Tag: Agro

  • Com menor liquidez e maior oferta na América do Sul, preços da soja caem

    Com menor liquidez e maior oferta na América do Sul, preços da soja caem

    Levantamentos do Cepea mostram que as cotações da soja recuaram na última semana. Segundo o Centro de Pesquisas, a pressão veio da menor liquidez e do avanço da colheita no Brasil e na Argentina. Nem mesmo as reações no preço FOB no porto e nos prêmios de exportação foram suficientes para sustentar os valores domésticos.

    A queda de mais de 3% do dólar na semana passada limitou os negócios envolvendo a oleaginosa no spot nacional, à medida que esse cenário afastou parte dos sojicultores brasileiros do mercado.

    Pesquisadores do Cepea explicam que esses vendedores estão cautelosos, apostando em recuperação nos preços nas semanas seguintes, fundamentados na possível intensificação dos envios à China.

    De fato, a maior disponibilidade de soja na safra 2024/25 deve favorecer o escoamento do Brasil ao país asiático caso a guerra tarifária promovida pelos Estados Unidos se prolongue, ainda conforme o Centro de Pesquisas.

  • Custo de produção do milho alta tecnologia sobe 1,05% em março

    Custo de produção do milho alta tecnologia sobe 1,05% em março

    O custeio do milho alta tecnologia para a safra 2025/26 em Mato Grosso ficou estimado em R$ 3.163,85 por hectare, apresentando um aumento de 1,05% em março, em comparação com o mês anterior. A alta foi puxada principalmente pelos preços mais elevados de defensivos agrícolas, fertilizantes e sementes, insumos essenciais para a condução da lavoura.

    Com isso, o Custo Operacional Efetivo (COE) do ciclo 25/26 também sofreu reajuste, subindo 0,76% em relação à última estimativa, totalizando R$ 4.640,95 por hectare. Esse valor representa o montante necessário para cobrir os gastos diretos de produção, desde o plantio até a colheita.

    Para que o produtor consiga cobrir os custos do COE, será necessário atingir uma produtividade média de 107,62 sacas por hectare, tomando como base o preço ponderado de R$ 43,12 por saca, apurado em março. O cenário reforça a importância do uso de tecnologias que garantam eficiência produtiva, especialmente diante da crescente pressão dos custos sobre a rentabilidade.

  • Preço do caroço de algodão segue em alta em Mato Grosso por causa da entressafra

    Preço do caroço de algodão segue em alta em Mato Grosso por causa da entressafra

    O preço do caroço de algodão disponível continua em trajetória de alta em Mato Grosso, impulsionado pela baixa oferta do coproduto no mercado estadual. Na última semana, o indicador registrou aumento de 2,15%, alcançando a média de R$ 1.434,40 por tonelada, conforme dados do setor.

    Esse movimento de valorização está diretamente ligado à entressafra e à elevada taxa de comercialização da safra anterior, que já ultrapassou 95% no estado. Com poucas sobras de produto no mercado e sem novo volume disponível a curto prazo, o cenário favorece a sustentação dos preços em patamares elevados.

    O caroço de algodão é um coproduto essencial para formulações de ração e, por isso, sua escassez tende a impactar outras cadeias produtivas, como a pecuária. A expectativa dos agentes de mercado é de que essa firmeza nos preços permaneça até a chegada da próxima colheita, caso não haja alterações significativas na oferta ou demanda.

  • Custo operacional da suinocultura em Mato Grosso recua no 1º trimestre de 2025

    Custo operacional da suinocultura em Mato Grosso recua no 1º trimestre de 2025

    O custo operacional total (COT) da suinocultura em Mato Grosso registrou queda no primeiro trimestre de 2025, fixando-se em R$ 4,39 por quilo. O valor representa uma redução de 2,23% em relação ao trimestre anterior, conforme aponta levantamento do Projeto de Custo de Produção Agropecuária de Mato Grosso (CPA-MT), conduzido pelo Senar-MT e Imea.

