Tag: Agro

  • Embrapa e setor privado se juntam para consolidar agro sustentável no Brasil

    Embrapa e setor privado se juntam para consolidar agro sustentável no Brasil

    Lançada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), a plataforma Agro Brasil + Sustentável (AB+S) tem despertado atenção do setor privado e da comunidade científica como uma ferramenta promissora para consolidar o Brasil como vitrine global da produção agropecuária sustentável. Para Paula Packer, chefe-geral da Embrapa Meio Ambiente, a plataforma tem o potencial de aproximar o que é feito nas fazendas do conhecimento gerado na academia — um elo ainda frágil, mas essencial para enfrentar os desafios climáticos globais.

    “O Brasil precisa ajustar a conexão entre a fazenda e o que é feito na academia. A plataforma pode ser uma forma disso ser feito”, afirmou Packer durante o evento “Futuro Regenerativo: O Agro como Solução Climática”, promovido pelo Reset em 10 de abril. “É o momento de sentarmos, olharmos tudo que está sendo feito no país, dos cálculos às métricas. Elas não são jabuticabas, são aceitas internacionalmente, e servem para que o produtor quebre barreiras impostas ao Brasil.”

    Sobre o futuro regenerativo, houve várias discussões sobre as soluções desenhadas, explica a pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente. “A Plataforma Agro Brasil mais Sustentável surge como uma iniciativa estratégica para integrar e dar visibilidade às ações sustentáveis do agronegócio brasileiro, conectando produtores, empresas, instituições de pesquisa e políticas públicas”, acredita Packer.

    “Nesse contexto”, disse ela, “o Plano ABC+ (2020-2030) se destaca como um dos pilares centrais da plataforma, ao promover tecnologias e práticas de baixa emissão de carbono na agricultura. Com foco em mitigação e adaptação às mudanças do clima, o plano fortalece a resiliência dos sistemas produtivos e a recuperação de áreas degradadas, contribuindo para a segurança alimentar, a conservação ambiental e o cumprimento dos compromissos climáticos do Brasil”.

    Criada com o objetivo de consolidar e dar visibilidade a boas práticas ambientais já adotadas por muitos produtores rurais, a AB+S começa a ser vista como uma ponte entre o campo e os mercados mais exigentes — inclusive no acesso a crédito com juros reduzidos. Propriedades que demonstram práticas sustentáveis, como o uso de fixação biológica do nitrogênio e manejo de gado com menor pegada de carbono, já podem, por exemplo, pleitear redução de 0,5% na taxa de juros no crédito de custeio do Plano Safra.

    Segundo Ketlin Sfair, gerente do Banco do Brasil, o maior financiador do setor, é fundamental que bancos tenham dados confiáveis para validar a adoção dessas práticas, o que só é possível com tecnologia e monitoramento eficiente — exatamente o que a AB+S propõe.

    A plataforma é gratuita, voluntária e voltada diretamente ao produtor rural, integrando dados de diversos órgãos públicos e também do setor privado. Atualmente, já reúne informações do Cadastro Ambiental Rural (CAR), Ibama, ICMBio, Prodes, entre outros, formando um painel socioambiental do estabelecimento rural.

    De acordo com Lara Souza, coordenadora da iniciativa no Mapa, a proposta é evoluir para um repositório único de práticas sustentáveis, reconhecido também internacionalmente. “É uma grande vitrine da produção agropecuária nacional”, diz Souza. “Empresas de certificação, operadores e comercializadores podem ser leitores e também fornecedores de dados da plataforma. Assim, conseguimos alinhar os incentivos e dar segurança a quem financia ou consome o agro brasileiro”.

    Além de ajudar na capitalização de práticas sustentáveis no Brasil, a plataforma avança para atender exigências globais como a nova legislação da União Europeia para produtos livres de desmatamento, a EUDR. A expectativa é que ainda neste semestre a AB+S disponibilize funcionalidades para que produtores de soja, carne bovina, café e outras culturas reguladas pela EUDR consigam comprovar conformidade ambiental exigida pelo bloco europeu. Soluções similares para os mercados dos Estados Unidos e China também estão sendo desenvolvidas.

