Tag: agricultura

  • Governo federal anuncia R$ 546,6 bilhões em investimentos para impulsionar o agro brasileiro

    Governo federal anuncia R$ 546,6 bilhões em investimentos para impulsionar o agro brasileiro

    O agro brasileiro ganha mais impulso com a Nova Indústria Brasil (NIB). O presidente Lula e o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, representantes do Governo Federal e empresários do setor anunciaram nesta terça-feira (3/12) R$ 546,6 bilhões de investimentos públicos e privados para a Missão 1 da NIB, que tem o objetivo de desenvolver as cadeias agroindustriais sustentáveis e digitais para a segurança alimentar, nutricional e energética.

    Dos R$ 546,6 bilhões, R$ 250,2 bilhões são de recursos públicos em linhas de crédito, sendo que R$ 198,1 bilhões foram alocados em 2023 e 2024. E R$ 52,18 bilhões estão disponíveis para 2024 a 2026. Já o setor privado prevê investimentos de R$ 296,3 bilhões até 2029.

    “O agronegócio brasileiro tem papel importante para garantir a segurança alimentar no mundo, e a agricultura familiar é fundamental para a produção dos alimentos que estão todos os dias em nossa mesa. A Nova Indústria Brasil, nesse sentido, alia maior coordenação das políticas de financiamento com ações de fortalecimento da nossa cadeia agroindustrial, para agregar mais valor à produção nacional, gerar emprego e aumentar ainda mais a produtividade e a sustentabilidade do nosso campo”, ressalta Alckmin.

    A cerimônia marcou a inclusão do Banco do Brasil ao Plano Mais Produção (P+P) como novo braço de financiamento da NIB, conferindo, sobretudo, maior coordenação das ações alinhadas à nova política industrial. As linhas de crédito do BB destinadas à NIB somam R$ 101 bilhões, o que elevou os recursos do P+P para R$ 507 bilhões. Além do BB, o Plano Mais Produção disponibiliza recursos por meio do BNDES (R$ 259 bi), Caixa (R$ 63 bi), Finep (R$ 51,6 bi), Banco do Nordeste (R$ 16,7 bi), Banco da Amazônia (R$ 14,4 bilhões) e Embrapii (R$ 1 bi).

    O presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) Fernando Pimentel, afirmou que os investimentos projetados de R$ 10 bilhões por ano na próxima década para o setor têm o potencial de acrescentar 250 mil de empregos formais diretos.

    “Acreditamos que o efetivo das novas e pertinentes políticas públicas, em especial se tiverem aliadas à diminuição dos ônus de se produzir neste país, irá refletir-se em três eixos fundamentais: inclusão do Brasil entre os países fornecedores de bens mais sofisticados e de maior valor agregado, o crescimento do PIB de modo consistente, e nesse sentido capaz de atender as aspirações dos brasileiros, alinhado à agenda do clima e as metas de inclusão social e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. E finalizando, a geração crescente de empregos de melhor qualidade e bem remunerados”, disse Pimentel.

    Metas aprimoradas

    No evento, o ministro Geraldo Alckmin apresentou as novas metas da Missão 1 da NIB para 2026 e 2033, aprovadas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI). A primeira é a de elevar o crescimento do PIB Renda Agroindústria para 3% ao ano, em 2026, e 6% ao ano, em 2033. Como referência, o PIB Renda da agroindústria em 2023 foi de R$ 761 bi e a média do crescimento de 2019 a 2023 foi de 1,75%.

    Reconhecendo a importância do uso de tratores e outros implementos, a segunda meta é de aumentar a mecanização da agricultura familiar para 28%, em 2026, e 35%, em 2033. De acordo com o Censo Agropecuário do IBGE, em 2023, a taxa de mecanização da agricultura familiar alcançava 25%.

    Por fim, a terceira meta é aumentar a tecnificação da agricultura familiar para 43%, em 2026, e 66%, em 2033. Tecnificação é o uso de equipamentos e tecnologias agrícolas que vão além da mecanização. Atualmente, 35% dos estabelecimentos são tecnificados.

