Tag: Agro

  • Valor Bruto da Produção dos Cafés do Brasil estimado para o ano-cafeeiro de 2025 atinge R$ 125,70 bilhões

    Valor Bruto da Produção dos Cafés do Brasil estimado para o ano-cafeeiro de 2025 atinge R$ 125,70 bilhões

    O faturamento bruto dos Cafés do Brasil estimado para o corrente ano-cafeeiro de 2025, tendo como base os preços médios recebidos pelos produtores no período de janeiro a março de deste ano, deverá atingir a cifra total de R$ 125,70 bilhões. Tal valor representa um expressivo acréscimo de 57%, na comparação com o ano anterior de 2024, o qual registrou uma receita bruta de R$ 80,07 bilhões. Para tanto, o total previsto para 2025 considera R$ 86,52 bilhões calculados para a espécie de Coffea arabica (café arábica), que equivalem a 71,2% da cifra total estimada, e, adicionalmente, R$ 36,18 bilhões que foram estimados para a espécie de Coffea canephora (robusta+conilon), receita que corresponderá a 28,8% do total geral em nível nacional.

    Como os Cafés do Brasil são produzidos em vinte estados da Federação, incluindo o Distrito Federal, com abrangência nas cinco regiões geográficas brasileiras, vale demonstrar um ranking do faturamento bruto dos seis maiores estados produtores de café no País, considerando no caso específico o total das receitas estimadas para as espécies C. arabica e C. canephora (R$ 125,70 bilhões).

    Dessa forma, verifica-se que o estado de Minas Gerais, que é o maior produtor de café do nosso País e responsável por metade da produção nacional, teve o seu faturamento bruto da cafeicultura estimado, para o ano-cafeeiro de 2025, em R$ 62,93 bilhões, cifra que equivale a 50,06% do total geral. Na segunda colocação, destaca-se o Espírito Santo, cuja receita apurada foi de R$ 30,88 bilhões, montante que representa 24,57% do mesmo total.

    Dando continuidade, na terceira posição desse ranking figura o estado de São Paulo, com faturamento estimado em R$ 12,26 bilhões (9,75%), o qual vem seguido pela Bahia, em quarto, com R$ 9,81 bilhões (7,8%). Na quinta posição, destaca-se Rondônia, com R$ 5,94 bilhões (4,73%), e, na sexta colocação, vem o estado do Paraná, com R$ 1,78 bilhão, faturamento que equivale a 1,42% do total estimado em nível nacional. Demais estados produtores completam os 100% do faturamento bruto previsto para os Cafés do Brasil em 2024. Vale destacar que tais cifras, caso sejam confirmadas, representará, em todos os estados citados, o maior valor já arrecadado com a produção de café em um único ano.

    Cabe esclarecer que o Valor Bruto da Produção – VBP dos Cafés do Brasil é calculado e divulgado mensalmente no âmbito da Secretaria de Política Agrícola – SPA, do Ministério da Agricultura e Pecuária – MAPA. Tal estudo do setor cafeeiro também está disponível na íntegra, assim como todas as demais edições anteriores, no Observatório do Café do Consórcio Pesquisa Café, rede integrada de pesquisa coordenada pela Embrapa Café.

    Referida análise tem como referência dados do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola – LSPA, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, e, no caso em tela dos Cafés do Brasil, para fins de cálculos e estimativas, teve como base os preços médios recebidos pelos produtores, de janeiro a março de 2025, do café arábica tipo 6, bebida dura para melhor, e do café robusta tipo 6, peneira 13 acima, com 86 defeitos.

    Complementando esta análise, vale também destacar o ranking em ordem decrescente do faturamento bruto da produção dos Cafés do Brasil das cinco geográficas brasileiras. Assim, verifica-se que a Região Sudeste se desponta em primeiríssimo lugar com a receita bruta estima em R$ 106,90 bilhões, a qual equivale a 85,04% do total nacional.

