmo de negócios segue lento.

  • Negociações de feijão carioca seguem lentas e preços continuam em queda

    Negociações de feijão carioca seguem lentas e preços continuam em queda

    O mercado do feijão carioca de notas 9 ou superior manteve ritmo lento de negócios na última semana, influenciado pela cautela da indústria nas reposições, segundo análise do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Apesar da retração dos compradores, produtores têm segurado a oferta dos lotes de melhor qualidade na tentativa de sustentar os preços.

    Entretanto, os levantamentos do Cepea mostram que o avanço da colheita e o aumento na disponibilidade de grãos de qualidade inferior continuam pressionando os valores de negociação para baixo.

    No campo, dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indicam que, até o dia 19 de abril, 83,2% da área destinada à primeira safra de feijão no Brasil já havia sido colhida.

  • Oferta de mandioca segue limitada e preços permanecem firmes, aponta Cepea

    Oferta de mandioca segue limitada e preços permanecem firmes, aponta Cepea

    A oferta de mandioca continuou restrita na última semana, influenciada pelo feriado de Tiradentes, na segunda-feira (21), e pelas chuvas mais frequentes em grande parte das regiões acompanhadas pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). De acordo com pesquisadores do Cepea, as precipitações intensas limitaram os trabalhos de campo, dificultando o avanço da colheita.

    Nas áreas onde o volume de chuva foi menor, produtores priorizaram o preparo do solo para o plantio, o que também impactou na redução da oferta de matéria-prima. Com isso, os preços da raiz de mandioca seguiram firmes, conforme mostram os levantamentos do Cepea. Ainda assim, a demanda industrial mais estável conteve altas mais expressivas nas cotações.

    Entre os dias 21 e 25 de abril, a média nominal a prazo da tonelada de mandioca posta fecularia foi de R$ 560,49, equivalente a R$ 0,9748 por grama de amido, registrando um leve aumento de 0,4% em relação à semana anterior.