    O CNDI também definiu as cadeias produtivas prioritárias da missão 1, que vão ajudar a impulsionar o setor e a alcançar as metas definidas pelo CNDI. A primeira cadeia vai disseminar o uso da agricultura de precisão, com estímulo à produção nacional de drones.

    O governo também quer adensar a cadeia de produção de fertilizantes e biofertilizantes, gerando valor aos produtos nacionais e reduzindo a dependência brasileira desses insumos importados. Além disso, o governo vai fortalecer a produção nacional de máquinas agrícolas e suas partes e componentes.

    Novas medidas

    Na cerimônia, o presidente Lula assinou decreto criando o Programa Nacional de Pesquisa e Inovação para a Agricultura Familiar e Agroecologia (PNPIAF). O Programa tem como objetivo promover ações de pesquisa e inovação voltadas para a Agricultura Familiar, com ênfase na transição agroecológica, nos territórios, na preservação dos biomas e na sustentabilidade dos agroecossistemas, contribuindo para a segurança e soberania alimentar da sociedade brasileira.

    Também foi assinado o acordo de cooperação técnica (ACT) em inovação e mecanização entre o Ministério de Desenvolvimento Agrário (MDA) e a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ) para a ampliação do desenvolvimento e acesso a máquinas e equipamentos adequados para a agricultura familiar brasileira.

    Além disso, os ministérios do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), do Desenvolvimento Agrário (MDA) e da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) assinaram portaria que institui o Conselho Consultivo do Programa Mais Alimentos, que terá a participação de representantes do governo, de entidades da agricultura familiar.

    “O rumo do Brasil é o fortalecimento da agricultura familiar para diversificar a produção de alimentos para atender a diversidade da cultura alimentar do nosso povo, que requer uma produção que só a agricultura familiar tem condições de fazer nessa dimensão”, afirmou o ministro Desenvolvimento Agrário e da Agricultura Familiar, Paulo Teixeira.

    Alinhados com a meta da missão 1, o Ministério da Agricultura e Pecuária e a Petrobras assinaram acordo para fortalecer a produção e o desenvolvimento de fertilizantes e insumos para nutrição de plantas.

    O acordo prevê a ampliação e modernização de instalações fabris para produção nacional de fertilizantes; capacitação de profissionais; desenvolvimento de tecnologias avançadas; aprimoramento da infraestrutura e logística; transferência de tecnologia; além do desenvolvimento rural sustentável.

    BNB e Finep

    Durante a cerimônia, o Banco do Nordeste (BNB) assinou contrato com a empresa Inpasa para o financiamento de uma nova planta de etanol de milho e sorgo no Maranhão. Com financiamento de R$ 600 milhões do BNB, o projeto terá um investimento total de R$ 1,3 bilhão, com potencial de geração de 351 empregos diretos na nova planta.

    Além disso, a Finep assinou dois contratos, de R$ 250 milhões cada, para o desenvolvimento de produtos inovadores para o setor agropecuário. A empresa Ouro Fino Saúde Animal vai desenvolver a primeira vacina de dose única do mundo contra a doença de Glässer para suínos.

    Para o desenvolvimento de produtos e processos inovadores que gerem impacto no processamento industrial, o outro acordo da Finep é com a Lar Cooperativa Agroindustrial. O projeto prevê o desenvolvimento de soluções ligadas a alimentos e suprimentos para aves, buscando a automação dos processos e o uso de novas tecnologias da Indústria 4.0 visando ao aumento de produtividade, redução de custos de produção e segurança alimentar.

    R$ 1,83 trilhão

    A Nova Indústria Brasil tem estimulado o anúncio de novos investimentos do setor privado, que vão contribuir para o fortalecimento da competitividade da indústria brasileira. Até o momento, já foram anunciados R$ 1,83 trilhão de investimentos nos próximos anos:

    Agroindústria – R$ 296,3 bi

    Construção – R$ 1,06 trilhão

    Automotivo – R$ 130 bi

    Papel e Celulose – R$ 105 bi

    Tecnologia da Informação e Comunicação – R$ 100,7 bi

    Aço – R$ 100 bi

    Saúde – R$ 39 bi

  • Deputados discutem uso de neonicotinóides na agricultura em audiência pública

    Deputados discutem uso de neonicotinóides na agricultura em audiência pública

    A Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados realiza nesta segunda-feira (25) debate sobre o uso de defensivos agrícolas neonicotinóides. A audiência, solicitada pela deputada Coronel Fernanda (PL-MT), busca avaliar os impactos ambientais, socioeconômicos e produtivos relacionados à utilização dessas substâncias.