    No entanto, como destacou a pesquisadora Paula Packer, esse reconhecimento depende da harmonização de metodologias e métricas já existentes no país — muitas delas, validadas pela ciência brasileira, mas ainda pouco integradas às ferramentas de gestão da produção agropecuária. “Temos métodos aceitos lá fora. Falta consolidar isso num sistema que funcione para todos: do pequeno produtor ao exportador.”

    O avanço da plataforma também passa por desafios técnicos, como a adequação das medições de carbono ao clima tropical. Segundo Carlos Cerri, diretor da CCarbon da USP, os métodos atuais foram desenvolvidos para climas temperados e analisam apenas os 30 cm superiores do solo. No Brasil, para medir corretamente a quantidade de carbono estocado, seria necessário estender essa profundidade para até um metro.

    “Ainda não encontramos um meio termo entre simplificar as avaliações e manter a qualidade da informação”, afirmou Cerri. A busca por soluções mais acessíveis e precisas está no radar da equipe técnica da plataforma, que trabalha com apoio de diferentes ministérios e instituições de pesquisa.

    Apesar de ainda estar em fase inicial, a AB+S já representa um passo estratégico rumo a um agro mais transparente, rastreável e valorizado. Para Paula Packer, a iniciativa pode ajudar o Brasil a superar barreiras comerciais e reforçar sua posição como protagonista global na agenda climática e sustentável.

    “É hora de parar, olhar tudo que já temos feito e integrar esforços. O produtor rural brasileiro já contribui muito para a sustentabilidade – falta mostrar isso ao mundo, com base científica e reconhecimento justo”, destaca Paker.

  • Preços do boi gordo e da carne seguem firmes em abril, impulsionados por exportações e demanda interna

    Preços do boi gordo e da carne seguem firmes em abril, impulsionados por exportações e demanda interna

    O mercado da pecuária bovina vem registrando valores sustentados ao longo de abril, tanto para o boi gordo quanto para a carne bovina. Segundo análises diárias do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), a firmeza nas cotações é resultado da combinação entre exportações robustas e demanda interna ligeiramente acima da oferta nas principais regiões produtoras do país.

    O Indicador do boi gordo CEPEA/ESALQ acumula alta de cerca de 2,5% no mês, passando de aproximadamente R$ 320 por arroba no final de março para R$ 327 nesta semana. A valorização também é sentida no mercado atacadista da Grande São Paulo, onde a carcaça casada bovina tem operado com preços ao redor de R$ 23/kg à vista, o que representa um aumento de 5,5% na parcial de abril.

    A movimentação positiva se estende ao segmento de reposição, com destaque para a demanda por bezerros, que também apresenta aquecimento. Esse cenário sinaliza uma retomada de otimismo entre os pecuaristas, com estímulo à recria e engorda diante da melhoria nas margens.

    O desempenho do setor no mercado externo e a estabilidade nos estoques devem seguir influenciando o comportamento dos preços nas próximas semanas, mantendo o setor pecuário em atenção ao equilíbrio entre oferta, demanda e ritmo das exportações.

  • Clima preocupa cafeicultores às vésperas da colheita da safra 2025/26

    Clima preocupa cafeicultores às vésperas da colheita da safra 2025/26

    Com a colheita da safra 2025/26 se aproximando, os produtores brasileiros de café voltam suas atenções para o comportamento do clima. De acordo com pesquisadores do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), as chuvas nesta fase final de desenvolvimento dos grãos são determinantes para garantir qualidade e bom enchimento dos frutos.

    Informações coletadas pelo Centro de Pesquisas apontam que muitos grãos ainda não atingiram o tamanho ideal. A expectativa era de que esta temporada apresentasse um maior percentual de cafés com peneira 17/18 – que corresponde aos grãos maiores e mais valorizados no mercado –, mas essa previsão pode não se concretizar caso o regime de chuvas não colabore nas próximas semanas.

    Em Minas Gerais, maior produtor de arábica do país, a colheita está prevista para começar em meados de maio. Já no Espírito Santo, principal estado produtor de café robusta, os primeiros volumes começaram a ser colhidos, ainda que de forma tímida. A expectativa é de que o ritmo se intensifique a partir do final de abril.