    Na segunda posição, vem a Região Nordeste, cujo VBP foi calculado em R$ 9,85 bilhões, cifra que corresponde a 7,83%. E, na terceira posição, figura a Região Norte, com faturamento de R$ 6,13 bilhões (4,88%), seguida da Região Sul, na quarta colocação, com R$ 1,78 bilhão (1,42%), e, por fim, vem a Região Centro-Oeste que teve seu faturamento bruto calculado em R$ 1,03 bilhão, valor que representa menos de 1% do total estimado em nível nacional para o ano-cafeeiro de 2025.

  • Preços da laranja caem no mercado de mesa

    Preços da laranja caem no mercado de mesa

    Levantamentos do Cepea mostram que os preços da laranja vêm caindo. Segundo o Centro de Pesquisas, a pressão vem da maior presença de frutas do grupo de precoces no mercado doméstico (in natura), o que tem ampliado a disponibilidade de laranja neste período tipicamente marcado pela baixa oferta.

    A média da hamlin, principal cultivar do grupo das precoces, passou de R$ 81,76/caixa de 40,8 kg na semana passada para R$ 79,50/cx nesta (de 22 a 24 de abril), retração de 2,78%, conforme levantamento do Cepea. A westing, também do grupo das precoces, é comercializada na parcial desta semana à média de R$ 76,75/cx, desvalorização de 4,66% em igual comparativo.

    Para maio, o Centro de Pesquisas aponta uma intensificação da tendência do movimento de queda, tendo em vista a possibilidade da maior presença das laranjas precoces e também das tangerinas no mercado in natura. Do lado da demanda, o clima ameno tem limitado o consumo da fruta, contexto que reforça as desvalorizações.

  • Média do frango vivo é a maior desde ago/22

    Média do frango vivo é a maior desde ago/22

    Pesquisas do Cepea mostram que o preço médio do frango vivo nesta parcial de abril, de R$ 6,15/kg, está no maior patamar desde agosto/22, em termos reais (valores deflacionados pelo IGP-DI de março/25). No mês, a alta acumulada é de expressivos 11%.

    Segundo o Centro de Pesquisas, o cenário de demanda (interna e externa) aquecida tem sustentado a valorização do animal. Além disso, os patamares elevados do milho, mesmo com os recentes recuos, pressionam agentes a repassar parte do aumento nos custos de produção aos preços do vivo.

    A forte alta nas cotações do frango combinada às desvalorizações dos principais insumos da atividade avícola (milho e farelo de soja) impulsionaram o poder de compra do avicultor paulista frente a esses componentes em abril pelo segundo mês consecutivo, ainda conforme levantamentos do Cepea.

  • Exportação de carne bovina do Brasil mira novo recorde em abril de 2025

    Exportação de carne bovina do Brasil mira novo recorde em abril de 2025

    A exportação de carne bovina do Brasil deve alcançar um novo recorde para um mês de abril de 2025, segundo os dados parciais até a terceira semana do mês.

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  • Aprosoja MT critica Moratória da Soja e defende a livre iniciativa dos produtores rurais em audiência pública no Senado

    Aprosoja MT critica Moratória da Soja e defende a livre iniciativa dos produtores rurais em audiência pública no Senado

    Nesta quarta-feira (23.04), a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja MT) destacou os impactos econômicos, sociais e jurídicos da Moratória da Soja durante audiência pública realizada no Senado Federal, em Brasília (DF). A audiência foi convocada pelo senador Wellington Fagundes (PL/MT) na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) do Senado Federal, em resposta à recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de suspender a Lei nº 12.709/2024, do Estado de Mato Grosso, que buscava retirar incentivos fiscais das empresas signatárias ao acordo.

    Durante seu pronunciamento no segundo bloco da audiência, o presidente da Aprosoja MT e vice-presidente da Aprosoja Brasil, Lucas Costa Beber, afirmou que a Moratória da Soja é uma medida ultrapassada e injusta, que compromete a soberania do país e impede o produtor de exercer a livre iniciativa, mesmo quando cumpre todas as exigências legais. Ele também lembrou da mobilização realizada por mais de 100 prefeitos e 120 câmaras municipais que se manifestaram contra a moratória, reforçando que este acordo privado prejudica o desenvolvimento econômico e social dos pequenos produtores e dos municípios do estado de Mato Grosso.