    Os neonicotinóides são amplamente utilizados no controle de pragas em cultivos estratégicos para a economia brasileira, como soja, milho e algodão. Contudo, o uso desses defensivos tem gerado discussões sobre seus possíveis efeitos negativos na biodiversidade e no meio ambiente.

    Importância econômica e sustentabilidade

    Para a deputada Coronel Fernanda, os neonicotinóides são fundamentais para garantir a produtividade das lavouras e a segurança alimentar no Brasil. Ela alerta que uma eventual proibição das substâncias pode trazer prejuízos significativos ao setor agrícola, comprometendo a estabilidade econômica do país.

    “As medidas de contenção ou proibição dos neonicotinóides precisam ser avaliadas em termos de seus impactos na promoção da agricultura sustentável”, afirmou a parlamentar. Coronel Fernanda também destacou que a audiência será uma oportunidade para discutir alternativas que possam mitigar os impactos ambientais sem prejudicar a eficácia no combate às pragas agrícolas.

    Participação e diálogo

    A audiência pública contará com a participação de especialistas, representantes do setor agrícola, ambientalistas e autoridades governamentais. O objetivo é promover um diálogo amplo, buscando soluções que conciliem produtividade, sustentabilidade e preservação da biodiversidade.

    A deputada reforçou a importância de um debate equilibrado para encontrar caminhos que promovam boas práticas agrícolas, preservando o meio ambiente sem comprometer o desempenho do setor agrícola, um dos pilares da economia brasileira.

    A discussão ocorre em um momento em que a sustentabilidade agrícola e os impactos ambientais estão no centro das políticas públicas e das exigências de mercados internacionais, reforçando a necessidade de decisões informadas e fundamentadas.

  • CNA discute outorga e efeitos da irrigação na economia brasileira

    CNA discute outorga e efeitos da irrigação na economia brasileira

    A CNA discutiu os efeitos econômicos e sociais da ampliação da área irrigada no Brasil, durante o 2º workshop Setor Agropecuário na Gestão da Água – Polos de Agricultura Irrigada, na terça-feira (19).

    O evento recebeu diversos profissionais do setor, entre eles, o coordenador de Análises Econômicas do Grupo de Pesquisa de Políticas Públicas da Esalq/USP, Joaquim Bento de Souza Ferreira Filho, que apresentou um estudo que simula cenários de ampliação das áreas irrigadas até 2040.

    Segundo a análise, em um cenário com 4,2 milhões de hectares irrigados há um acúmulo de R$ 71 bi de investimentos na economia, sendo R$ 16,3 bi (0,23%) de aumento no consumo real das famílias e redução no preço dos alimentos.

    Em outro cenário, com ampliação da área em mais 6,2 milhões de hectares irrigados, a economia do país cresceria R$ 102,8 bilhões, com redução de 0,45% no preço dos alimentos e R$ 23,4 bi de aumento no consumo real das famílias.

    O estudo também analisou as principais culturas impactadas nos dois cenários. Arroz, trigo e outros cereais se destacaram com crescimento entre 20 e 29,6%. A exportação desses produtos também cresceria.

    “Para cada R$ 1 real investido na agricultura irrigada, haveria um retorno social de R$ 0,36 na economia. Um retorno muito maior do que de alguns programas sociais, inclusive.” explicou o professor.

    Estudo sobre irrigação

    O estudo foi elaborado por solicitação do Ministério da Agricultura e contou com informações de diversas instituições, entre elas, a CNA.

