Tag: agricultura

  • Aprosoja-MT critica adiamento do Plano Safra 2024/25 e teme impacto no PIB e na economia

    Aprosoja-MT critica adiamento do Plano Safra 2024/25 e teme impacto no PIB e na economia

    A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) manifestou forte repúdio ao adiamento do anúncio do Plano Safra 2024/25 pelo governo federal. A decisão, tomada na última terça-feira (25.06), frustra as expectativas do setor e gera incertezas para o planejamento da próxima safra.

    Desorganização e Incompetência:

    O presidente da Aprosoja-MT, Lucas Costa Beber, critica duramente o adiamento, classificando-o como “prova da desorganização e incompetência do atual governo para gerenciar as políticas agrícolas do nosso país”. Segundo Beber, a medida coloca em risco o Produto Interno Bruto (PIB) e a economia brasileira como um todo, além de prejudicar diretamente os produtores rurais.

    Acesso ao Crédito Prejudicado:

    Um dos principais pontos de preocupação da Aprosoja-MT é o acesso ao crédito rural, fundamental para o início do plantio da soja, principal cultura agrícola do Brasil. Com o adiamento do Plano Safra, os agricultores correm o risco de ter que buscar crédito em instituições financeiras privadas, pagando juros mais altos e comprometendo ainda mais a sua rentabilidade.

    Atrasos no Plantio e Prejuízos:

    O adiamento do Plano Safra também pode gerar atrasos no planejamento da safra, impactando diretamente o calendário do agronegócio. Isso pode levar a atrasos na entrega dos produtos e no plantio da próxima safra, ocasionando ainda mais prejuízos para os produtores e para a economia brasileira.

    Falta de Compromisso:

    Lucas Costa Beber ressalta que o Plano Safra é um instrumento fundamental para a agricultura brasileira, previsto na legislação nacional. O presidente da Aprosoja-MT critica a falta de compromisso do governo com o setor, classificando o adiamento como mais um indicativo da desvalorização do agronegócio por parte das autoridades.

    Prejuízos ao Agronegócio:

    O adiamento do Plano Safra 2024/25 gera grande incerteza para o agronegócio brasileiro, um dos setores mais importantes da economia nacional. A Aprosoja-MT cobra do governo medidas imediatas para solucionar a situação e garantir a segurança jurídica e o planejamento adequado para a próxima safra.

  • Cheias afetaram mais de 206 mil propriedades rurais, diz Emater-RS

    Cheias afetaram mais de 206 mil propriedades rurais, diz Emater-RS

    Mais de 206 mil propriedades rurais foram afetadas pela catástrofe climática que atingiu o Rio Grande do Sul, informa relatório feito pela Associação Riograndense de Empreendimentos de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater). Segundo o levantamento, as perdas foram amplas, não apenas na produção, mas também na infraestrutura e no abastecimento de água potável, como ocorreu com 34.519 famílias que ficaram sem acesso à água.

    O período pesquisado pela Emater foi de 30 de abril a 24 de maio, mas, segundo a instituição, alguns dados ainda são preliminares, porque ainda não é possível estimar o real impacto das fortes chuvas no estado.

    O relatório foi divulgado pelas secretarias da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação e de Desenvolvimento Rural no início da semana, mas os escritórios regionais da Emater, por meio do sistema Sisperdas, continua abastecendo com informações o meio rural. O fato constatado é que 9.158 localidades foram atingidas pelas chuvas, enchentes e deslizamentos – dos 497 municípios gaúchos, 78 continuavam em estado de calamidade pública, a maioria no Vale do Taquari e na região metropolitana de Porto Alegre, enquanto 340, em situação de emergência.

    Foram prejudicados 48.674 produtores de feijão, milho e soja e 19.190 famílias de agricultores tiveram perdas relativas à estrutura das propriedades, como casas, galpões, armazéns, silos, estufas e aviários. Cerca de 200 empreendimentos familiares da agroindústria foram afetados.

    As fortes chuvas prejudicaram a produção da soja. Foram 2,71 milhões de toneladas perdidas. A Emater estimou em março deste ano colheita equivalente a 22,24 milhões de toneladas, de uma área plantada de 6,68 milhões de hectares e produtividade de 3.329 quilos por hectare. Porém, a área afetada pelas chuvas obrigou a uma nova estimativa, agora de 19,5 milhões de toneladas e produtividade média por hectare de 2.923 quilos.

    Pecuária, frutícolas e hortaliças

    Conformem o relatório, a perda na pecuária foi extensa, com 3.711 criadores gaúchos afetados – o maior número de animais mortos foi de aves: 1,2 milhão. As perdas de bovinos de corte e de leite, suínos, peixes e abelhas também foram elevadas. De acordo com o documento, a A vasta extensão de pastagens prejudicadas deve ocasionar impacto direto na produção de leite e de carne nos próximos meses.