    “A proposta que a ABIOVE falava lá atrás são os tais dos polígonos, que nós também não aceitamos, porque sobrepõe a nossa legislação. Deixo claro aqui que a ABIOVE e a ANEC alegam a livre iniciativa e eu alego para eles ferem a livre iniciativa dos produtores, porque eles não têm a opção de escolher a cultura mais rentável. Quem desmatou, mesmo que legalmente, após 2008, que estava usando áreas para pecuária, hoje se quer pode ingressar na soja, pois não tem como vender, já que as empresas signatárias da Moratória correspondem a mais de 94% do mercado comprador de soja aqui do nosso país”, destaca.

    A Aprosoja MT reforçou, durante a audiência, que os produtores brasileiros já atendem à legislação ambiental mais rigorosa do mundo e que qualquer medida adicional imposta fora da legislação brasileira constitui uma violação da soberania nacional. A entidade citou exemplos de produtores que, mesmo tendo desmatado legalmente áreas autorizadas, estão sendo impedidos de comercializar sua produção de soja devido aos critérios arbitrários.

    “A Moratória é uma medida famigerada e vencida, porque foi feita em 2006 e em 2012 nós aprovamos o Código Florestal mais restritivo do mundo. Hoje nós temos que lembrar que há 30 milhões de pessoas que moram na Amazônia. Em medidas como a Lei Antidesmatamento Europeia e a Moratória parece que querem fazer uma cerca na Amazônia e retirar o direito a produzir, utilizar suas terras, respeitando esse Código Florestal”, declara.

    O presidente reforça que as pessoas que vivem na região não podem ser excluídas da atividade econômica por exigências externas que não dialogam com a legislação brasileira. Ele alertou que os efeitos colaterais da medida também atingem a indústria nacional. “A Moratória não só prejudica o bioma amazônico, como toda a indústria nacional, já que as máquinas agrícolas têm um valor muito maior que carros e outros bens de consumo, e são produzidas no sul e sudeste do nosso país, ou seja, a Moratória está tornando o Brasil mais pobre, está deixando o Estado de arrecadar e oferecer serviços públicos para toda a população”, salienta.

    O diretor executivo da Aprosoja Brasil, Fabrício Rosa, também a classificou como uma afronta à soberania brasileira e destaca os prejuízos econômicos que ela pode causar ao estado e aos municípios. “São R$ 20 bilhões em receita que deixam de ser geradas em função da Moratória, com impacto econômico e social para todos esses municípios. Mas nós sabemos muito bem que, numa matriz insumo e produto, nós não temos só o que é gerado dentro da propriedade, mas para cada R$ 1,00 que é investido dentro da propriedade, outros R$ 3,00 são gerados fora. Portanto, nós estamos falando de um impacto potencial de mais de R$ 60 bilhões, que deixam de ser gerados de receita no estado do Mato Grosso, em função desse impedimento causado pela moratória”, frisa.

    Além disso, o presidente da Aprosoja MT lembrou da recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que suspendeu a Lei nº 12.709/2024, aprovada em Mato Grosso, que previa a retirada de incentivos fiscais das empresas signatárias da moratória. “Nada impede essas empresas, que correspondem a 94% do mercado comprador de atenderem o mercado europeu exportando produtos provenientes das áreas desmatadas anterior a 2008, desde que eles façam todo o caminho logístico de rastreabilidade separado e passem os custos aos compradores. O que não é justo é eles penalizarem de forma organizada várias empresas, simplesmente restringindo a compra de todas as áreas desses produtores”, finalizou o presidente da Aprosoja MT e vice-presidente da Aprosoja Brasil, Lucas Costa Beber.

