Tag: agricultura

  • Brasil ampliou em 3% sua capacidade de armazenagem agrícola

    Brasil ampliou em 3% sua capacidade de armazenagem agrícola

    A capacidade de armazenagem agrícola no país chegou a 188,8 milhões de toneladas no primeiro semestre, um crescimento de 3% em relação ao segundo semestre de 2021. Os dados foram divulgados hoje (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

    De acordo com o levantamento, o número de estabelecimentos que armazenam produtos agrícolas cresceu 2,2% do segundo semestre de 2021 para o primeiro semestre deste ano, totalizando 8.378. Os dados de Mato Grosso não foram coletados devido a dificuldades operacionais, mas a capacidade do estado foi estimada com base nas informações fornecidas no primeiro semestre do ano passado.

    IBGE prevê safra recorde de 288,1 milhões de toneladas em 2023

    Os silos predominam no país, com capacidade útil de 96,1 milhões de toneladas, seguidos pelos armazéns graneleiros, com 70 milhões de toneladas, e armazéns convencionais, estruturais e infláveis, 22,6 milhões de toneladas.

    Entre os estados, o Rio Grande do Sul tem o maior número de estabelecimentos (2.183), enquanto o Mato Grosso tem a maior capacidade de estocagem (46,9 milhões de toneladas).

    O total de produtos estocados no fim do primeiro semestre chegou a 65,5 milhões de toneladas, uma alta de 10,5% em relação ao armazenado no fim do primeiro semestre de 2021, de 59,2 milhões de toneladas.

    Em relação aos cinco principais produtos agrícolas estocados nas unidades armazenadoras, que representam 95,8% do total, os maiores volumes são a soja (35,3 milhões de toneladas), milho (19,3 milhões), arroz (5,1 milhões), trigo (2,3 milhões) e café (800 mil).

  • Projeção indica safra recorde de 261,9 milhões de toneladas

    Projeção indica safra recorde de 261,9 milhões de toneladas

    A safra brasileira de cereais, leguminosas e oleaginosas deve alcançar 261,9 milhões de toneladas em 2022, de acordo com a estimativa de setembro do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola, divulgado hoje (6), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

    Para o IBGE, o resultado é um novo recorde na série histórica, iniciada em 1975, e representa aumento de 3,4% ou 8,7 milhões de toneladas em relação a 2021.

    Segundo o gerente de agricultura do IBGE, Carlos Alfredo Guedes, o principal produto que está puxando o resultado recorde é o milho, principalmente o milho 2ª safra, com um crescimento de 35,5% frente ao ano anterior.

    “A produção está se recuperando de problemas climáticos em 2021, como a falta de chuvas. Essa recuperação ajuda a explicar a produção em 2022. Além disso, também houve crescimento de área do milho 2ª safra, incentivado pelos bons preços que os produtores têm conseguido nos últimos anos”, disse Guedes, em nota.

    A estimativa para a safra foi de crescimento em quatro grandes regiões: Centro-Oeste (11,4%), Norte (11%), Sudeste (10,8%) e Nordeste (10,3%). No Sul, a previsão é de queda de 14,6%.

    O pesquisador avaliou como as condições climáticas exerceram impacto nos resultados divulgados. “A falta de chuvas, causada pelo fenômeno La Niña, impactou mais a região Sul e o Mato Grosso do Sul. Já Goiás e Mato Grosso não foram afetados por problemas climáticos. Com isso, temos a região Centro-Oeste, que é bastante representativa na produção de grãos, com um crescimento de 11,4%”, argumentou.

    Trigo

    A estimativa da produção de trigo foi de 9,6 milhões de toneladas, declínio de 0,9% em relação a agosto e aumento de 23% em relação a 2021. Segundo o gerente de agricultura, o trigo é um produto cuja produção não é autossuficiente.

    “Consumimos em torno de 12 ou 13 milhões de toneladas, portanto, ainda teremos que importá-lo, mas bem menos do que em anos anteriores. Essa produção de 9,6 milhões de toneladas é um recorde para o Brasil. Ucrânia e Rússia são dois grandes exportadores de trigo e, com a guerra, os preços estão elevados. Os produtores, de olho nessa melhora dos preços, aumentaram as áreas aqui no país”, acrescentou.