    A situação climática nas próximas semanas será crucial para o desfecho desta safra, especialmente no que diz respeito à qualidade e ao rendimento dos grãos. A colheita em condições ideais pode significar melhores preços e maior competitividade no mercado internacional, do qual o Brasil é líder.

  • Exportações da piscicultura brasileira batem novos recordes

    Exportações da piscicultura brasileira batem novos recordes

    As exportações brasileiras de peixe no primeiro trimestre de 2025 foram as maiores dos últimos anos. O volume exportado foi de mais de 3.900 toneladas, aumento de 89% com relação ao mesmo período do ano passado. Em faturamento, houve crescimento ainda maior: de 112%, chegando a mais de US$ 18,5 milhões. Esses são alguns dos dados do Informativo Comércio Exterior da Piscicultura, publicado a cada três meses pela Embrapa Pesca e Aquicultura em parceria com a Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR).

    Como era de se esperar, a tilápia permanece a principal espécie exportada. Entre janeiro e março, foram praticamente US$ 17 milhões de faturamento, que significaram 92% do total. Na sequência, mas bem abaixo, estiveram curimatá e tambaqui (com 3% cada) e pacu (com 2% do faturamento total no período). Também como vem sendo nas últimas análises trimestrais, os Estados Unidos foram o principal importador da piscicultura nacional, responsáveis por mais de US$ 16,3 milhões ou 88% do total no primeiro trimestre deste ano. Com 7%, o Peru foi o segundo colocado.

    São cinco as categorias de produtos de tilápia exportados: o filé, tanto congelado como fresco ou refrigerado; o peixe inteiro, também tanto congelado como fresco ou refrigerado; e subprodutos impróprios para alimentação humana. À exceção da tilápia congelada, as demais categorias apresentaram queda de preço médio comparando-se os primeiros trimestres do ano passado com este ano. A principal categoria exportada pelo país, que é o filé de tilápia fresco ou refrigerado, teve 7% de queda, passando de US$ 7,57 para US$ 7,07 o kg.

    “É possível que essa queda nos preços dos produtos de tilápia no primeiro trimestre de 2025 seja reflexo de uma acomodação do mercado norte-americano, após sucessivas altas nos preços ao longo de 2024. Esse aumento dos preços no ano passado pode ter tido um impacto na redução na demanda junto aos consumidores, o que pode ter levado a essa queda nos preços”, explica Manoel Pedroza, pesquisador da Embrapa Pesca e Aquicultura na área de economia.

    Crescimento consistente

    As exportações brasileiras da piscicultura têm crescido de maneira consistente nos últimos anos. Fazendo o recorte apenas para a tilápia, os Estados Unidos, no primeiro trimestre de 2025, foram o principal destino, com 95% da movimentação, num total de mais de US$ 16,2 milhões. E, analisando-se as importações de tilápia pelos Estados Unidos, percebe-se que o Brasil foi o terceiro maior fornecedor nos dois primeiros meses deste ano; em janeiro e fevereiro de 2024, o país era o quinto maior fornecedor. Foram mais de 2.400 toneladas, ficando atrás apenas de Taiwan, com mais de 2.800 toneladas, e da China, com mais de 32.500 toneladas exportadas para os Estados Unidos em janeiro e fevereiro deste ano.

    Manoel contextualiza esse mercado: “o crescimento das exportações de tilápia brasileira para os Estados Unidos tem relação direta com o aumento da produção desta espécie no Brasil e a busca por novos mercados. O Brasil exportou apenas 3% das 662 mil toneladas de tilápia produzidas no país em 2024. Com o aumento da produção, o mercado local passou a apresentar sinais de saturação na demanda de tilápia, resultando numa queda nos preços no mercado interno em 2024, tornando a exportação mais atrativa”. Ele acrescenta que “o setor privado é o grande responsável pelo aumento das exportações de tilápia do Brasil, porém algumas instituições, como a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), o Ministério da Agricultura e Pecuária e a Embrapa, têm colaborado com diversas ações de apoio”.