    “Esse estudo foi criado para mostrarmos a importância de se desenvolver a irrigação sem abrir novas áreas ou desmatar. É um cenário otimista e realista, não há extravagância, com alguns detalhes é possível expandir a área irrigada no país”, afirmou Gustavo Goretti, coordenador-geral de Irrigação e Conservação de Solo e Água do Mapa.

    Outorga

    Outro ponto discutido no workshop foram as concessões para uso da água, as outorgas, com a participação do superintendente de Regulação de Usos de Recursos Hídricos da ANA, Marco Neves, e do coordenador de Regulação de Usos em Sistemas Hídricos Locais, Bruno Collischonn.

    Marco Neves abordou a elaboração da plataforma Águas Brasil que integra o sistema de outorgas dos estados e busca simplificar o processo para adquirir o direito de uso dos recursos hídricos.

    “A ANA emite cerca de 80 outorgas por semana, por isso essa plataforma que é moderna, disjuntiva e integrada vai agilizar a emissão do documento e entregar inclusive outorgas instantâneas, onde tiver disponibilidade hídrica”, disse. “É de livre adesão, mas acredito que à medida que for funcionando, vai atrair a participação cada vez mais dos estados”, ressaltou.

    O coordenador de Regulação de Usos em Sistemas Hídricos Locais, Bruno Collischonn, falou sobre as outorgas com gestão de garantias e prioridade (OGP) e gestão compartilhada (OGC) que a agência está desenvolvendo em duas bacias hidrográficas brasileiras como projeto piloto ou ‘sandbox’, termo usado para designar um ambiente regulatório experimental.

    O primeiro modelo não tem limite para emissão de outorgas, há ranking de prioridade e restrição somente se um usuário mais prioritário ficar sem água. Já o segundo tem limite formal de vazão estabelecido por resolução da ANA.

    “Todo ano verificamos como a água dos rios vai se comportar para darmos uma previsão aos produtores que devem se organizar sobre o quanto vai ser plantado naquele ano”, afirmou Collischonn.

    De acordo com ele, atualmente a morosidade das outorgas depende de sistemas e critérios na tomada de decisão, porém, “sabemos que traz segurança jurídica para o produtor e estamos buscando formas de atender um maior número de usuários”, ressaltou.

    Experiências sobre irrigação compartilhadas

    Os produtores rurais Lessivan Pacheco e Bruno Brunner trouxeram suas experiências com os tipos de outorga citadas por Bruno Collischonn.

    “Eu quero crer que vai dar certo, a gente está fazendo de tudo para dar certo, porque é uma oportunidade única dentro do Brasil, estamos tendo a possibilidade de colocar os equipamentos de irrigação, e garantindo nem que seja uma safra bem-feita com o uso da água. Não é só uma questão socioeconômica do produtor rural, mas sim de toda uma região”, disse Bruno Brunner, produtor na bacia do Rio Bezerra, localizada entre Tocantins e Goiás.

    Lessivan Pacheco, produtor na bacia do Médio Pardo, explica que o projeto na região é recente e a expectativa sobre os resultados é positiva.

    “É uma expectativa fundada em um diálogo que nós temos com a ANA desde 2017, quando tivemos uma crise hídrica. Inclusive tivemos várias reuniões na associação para discutirmos a iniciativa e para nós é muito positivo a agência estar conversando com o usuário.”

    O presidente da Comissão Nacional de Irrigação da CNA, David Schmidt, ressaltou a necessidade do setor se unir para planejar e aperfeiçoar iniciativas como essas.

    “Esses dois projetos vão ser um alívio para diversas outras bacias que demandam soluções alternativas na parte de regulação”, afirmou. “E com certeza vão ajudar o país a chegar na meta de aumentar 60% da produção para atender a demanda de alimentos no mundo, que terá o Brasil como principal player.”

  • Licenciamento ambiental em Lucas do Rio Verde agora pode ser solicitado de forma digital

    Licenciamento ambiental em Lucas do Rio Verde agora pode ser solicitado de forma digital

    A partir desta terça-feira (15) os contribuintes de Lucas do Rio Verde que precisarem solicitar o licenciamento ambiental poderão fazer todo o processo de maneira digital. O sistema de protocolo e envio de documentos, antes realizado de forma física, agora será totalmente online.