    Café

    Conforme o levantamento, a estimativa da produção brasileira de café para 2022, considerando-se as duas espécies – arábica e canéfora – foi de 3,1 milhões de toneladas, ou 52,3 milhões de sacas de 60 quilos, queda de 2,7% em relação a agosto e aumento de 6,6% em relação a 2021.

    “A produção do café arábica deveria ter crescido mais neste ano em decorrência da bienalidade positiva da safra. Isso não aconteceu, pois ano passado tivemos um inverno muito frio, inclusive com ocorrência de geadas nas regiões mais frias de cultivo desse produto. Isso fez com que o potencial de produção da safra de 2022 fosse reduzido”, afirmou o gerente da pesquisa, Carlos Barradas.

    Soja

    Principal commodity do país, a produção de soja manteve-se em 119,5 milhões de toneladas, estimativa que representa aumento mensal de 0,6%, entretanto, retração de 11,4% em comparação à obtida no ano anterior, com queda de 15,6% no rendimento médio. “Embora a área colhida tenha crescido 4,9%, problemas climáticos derrubaram a produção de soja em 2022”, disse Barradas.

    Regiões

    Entre as grandes regiões, o volume da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas teve a seguinte distribuição: Centro-Oeste, 129,8 milhões de toneladas (49,6%); Sul, 65,1 milhões de toneladas (24,8%); Sudeste, 27,6 milhões de toneladas (10,6%); Nordeste, 25,4 milhões de toneladas (9,7%) e Norte, 14 milhões de toneladas (5,3%).

  • Em reunião com ministros de mais de 30 países, Brasil defende livre comércio na agricultura para contribuir com a segurança alimentar global

    Em reunião com ministros de mais de 30 países, Brasil defende livre comércio na agricultura para contribuir com a segurança alimentar global

    O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Marcos Montes, defendeu nesta quarta-feira (18) o livre-comércio na agricultura, de modo a promover a prosperidade e contribuir com a luta contra a fome e a má-nutrição mundial. Na reunião ministerial Global Food Security – Call to Action, realizada em Nova York (EUA), o ministro brasileiro disse que é preciso estimular um ambiente de negócios que permita um fluxo desimpedido do comércio internacional de alimentos e insumos.

    “Em um mundo interdependente e interconectado, nenhum país pode manter-se isolado e prosperar. A segurança alimentar, enquanto meta comum, é responsabilidade de todos”, disse.

    Marcos Montes representa o Brasil no evento, organizado pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos, que reúne ministros de mais de 30 países na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York. O objetivo é identificar os principais desafios e mobilizar ações para enfrentar a insegurança alimentar global.

    Os impactos do conflito na Ucrânia foram lembrados por representantes de diversos países no evento. Segundo o ministro brasileiro, os efeitos da guerra desestruturaram profundamente as cadeias globais de suprimentos de commodities, fazendo com que insumos essenciais, como os fertilizantes, fiquem expostos ao risco da escassez e da alta de preços.

    O ministro disse que o Brasil está ciente de sua responsabilidade como fornecedor confiável de alimentos de qualidade, pois é um dos únicos países do mundo capazes de aumentar sua produção sem incorporar novas áreas à atividade produtiva. No entanto, o sucesso do modelo brasileiro depende da integração das diversas cadeias produtivas de insumos e de produção de alimentos.

    “No mundo globalizado, produzir não significa apenas plantar e colher. Inclui, também, garantir o suprimento de sementes, fertilizantes, defensivos e combustíveis, combinar tudo isso com tecnologia e distribuir os gêneros alimentícios pelo planeta”, destacou Marcos Montes.

    O Brasil alcançou a posição de um dos maiores produtores e exportadores de alimentos do planeta com o desenvolvimento de um modelo de agricultura tropical altamente eficiente. Nas últimas cinco décadas, o país usou a tecnologia para expandir a produção a partir do aumento da produtividade com sustentabilidade, alcançando até três colheitas por ano na mesma área.