    A expectativa é de continuidade no crescimento das exportações brasileiras da piscicultura, sobretudo de tilápia. De acordo com o pesquisador da Embrapa, “o aumento das tarifas de importação que os Estados Unidos impuseram à tilápia vinda da China pode oferecer uma oportunidade para os exportadores brasileiros, porém ainda existem incertezas quanto à manutenção dessas tarifas no longo prazo e também é importante destacar que outros países exportadores (em particular da Ásia) são fortes concorrentes nesse mercado”. Manoel finaliza afirmando que “os produtores brasileiros têm buscado novos mercados além dos Estados Unidos (por exemplo, o Canadá e países da América do Sul) e também têm tentado diversificar as espécies a partir do embarque de peixes nativos, como tambaqui e curimatá”.

  • Carne suína ganha competitividade frente à bovina e ao frango, aponta Cepea

    Carne suína ganha competitividade frente à bovina e ao frango, aponta Cepea

    A carne suína tem se destacado no mercado nacional ao apresentar maior competitividade em relação às suas principais concorrentes: a bovina e a de frango. Levantamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) mostra que, de março para abril, os preços da carcaça especial suína recuaram, enquanto os valores do frango inteiro congelado e da carcaça casada bovina seguiram em alta.

    Essa movimentação reforça o posicionamento da carne suína como uma alternativa mais acessível ao consumidor, especialmente em momentos de aperto no orçamento doméstico. Ainda assim, o início de abril foi marcado por uma desaceleração nas vendas do produto suíno, comportamento considerado atípico para esta época do ano.

    Com o enfraquecimento na demanda interna, a indústria precisou reagir rapidamente. Segundo analistas do Cepea, os preços foram ajustados para baixo como forma de evitar o acúmulo de estoques, estratégia comum quando o escoamento da produção perde ritmo.

    Apesar do recuo nos preços e do movimento mais lento no varejo, o cenário reforça a atratividade da carne suína no ponto de venda, o que pode impulsionar as vendas nos próximos dias, especialmente se os preços das carnes bovina e de frango seguirem em alta.

  • Custo de produção da soja sobe em Mato Grosso e produtores recorrem ao barter para garantir insumos

    Custo de produção da soja sobe em Mato Grosso e produtores recorrem ao barter para garantir insumos

    O custo de produção da soja em Mato Grosso para a safra 2025/26 apresentou aumento, segundo levantamento do projeto CPA-MT. A estimativa de março de 2025 aponta um custo de R$ 4.118,61 por hectare, valor 3,75% maior que o registrado na safra anterior. A alta é atribuída à valorização dos preços dos insumos, cenário que tem impactado diretamente o planejamento financeiro dos sojicultores.

    Diante da necessidade de aquisição antecipada de fertilizantes e defensivos agrícolas, muitos produtores optaram pela relação de troca, conhecida como barter, uma prática comum no setor, em que o agricultor troca parte de sua futura produção por insumos.

    Em março, os dados indicam que, para adquirir uma tonelada de Super Simples (SSP), o produtor precisou comprometer 24,98 sacas de soja. Já no caso do MAP (fosfato monoamônico), o volume necessário foi ainda maior, com 45,26 sacas de soja por tonelada de produto.

    A estratégia de barter tem se consolidado como uma alternativa para garantir o fornecimento de insumos essenciais mesmo diante de oscilações do mercado e limitações de crédito. No entanto, especialistas alertam que o modelo exige planejamento criterioso, já que envolve riscos relacionados à produtividade e à cotação da soja no momento da colheita.

    Com o aumento dos custos e a complexidade crescente na gestão agrícola, o uso de ferramentas financeiras e técnicas de negociação está cada vez mais presente na rotina dos produtores rurais de Mato Grosso.

  • Mapa destaca trabalho para ampliação de mercados e oportunidades para o Brasil no cenário internacional

    Mapa destaca trabalho para ampliação de mercados e oportunidades para o Brasil no cenário internacional

    O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) promoveu, nesta terça-feira (22), um encontro com profissionais da imprensa na sede do Mapa, com o objetivo de apresentar o cenário internacional do agronegócio brasileiro e as estratégias de promoção comercial de produtos do agro. A reunião foi conduzida pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, que detalhou as ações que têm sido realizadas para ampliar o acesso dos produtos agropecuários brasileiros aos mercados globais.