    A Prefeitura de Lucas do Rio Verde lançou a nova plataforma para agilizar o atendimento ao empreendedor ou técnico responsável. Segundo o secretário de Agricultura e Meio Ambiente, Felipe Palis, a digitalização do serviço, além de economizar papel e tempo, contribuirá com a preservação ambiental e eficiência no atendimento.

    “O empreendedor não precisará mais enviar processos físicos, o que gera economia e evita deslocamentos até a Secretaria. Além disso, o acompanhamento do processo pode ser feito de forma prática e ágil, pelo computador ou celular”, ressaltou Palis.

    O novo sistema está acessível através da Central de Atendimento do Sistema 1Doc e permite que os usuários acompanhem o andamento de seus processos, verifiquem requisitos e prazos, e acessem documentos de maneira direta.

    Essa iniciativa faz parte do Projeto DigitAll, amparado pelo Decreto Nº 6.994 de setembro de 2024, e está ligado ao InPacto Lucas, projeto que visa tornar o município referência em Economia Verde nos próximos 10 anos. A Prefeitura também está adaptando outros serviços para o formato digital, como o de alvarás de construção, vinculado à Secretaria de Infraestrutura e Obras.

    Para mais informações ou dúvidas, a Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente está à disposição para prestar esclarecimentos sobre o processo.

    Acesse o serviço digital de licenciamento ambiental através do link: Lucas do Rio Verde – Carta de Serviços.

  • Produção de grãos e oleaginosas no Mercosul deve aumentar em 100 milhões de toneladas até 2034

    Produção de grãos e oleaginosas no Mercosul deve aumentar em 100 milhões de toneladas até 2034

    Nos próximos dez anos, a produção de grãos e oleaginosas do Mercosul deverá crescer expressivamente, com uma estimativa de aumento de 100 milhões de toneladas, impulsionada por safras de milho, soja e trigo. As exportações também deverão apresentar incremento de 58 milhões de toneladas. Atualmente, a região responde por cerca de 10% das exportações mundiais de commodities agrícolas, reafirmando sua relevância na segurança alimentar global.

    As estimativas foram divulgadas no primeiro Outlook dos países do Cone-Sul, realizado em Buenos Aires nos dias 25 e 26 de setembro de 2024. O documento, que traz projeções de longo prazo para os principais produtos agrícolas, foi elaborado por especialistas de organizações de pesquisa de Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, utilizando um modelo de equilíbrio parcial. A Embrapa, representada por uma comitiva de pesquisadores, participou da elaboração do relatório, que destaca desafios como as mudanças climáticas, instabilidades de mercado e políticas protecionistas.

    Paulo do Carmo Martins, assessor da Presidência da Embrapa, ressaltou a importância da colaboração entre os países do bloco, enfatizando que o avanço da agricultura no Mercosul dependerá de esforços conjuntos e do compromisso com práticas sustentáveis. Durante o evento, especialistas também discutiram o potencial produtivo e o desmatamento, além de projetar cenários que levarão à adoção de tecnologias para aumentar a sustentabilidade e produtividade agrícola na região.

  • Seaf e Indea publicam portaria com procedimentos para obtenção do registro no Serviço de Inspeção

    Seaf e Indea publicam portaria com procedimentos para obtenção do registro no Serviço de Inspeção

    A Secretaria de Estado de Agricultura Familiar (Seaf) e o Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea) publicaram portaria conjunta que estabelece os procedimentos  para obtenção e manutenção do registro no Serviço de Inspeção Agroindustrial e de Pequeno Porte (SIAPP). Esse registro é necessário para que as agroindústrias de pequenos produtores possam comercializar produtos de origem animal dentro do Estado.

    A portaria conjunta traz todos os procedimentos de cadastro, registro, autorização de  reforma e ampliação, alteração cadastral, fiscalização e suspensão e cancelamento de registro da agroindústria de pequena escala ou de pequeno porte no SIAPP.