  • Safra de grãos 2021/22 deve ser 6,4% maior que a anterior

    Safra de grãos 2021/22 deve ser 6,4% maior que a anterior

    O volume de grãos colhidos na safra 2021/22 deve ser de 271,8 milhões de toneladas. Isso representa um aumento de 6,4% em relação à safra anterior. A estimativa foi divulgada nesta quinta-feira (12/05) pelo Governo Federal, por meio da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), no 8º Levantamento da Safra de Grãos 2021/22. O resultado mostra também um aumento de 2,5 milhões de toneladas em relação à estimativa anterior.

    A melhora na produção é resultado da maior área plantada de milho na segunda safra, além do desenvolvimento positivo no final do ciclo das lavouras, em especial de arroz, milho e soja, de acordo com a Conab.

    “Mais de 70% da produção do milho vem da segunda safra. Ela é quase uma corrida porque tem o plantio da soja e colheita para o plantio do milho na mesma terra, e ela é sempre pontuada por períodos de chuva, instabilidade climática”, explicou o diretor-executivo de informações agropecuárias e políticas agrícolas da Conab, Sergio De Zen.

    A expectativa é que o milho alcance uma produção de 116,19 milhões de toneladas, elevação de 33,4% em comparação com a safra 2020/21. De acordo com a Conab, a janela mais alongada para o plantio da segunda safra, somada às condições de mercado, favoreceu o crescimento de área do milho.

    Em relação à área plantada da safra de grãos, o 8° levantamento mostra que a área total é estimada em 73,7 milhões de hectares, crescimento de 5,6% se comparada à safra 2020/21. Os maiores incrementos são observados na soja, 4,4%, ou 1,73 milhão de hectares, e no milho, 9,4%, ou 1,87 milhão de hectares.

    Estimativas por culturas

    Algodão: as condições climáticas têm favorecido o desenvolvimento da cultura que, aliada ao ganho de área, resulta numa produção de 2,82 milhões de toneladas de pluma, 19,5% superior à safra passada.

    Arroz: a produção está estimada em 10,7 milhões de toneladas, 9,1% inferior ao volume produzido na safra passada. Dessas, 9,9 milhões de toneladas são de cultivo irrigado e 0,8 milhão de toneladas de áreas com plantio de sequeiro.

    Feijão: produção estimada em 3,14 milhões de toneladas, 8,4% superior à safra anterior. A primeira safra está com colheita encerrada, e a segunda safra está em andamento.

    Soja: produção estimada em 123,8 milhões de toneladas, redução de 10,4% em relação à safra anterior.

    Culturas de inverno – aveia, canola, centeio, cevada trigo e triticale: plantio ainda incipiente. Estima-se uma produção de 8,1 milhões de toneladas para o trigo.

    Exportações

    Neste 8º levantamento, não houve alteração nas estimativas de importação de nenhum produto em relação ao anterior. Já as exportações de milho para 2022 foram aumentadas, passando de 37 milhões de toneladas para 38 milhões de toneladas.

    Caso se confirmem, os embarques previstos para o mercado externo terão um incremento de 82,6% em relação à safra anterior. Esse aumento se dá pelo crescimento da produção brasileira alinhada à demanda internacional aquecida.

    Safra de grãos

    A Conab faz o acompanhamento constante da safra de grãos, monitorando as condições de desenvolvimento das principais culturas do país, abrangendo os seguintes produtos: algodão, amendoim, arroz, aveia, canola, centeio, cevada, feijão, girassol, mamona, milho, soja, sorgo, trigo e triticale.

     

  • Empresa de fertilizantes do Marrocos vai ampliar atuação no Brasil 

    Empresa de fertilizantes do Marrocos vai ampliar atuação no Brasil 

    A Companhia Office Chérifien des Phosphates (OCP), do Marrocos, pretende instalar uma unidade produtora de fosfato no Brasil. Nesta quinta-feira (22), uma comitiva com integrantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento esteve reunida com representantes da empresa estatal produtora de fertilizantes do Marrocos, que é a segunda produtora mundial do produto. O encontro ocorreu em Rabat, capital do Marrocos. 

    Segundo o ministério, a intenção de ampliação da empresa marroquina contribui para o Plano Nacional de Fertilizantes, lançado em março para estimular a produção nacional de fostato e compensar a falta do produto devido à guerra entre a Rússia e a Ucrânia, países que também estão entre os maiores produtores mundiais do fertilizante.