    Os citros, na região dos Vales, e a banana, nas encostas da Serra do Mar, foram as culturas mais prejudicadas, com impacto em 8.381 propriedades. O período do evento climático extremo coincidiu com a fase final de frutificação de importantes variedades de citros, em especial a bergamota, que já estava em colheita. Em muitos pomares, o solo ficou alagado, não somente em razão da inundação, mas por vários dias com precipitações volumosas.

    O abastecimento de hortaliças nos centros urbanas foi fortemente afetado, com destaque nas áreas localizadas na região metropolitana, na Serra e nos vales do Taquari e do Caí. Considerando o volume e a área plantada, as maiores perdas foram de batata, brócolis e aipim. As péssimas condições das estradas vicinais, que são o eixo das propriedades rurais aos centros consumidores, reduziram a oferta de diversos produtos, embora não tenha ocorrido interrupção total no fornecimento, situação que permitiu uma menor elevação dos preços na Central de Abastecimento (Ceasa) do Rio Grande do Sul.

    O relatório técnico completo da Emater inclui, ainda, os impactos para os povos tradicionais, a cultura do arroz, a floricultura, o abastecimento, o cooperativismo, as produções leiteira e florestal, além de dados meteorológicos e ações para o enfrentamento da calamidade.

    Municípios em calamidade

    Organizados por regiões administrativas, estes são os municípios em situação de calamidade:

    Organizados por regiões administrativas:

    Caxias do Sul – Bento Gonçalves, Caxias do Sul, Cotiporã, Gramado, Santa Tereza e São Valentim do Sul.

    Erechim – Barra do Rio Azul, Ponte Preta e Severiano de Almeida.

    Lajeado – Arroio do Meio, Bom Princípio, Bom Retiro do Sul, Canudos do Vale, Muçum, Colinas, Coqueiro Baixo, Cruzeiro do Sul, Doutor Ricardo, Encantado, Estrela, Feliz, Lajeado, Imigrante, Marques de Souza, Putinga, Relvado, Roca Sales, São Sebastião do Caí, São Vendelino, Taquari, Travesseiro e Vespasiano Corrêa.

    Porto Alegre – Alvorada, Arambaré, Cachoeirinha, Campo Bom, Canoas, Charqueadas, Eldorado do Sul, Esteio, Guaíba, Igrejinha, Montenegro, Nova Santa Rita, Novo Hamburgo, Porto Alegre, Rolante, São Jerônimo, São Leopoldo, Sapucaia do Sul, Taquara, Três Coroas e Triunfo.

    Pelotas – Pelotas, Rio Grande, São José do Norte e São Lourenço do Sul.

    Santa Maria – Agudo, Cachoeira do Sul, Dona Francisca, Faxinal do Soturno, Nova Palma, Santa Maria, São João do Polêsine e São Martinho da Serra.

    Soledade – Candelária, Fontoura Xavier, General Câmara, Ibarama, Passa Sete, Passo do Sobrado, Rio Pardo, Santa Cruz do Sul, São José do Herval, Segredo, Sinimbu, Venâncio Aires e Vera Cruz.

    Infraestrutura Afetada

    14.029 casas

    8.164 galpões

    328 armazéns

    738 silos

    594 estufas de fumo

    2005 estufas de hortifruti

    4.983 açudes para psicultura e irrigação

    804 aviários

    932 pocilgas

    4.570 fontes de águas contaminadas

    34.519 famílias sem acesso à água

    2,7 milhões de toneladas perdidas de soja

    15.661 produtores de soja afetados

    1.4 milhão de hectares prejudicados

    721,3 mil toneladas perdidas de milho (silagem)

    7.693 produtores de milho afetados

    32.681 hectares de milho afetados

    160,7 mil toneladas perdidas de arroz

    1,5 mil produtores de arroz afetados

    89,9 mil hectares de arroz afetados.

    Edição: Nádia Franco

    — news —

  • Mato Grosso: Algodão em alerta máximo contra o bicudo-do-algodoeiro!

    Mato Grosso: Algodão em alerta máximo contra o bicudo-do-algodoeiro!

    O clima adverso e a alta incidência do bicudo-do-algodoeiro colocam em risco a safra recorde de algodão projetada para Mato Grosso na safra 2023/24. As previsões indicam uma colheita de 3,4 milhões de toneladas de pluma, um aumento de 5,9% em relação ao ciclo anterior. No entanto, o cenário promissor pode ser comprometido pela praga, que já causa estragos em 90% das lavouras do estado.

    Segundo especialistas, a proliferação do bicudo-do-algodoeiro foi intensificada por diversos fatores, incluindo populações tardias da safra anterior, condições climáticas desfavoráveis, o aumento da área de cultivo e a alta capacidade de reprodução do inseto.

    “O bicudo ataca todo o ciclo reprodutivo da cultura, podendo comprometer a produção da lavoura quase que por completo se não tiver um manejo correto e eficiente”, alerta o engenheiro agrônomo Roberto Rodrigues.