  • Audiência no Senado reacende debate sobre a Moratória da Soja e suspensão de lei estadual em MT

    Audiência no Senado reacende debate sobre a Moratória da Soja e suspensão de lei estadual em MT

    A Moratória da Soja e a recente suspensão da Lei nº 12.709/2024, do Estado de Mato Grosso, estiveram no centro das discussões durante audiência pública realizada nesta quarta-feira (23), no Senado Federal. Presidida pelo senador Wellington Fagundes (PL-MT), a sessão reuniu lideranças do setor agropecuário, parlamentares e representantes institucionais que denunciaram o impacto de medidas que, segundo eles, comprometem a segurança jurídica no campo, penalizam produtores e afrontam a soberania nacional.

    Em um dos discursos mais enfáticos, o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Vilmondes Tomain, defendeu os produtores mato-grossenses e o cumprimento do Código Florestal Brasileiro. Ele destacou que o Brasil possui uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo e que, mesmo assim, o setor produtivo tem sido alvo de políticas que restringem sua atuação, como é o caso da Moratória da Soja.

    “O produtor rural é o maior preservador do meio ambiente. Quase 40% da proteção ambiental de Mato Grosso está dentro de propriedades rurais. E ainda querem impor mais restrições a quem cumpre a lei? Isso é uma afronta ao Estado de Direito”, criticou Tomain, ao afirmar que a moratória fere o direito de comercialização de produtores legalmente amparados.

    A Moratória da Soja é um acordo voluntário firmado entre a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) e a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), que veta a compra de soja oriunda de áreas desmatadas no bioma Amazônia após julho de 2008 — ainda que o desmatamento tenha ocorrido dentro dos limites legais. Para os representantes do setor agropecuário, essa prática tem causado prejuízos a produtores que operam em conformidade com a legislação ambiental.

    Outro ponto de destaque na audiência foi a suspensão da Lei nº 12.709/2024 pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A norma estabelece critérios para a concessão de incentivos fiscais e cessão de terrenos públicos a empresas do setor agroindustrial em Mato Grosso. A suspensão da lei acendeu o alerta sobre a autonomia dos estados para implementar políticas de desenvolvimento regional.

    “O setor produtivo não pode ser penalizado por decisões unilaterais de grandes empresas. Os acordos firmados por essas companhias não podem ditar os rumos da economia de Mato Grosso”, argumentou o deputado estadual Gilberto Cattani, ao defender a legalidade da lei e sua importância para a geração de empregos e renda nos municípios mato-grossenses.

    O deputado Maxi Russi também se posicionou em defesa da norma estadual, ao afirmar que incentivos fiscais devem ser concedidos apenas a empresas que atuem dentro da legalidade. “Nosso estado não pode fornecer benefícios a quem não respeita a legislação ambiental ou trabalhista. Precisamos garantir segurança jurídica para quem quer produzir com responsabilidade”, reforçou.

    A audiência pública contou ainda com a presença do superintendente da Famato, Cleiton Gauer, do diretor da Associação Brasileira dos Produtores de Soja, Fabrício Rosa, além de deputados estaduais, federais, senadores e lideranças de outros estados brasileiros. Todos foram unânimes em ressaltar a importância de se proteger o direito de produzir, respeitando o meio ambiente e valorizando quem age dentro da lei.

    “O campo exige respeito. Respeito ao Código Florestal, à legalidade, à propriedade e ao produtor que alimenta o Brasil e o mundo com responsabilidade ambiental”, concluiu Fabrício Rosa.

  • Em alerta, Paraná se une contra o greening

    Em alerta, Paraná se une contra o greening

    Desde 2021, quando voltou a acometer os pomares paranaenses com maior incidência, o greening vem colocando o setor produtivo em estado de alerta. A doença, com potencial para dizimar plantas de citros, se alastrou por polos de cultivo de laranja, principalmente nas regiões Norte e Noroeste do Paraná. No entanto, a reação foi imediata. Produtores rurais, entidades, incluindo o Sistema FAEP, e o poder público se uniram para barrar o avanço do greening no Estado.

    Também conhecido como Huanglongbing (HLB), o greening é causado por uma bactéria, a Candidatus liberibacter. Ela é disseminada pelo psilídeo Diaphorina citri, um inseto milimétrico (mede entre dois e três milímetros), que se alimenta de brotos novos ou da parte de trás das folhas de plantas cítricas. Como é uma doença silenciosa e sem tratamento, quando os sintomas do greening se manifestam, com as folhas amareladas na copa das árvores e frutos manchados, a contaminação já está em um estado irreversível. As árvores deixam de produzir.