    Na ocasião, Rua destacou que, na gestão do ministro Carlos Fávaro, ocorreram, até o momento, mais de 100 ampliações de mercados para produtos agropecuários brasileiros, além de 349 novas aberturas de mercado. “As ampliações de mercado têm um impacto muito importante e são eventualmente tão relevantes como as aberturas que temos feito”, afirmou o secretário.

    Desde o início do mandato do Ministro Carlos Fávaro no MAPA, ocorreram novas habilitações de frigoríficos para a China, além de pré-listings para mercados como Filipinas, Chile, Cuba e Singapura, entre outras ampliações. Rua destacou que, com os pré-listings, já começaram a ser observados resultados práticos no comércio internacional de alguns produtos. Um exemplo claro disso é que as Filipinas se tornaram o principal mercado de exportação da carne de porco brasileira. Além disso, importantes reduções tarifárias acontecerem, como é o caso do suco de laranja para a Coreia do Sul.

    Durante o evento, o secretário Luís Rua apresentou o Pool de Tradings, uma iniciativa estratégica para diversificar os produtos e ampliar as oportunidades de exportação do agronegócio brasileiro. O objetivo é promover um ambiente colaborativo entre o governo, produtores e as tradings, facilitando o acesso a novos mercados internacionais. Por meio de reuniões e encontros, o Mapa se coloca como facilitador no processo, ajudando a estruturar canais de comercialização e conexões que impulsionam a presença do Brasil no mercado global.

    Já a plataforma ConectAgro, lançada recentemente, visa fortalecer o fluxo de informações entre produtores brasileiros e mercados internacionais, proporcionando dados atualizados sobre perfis tarifários, intercâmbio comercial, feiras e eventos.

    Além disso, apresentou a ferramenta AgroInsight, que gera 76 relatórios mensais com análises detalhadas sobre oportunidades de produtos de origem animal e vegetal, visa contribuir nas decisões estratégicas dos exportadores e também alertar para possíveis novos mercados. A partir da análise de 40 adidos agrícolas do Mapa, espalhados pelo mundo, esses relatórios fornecem dados cruciais que já estão disponíveis ao público e, em breve, estarão reunidos em um banco de dados acessível, oferecendo insights profundos sobre as tendências do comércio e as oportunidades emergentes para produtos específicos.

    O secretário Luís Rua também apresentou o Passaporte Agro e as Caravanas do Agro Exportador, duas iniciativas para promover a exportação de produtos brasileiros. O Passaporte Agro oferece aos produtores informações como requisitos sanitários e fitossanitários, perfil tarifário, procedimentos de registro e contatos de importadores, tudo para facilitar o acesso aos mercados internacionais. Já as Caravanas do Agro têm sido essenciais para expandir a cultura exportadora no Brasil. Este ano, já foram realizadas sete caravanas, e outras 21 estão programadas. Essas ações incluem desde orientações sobre questões sanitárias até estratégias financeiras, com o objetivo de interiorizar o conhecimento sobre as oportunidades de exportação.

    Ao longo da atual gestão, o Mapa realizou mais de 90 missões internacionais, com participação em feiras, eventos e encontros estratégicos que fortalecem a inserção do Brasil no comércio global.

    Essas missões têm sido uma ferramenta fundamental para ampliar as oportunidades para os produtos brasileiros e consolidar a presença do país nos mercados internacionais.

    Em resumo, para além de abrir portas, o MAPA está apoiando para que os produtores e exportadores atravessem essas portas.

    Essas iniciativas se somam a outras relevantes já consolidadas da ApexBrasil, do MRE e do MDIC.

    O encontro contou ainda com a participação do secretário adjunto da SCRI, Marcel Moreira; da diretora do Departamento de Negociações e Análises Comerciais, Ana Lúcia Gomes; da diretora do Departamento de Promoção Comercial e Investimentos, Ângela Peres; e da coordenadora-geral de Gestão dos Adidos Agrícolas, Carolina de Sá.