    A principal responsável por essa retração foi a diminuição nos gastos com ração, que continuam a representar a maior parcela da composição de custos da atividade. No período analisado, o grupo de ração respondeu por 74,61% do COT, reforçando seu peso significativo sobre a rentabilidade do produtor.

    Essa redução, ainda que modesta, oferece alívio momentâneo ao suinocultor mato-grossense, que enfrenta desafios relacionados à volatilidade do mercado, ao custo de insumos e à precificação do produto final. A expectativa do setor é de que o cenário mais estável dos preços dos grãos continue contribuindo para a manutenção ou até novo recuo nos custos da atividade ao longo do ano.

    O acompanhamento contínuo dos indicadores de custo é considerado estratégico para embasar decisões na cadeia produtiva da suinocultura, que tem papel relevante na economia agropecuária de Mato Grosso.

  • CNA entrega propostas para o Plano Safra 2025/2026 ao Ministério da Agricultura

    CNA entrega propostas para o Plano Safra 2025/2026 ao Ministério da Agricultura

    Com foco em garantir melhores condições de financiamento e enfrentamento aos desafios do setor, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) entregou ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), nesta quinta-feira (24), o documento com as propostas para o Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2025/2026. A entrega foi feita pelo diretor técnico da CNA, Bruno Lucchi, ao secretário de Política Agrícola do Mapa, Guilherme Campos.

    O material foi construído em parceria com federações estaduais, sindicatos rurais, produtores e entidades setoriais, a partir de encontros realizados em todas as regiões do Brasil, incluindo o Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia). O documento reúne dez propostas prioritárias e oito capítulos que abordam temas como crédito rural, gestão de riscos, agricultura familiar, comercialização e mercado de capitais.

    Entre os principais pontos está o reforço aos instrumentos de mitigação de riscos, como o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR), o Proagro e a criação de um fundo de catástrofe. A CNA também defende a modernização e ampliação do crédito rural, com redução da burocracia, ampliação dos limites de financiamento, extensão de prazos de pagamento e criação de novas fontes de recursos, como o mercado de capitais.

    Durante a entrega, o secretário Guilherme Campos afirmou que o Mapa levará em conta as propostas para a elaboração do próximo Plano Safra, ressaltando a importância de encontrar soluções para um cenário que deve continuar exigente, principalmente em relação às taxas de juros. Bruno Lucchi destacou o contexto desafiador, com instabilidade internacional, aumento dos custos de produção e possível elevação da taxa Selic para até 15% ao ano, o que tende a pressionar ainda mais o custo do crédito rural.

    Plano Safra

    Segundo a CNA, o PAP 2025/2026 será ainda mais crucial diante das incertezas econômicas e geopolíticas. A entidade aponta que o atual ciclo agrícola tem enfrentado alta volatilidade cambial e encarecimento de insumos estratégicos, como fertilizantes e defensivos, o que afetou especialmente a segunda safra de milho.

    A Confederação defende o fortalecimento do Plano Safra como instrumento estratégico para evitar desequilíbrios de produção e assegurar a segurança alimentar. A ampliação do volume de recursos equalizáveis é considerada urgente, bem como a revisão das condições operacionais de financiamento, com foco nas realidades produtivas de cada região e tipo de cultivo.

    Outro ponto sensível destacado é a necessidade de enfrentar entraves estruturais, como a burocracia excessiva, os altos custos cartorários e as dificuldades de regularização ambiental e fundiária. Segundo o documento, essas barreiras afastam principalmente os pequenos e médios produtores das linhas oficiais de crédito.

    A CNA também propõe a revisão dos critérios de Renda Bruta Agropecuária (RBA) para os programas Pronaf e Pronamp, e incentivos a práticas socioambientais com benefícios diretos no financiamento. Além disso, cobra a modernização do Proagro e ações que coíbam a venda casada no crédito rural, além de medidas para reduzir custos acessórios.

    Ao apresentar esse conjunto de propostas, a CNA reafirma seu compromisso com o desenvolvimento da agropecuária brasileira, defendendo um ambiente institucional que fortaleça o papel do país como líder global na produção de alimentos e na promoção de um modelo rural mais sustentável e inclusivo.