    Na avaliação do ministro da Agricultura, Marcos Montes, a visão da empresa está em sinergia com as metas do Brasil para a sustentabilidade e segurança alimentar mundial.

    “Temos essa responsabilidade conjunta, tanto essa empresa, que é detentora da maior reserva de fosfato do mundo, como o Brasil, que tem uma extensão de terra e tecnologia científica forte para produzir alimentos para o mundo”, disse Montes.

    O Marrocos possui cerca de 70% das reservas mundiais de rocha fosfática e é o maior fornecedor de fósforo para o Brasil. A estatal marroquina está em atuação no Brasil desde 2010 e tem sete escritórios no país.

    * Com informações do Ministério da Agricultura

  • Guerra na Ucrânia afeta preços de commodities agrícolas, segundo Ipea

    Guerra na Ucrânia afeta preços de commodities agrícolas, segundo Ipea

    A guerra entre Rússia e Ucrânia trouxe incertezas e oscilações significativas nos preços internacionais das principais commodities (produtos agrícolas e minerais comercializados no mercado exterior) agropecuárias, aponta nota elaborada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em parceria com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Escola Superior de Agricultura da Universidade de São Paulo (Cepea/Esalq/USP).

    A nota destaca que a Rússia é, atualmente, a maior produtora mundial de petróleo e gás e que, nas últimas safras, se tornou a maior exportadora de trigo do mundo e importante fornecedora de alimentos para a Europa e Ásia. Na outra ponta, a Ucrânia é uma das principais fornecedoras de milho e óleo de girassol. Os dois países têm peso relevante no mercado internacional de insumos agrícolas. Com o conflito bilateral, grãos e oleaginosas em geral, influenciados pelo trigo e pelo óleo de soja, tiveram altas e atingiram patamares acima dos verificados antes da guerra. “Esse choque negativo de oferta somou-se à elevação dos custos de produção, devido às altas dos insumos exportados pelos países em guerra”, analisa a publicação.

    Os pesquisadores avaliam que as sanções econômicas impostas por diversos países ao mercado russo e algumas quedas na produção em decorrência dos efeitos climáticos, que afetaram as safras de grãos na América do Sul, em especial no Brasil, Argentina e Paraguai, podem fazer com que o mercado mundial de commodities agropecuárias experimente novas altas, nos próximos meses, com reflexos nos preços domésticos.

    Trigo e milho

    A pesquisadora associada do Ipea, Ana Cecília Kreter, uma das coordenadoras da publicação, indicou que as commodities extraídas da natureza que precisam ser cultivadas e não mineradas, como açúcar, café e até mesmo a carne bovina, interromperam a sequência de alta e apresentaram queda “devido às consequências da guerra sobre a expectativa de crescimento econômico mundial e à sua menor essencialidade em um cenário de conflitos”. Observou, entretanto, que como a Rússia e a Ucrânia não têm peso relevante nos mercados dessas commodities, os preços voltaram aos patamares pré-conflito.

    O documento aponta que o trigo foi o cereal mais afetado pela guerra no Leste Europeu, porque a Rússia representou 19,3% das exportações mundiais na safra 2020-2021, constituindo o segundo maior produtor mundial, depois da China, cuja produção está direcionada ao atendimento do mercado doméstico. A Ucrânia também está entre os principais exportadores desse grão, com participações que variam de 8% a 10% das exportações mundiais. A queda na oferta dos dois países vem impactando os preços internacionais e, em especial, o setor de panificados na Europa. “Os preços internacionais do grão romperam as máximas históricas em março, chegando a apresentar cotações 76% acima da média no mês de fevereiro de 2022, antes do início do conflito”, destacou a nota.

    O superintendente de Inteligência e Gestão da Oferta da Conab, Allan Silveira, lembrou que o primeiro trimestre de 2022 foi importante para a definição da produção de soja e arroz. “Para as duas culturas, houve uma redução das estimativas de produção em relação às estimativas de dezembro. Esse fato contribuiu para o aumento da instabilidade dos preços nos mercados de arroz e de soja, dada a redução dos estoques finais esperados para as duas culturas”. Em relação ao milho, disse que, “por outro lado, houve uma melhor consolidação em relação à área de milho de 2º safra no Brasil, que deve ter um aumento de 7% em relação à safra 2020-2021. Isso é muito importante, considerando o cenário de conflito na Ucrânia e o ambiente de incerteza sobre a real oferta de milho ucraniano para a próxima safra”.