    Empreendedores rurais de pequeno porte que tenham granjas avícolas, queijarias e unidades de beneficiamento de produtos de abelhas farão o procedimento simplificado para registro.  Neste caso, os produtores fazem a solicitação para a  Seaf  e se todos os documentos necessários estiverem conforme o pedido na portaria, já é liberado o registro.  A primeira vistoria deverá ocorrer em, no máximo, 90 dias após a emissão do registro.

    Já para os produtores que tenham unidades de beneficiamento de carne e produtos cárneos, de pescado e produto do pescado, de ovos e derivados, de leites e derivados e granja leiteira a aprovação do registro só acontecerá após vistoria do Indea.

    Em todos os casos, conforme a portaria, é preciso fazer o cadastro na Seaf, cumprindo os requisitos de enquadramento como beneficiário da lei  nº 12.387, sancionada no dia 8 de janeiro de 2024,que  estabelece critérios para o registro, manipulação, beneficiamento, inspeção e fiscalização sanitária de produtos comestíveis de origem animal provenientes da agricultura familiar.

    Conforme explica a secretária de Estado de Agricultura Familiar, Andreia Fujioka, a portaria conjunta tem benefícios para todas as partes envolvidas nos empreendimentos rurais de pequena escala ao garantir desburocratização na obtenção do registro no SIAPP, mas sem colocar em risco a segurança alimentar.

    “Temos excelentes produtos da agricultura familiar aqui no Estado. Ao fazer o registro no SIAPP, os pequenos produtores podem levar seus produtos para as mesas de consumidores em todos os municípios de Mato Grosso, ajudando no desenvolvimento, com sustentabilidade, de sua produção. Trabalhamos justamente para isso, para fomentar esse crescimento da agricultura de pequeno porte com eficiência, respeito, sustentabilidade e segurança alimentar”, destaca a secretária.

    A portaria conjunta completa pode ser consultada na edição do dia 20 de setembro do Diário Oficial do Estado.

  • Agricultores mato-grossenses sofrem para manter a rentabilidade no campo

    Agricultores mato-grossenses sofrem para manter a rentabilidade no campo

    Fechar as contas no azul na safra de soja e milho pode ser uma tarefa difícil aos agricultores. Em Mato Grosso a situação requer muita cautela e estratégia pelos agricultores, isto porque o alto custo de produção no estado, aliado a queda da rentabilidade nos últimos anos tem preocupado os produtores, é o que aponta dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), durante o lançamento da 9ª edição do projeto “Acompanhamento dos Custos de Produção Agropecuária de Mato Grosso”, ocorrido nesta quarta-feira (18.09).

    Conforme o Imea, após o período pós pandêmico, tanto a soja quanto o milho tiveram seus preços elevados em Mato Grosso. No entanto, os custos de produção, que são os gastos dos produtores durante a safra, sofreram com alta, diminuindo a rentabilidade no campo.

    Exemplo disto foi a safra 23/24 de soja, que causou prejuízo a diversos agricultores mato-grossenses. Com o custo de produção da oleaginosa a R$ 7,2 mil por hectare, com uma produtividade média de 52,1 sacas colhidas por hectare e com preço médio de aproximadamente R$ 110 por cada saca, o valor arrecado com a produção seria de apenas R$ 5,7 mil. Para que não houvesse prejuízo teria que haver um aumento de produtividade, ou uma estratégia para reduzir os gastos na lavoura.

    O superintendente do Imea, Cleiton Gauer, conta sobre os desafios aos agricultores, comentando sobre os desafios dentro das lavouras. “O produtor realmente passa por um momento bastante sensível e também sobre um momento de planejamento para safra 24/25, que não é um cenário tão favorável. É um cenário um pouco melhor do que nós vimos na última safra, mas é um cenário totalmente aberto, dado que os produtores ainda nem colocaram a semente no chão”, disse.

    Na mesma direção de Cleiton, a responsável pela gerência de Defesa Agrícola da Aprosoja-MT, Jerusa Rech, destaca que a safra 24/25 pode ser delicada para os agricultores. “O produtor já vem de uma safra com baixa rentabilidade e o que ele tem que ficar atento é justamente isso. Muitas vezes as altas produtividades não significam altas rentabilidades e para ele manter o seu negócio viável, ele tem que focar, sim, na rentabilidade”, afirmou.