  • Com quase 1 mi de animais comercializados, maior leilão do Brasil acontece neste sábado em MT

    Com quase 1 mi de animais comercializados, maior leilão do Brasil acontece neste sábado em MT

    Em 24 anos, cerca de 1 milhão de cabeças de gado já foram comercializadas durante os Mega Leilões realizados pela Estância Bahia. Em números atuais, o total performa cerca de R$ 3 bilhões movimentados neste período. Considerado o maior do Brasil, este ano o evento ofertará 25 mil animais para arremate no dia 26 de abril em Água Boa, região Leste de Mato Grosso. A expectativa desta 25ª edição é de R$150 milhões em negócios.

    O evento, que já é tradicional entre os pecuaristas, volta à modalidade presencial este ano, oferecendo o habitual receptivo aos amigos, clientes e parceiros. Além da movimentação econômica com a venda de animais, o Mega Leilão é também um ponto de encontro para networking.

    Guilherme Tonhá, diretor comercial da Estância Bahia Leilões, explica que o Mega Leilão “é um evento que dita as regras de preço do mercado. A qualidade dos animais e o trabalho bem feito pela leiloeira na apartação também são características que tornam o evento único no país”, pontuou.

    O que chama atenção no Mega Leilão, se comparado a outros grandes eventos do Brasil, é o volume de comercialização de gado de corte em encontros desse contexto. Internamente, a equipe já chama carinhosamente de ‘Copa do Mundo da Pecuária’, já movimenta um grande público para assistir. E, além disso,apresenta os melhores animais em campo.

    “Vender animais no mega leilão faz toda a diferença, pois é um evento que oferece confiança em patamares de preço. Então, e a gente quer saber se o mercado está mais quente ou mais frio, o Mega Leilão tem essa virtude muito grande e o pessoal já aguarda com ansiedade para tomada de decisões também”, pontuou Tonhá.

    Emprego – O Mega Leilão envolve um volume interessante de pessoas, com mais de 200 funcionários diretamente envolvidos no evento. Além disso, movimenta a economia do estado e do país. “Podemos afirmar que movimenta uma casa de aproximadamente 150 milhões. O evento gera receita para hotéis, restaurantes e outros setores, além de movimentar a economia com a venda de animais e a prestação de serviços”, esclarece Tonhá.

    Tecnologia – Apesar de acontecer presencialmente, o Mega Leilão usa a tecnologia a favor do bem-estar dos animais que são pesados, separados em lotes homogêneos e filmados para apresentação virtual aos compradores, evitando assim o deslocamento e perdas significativas em cada cabeça de gado. A atitude também traz benefícios econômicos e reforça o compromisso que a leiloeira tem com a sustentabilidade.

    “A tecnologia vem sendo cada vez mais importante na nossa vida e isso vem tendo uma mudança muito forte de cultura. Nós trabalhamos quantidade, mas com foco na qualidade do que é oferecido. Então, o uso de tecnologia evita o deslocamento de um volume significativo de caminhões e também perda em animais, seja por diminuição do peso, fraturas ou até óbito”, explicou Guilherme Tonhá.

  • Boa oferta de batata influencia em queda de preços nos principais mercados atacadistas

    Boa oferta de batata influencia em queda de preços nos principais mercados atacadistas

    A boa produção da safra das águas continua influenciando nos preços de comercialização da batata nos principais mercados atacadistas. Desde dezembro do ano passado, as cotações do produto estão em queda. E em março não foi diferente. De acordo com levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) , a redução na média ponderada das principais Centrais de Abastecimento (Ceasas) analisadas foi de 5,34%. O dado está disponível no 4º Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort), divulgado nesta quinta-feira (24) pela estatal.

    A alface foi outra hortaliça com queda na média ponderada de 8,08%. Essa redução ocorre depois de um movimento de alta registrada em fevereiro. No entanto, o movimento de preços mais baixos não foi unânime. As Ceasas que empurraram a média para baixo foram a de São Paulo (-14,32%), a de Belo Horizonte (-21,89%) e a de Recife (-60,79%). As diminuições de preço foram em função da maior comercialização da folhosa, e também queda na qualidade da folhosa, prejudicada pelo calor e chuvas constantes.