    “O greening é um problema que coloca em risco a citricultura do Paraná. Por isso, o Sistema FAEP, com outras entidades dos setores público e privado, tem trabalhado para combater a doença, auxiliando os produtores rurais com a orientação das medidas que precisam ser tomadas”, destaca o presidente interino do Sistema FAEP, Ágide Eduardo Meneguette.

    Desde o fim de dezembro de 2023, por decreto do governador Carlos Massa Junior, o Paraná está em estado de emergência fitossanitária, em razão da infestação por HLB. A medida contempla uma série de esforços conjuntos de monitoramento e controle da doença. Segundo o mapeamento da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) , o greening está presente em pomares de mais de 150 municípios paranaenses. Uma das preocupações é manter a praga restrita às regiões onde ela se encontra hoje e conter o avanço para outras áreas de produção.

    “A planta contaminada pode demorar um ano para começar a expressar os sintomas. Então, quando aparecem, já não há o que fazer”, diz Caroline Garbuio, responsável pelo Programa de Sanidade da Citricultura, da Adapar. “É preciso focar em métodos de controle, para evitar a disseminação da doença”, acrescenta.

    União

    No início deste ano, a Resolução 4 da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab) instituiu a Câmara Setorial da Cadeia da Citricultura do Paraná. Formado por entidades públicas como a Adapar e o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná) , além de empresas, associações, cooperativas, consultorias e instituições como o Sistema FAEP, o colegiado tem por objetivo monitorar e propor ações contra o greening em todo o Estado.

    “Houve uma integração entre produtores, fiscalização, prefeituras e técnicos, todos cooperando para que se avance no combate à doença”, diz a técnica Elisangeles Souza, do Departamento Técnico e Econômico (DTE) do Sistema FAEP. “Esse trabalho conjunto é fundamental. Qualquer ação isolada seria ineficaz. Todos precisamos estar em sincronia”, completa.

    As ações desenvolvidas estão alinhadas ao Programa Nacional de Prevenção e Controle do HLB, instituído pela Portaria 317/2021 do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) . Entre as medidas estabelecidas, está a eliminação das plantas hospedeiras com sintomas de greening, “mediante corte rente ao solo, com manejo para evitar brotações”.

    A erradicação é obrigatória a plantas de citros que tenham até oito anos. “Diante da emergência fitossanitária, com o objetivo de proteger as áreas de produção comercial, a Adapar vem erradicando todas as plantas hospedeiras de greening num raio de 4 km ao redor destas áreas. Reduzimos, assim, o inóculo da doença e a população do inseto vetor”, aponta Caroline. “Temos desenvolvido inúmeras ações junto a prefeituras e secretarias municipais de Agricultura, para tornar as ações mais efetivas”, ressalta.

    Tudo isso já vem provocando impacto positivo no campo. Foram promovidas operações denominadas Baixo Índice de Greening (BIG) Citrus em 24 municípios, nas regiões de Paranavaí, Maringá e Umuarama. Nessas ações, foram fiscalizados mais de 300 pomares comerciais e 376 domésticos. No total, 57,1 mil plantas foram erradicadas. Além disso, houve fiscalizações em 254 comerciantes de mudas cítricas.

    A expertise do Paraná também vai servir de exemplo a Santa Catarina e Rio Grande do Sul, Estados em que ainda não há registro do greening. As secretarias de Agricultura de lá solicitaram um intercâmbio técnico, por meio do qual vão enviar técnicos ao Paraná, para aprender com as políticas de combate e controle estabelecidas por aqui.