    Carnes

    Outro produto que mereceu destaque na publicação foi a carne suína, cujas vendas abaixo do esperado no último trimestre de 2021 fizeram com que o setor registrasse, no início de 2022, elevados estoques de carne e de animais e que contribuíram para a queda nos preços domésticos. Além da alta oferta, o início do ano verifica, historicamente, menor volume de vendas. Somado a isso, a queda nas exportações de carne entre janeiro e fevereiro também reforçou o aumento da oferta doméstica.

    No caso da carne bovina, a baixa oferta de animais para o abate e o desempenho recorde das exportações da proteína, especialmente para a China, elevaram o preço doméstico da carne. A demanda internacional continua aquecida devido ao avanço das importações chinesas, aponta a publicação.

    Nicole Rennó, pesquisadora da área de Macroeconomia do Cepea, informou que os preços agropecuários se mantiveram em patamares muito elevados no primeiro trimestre de 2022, refletindo as sucessivas altas verificadas a partir de 2020, com a situação agravada recentemente pela guerra entre Rússia e Ucrânia. Para os próximos meses, Nicole destacou que ainda há grande indefinição, mas as condições de oferta e demanda e o cenário macroeconômico, em geral, apontam para a manutenção de patamares elevados para os preços. “O comportamento da taxa de câmbio, a velocidade de reação da demanda doméstica e os efeitos da guerra serão determinantes para os ajustes positivos ou negativos nos preços dos diferentes mercados, nos próximos meses”, afirmou a pesquisadora.

  • Dubai: agritechs do Brasil apresentam benefícios da inovação no campo

    Dubai: agritechs do Brasil apresentam benefícios da inovação no campo

    Drones, inteligência artificial e robôs auxiliando o pequeno fazendeiro nos cenários mais longínquos do Brasil. A inovação tecnológica na agricultura pode integrar o cotidiano, não apenas do grande produtor, mas também da agricultura familiar, trazendo ganho de produtividade e redução de desperdícios.

    O assunto foi tema do evento Agritalks, promovido nesta quarta-feira (23) pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) na cidade de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.

    A inovação no setor agrícola inclui robôs catadores, que retiram ervas daninhas, plantam sementes e fazem colheita; os drones, que realizam mapeamento aéreo; os softwares de precisão, responsáveis por gerenciar a cadeia produtiva e os dados sobre a produção; além de máquinas autônomas, que recebem comandos a partir de um smartphone ou computador.

    Agritechs


    Francisco Jardim, fundador da SP Ventures, diz que criou o maior fundo de investimentos para capitalização de agritechs (empresas de tecnologia para agricultura) da América Latina, o terceiro maior em mercados emergentes, contando com mais 40 dessas empresas.

    No Brasil, as startups voltadas ao agronegócio cresceram 40% durante o último ano, na comparação com 2019, chegando a um total de 1.574. Atualmente, a média é de abertura de uma agritech por dia, no país.

    Entre as agritechs brasileiras apoiadas pelo fundo, estão exemplos que desenvolvem e comercializam agentes biológicos que combatem patógenos, como fungos e vírus. “Você substitui agroquímicos por outras soluções biológicas mais sustentáveis e econômicas para o produtor agrícola”, explica Jardim.

    Para atender aos pequenos e médios produtores, também foi criado um software de gestão na nuvem. “Aquele produtor que antes geria a sua fazenda no caderno, agora tem um software super sofisticado, barato e fácil de usar para ele poder tratar a fazenda como uma empresa de manufatura a céu aberto”, disse.

    O presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Celso Moretti, também presente no evento em Dubai, destaca a relevância do investimento em ciência e inovação, especialmente nas parcerias entre Embrapa e as agritechs.