    As perdas causadas pelo bicudo-do-algodoeiro não se restringem aos produtores. A falta de matéria-prima pode elevar o preço de uma infinidade de produtos, principalmente as roupas, impactando diretamente o consumidor final.

    Chuvas frequentes no Centro-Oeste podem agravar o problema

    As chuvas frequentes previstas para os próximos dias no Centro-Oeste, especialmente em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, podem favorecer o surgimento de pragas e doenças em algumas lavouras, intensificando ainda mais o desafio do combate ao bicudo-do-algodoeiro.

    Manejo de pragas é crucial para salvar a safra

    O manejo de pragas é essencial para garantir a produtividade do algodão. No entanto, o controle do bicudo-do-algodoeiro exige um esforço extra dos produtores, que atualmente realizam em média 26 aplicações de inseticidas durante o ciclo da cultura. Além disso, 100% dos agricultores utilizam fungicidas, com 8 aplicações em média.

    Uma solução promissora para reduzir o número de aplicações e aumentar a produtividade são os produtos que combinam ação inseticida e fungicida. Essa tecnologia inovadora permite um controle mais eficiente das pragas e doenças, minimizando o impacto ambiental e otimizando os recursos utilizados na produção.

    Mato Grosso, o maior produtor de algodão do Brasil, precisa estar em alerta máximo para proteger sua safra recorde e garantir a qualidade da fibra.

    Para mais informações, acesse nosso blog de Agricultura: https://www.cenariomt.com.br/agro/

  • Grupo de Trabalho da Agricultura do G20 tem início com mais de 30 países sob a coordenação do Brasil

    Grupo de Trabalho da Agricultura do G20 tem início com mais de 30 países sob a coordenação do Brasil

    Para dar início às atividades do Grupo de Trabalho da Agricultura do G20, foi realizada nesta segunda-feira (19/02) a primeira reunião oficial da equipe, por videoconferência. O GT tem o objetivo de promover a cooperação internacional para tratar de questões essenciais para a agricultura mundial, como a segurança alimentar, a agricultura sustentável, inovação tecnológica e adaptação às mudanças climáticas.

    Durante discurso de abertura, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, destacou a importância do GT e o compromisso com a agenda da sustentabilidade. “O governo brasileiro escolheu para sua presidência rotativa o lema ‘Construindo um Mundo Justo e um Planeta Sustentável’, no qual a agricultura desempenha um papel fundamental. Não há mundo justo se todos não tiverem acesso a alimentos saudáveis, nutritivos e economicamente viáveis. Não há um planeta sustentável sem que a produção agrícola seja intensificada com sustentabilidade”, pontuou.

    Sob a coordenação do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), o GT promoveu a discussão, com mais de trinta países e aproximadamente trinta organizações, de quatro importantes eixos envolvendo sustentabilidade em sistemas agroalimentares; impacto do comércio mundial na segurança alimentar; importância da agricultura familiar para sistemas sustentáveis e inclusivos; e a integração da pesca e aquicultura em cadeias sociais, tanto locais quanto globais.

    “Nesta primeira reunião, demos início à elaboração de uma nota temática que será debatida ao longo dos próximos encontros e compartilhada com os países do G20 e convidados. Estamos também incluindo diversos programas e boas práticas desenvolvidos pelo Brasil, como o Programa Nacional de Recuperação de Pastagens Degradadas em Áreas Agricultáveis. Agora, vamos aguardar o envio de contribuições dos países e organizações participantes para incorporarmos neste documento, que apresentaremos no fim do ano”, afirmou o coordenador do GT e secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, Roberto Perosa.

    O GT de Agricultura, além do Mapa, também é coordenado pelos ministérios do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), da Pesca e Aquicultura (MPA), das Relações Exteriores (MRE) e pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

    “Recebemos muitos comentários positivos a respeito das quatro prioridades apresentadas pelo Brasil, especialmente na valorização da agricultura sustentável e seus múltiplos caminhos. Também tivemos um retorno muito satisfatório sobre a inclusão e valorização da agricultura familiar como um ator fundamental para a garantia da segurança alimentar e nutricional no mundo”, ressaltou Fernanda Machiaveli, secretária-executiva do MDA.

    Os próximos encontros serão presenciais e ocorrerão em Brasília nos dias 29 e 30 de abril e 15 a 17 de maio; e em Pernambuco de 11 e 12 de junho. Também ocorrerá a reunião ministerial em Mato Grosso de 10 a 13 de setembro. Por fim, haverá o encontro do GT na Cúpula dos Chefes de Estado e de Governo, no Rio de Janeiro (RJ).

    Brasil na presidência do G20

    O Brasil assumiu no dia 1º de dezembro a Presidência temporária do G20. O grupo reúne as 19 principais economias do mundo, a União Europeia e, a partir deste ano, também a União Africana. O mandato tem duração de um ano e se encerrará em 30 de novembro de 2024. É a primeira vez que o país ocupa essa posição na história do grupo no formato atual.