    “Ações são um caminho sem volta”, defende produtora

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    A família da engenheira agrônoma Marlene Fátima Calzavara é uma das pioneiras na citricultura do Paraná. O pai dela plantou os primeiros pés de laranja em 1991, dando início ao cultivo comercial da fruta, em Cruzeiro do Sul, no Noroeste do Paraná. Em 2006, ela assistiu à chegada do greening no Paraná. Inicialmente, a doença acometeu pomares em municípios vizinhos, até chegar à propriedade da família. “Foi difícil, mas com esforço coletivo todos fizemos o que precisava ser feito”, conta Marlene. A partir de 2021, no entanto, os produtores viram a ameaça voltar.

    “É muito grave. Chegamos a perceber revoadas de insetos nos pomares. Foi um desespero total”, diz Marlene, que também é instrutora de citricultura do Sistema FAEP há 18 anos e coordenadora da comissão de mulheres do Sindicato Rural de Paranavaí. “Nossa família tem acompanhado todo esse processo de combate e controle, que está sendo conduzido pela Adapar com as empresas e entidades”, enfatiza.

    Marlene avalia que as ações conjuntas têm obtido êxito em controlar o greening e em evitar o avanço da doença. Ela destaca a parceria com as prefeituras para a fiscalização e erradicação das plantas contaminadas, como forma de combater o HLB. Além disso, ela aponta o monitoramento do número de psilídeos nas propriedades e a adoção de técnicas de manejo, com pulverizações de inseticidas concentradas nas áreas contaminadas.

    “Nem nos meus melhores sonhos eu achei que fôssemos chegar a um patamar de combate [ao greening] em que estamos hoje, com todos unidos. As ações são um caminho sem volta”, ressalta. “Graças a esse trabalho de reação, estamos conseguindo respirar. Mas jamais vamos deixar de fazer o que está sendo feito, para conter o avanço da doença”, conclui.

    Folder leva informação a citricultores

    Para levar orientação aos produtores rurais, o Sistema FAEP e a Adapar produziram um material gráfico com informações técnicas relacionadas ao greening. Distribuído a citricultores, técnicos e servidores de prefeituras, a publicação ensina a identificar o psilídeo e a reconhecer os sintomas nas plantas infectadas. Intitulado “Todos contra o greening”, o folder também está disponível no site do Sistema FAEP.

    “A unificação de esforços entre todos os elos da cadeia proporciona resultados assertivos. No caso do combate ao greening, não é diferente. Nesse sentido, além de trabalhar em conjunto com outras entidades, o Sistema FAEP aposta na disseminação de informações qualificadas, por meio desse material gráfico”, exemplifica o presidente interino do Sistema FAEP, Ágide Eduardo Meneguette.

    O folder também elenca estratégicas de controle do HLB e uma lista de boas práticas, que ajudam a manter o greening longe dos pomares. Em outra seção, a publicação traz os endereços de Unidades Regionais de Sanidade (URS) da Adapar, que podem receber denúncias relacionadas à doença.

  • Mato Grosso mantém liderança na produção de etanol de milho e atinge novo recorde na safra 2024/25

    Mato Grosso mantém liderança na produção de etanol de milho e atinge novo recorde na safra 2024/25

    Mato Grosso reafirmou seu protagonismo no cenário nacional da bioenergia ao alcançar a marca de 6,70 bilhões de litros de etanol produzidos na safra 2024/25. O número considera o volume proveniente tanto da cana-de-açúcar quanto do milho, mas o grande destaque vai para este último.

    Segundo dados mais recentes, 5,62 bilhões de litros foram gerados pelas indústrias que utilizam cereais como matéria-prima, especialmente o milho, representando um salto de 23,77% na comparação com a safra anterior. O crescimento expressivo consolida Mato Grosso como o maior produtor de etanol de milho do Brasil, respondendo sozinho por 68,21% da produção nacional nessa categoria.

    O avanço reflete o fortalecimento do setor de biocombustíveis no estado, impulsionado por investimentos em tecnologia e pela capacidade de aproveitamento da safra recorde de grãos. A diversificação da matriz energética e a valorização do milho como insumo industrial vêm transformando a paisagem produtiva de Mato Grosso e ampliando seu peso estratégico nas discussões sobre sustentabilidade e segurança energética do país.