    Na última safra de milho, 23/24, os produtores mato-grossenses tiveram que reduzir aproximadamente 500 mil hectares, já que além dos altos custos de produção, ainda sofreram com a baixa do preço do cereal. Nestas áreas, os agricultores optaram por mudar de cultura ou nem mesmo semear.

    Outro ponto que gera preocupação aos agricultores é a falta de créditos por parte do governo para auxilio no custeio da safra. A responsável pela gerência de Política Agrícola da Aprosoja-MT, Rosicler Saporski, traz detalhes.

    “Quanto ao crédito subsidiado pelo governo, as expectativas não são boas. A tendência é de que cada vez mais haverá menos recursos. O crédito com recurso próprio da instituição financeira, isto é, com recurso não controlado, tem apresentado maior busca devido a menor burocracia. Apesar das taxas de juros mais elevadas, o crédito privado tem sido fonte da solução para quebra de safra e de receita do produtor rural. O acesso ao crédito subsidiado pelo Governo Federal tem sido cada vez mais difícil por indisponibilidade de recursos. Dessa forma, não deve se criar expectativas”, finalizou.

  • Blairo Maggi aposta em supersafra em Mato Grosso, mas alerta para incertezas climáticas

    Blairo Maggi aposta em supersafra em Mato Grosso, mas alerta para incertezas climáticas

    O ex-ministro da Agricultura e influente produtor rural, Blairo Maggi, manifestou otimismo em relação à próxima safra de soja e milho em Mato Grosso. Em entrevista, Maggi afirmou que, caso as condições climáticas sejam favoráveis, o estado pode colher uma supersafra em 2025.

    O otimismo do ex-ministro é embasado nos investimentos realizados pelos produtores e nas melhorias na infraestrutura do estado. No entanto, o produtor veterano ressalta a importância das chuvas para a obtenção de uma boa safra.

    Apesar do otimismo, dados recentes do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) apontam para um cenário de chuvas abaixo da média histórica em Mato Grosso. Essa informação contrasta com a expectativa de uma supersafra e levanta preocupações sobre a disponibilidade hídrica para as lavouras.

    Maggi reconhece a incerteza climática como um dos principais desafios para a agricultura. “A agricultura se divide em duas partes: aquela que você tem a obrigação de fazer, por exemplo, comprar semente, calcário, fertilizante… E a outra parte que a gente não comanda que é a questão do clima”, disse.

    O vazio sanitário para a soja em Mato Grosso chegou ao fim no último sábado (7), liberando os produtores para iniciar o plantio da safra 2024/2025. Segundo Maggi, os agricultores estão preparados para aproveitar as condições favoráveis e alcançar uma produção recorde.

  • Produção agrícola em Mato Grosso: Destaques de 2023

    Produção agrícola em Mato Grosso: Destaques de 2023

    Em 2023, Mato Grosso destacou-se na produção agrícola, apesar de uma retração geral no valor da produção nacional. O estado gerou R$ 153,5 bilhões, o que representa uma queda de 12,2% em relação ao ano anterior. A principal cultura de Mato Grosso continua sendo a soja, que, mesmo com uma redução de 5,9% no valor gerado, mantém sua importância na economia agrícola do estado.

    Impacto da Superoferta de Soja e Milho

    A superoferta de soja e milho, que atingiu recordes de produção, influenciou os preços e a receita gerada. No Mato Grosso, o volume de soja e milho produzido é significativo, porém, a correção dos preços no mercado global impactou negativamente o valor total de produção.

    Destaque do Município de Sorriso

    O município de Sorriso, em Mato Grosso, foi novamente o maior gerador de valor na produção agrícola nacional, com R$ 8,3 bilhões, apesar de uma queda de 27,6%. A soja e o milho continuam sendo as culturas predominantes, refletindo a importância agrícola da região.