    Moretti cita algumas das tecnologias mais impressionantes em desenvolvimento no país, como o controle biológico usando drones para liberar insetos, a plataforma online que monitora a qualidade de água em tanques de peixes, além de uma fazenda vertical em São Paulo.

    Protagonismo

    Para o secretário do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Fernando Camargo (imagem de destaque), a pandemia trouxe o avanço da digitalização no campo, além da preocupação com a segurança alimentar. “A população mundial está crescendo muito. Em 2050 seremos mais de 3,2 bilhões de pessoas”. Para ele, o agronegócio do Brasil é o protagonista nesse contexto.

    A inovação, nos últimos 30 anos, resultou num incremento de 159% na produtividade de carne no território brasileiro, alta de 122% na produção de carne. Se a preocupação com inovação não tivesse sido adotada pelo Brasil, seriam necessários mais 280,2 milhões de hectares de pastagem para obtenção do mesmo resultado.

    “Nós produzimos mais com a mesma área, podemos diversificar a produção e poupar terra”, disse ele.

    Produtividade, portanto, pode ser traduzida em redução de área utilizada e aumento de volume produzido, garantindo segurança alimentar.

    O Agritalks teve a sua primeira edição na Índia, em setembro de 2021. No mesmo ano, foi realizado, em dezembro, o evento nos Estados Unidos. Em 9 de fevereiro, ocorreu a edição do Reino Unido. A série de debates sobre agricultura busca ampliar o diálogo internacional sobre o assunto e promover o agronegócio brasileiro.

    * A repórter Fernanda Cruz e o fotógrafo Tomaz Silva viajaram a convite da Apex-Brasil

  • Representante do MAPA vem a Lucas do Rio Verde avaliar infestação de cigarrinha em lavouras de milho

    Representante do MAPA vem a Lucas do Rio Verde avaliar infestação de cigarrinha em lavouras de milho

    Representantes do Ministério da Agricultura, Aprosoja e Indea visitam lavouras de milho em propriedades rurais de Lucas do Rio Verde nesta terça-feira (25). O objetivo é fazer um levantamento da infestação da cigarrinha em lavouras de milho safra e safrinha. À tarde, o grupo se reúne para debater possíveis soluções para o problema que tem preocupado produtores rurais da região.

    O secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, José Guilherme, conversou com a reportagem de CenárioMT antes de ir a campo. Ele explicou que o MAPA e a Embrapa têm atuado de forma conjunta buscando soluções para o enfrentamento de diversas pragas que atacam culturas no país.

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    Foto: Jefferson Eduardo / Aprosoja

    “É uma praga complexa, de difícil controle, até agora não temos medidas como vazio, esse tipo de coisa que está em estudo. A gente quer identificar como está aqui em Lucas, conversar com produtores pra que a gente possa ter subsídios, trabalhando junto com a Embrapa, técnicos do Indea, Aprosoja, orientar para as melhores medidas de convivência com essa praga”, assinalou.

    A presidente do Indea-MT, Emanuelle Almeida, classificou a ação como preventiva. Ela adiantou que os técnicos farão coletas de materiais em algumas propriedades. “Fizemos isso no ano passado e agora, neste ano, a projeção é que façamos mais coletas. Vamos à campo e ver qual a medida fitossanitária que iremos tomar pra fazer algo preventivo, porque isso é algo muito pequenininho, aconteceu pontualmente em algumas propriedades. Então, esse é o momento, a hora de fazermos um trabalho preventivo para que posteriormente não haja uma infestação ou algo mais grave na lavoura do Estado de Mato Grosso e a nível de Brasil também”, avaliou.

    Vários relatos

    O vice-presidente da Aprosoja MT, Lucas Costa Beber, adiantou que existem vários relatos sobre a presença de cigarrinha. Ele explicou que no ano passado houve uma pressão bastante importante em relação à ocorrência da praga. “É uma praga migratória que tem aumentado nos últimos anos e transmite uma doença. Ou seja, mesmo controlando, se a planta já estiver infectada não resolve mais. Pode ser uma ameaça pro milho safrinha em Mato Grosso”, alertou.