  • CNA debate potencial do agro em evento na China

    CNA debate potencial do agro em evento na China

    A diretora-adjunta de Relações Internacionais da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Fernanda Maciel, participou, na quarta (23), em Shangai (China), do Summit Valor Econômico Brazil-China 2025.

    O evento acontece de 23 a 25 de abril e é realizado pelo jornal Valor Econômico, em parceria com o Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI), e apoio do Sistema CNA/Senar, Apex Brasil e outras empresas e entidades do setor público e da iniciativa privada.

    Fernanda foi uma das expositoras no painel “O papel da China no crescimento do agronegócio brasileiro”, que abordou temas como o contexto atual e a relação sino-brasileira no setor e os desafios dos dois países para alimentar o mundo.

    A representante da CNA destacou o potencial de Brasil e China para ampliar a parceria no agronegócio e diversificar a pauta exportadora do setor para o país asiático, que hoje é o principal mercado dos produtos brasileiros do agro.

    “Embora a China seja o principal parceiro comercial do Brasil, com 30% das exportações do agro, a nossa pauta exportadora não reflete a diversidade da produção agropecuária brasileira. Há um grande potencial a ser explorado”, ressaltou Fernanda.

    Ela também propôs maior cooperação entre os dois países em áreas como biotecnologia, “diminuindo as assincronias de aprovação para culturas como soja e milho e desenvolvendo conjuntamente tecnologias para novos cultivares, como sorgo e gergelim”.

    Sobre logística, a diretora comentou sobre oportunidades para produtos como as frutas brasileiras, a partir do estabelecimento de uma rota marítima direta ligando os portos de Salvador (BA) e Santana (AP) ao porto chinês de Gaolan, que deverá diminuir o tempo de transporte em 30 dias.

    O evento reuniu autoridades, especialistas e empresários dos dois países para discutir temas ligados às relações comerciais e oportunidades no agronegócio, minério, indústria automobilística, cidades inteligentes, tecnologia, inteligência artificial e energia renovável.

    A programação também prevê visitas a instituições de negócios, universidades, empresas e startups, para conhecer mais sobre a cultura e o ecossistema de inovação chinesa.

  • Alta no preço do leite perde força em março, enquanto custos de produção seguem em alta

    Alta no preço do leite perde força em março, enquanto custos de produção seguem em alta

    Após dois meses de forte valorização, o mercado do leite começa a dar sinais de desaceleração em março. De acordo com dados do Cepea, a maior disputa entre laticínios para aquisição da matéria-prima no início do ano impulsionou os preços pagos ao produtor. Em fevereiro, o valor médio do leite captado foi de R$ 2,7734 por litro na “Média Brasil”, o que representa um avanço de 3,3% em relação a janeiro e uma alta de 18,1% na comparação com o mesmo mês de 2024, já considerando o IPCA.

    Apesar do cenário positivo para o produtor nos dois primeiros meses do ano, a expectativa para março é de continuidade da alta, mas em ritmo menos intenso. A tendência reflete o arrefecimento do movimento altista, à medida que o mercado começa a equilibrar oferta e demanda.

    Na ponta do consumidor, o comportamento foi diferente. Mesmo com o custo mais elevado do leite cru, a demanda enfraquecida travou a valorização dos derivados lácteos. Segundo o Cepea, os preços desses produtos oscilaram bastante ao longo de março, mas, na média, as variações foram tímidas.

    No comércio exterior, as exportações brasileiras de lácteos registraram crescimento expressivo de 28,09% entre fevereiro e março, marcando o terceiro mês consecutivo de avanço. No entanto, os embarques ainda estão 47,52% abaixo do volume registrado em março de 2024. Por outro lado, as importações caíram 14,8% no comparativo mensal, mas seguem 2,8% acima do registrado no mesmo mês do ano passado.

    O produtor, por sua vez, sente no bolso o aumento dos custos. O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira apresentou alta de 0,79% em março, na “média Brasil”, que considera os estados da BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS. A elevação é atribuída, sobretudo, à valorização de insumos voltados à nutrição do rebanho, o que pressiona ainda mais as margens em um cenário de preços instáveis na ponta do consumo.