    Ao longo do mandato, o Brasil organizará mais de 100 reuniões de grupos de trabalho, que serão realizadas tanto virtual quanto presencialmente, e cerca de 20 reuniões ministeriais, culminando com a Cúpula de Chefes de Governo e Estado que será realizada no Rio de Janeiro, entre os dias 18 e 19 de novembro de 2024.

    Por: Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa)
    Edição: Yara Aquino

    — news —

  • Descoberta científica pode contribuir com o controle biológico de pragas

    Descoberta científica pode contribuir com o controle biológico de pragas

    Uma descoberta científica resultante da colaboração entre pesquisadores brasileiros e norte-americanos pode aprimorar o cultivo de fungos com potencial para controlar insetos que atuam como pragas na agricultura, também chamados de entomopatogênicos. Os cientistas descobriram que o ajuste da pressão osmótica pode diminuir a diluição do líquido no qual esses microrganismos são criados, aumentando a eficiência da sua produção e, consequentemente, de produtos biológicos (micopesticidas) para controlar pragas e doenças agrícolas, com mais economia e sustentabilidade.

    Segundo o analista da Embrapa Meio Ambiente (SP) Gabriel Mascarin, esse resultado pode aumentar significativamente a eficácia e a eficiência dos biopesticidas à base de fungos, com a possibilidade de superar os produtos fúngicos tradicionais disponíveis no mercado brasileiro. “Os dados obtidos com a pesquisa indicam um caminho promissor para o desenvolvimento de micopesticidas mais efetivos e econômicos”, destaca Mascarin, que é um dos autores do estudo.

    A pesquisa focou no impacto da pressão osmótica durante o cultivo líquido de Beauveria bassiana, um fungo capaz de infectar mais de mil espécies de artrópodes. O pesquisador explica que ajustar a pressão osmótica no cultivo pode ser uma estratégia viável para acelerar e incrementar a produção desse e de outros fungos com potencial para controle de pragas, contribuindo para o avanço de micopesticidas baseados em blastoporos, inovadores e de baixo custo.

    Os blastosporos são células fúngicas preferenciais que, devido à sua produção simplificada por fermentação líquida submersa, enfrentam desafios de baixa produtividade e sensibilidade à dessecação.

    Contudo, como observa Mascarin, a pesquisa desenvolveu uma tecnologia de fermentação que não apenas melhorou a produção de B. bassiana, como também aumentou a resistência dessas células à dessecação, permitindo sua estabilidade e eficácia prolongadas, mesmo em condições de armazenamento não refrigerado, conforme descrito em patente internacional.

    Além da resistência acondicionada, os blastosporos demonstraram ser tão ou mais letais que os esporos tradicionais, com potencial para infectar insetos-praga de maneira mais eficiente, sugerindo uma nova alternativa de ingrediente ativo nos futuros micopesticidas.

    A pesquisa destaca a importância da pressão osmótica e do suprimento de oxigênio na alteração do metabolismo, crescimento e morfologia dos fungos, elementos cruciais para a otimização da fermentação industrial. A manipulação do ambiente de cultivo, incluindo aspectos nutricionais e físicos, abre novas possibilidades para a produção de blastosporos com aplicação em biopesticidas e bioestimulantes fúngicos, marcando um avanço significativo na agricultura sustentável e no controle biológico de pragas.

    O estudo foi publicado na revista científica Applied Microbiology and Biotrchnology. Além de Mascarain, participam como autores: Jeffrey Coleman (Auburn University, EUA) e Nilce Kobori e Marcos Alan Jackson (USDA/ARS, EUA).

  • Produtores alemães se surpreendem com o agronegócio em Lucas do Rio Verde

    Produtores alemães se surpreendem com o agronegócio em Lucas do Rio Verde

    Um grupo de 36 produtores alemães visitou a Fundação Rio Verde, em Lucas do Rio Verde, nesta semana. A comitiva veio conhecer os métodos de pesquisa da instituição e se mostrou surpreendida com as atividades desenvolvidas nas lavouras no Médio Norte de Mato Grosso.

    “Nós estamos fazendo a nossa parte pelo meio ambiente”, diz Redivo à TV francesa

    Os alemães visitaram a estrutura administrativa e laboratórios em fase de construção, o barracão onde são armazenados as máquinas e insumos usados no plantio das cultivares pesquisadas pela Fundação. Eles também conheceram o local onde serão realizado, de 18 a 22 de março, o Show Safra, principal evento do agronegócio mato-grossense.

    Durante a visita, os produtores fizeram várias perguntas sobre o cultivo da soja, principal cultura agrícola do Brasil. Eles ficaram surpresos com a diversidade de cultivares disponíveis no mercado e com o alto nível de tecnologia empregado no manejo da cultura.

    65bb72eb26dbe

    “O que mais nos impressionou foi a variedade de cultivares de soja disponíveis no Brasil”, disse o produtor alemão Michael Müller. “No nosso país, temos apenas algumas poucas cultivares disponíveis, e o manejo é muito mais simples.”