    Ampliação das Áreas Cultivadas

    A área plantada em Mato Grosso aumentou, com destaque para a soja e o milho de segunda safra. A expansão das áreas cultivadas segue a tendência nacional de crescimento, impulsionada pelos bons resultados das safras anteriores e pelas condições climáticas favoráveis.

    Repercussão Nacional e Global

    Mato Grosso, junto com o Centro-Oeste, continua sendo uma região vital para a produção agrícola do Brasil. O estado se beneficia de uma posição estratégica na produção de soja, milho e algodão, e sua contribuição é crucial para o mercado nacional e internacional.

    Com a superoferta de algumas das principais commodities agrícolas, como a soja e o milho, que bateram recorde de produção no país, e o arrefecimento de mercados consumidores globais, os preços dos principais produtos agrícolas nacionais sofreram forte correção ao longo do ano, impactando diretamente na receita gerada. Ao todo, as dez culturas com maior valor bruto de produção concentraram 87% de todo o valor bruto gerado pela produção agrícola nacional.

    Segundo o IBGE, dentre todas as culturas agrícolas, a soja ainda segue em destaque em termos de valor gerado. A oleaginosa também obteve recorde de produção e exportação em 2023. O volume total produzido chegou a 152,1 milhões de toneladas, um acréscimo de 25,4% no ano. Segundo a pesquisa, a soja apresentou novamente o maior valor de produção entre os produtos agrícolas levantados, totalizando R$ 348,7 bilhões, um acréscimo de 0,4% na comparação com o ano anterior.

    De acordo com a Secretaria de Comércio Exterior, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, em 2023, a soja novamente liderou o ranking de valor gerado com a exportação entre os produtos nacionais.

    “Por sua vez, o valor de produção obtido com a produção de milho apresentou substancial queda. Influenciado, principalmente, pela correção dos preços da commodity no mercado global, após anos em elevação, e como reflexo de uma excelente safra em termos de volume colhido, os produtores tiveram dificuldades até mesmo de encontrar armazéns de estoque para recebimento dos grãos que vinham do campo, uma vez que competiam também com uma supersafra de soja”, informa o IBGE.

    Segundo o instituto, o volume de milho produzido no ano foi de quase 132 milhões de toneladas, um aumento de 20,2% em relação a 2022. “Porém, com a queda dos preços nas bolsas internacionais, o valor de produção seguiu direção contrária, com retração de 26,2%”, destaca a pesquisa.

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  • GT da Agricultura promove visibilidade global da agropecuária brasileira

    GT da Agricultura promove visibilidade global da agropecuária brasileira

    Cinquenta representações diplomáticas estão se reunindo nesta semana em Mato Grosso para o encontro do Grupo de Trabalho da Agricultura do G20. Promovido pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), o evento conta com delegações de mais de 20 países pertencentes ao grupo, representantes de organismos internacionais, além de países convidados estrategicamente pelas autoridades brasileiras.

    A abertura ocorreu nesta terça-feira (10), com a participação do ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, e do secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, Roberto Perosa.

    O evento conta com uma participação recorde de ministros de Estado da Agricultura, conforme apresentado por Perosa, que discutirão os cenários da agropecuária. “É uma grande oportunidade para o Brasil, a retomada do protagonismo internacional, um momento para o país ser protagonista dessa discussão global sobre o futuro da agricultura no mundo todo”, destacou o secretário.

    Em conversa com a imprensa, Perosa explicou a importância da Declaração Ministerial. “Nós estamos trabalhando fortemente para que, pela primeira vez nos últimos anos, a gente tenha uma Declaração Ministerial. O documento faz com que os países se orientem para implementar as suas políticas locais. Quando não se tem declaração, se tem apenas uma carta, informando os acordos estabelecidos, mas a declaração é o que tem o poder de fazer com que os países possam ser cobrados pela sociedade civil dos seus respectivos países”, explicou.

    O evento promove a integração diplomática dos ministros e facilita a interlocução de futuras parcerias comerciais por meio das reuniões bilaterais que ocorrem entre os dias 10 e 11, antecedendo a reunião dos ministros da Agricultura, que acontecerá no dia 12 de setembro.

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