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    Foto: Jefferson Eduardo / Aprosoja

    Beber confirmou que existem relatos vindos de várias cidades do Estado. Em Nova Mutum, no ano passado, houve ocorrência relacionada à doença. A preocupação é que a praga se dissemine pelas lavouras e cause prejuízos aos produtores. O vice-presidente disse à CenárioMT que é difícil quantificar o impacto nas lavouras.

    “Ano passado foi um ano bastante seco e o produtor teve perdas por falta de chuvas e ai dificulta a quantificação. Em um ano que o clima ajuda mais e tem uma produção melhor fica mais nítido as áreas que foram atacadas”, descreveu, acrescentando que muitas áreas apresentaram perdas, sendo atribuído à seca.

  • Secitec de Lucas do Rio Verde abre inscrições para três cursos técnicos

    Secitec de Lucas do Rio Verde abre inscrições para três cursos técnicos

    Começou hoje (01.12) o prazo para inscrições em cursos ofertados pela Escola Técnica Profissionalizante de Lucas do Rio Verde (Secitec). Até o próximo dia 8 é possível se inscrever para concorrer às vagas de três novos cursos técnicos: Comércio Exterior, Logística e Agricultura.

    As inscrições para o processo de seleção devem ser feitas por meio do site da instituição (www.secitec.mt.gov.br).

    Ao todo, são 120 vagas, sendo 40 em cada curso que será desenvolvido no período noturno.

    Requisitos

    Para ingresso nos cursos, o candidato deverá estar cursando o Ensino Médio e ter 16 anos completos.

    A forma de seleção dos candidatos e outras informações sobre os cursos podem ser consultadas no edital do processo seletivo, disponível no site da Secitec. Os prazos para entrega de documentos e de matrículas devem ser observados com atenção. O início das aulas está programado para 24 de janeiro de 2022.

  • Plantio da safra de soja avança em Lucas do Rio Verde e chega a 99% da área cultivável plantada

    Plantio da safra de soja avança em Lucas do Rio Verde e chega a 99% da área cultivável plantada

    O plantio da safra de soja em Lucas do Rio Verde avançou bem no mês de outubro. Quase 100% dos cerca de 235 mil hectares foram cultivados, segundo estimativa da Fundação Rio Verde. As chuvas que caíram entre o final de setembro e, principalmente, no início de outubro permitiram o avanço.

    De acordo com o diretor executivo da FRV, Rodrigo Pasqualli, as chuvas mais localizadas favorecem o setor produtivo. “Não aconteceu de forma generalizada e isso gerou alguns bolsões de chuvas, influenciando o plantio. Teve lugar que o produtor conseguiu plantar porque choveu, mas teve lugar em que ele foi obrigado a esperar um pouco mais”, disse.

    Em outros municípios próximos a Lucas do Rio Verde, como Itanhangá, Tapurah, Santa Rita do Trivelato e Nova Maringá, por exemplo, o plantio não segue a mesma velocidade. “Nestes municípios mais distantes do eixo da BR 163 tem algo em torno de 15% a 20% para ser plantado”, explicou Pasqualli.

    O diretor executivo disse à reportagem de CenárioMT que há relatos de umidade significativa em toda a região. “Fazendo um comparativo com a safra anterior, estamos com uma média de precipitação de chuva equivalente ao final de dezembro de 2020. Então, este ano está bem melhor, bem mais propício para a agricultura, para o cultivo da soja, do que na safra passada”, comparou.

    Orientações

    Apesar do bom cenário para a agricultura, o diretor da Fundação Rio Verde orienta os produtores para observar o comportamento da lavoura neste período. Pasqualli observa a necessidade de cuidado na aplicação de herbicidas, fundamental neste momento.

    “É importante estar atento ao horário de aplicação que o produtor está fazendo, o estudo de produtos que não compatíveis com outros produtos, tem que prestar atenção nestes detalhes e também em pragas”, pontuou.

    Pasqualli informa que existem ocorrências de presença de lagartas em cultivares de soja mais sensíveis. “E temos ocorrência de ‘vaquinha’, que é um inseto que dá bastante dano folhar. Temos uma cultura em estabelecimento, que ela tá nova. Então, tem pouca área folhar e qualquer folha que perfurarem ou comerem vai ser significativo, um percentual muito grande por a planta estar em fase de estabelecimento”, alerta.