     

  • MT Horticultura inicia a distribuição de mudas de abacaxizeiros

    MT Horticultura inicia a distribuição de mudas de abacaxizeiros

    O projeto de extensão MT Horticultura, da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), câmpus Tangará da Serra, realizou na última semana a distribuição de mudas de abacaxizeiros para produtores locais. Só nesse dia, foram mais de 3.400 mudas entregues. Nos próximos meses, mais de um milhão de mudas serão distribuídas em todo o Brasil.

    A entrega das mudas acontece de graça, por meio do Laboratório de Micropropagação. O programa de melhoramento do abacaxizeiro teve início em 2012 e, no último ano, realizou o lançamento comercial das cultivares Unemat Esmeralda e Unemat Rubi, durante o 7º Simpósio Brasileiro do Abacaxizeiro.

    Mais renda ao produtor local

    Os agricultores beneficiados já fazem o cultivo de abacaxizeiros. Com a adesão das novas cultivares, eles poderão a aumentar a sua renda, devido à diminuição no custo da produção. “As mudas são matrizeiras, então os produtores deverão plantar, cuidar e multiplicar, para depois fazerem o plantio comercial. Eles não terão gastos com fungicidas para o controle de fusariose, pois essas cultivares foram criadas para serem resistentes a doença”, destaca o coordenador do projeto, Willian Krause.

    Um dos agricultores atendidos pelo projeto, Gabriel Morandi, destaca a importância do melhoramento das culturas para os produtores. “A gente está sempre em busca de melhorar a produção e a qualidade dos nossos produtos. Essas cultivares, por serem resistentes e sem espinhos, ajudam bastante no manejo, além dos frutos terem mais qualidade”, aponta Morandi.

    Novas cultivares

    Com essas novas variantes, a Unemat se torna a terceira instituição brasileira a lançar cultivares de abacaxi. O coordenador do projeto, Willian Krause, destaca que “isso mostra a relevância da instituição no cenário científico nacional, tornando-se referência no melhoramento genético da fruticultura”, reforça.

    A pesquisadora, Dayane Castro, que participou das etapas finais do processo de melhoria, fala sobre a gratificação em ver o interesse dos produtores pelas cultivares. “Foram anos de estudo e pesquisa para chegar a esses resultados. É um sentimento de realização, porque a gente leva a Universidade para a comunidade, mostrando o resultado das pesquisas realizadas”, destaca Castro.

    O MT Horticultura está realizando a multiplicação e distribuição das mudas por meio de uma parceria com a Prefeitura Municipal de Tangará da Serra. O secretário de agricultura do município, Alceu Grapeggia, destaca a importância da parceria para o desenvolvimento da agricultura local. “As expectativas são muito grandes. É uma parceria de muita importância para o município e para o desenvolvimento das pequenas propriedades. Com certeza, logo, logo todos os produtores de abacaxi irão aderir a essas novas cultivares. Agradecemos muito a parceria com a Unemat e o empenho de toda a equipe”, aponta Grapeggia.

  • Frete de grãos sobe em Mato Grosso com alta na demanda e menos caminhões disponíveis

    Frete de grãos sobe em Mato Grosso com alta na demanda e menos caminhões disponíveis

    Os fretes rodoviários para o transporte de grãos tiveram aumento em diversas regiões de Mato Grosso, reflexo do maior volume embarcado frente à baixa disponibilidade de caminhões. A relação entre oferta e demanda elevou os custos logísticos, especialmente em importantes rotas do estado.

    De acordo com levantamento recente, o trajeto com origem em Canarana (MT) e destino ao porto de Barcarena (PA) apresentou cotação média de R$ 436,52 por tonelada, representando um aumento de 3,32% em relação ao período anterior. Já o trecho entre Campo Novo do Parecis (MT) e Rondonópolis (MT) teve alta ainda maior, com preço médio de R$ 166,61 por tonelada, uma elevação de 4,13%.

    O cenário reforça os impactos logísticos típicos do pico da colheita, quando há pressão por escoamento da produção e a frota disponível nem sempre acompanha o ritmo das lavouras.