    Os produtores também ficaram impressionados com a preocupação ambiental do agronegócio brasileiro. Eles conheceram as práticas de plantio direto, rotação de culturas e controle biológico de pragas e doenças, que são amplamente utilizadas no Brasil.

    “O agronegócio brasileiro é muito mais sustentável do que o que é divulgado no exterior”, disse o produtor alemão Hans-Jürgen Schmidt. “Ficamos muito surpresos com as práticas sustentáveis que são utilizadas no Brasil.”

    A visita da comitiva alemã à Fundação Rio Verde é mais um exemplo da crescente aproximação entre o agronegócio brasileiro e o europeu. As duas regiões são grandes produtoras de alimentos e têm interesses comuns em relação à sustentabilidade e à inovação.

    65bb72eb89235

    “O agronegócio atravessa fronteiras e é importante que haja essa troca de conhecimento entre os países”, disse o diretor de comunicações da Fundação Rio Verde, Rangel Portela. “Essa visita foi uma oportunidade de mostrar ao mundo que o agronegócio brasileiro é moderno e sustentável.”

  • Mapa debate agricultura sustentável com representação comercial da Rússia

    Mapa debate agricultura sustentável com representação comercial da Rússia

    O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e integrantes da Representação Comercial da Rússia, de três diferentes ministérios daquele país, participaram de reunião bilateral, em formato virtual, para articular ações de cooperação direcionada para a agricultura sustentável. As duas nações compartilharam suas experiências e modelos de políticas públicas exitosas nas temáticas da baixa emissão de carbono, recuperação de áreas degradadas, inovação e digitalização na agricultura.

    O vice-ministro da Indústria e Comércio da Federação Russa, Mikhail Yurin, organizador do evento, destacou, em seu discurso de abertura, aspectos correspondentes que facilitam a elaboração de ações que funcionem mutuamente. “Nossos países são muito semelhantes em tamanho, características e riquezas naturais. Desta forma, acredito que temos um grande potencial para expandir nossa cooperação econômica”, explicou, nesta quarta-feira (24/01).

    A secretária de Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismo do Mapa, Renata Miranda, relembrou o encontro com a equipe russa em Sochi, ocorrido em outubro do ano passado, quando iniciaram o contato para estreitar relações comerciais e oportunidades de investimento para o setor agrícola. “Naquela ocasião tivemos uma conversa muito produtiva e ficou claro que, além de países similares, somos também complementares no que diz respeito a possibilidades de parcerias científicas, técnicas e econômicas. Temos muito a construir juntos e importantes resultados a alcançar”, enfatizou.

    Para falar sobre a cooperação científica e técnica em agricultura de baixas emissões de gases de efeito estufa, o diretor do Departamento de Produção Sustentável e Irrigação, Bruno Brasil, apresentou as estratégias utilizadas na implementação das políticas públicas brasileiras. O diretor explicou sobre os pilares do Plano ABC+, que abrangem a abordagem integrada da paisagem, a adaptação às mudanças climáticas e a promoção e fomento de práticas sustentáveis – que promovem não apenas a mitigação de carbono, mas também de metano e óxido de nitrogênio na agropecuária.

    O secretário adjunto da SDI, Pedro Neto, explicou como é feita a conversão de áreas degradas no Brasil, por meio da ampliação de áreas produtivas sem a necessidade de abertura de novas áreas sobre florestas. A medida está alinhada aos compromissos nacionais de chegar ao desmatamento zero até 2030. Citou, ainda, estratégias que possibilitam o custeio de máquinas e insumos no agro brasileiro e reforçou que o país tem total interesse na cooperação para fornecimento de fertilizantes pela Rússia.

    Participaram, ainda, representantes dos ministérios do Desenvolvimento Econômico e da Agricultura da Federação Russa.

    Por: Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa)

    — news —

  • Índia abre as portas para Mato Grosso: oportunidade para agricultores

    Índia abre as portas para Mato Grosso: oportunidade para agricultores

    A Índia, que ultrapassou a China em número de habitantes, deve se tornar um dos principais parceiros comerciais do Brasil nos próximos anos. Mato Grosso, um dos maiores produtores de alimentos do mundo, está pronto para aproveitar essa oportunidade.

    A relação econômica entre os dois países ainda é discreta, mas o potencial de crescimento é enorme. Em 2023, Mato Grosso exportou cerca de US$ 600 milhões de dólares para a Índia, principalmente ouro e óleo de soja. No quesito importação, foram US$ 175 milhões de dólares, principalmente defensivos agrícolas.

    Os agricultores mato-grossenses podem aproveitar essa oportunidade para exportar mais alimentos para a Índia. O país tem uma população de 1,4 bilhão de pessoas e uma demanda crescente por alimentos.

    Além disso, a Índia também pode ser uma fonte de investimentos para o setor agropecuário de Mato Grosso. O país tem uma forte indústria de tecnologia e pode ajudar os agricultores mato-grossenses a melhorar a produtividade e a eficiência.