    Já as demais hortaliças ficaram mais caras no último mês.O tomate teve aumento de preços relacionado à diminuição da oferta e à proximidade do final da safra. A paulatina diminuição da oferta vem provocando a alta de preço. A proximidade do final da safra de verão provoca esse comportamento, com algumas áreas apresentando escassez de tomate em ponto de colheita. A oferta em março foi 3,3% inferior à de fevereiro. Na comparação com janeiro, ela ficou 13,2% abaixo e com dezembro de 2024 esse percentual negativo é ainda maior 15,1%. Ou seja, essa oferta declinante provoca a ascensão dos preços nesse período.*

    A cebola também registrou novo aumento nos preços, com variação positiva de 11,44% na média ponderada. O comportamento é esperado para a época, com a subida das cotações motivadas pela concentração da oferta do bulbo no Sul do país. Mas é preciso destacar que a alta deste ano, até o momento, pode ser considerada de pequena intensidade, principalmente quando comparada com a variação registrada nos últimos dois anos. No caso da cenoura, a elevação foi de pouca intensidade, com variação de 3,26% na média ponderada.

    Frutas – O Boletim da Conab aponta uma certa estabilidade nos preços praticados no último mês nos mercados atacadistas analisados. A maior oscilação registrada foi para a maçã, com queda de 2,02% na média ponderada, influenciada pelo aumento da colheita da variedade fuji.

    Para banana, a oscilação também foi ligeiramente negativa em 0,48%, uma vez que a oferta permaneceu alta nas Centrais de Abastecimento tanto para a variedade nanica como para a prata. No caso do mamão, a média ponderada foi de uma leve redução de 0,42%. Mas o comportamento dos preços não foi uniforme em todas as Ceasas analisadas. Março registrou aumento da comercialização, principalmente por causa da maior oferta da variedade formosa nos entrepostos atacadistas, junto a uma demanda aquecida no início do mês. Já para o mamão papaya, a oferta esteve restrita durante o mês e os preços subiram em relação ao mês anterior.

    Para a melancia, o movimento nas Centrais de Abastecimento analisadas foi de oscilação tanto de preços quanto de comercialização, com as cotações permanecendo estáveis na média ponderada. No início do mês, os valores praticados estiveram mais elevados por causa da menor oferta da fruta, com o encaminhamento do fim da safra gaúcha e a baixa colheita da segunda parte da safra na Bahia. Já na segunda quinzena de março, a produção aumentou em São Paulo, devendo se encerrar ainda em abril, já que a safrinha é mais curta do que a produção em outras épocas do ano.

    A laranja registrou leve alta de 0,14%. Com a menor qualidade das frutas, a demanda industrial foi menor. Consequentemente, os preços caíram para o setor industrial e sobraram mais frutas para consumo no atacado e varejo. Porém, no principal mercado produtor brasileiro, o cinturão citrícola, a maior parte dos laranjais se encontra em período de entressafra, com o fim da oferta das laranjas tardias da safra que está findando e o início, ainda tímido, da chegada das laranjas precoces da nova safra.

    Exportações – O ano foi iniciado de forma bastante promissora, com boas vendas para a Europa e Ásia. No primeiro trimestre de 2025, o volume total enviado ao exterior foi de 301 mil toneladas, alta de 26% em relação ao primeiro trimestre de 2024, e o faturamento foi de U$S 311 milhões (FOB), superior 7% em relação ao primeiro trimestre de 2024 e de 23% em relação ao mesmo período de 2023.

  • Conab realiza nova etapa de levantamento da safra de grãos em todo o país

    Conab realiza nova etapa de levantamento da safra de grãos em todo o país

    Com diferentes cenários agrícolas espalhados pelo território nacional, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) deu início a uma nova etapa do levantamento da safra de grãos 2024/2025, com foco na análise do estágio de desenvolvimento das lavouras e das condições que impactam a produtividade e a colheita. O trabalho de campo, que também conta com apoio de geotecnologia, busca estimar com precisão a área plantada e o rendimento das principais culturas brasileiras.