  • Famato sedia reunião mensal do Fórum Agro MT e da Frente Parlamentar da Agropecuária

    Famato sedia reunião mensal do Fórum Agro MT e da Frente Parlamentar da Agropecuária

    Os membros do Fórum Agro MT — composto pelas entidades Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Organização das Cooperativas Brasileiras de Mato Grosso (OCB/MT), Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa), Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Associação dos Produtores de Sementes de Mato Grosso (Aprosmat) e Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat) — reuniram-se na manhã desta terça-feira (22/04), na sala de reuniões da presidência da Famato, para tratar de pautas estratégicas relacionadas ao setor produtivo rural do estado.

    A reunião mensal foi marcada por discussões sobre a regularização fundiária em faixa de fronteira, transferência de gado interestadual e aprovação da prestação de contas do exercício de 2024, aprovada por unanimidade pelos membros presentes.

    Representando a Famato, participaram o presidente Vilmondes Tomain, os diretores Robson Marques (Administrativo e Financeiro) e Ronaldo Vinha (Relações Institucionais), além dos superintendentes Cleiton Gauer (Famato/Imea/AgriHub) e Marcelo Lupatini (Senar-MT), e do gestor jurídico Rodrigo Bressane.

    Um dos principais pontos debatidos foi a obrigatoriedade da ratificação dos títulos de propriedade rural situados na faixa de fronteira, conforme estabelece a Lei nº 13.178/2015. A faixa de fronteira compreende uma área de até 150 km de largura ao longo da linha de fronteira terrestre do Brasil. De acordo com a legislação, os registros imobiliários de imóveis titulados pelo Estado de Mato Grosso — especialmente os expedidos pelo Instituto de Terras de Mato Grosso (Intermat) — devem ser ratificados para manter sua validade jurídica.

    “Nosso objetivo é conscientizar os produtores sobre essa necessidade, para que realizem o procedimento de ratificação. Caso contrário, o registro da terra voltará a ser propriedade da União, criando mais problemas para o produtor. É importante ressaltar que há um prazo legal para a ratificação das áreas acima de 15 módulos fiscais, que vai até outubro de 2025”, destacou o presidente da Famato, Vilmondes Tomain.

    Outro tema discutido foi a transferência de gado entre estados sob o mesmo CPF, uma demanda que tem gerado dúvidas entre os produtores e que precisa de maior clareza e regulamentação, a fim de evitar entraves logísticos e fiscais no setor pecuário.

    FPA – Na sequência da reunião do Fórum, foi realizada a reunião da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), que contou com a presença do governador Mauro Mendes, de deputados estaduais — entre eles Carlos Avallone, Dilmar Dal’Bosco, Diego Guimarães, Thiago Silva, Gilberto Cattani, Valmir Moretto, Nininho e Wilson Santos —, além de lideranças como Silvio Rangel (presidente da Fiemt) e José Wenceslau de Souza Júnior (presidente da Fecomércio-MT). O secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado, César Miranda, também participou.

    A principal pauta foi a apresentação do projeto “Custo Mato Grosso”, estudo desenvolvido pelo Movimento Mato Grosso Competitivo (MMTC), que adapta a metodologia do “Custo Brasil” para a realidade mato-grossense. O levantamento considera indicadores de 12 áreas-chave que impactam a competitividade das empresas locais, com o objetivo de subsidiar o Estado com dados estratégicos e auxiliar na formulação de políticas públicas voltadas à melhoria do ambiente de negócios.

    “O projeto busca mapear gargalos que impactam diretamente na atração de investimentos, no custo de operação das empresas e na criação de oportunidades de desenvolvimento para Mato Grosso”, explicou o presidente Silvio Rangel.

    Durante a reunião, o governador Mauro Mendes destacou a importância do estudo para embasar políticas públicas e fortalecer a competitividade do estado.

    “Como governo, temos o compromisso de trabalhar com base em dados concretos. Esse estudo ‘Custo Mato Grosso’, que traz indicadores de 12 áreas estratégicas, nos ajuda a identificar com precisão onde estão os gargalos e, principalmente, onde podemos agir com mais eficiência para melhorar o ambiente de negócios. Mato Grosso é um estado que já se destaca no cenário nacional pela força do agronegócio, da indústria e do comércio. Mas sabemos que ainda temos muitos desafios, e só com diálogo, cooperação entre os poderes e escuta ativa da iniciativa privada é que vamos avançar de forma sustentável”, disse Mauro Mendes.