  • COP28 dá destaque inédito para a agricultura

    COP28 dá destaque inédito para a agricultura

    A Conferência das Nações Unidades sobre as Mudanças do Clima (COP28), que acontece de 30 de novembro a 12 de dezembro, em Dubai, chega ao fim nesta terça-feira (12) com a inédita participação da agricultura no centro da agenda, com debates e fóruns de ampla participação sobre agricultura regenerativa, solos e água. É o que revelam os participantes da Embrapa que integram a missão oficial do Ministério da Agricultura e Pecuária: a presidente Silvia Massruhá, a diretora de Negócios, Ana Euler, o chefe da Assessoria de Relações Internacionais (Arin), Marcelo Morandi, e os pesquisadores da Arin Gustavo Mozzer e Jane Simone Almeida.

    No Pavilhão Brasil a Embrapa manteve vários contatos com organismos internacionais, ministérios, organizações não governamentais, além de participar de diversos painéis temáticos com foco na sustentabilidade ambiental.

    A presidente Silvia destacou a importância de participar dos painéis, mas principalmente discutir projetos em parceria com os organismos internacionais, como o IICA e FAO, entre outras instituições, bem como participar de discussões com vários ministérios, como o Ministério do Meio Ambiente (MMA) e do Ministério da Ciéncia, Tecnologia e Inovação (MCTI) e secretarias estaduais de agricultura de Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul. Silvia também participou de reunião com ministros da América do Sul mostrando o papel da Embrapa na produção de alimentos e da agropecuária sustentável.

    “Estamos mostrando ao mundo o que o Brasil vem desenvolvendo, através da Embrapa, de tecnologias sustentáveis, para a adaptação e mitigação das mudanças climáticas, a importância de gerar dados e informações para desenvolvermos os indicadores tropicalizados e métricas para medir a sustentabilidade da agricultura brasileira. Apresentamos várias experiências no bioma Amazônia como a fixação biológica do nitrogênio, o plantio direto e os sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta”, explicou a presidente. “Também mostramos os resultados do consórcio de gramíneas e leguminosas na região Amazônica, que apontaram como resultados a conversão de 55 mil hectares e trouxe a redução de gases de efeito estufa de aproximadamente 36%. O que mostra a importância das práticas sustentáveis na agropecuária brasileira e a necessidade de se fazer um cálculo do ciclo de vida. A agricultura emite, mas tem condição de sequestrar carbono, por exemplo, no ILPF e muitas vezes gerar até um balanço positivo”, complementou.

    Outro destaque foi a nova proposta do governo federal de recuperação de áreas degradadas, onde a Embrapa é participante ativa mapeando as áreas de pastagens e fazendo o cruzamento com o ZARC, para mostrar a aptidão de cada uma dessas áreas. “Muitas vezes podemos mudar de áreas de pastagens para agricultura ou sistema agroflorestal, sempre baseado na execução de políticas públicas voltadas para a recuperação de áreas degradadas”. Ao todo, destacou Sílvia, são 160 milhões de hectares de pastagens, sendo 40 milhões com aptidão agrícola.

    Silvia destacou a importância da presença da Embrapa na reunião que engloba todos os ministros da Agricultura da  América do Sul, Paraguai, Bolívia, Chile, Argentina, Uruguai e o Brasil. “Tivemos a oportunidade de mostrar o papel da pesquisa agropecuária para subsidiar as políticas públicas no Brasil e a Transferência de Tecnologia para outros países da América do Sul”, salientou.

    A diretora de Negócios, Ana Euler, participou de painéis internacionais, bem como discutiu projetos no âmbito da biodiversidade e da bioeconomia, com várias áreas de interface, entre elas a atuação da Embrapa em territórios indígenas para promoção de segurança alimentar e conservação da agrobiodiversidade.

    “Destaco aqui a importância da coalização entre pesquisa, inovação e transferência de tecnologia entre os estados membros da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), organização intergovernamental, formada por oito países amazônicos: Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela, que assinaram o Tratado de Cooperação Amazônica (TCA), tornando-se o único bloco socioambiental da América Latina”, explicou a gestora. Entre os compromissos institucionais, a diretora reuniu-se com o coordenador da Unidade de Projetos do Banco Interamericano de Desenvolvimento, Daniel Hincapie, coordenador da Unidade de Projetos do BID Amazônia.

    Nessa mesma direção, Ana Euler reuniu-se com a ministra brasileira dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara para tratar da construção de projetos em parceria com as comunidades indígenas brasileiras visando o fortalecimento do empreendedorismo feminino e a ampliação da atuação em parceria com o respectivo ministério em temas considerados prioritários para a atual agenda da Embrapa: segurança alimentar e nutricional, conservação da agrobiodiversidade, agregação de valor às cadeias da sociobiodiversidade (foto à direita).