    Nesta fase, o levantamento presencial está sendo realizado nos estados de Alagoas, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Paraná, Rondônia e Santa Catarina. Os técnicos da Conab percorrem lavouras de soja, milho 2ª safra, feijão 2ª safra, arroz, algodão e sorgo, a fim de reunir informações atualizadas que componham um retrato fiel da atual temporada agrícola.

    Diversidade climática e regional

    O trabalho é marcado pela diversidade climática e regional, o que impõe desafios distintos nas diferentes regiões produtoras. No Centro-Sul, na Região Norte e na área do Matopiba — fronteira agrícola que inclui partes do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia — a primeira safra já foi quase toda colhida, enquanto a segunda safra está em diferentes estágios, entre desenvolvimento e colheita. No Nordeste, por sua vez, a situação é diferente: muitas lavouras ainda estão em fase inicial de crescimento.

    Além das visitas in loco, o levantamento também conta com ferramentas de monitoramento remoto e imagens de satélite para complementar as análises e garantir maior precisão nos dados. Essas informações são fundamentais para a formulação de políticas públicas, definição de estratégias de mercado e tomada de decisões no setor agropecuário.

    O resultado consolidado dessa etapa será divulgado no próximo Boletim da Conab, o 8º Levantamento da Safra de Grãos 2024/2025, previsto para o dia 15 de maio. O relatório é considerado uma das principais referências técnicas para o agronegócio brasileiro, especialmente em um ano de clima irregular e grande variação nas produtividades.

  • Poder de compra do avicultor frente ao farelo é o menor em 3 meses

    Poder de compra do avicultor frente ao farelo é o menor em 3 meses

    O poder de compra do avicultor de postura paulista vem caindo frente ao farelo de soja nesta parcial de abril, chegando ao menor patamar dos últimos três meses. Em relação ao milho, o desempenho se mostra estável.

    Segundo levantamentos do Cepea, os preços dos ovos e do cereal recuaram na mesma intensidade comparando-se as médias de abril com as de março, enquanto os valores do derivado de soja registraram baixa mais leve.

    Em Bastos (SP), as cotações do ovo branco tipo extra, a retirar na granja (FOB), caíram 5% em relação a março, com a caixa de 30 dúzias passando de R$ 203,01 para R$ 192,79 nesta parcial do mês. Para o produto vermelho, o recuo foi de 4,9%, com a caixa de 30 dúzias comercializada atualmente a R$ 220,20, em média.

    De modo geral, pesquisadores do Cepea explicam que as quedas estão atreladas à lentidão nas vendas.

  • Estradeiro da Aprosoja MT percorre o Vale do Guaporé e expõe desafios logísticos no oeste de Mato Grosso

    Estradeiro da Aprosoja MT percorre o Vale do Guaporé e expõe desafios logísticos no oeste de Mato Grosso

    A Comissão de Logística da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja MT) encerra nesta quinta-feira (24.04), o estradeiro regional pelo Vale do Guaporé iniciado na última terça-feira (22.04). O objetivo principal foi conhecer de perto as estradas utilizadas para o escoamento da produção agrícola da região, visitar a Zona de Processamento de Exportação (ZPE) de Cáceres e verificar a situação das rotas alternativas à BR-174, interditada desde o final de março.

    No primeiro dia, a comitiva visitou a estrutura da ZPE de Cáceres que deverá atrair indústrias exportadoras. “A gente conheceu a ZPE, uma questão muito importante para nós produtores da região oeste de Mato Grosso, porque ela pode facilitar muito a parte de processamento e indústria, tanto a entrada de materiais, como a venda”, conta o delegado do núcleo do Vale do Guaporé, Marcos Fermiano dos Santos.