    Outro tema que ganhou destaque na agenda foi  a parceria da Embrapa e a organização não governamental internacional ITC (International Trade Centre). Junto com a representante do Ministério das Mulheres, Joci Aguiar, a diretora de Negócios discutiu o desenvolvimento de um projeto para ações de apoio à promoção de inovação em negócios e exportação voltado para pequenas empresas relacionadas às cadeias da bioeconomia na Amazônia.

    Com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), os representantes da Embrapa realizaram importante reunião na qual firmaram o compromisso de desenvolverem parceria estratégica para gerar e monitorar dados em apoio ao inventário nacional de emissões do setor agropecuário do setor agropecuário. O tema tratado foi “Dados, Metodologia e Estruturação de Equipes”.

    mcti e grupo da embrapa
    Representantes do MCTI e grupo da Embrapa durante o evento em Dubai (Foto: Divulgação)

    No dia 6, a equipe da Embrapa participou de evento promovido pelo Governo do Estado do Pará, onde reuniu-se com o governador Helder Barbalho, parlamentares, representantes de organismos internacionais para discutir a COP 30, em Belém, e a participação da Embrapa. “Tratamos do planejamento da COP 30 em parceria com o Governo Federal, que será a primeira COP realizada no coração da floresta tropical.

    Nos dias 9 e 10, Ana Euler participou de vários painéis promovidos pelo Ministério do Meio Ambiente, do Desenvolvimento Agrário, FAO, ITC e Instituto Sociedade, População e Natureza. A presidente Silvia e a diretora Ana também se reuniram com a vice-diretora da FAO mundial, Maria Helena Semedo.

    Reuniões de alto nível e apoio a grupo de negociadores brasileiros

    Marcelo Morandi, como membro convidado pelo Mapa para missão oficial, participou de diversas reuniões de alto nível. “As discussões ocorreram em diversas sessões desde o dia 29 de novembro, incluindo com a coordenação dos grupos negociadores (no caso do Brasil, o ABU e o G77+China), reuniões bilaterais entre as Partes e grupos e nas convocações para as reuniões de instrução e de negociação (Informal Consultations, Contact Group, Inf Inf Meetings). Foram obtidos avanços na construção dos diferentes elementos dos seis pontos de negociação, com a elaboração de um texto base, por parte do Brasil (Informal Note, sem status) para negociações.

    São esses os seis pontos: (1) Criação de um ‘roadmap’ até a COP31 (2026), com foco em ações que promovam a implementação de projetos e políticas públicas para adaptação da agricultura às mudanças climáticas e garantia da segurança alimentar; (2) Estabelecimento das bases para elaboração de um relatório síntese anual (Synthesis Report) pelo Secretariado da UNFCCC (Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Clima), relatando os avanços alcançados e os ‘gaps’ que devem ser solucionados para implementação das ações, incluindo financiamento; (3) Estabelecimento de um calendário de workshops anuais com temas relativos aos objetivos do SSH-JW (Sharm el-Sheikh), com foco na busca de mecanismos para superar os gaps relatados, assim como a discussão de novos temas e compartilhamento de experiências em implementação de ações climáticas para adaptação e resiliência da agricultura frente às mudanças climáticas; (4) Operacionalização de um Portal online para acompanhamento das ações, compartilhamento de experiências e negociação de financiamento para iniciativas nacionais das Partes (países membros) em implementação de ações climáticas para adaptação e resiliência da agricultura; (5) Elaboração das recomendações dos órgãos subsidiários para tomada de decisões na COP; (6) Definições relativas ao modelo de governança do SSH-JW.

    Programa de conversão de pastagens degradadas

    No sábado (9), em Dubai, o secretário de Comércio e Relações Internacionais, Roberto Perosa, liderou importantes reuniões representando o Mapa. Em um encontro com Martien van Nieuwkoop, diretor global de Agricultura e Alimentos do Banco Mundial, foram discutidos detalhes do programa de conversão de pastagens degradadas. O secretário enfatizou a importância do recente decreto presidencial que estrutura o programa e estabelece um comitê gestor interministerial.

    Durante a conversa, Nieuwkoop manifestou interesse em estabelecer uma linha de crédito em parceria com o Banco do Brasil para projetos de descarbonização, incluindo a conversão de pastagens e se prontificou a colaborar na criação de um mecanismo financeiro para atrair investidores privados.

  • Vendas de produtos orgânicos no país crescem 30%, aponta pesquisa

    Vendas de produtos orgânicos no país crescem 30%, aponta pesquisa

    Uma pesquisa feita por cientistas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) mostrou que, apesar de o Brasil ser vasto em terras cultiváveis e ter um dos principais mercados agrícolas do mundo, incluindo o de produtos orgânicos, ainda há falhas no levantamento de dados referente ao cultivo de orgânicos no país. A pesquisa foi publicada no último dia 24 na revista científica Desenvolvimento e Meio Ambiente.