    O estradeiro seguiu pelas rodovias estaduais que ligam Cáceres a Vila Bela da Santíssima Trindade, passando por Porto Esperidião. No segundo dia, a comitiva saiu de Vila Bela em direção a Cabixi (RO), passando por um trajeto não pavimentado e repleto de obstáculos. As más condições das estradas, agravadas pela interrupção da BR-174 entre Comodoro e Nova Lacerda, foram pautas constantes nas discussões.

    “A rodovia 174 é uma das principais rotas de escoamento ligando a região oeste à Rondônia, e a região do oeste do Mato Grosso, para o centro, Rondonópolis. E, aqui na nossa região do Vale do Guaporé, ela é a principal rota de escoamento para os grãos que saem aqui da região do Vale e que seguem rumo a Comodoro, que é um dos pontos de recebimento. Ela está interditada e isso está ocasionando grande prejuízo para os produtores”, relata o delegado do núcleo do Vale do Guaporé, Yuri Nunes Cervo.

    A travessia sobre o Rio Guaporé teve que ser feita por uma balsa particular, já que a MT-199 não possui uma ponte ligando o lado oeste ao lado leste do Rio. O produtor reforçou a necessidade da construção da ponte sobre o Rio Guaporé e a pavimentação da MT-199 para facilitar o escoamento da produção. “A balsa que era para a gente estar usando hoje, que é a da Barra Mansa, na MT-199, está quebrada, então a gente teve que fazer um improviso e pegar uma outra balsa particular da Serra Negra. Passamos por milho, milho novo, milho pendoado, soja verde e soja colhida, então tem muita soja para colher ainda na região e se tivesse uma estrada para conseguir escoar esse produto, a gente não ia estar dependendo da 174 que está interditada até hoje”, explica Yuri.

    Além das dificuldades na MT-199, a comitiva passou também pela MT-235, sentido Cabixi (RO), que, apesar de estar em fase de pavimentação, já sofre com o aumento anormal de fluxo devido ao desvio da BR-174. Caminhões têm sido obrigados a fracionar carga para vencer os morros da região, gerando custos adicionais aos produtores.

    “O custo da lavoura onera demais, eu não consigo nem mensurar hoje em reais o quanto onerou esse transtorno, essa volta, essa despesa de caminhão parado. Mas, se antes precisava de 10 caminhões para puxar a safra, fazendo essa volta ela precisa pelo menos o dobro, pelo menos 20. Tudo isso vai aumentando os custos, sem contar que hoje o trecho não pavimentado da estrada MT-235 é mantida pelo Consórcio aqui da Associação do Vale do Guaporé, que é um convênio do Estado com uma associação que nós produtores gerimos. Para nós mantermos ela com condições de rodagem que nem está hoje, mínimas, mas com condição, aumentou muito o nosso custo de manutenção dessa estrada e pode ser que reflita lá na frente, na falta de caixa para sustentação e manutenção dela. Então, um transtorno tremendo em todas as áreas”, ressalta o delegado coordenador do núcleo do Vale do Guaporé, Marco Antônio Mattana Sebben.

    Embora tradicionalmente voltado à pecuária, o Vale do Guaporé tem registrado um crescimento significativo na produção agrícola, especialmente com o avanço das lavouras de soja e milho. O núcleo regional da Aprosoja Mato Grosso, com sede em Comodoro, que também abrange os municípios de Cáceres, Porto Espiridião, Conquista D’Oeste, Nova Lacerda, Pontes e Lacerda e Vila Bela da Santíssima Trindade, foi criado no final do último ano para acompanhar esse movimento de diversificação produtiva e apoiar os produtores da região. Ações como o estradeiro são estratégicas para mapear gargalos, avaliar a infraestrutura existente e entender, na prática, os desafios enfrentados no campo.

    A Aprosoja MT, ao lado dos produtores, continuará mobilizando para que a infraestrutura acompanhe o ritmo de crescimento da agricultura na região. Conhecer a realidade das estradas, entender a viabilidade do escoamento e enxergar as oportunidades com a ZPE de Cáceres, por exemplo, ajuda a traçar um plano de desenvolvimento mais sólido para o oeste de Mato Grosso.