    A pesquisa se baseou em dados do Censo Agropecuário de 2017 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos (CNPO), realizado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), e informações sobre consumo de pesquisas da Associação de Promoção dos Orgânicos (Organis) e do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

    Segundo os dados, entre 2003 e 2017, as vendas de produtos orgânicos no país aumentaram quatro vezes. No ano de 2020, tiveram expansão de 30%, com o movimento de R$ 5,8 bilhões. Há ainda 953 certificações de orgânicos para produtos importados, de um total de 23 países, segundo dados do Mapa. São alimentos provenientes de espécies características de outros países (como amaranto, quinoa, damasco, azeite de oliva). A pesquisa também revelou que houve aumento de 75% no cadastro de produtores de orgânicos no país em quatro anos (2017 a 2022).

    São Paulo, (SP), 27.11.2023 - Produtos orgânicos no Armazém do Campo . - Mercado de orgânicos registrou aumento de 30% nas vendas em 2020, movimentando R$5,8 bilhões. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil
    São Paulo, (SP), 27.11.2023 – Produtos orgânicos no Armazém do Campo . – Mercado de orgânicos registrou aumento de 30% nas vendas em 2020, movimentando R$5,8 bilhões. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

    De acordo com a pesquisa, 1,28% das áreas de cultivo é referente a propriedades com agricultura orgânica e, dessas, 30% estão no Sudeste do país. Estimativas apontam que esse tipo de cultivo ocupa 0,6% das áreas agrícolas do país, com predomínio da produção vegetal em 36.689 estabelecimentos. Os outros 17.612 estabelecimentos dedicam-se à produção animal, enquanto uma parcela menor de 10.389 estabelecimentos têm produção animal e produção vegetal orgânicas.

    “A oferta ainda não está bem esclarecida. A pesquisa mostra que há tendência de aumento da demanda, mas que a produção não suprirá essa demanda. Isso não está muito bem claro e precisa ser melhor estudado. Não está claro também os produtos que são mais demandados”, disse a pesquisadora da UFRGS Andreia Lourenço.

    Para a pesquisadora, para melhorar esse quadro, é preciso abrir mais instâncias de participação na sociedade para construir isso junto com o consumidores e com produtores, já que esses espaços de discussão são essenciais para a elaboração de políticas públicas adequadas para os diferentes contextos existentes no Brasil.

    São Paulo, (SP), 27.11.2023 - Produtos orgânicos no Armazém do Campo . - Mercado de orgânicos registrou aumento de 30% nas vendas em 2020, movimentando R$5,8 bilhões. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

    “E que elas possam aprimorar ações que levem em consideração justamente esses diferentes contextos também pensando nas ações para diferentes escalas. Uma coisa é pensarmos numa escala mais local, outra coisa é a gente pensar em escala mais regional ou territorial. Por isso é importante ter não só uma política nacional, mas políticas estaduais de agroecologia e produção orgânica”, afirmou Andreia.

    Para Carla Guindani, da empresa Raízes do Campo, que atua no setor de orgânicos da agricultura familiar, é necessário que haja investimentos nesse setor, principalmente para o desenvolvimento de tecnologias para produção de sementes, o que é a base de todo esse processo, porque são essas famílias que de fato fazem a produção agroecológica no Brasil hoje. Ela destacou ainda a importância do acesso a bioinsumos, maquinários adequados e da certificação de alimentos orgânicos.

    “Hoje há muito essa dúvida sobre comercializar e depois certificar porque é um processo caro e geralmente o agricultor não tem esse recurso. Poderia se criar uma metodologia e um incentivo de certificação sem a participação tão expressiva das certificadoras privadas que têm esse alto valor agregado”, disse.

    Segundo ela, a logística também impacta no preço dos produtos, porque não há eficiência para fazer a distribuição. Outro item é a comercialização da produção orgânica, já que o varejo precisa compreender o novo momento vivido com a crescente demanda pelo consumo desses produtos.

    “O varejo precisa aumentar o espaço na gôndola para oferecer os produtos agroecológicos para o consumidor e entender que esse segmento tem um valor agregado e que o consumidor está buscando esse tipo de produto. O preço sempre é o fator limitante e a gente vai diminuir o preço quando houver o aumento de consumo. E, quando há tecnologias adequadas para produção, diminui o custo da produção, e esses alimentos chegam ao supermercado e ao consumidor com preço mais acessível.”

    Ela analisou ainda que a agroecologia é o único caminho que resta para a humanidade frear as mudanças climáticas. “Elas estão aí é são a prova da necessidade e da urgência de mudarmos os nossos hábitos de consumo e de relacionamento com o meio ambiente. O desmatamento, os monocultivos e o uso intensivos de agrotóxicos vêm cada vez mais provando ser um modelo inviável.”

    Para Carla, a mudança de hábitos é necessária para criar um mecanismo e situações nas quais o relacionamento com o meio ambiente aconteça a partir da preservação e da regeneração. “E esse protagonismo está na agricultura familiar.”

    Edição: Juliana Andrade
    — news —