Tag: agricultura

  • Extremo norte de Mato Grosso ganha vitrine de cultivares e pesquisa agronômica

    Extremo norte de Mato Grosso ganha vitrine de cultivares e pesquisa agronômica

    Os agricultores do extremo norte de Mato Grosso agora podem contar com uma fonte confiável de informações agronômicas e serviços técnicos para aprimorar suas lavouras. A Fundação Mato Grosso (Fundação MT) instalou uma vitrine de cultivares no município de Alta Floresta, onde foram semeadas 61 variedades de soja de 19 empresas obtentoras. Os resultados dessa iniciativa serão analisados nos próximos 40 dias e fornecerão dados inéditos sobre a adaptação das cultivares às condições climáticas e geográficas específicas da região.

    Desafios e Oportunidades da Agricultura no Extremo Norte de Mato Grosso

    Pesquisas da Fundação MT direcionadas a produtores do nortão ! (1)
    Pesquisas da Fundação MT direcionadas a produtores do nortão ! (1)

    Com clima quente, alta incidência de radiação solar e solos variados, o extremo norte de Mato Grosso representa um desafio para os produtores. No entanto, essas características também oferecem oportunidades para o desenvolvimento de estratégias agrícolas sustentáveis e adaptadas ao bioma amazônico. Segundo a pesquisadora Daniela Dalla Costa, a diversidade genética das cultivares testadas permitirá uma análise aprofundada sobre a resistência a doenças e a adaptação às condições locais.

    Entre os pontos de destaque está a inclusão de áreas sem aplicação de fungicidas, o que possibilita o estudo da resistência de diferentes variedades à mancha-alvo e à podridão dos grãos. “Mesmo com a alta pressão de doenças, observamos uma menor incidência de mancha-alvo na região em comparação com áreas como Campo Novo do Parecis”, destaca Dalla Costa.

    Serviços Técnicos e Capacitação para Produtores Locais

    Além da pesquisa de campo, a Fundação MT disponibiliza serviços especializados para os produtores da região, incluindo análises de solo, diagnóstico de nematoides, consultoria agronômica e uma plataforma digital de dados agrícolas. Segundo Douglas Coradini, head de serviços da instituição, o objetivo é capacitar agricultores e suas equipes para que adotem práticas mais eficientes e sustentáveis. “Também realizamos treinamentos, palestras e análises laboratoriais focadas em entomologia e nematologia, essenciais para um manejo agrícola eficaz”, explica.

    A atuação da Fundação Mato Grosso em Alta Floresta e municípios vizinhos reafirma o compromisso com a inovação e a sustentabilidade no agronegócio. A integração entre pesquisa aplicada e suporte técnico busca não apenas melhorar a produtividade, mas também fornecer informações estratégicas para que os produtores tomem decisões mais assertivas.

    Pesquisa Agronômica e Expansão Sustentável

    Com a crescente relevância do extremo norte de Mato Grosso para a expansão agrícola, os estudos desenvolvidos pela Fundação MT são um passo essencial para garantir o sucesso das lavouras na região. O conhecimento gerado contribuirá para estratégias de manejo mais eficazes e sustentáveis, alinhadas às demandas ambientais e produtivas do setor.

    Acompanhe mais novidades sobre a pesquisa agrícola e as inovações no agronegócio em Mato Grosso. Fique por dentro das tendências que impulsionam a produtividade no campo!

     

  • Mapa lança AgroInsight para impulsionar exportações do agronegócio brasileiro

    Mapa lança AgroInsight para impulsionar exportações do agronegócio brasileiro

    A Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), apresentou nesta quinta-feira (23) uma nova ferramenta para apoiar o cenário das exportações de produtos do agro brasileiro. Trata-se do AgroInsight, iniciativa criada para identificar oportunidades de negócios e fortalecer a posição do Brasil como protagonista no mercado internacional de produtos agropecuário.

    Apresentada pelo secretário Luís Rua, a ferramenta está alinhada às diretrizes do ministro Carlos Fávaro, que tem intensificado os esforços para ampliar a promoção comercial e explorar os mais de 300 mercados abertos nos últimos dois anos. Esses avanços têm gerado impactos expressivos na balança comercial, com aumento substantivo da diversificação de produtos e mercados, promovendo o crescimento econômico e incentivando a geração de empregos e renda, especialmente em regiões do interior do país.

    Com uma abordagem inovadora, o AgroInsight disponibilizará 912 relatórios estratégicos ao longo de 2025, 76 a cada mês, elaborados pelos adidos agrícolas lotados no exterior. Os documentos estão divididos igualmente entre produtos de origem animal (38) e vegetal (38) e incluem, no mínimo, duas oportunidades de negócios específicas para cada mercado-alvo. A ferramenta serve como um elo entre produtores e exportadores brasileiros e as demandas internacionais, facilitando o acesso a informações relevantes sobre consumo, regulamentações e tendências globais. A iniciativa se soma a outros relevantes documentos elaborados pelo Mapa, pelas embaixadas brasileiras, o MRE, o MDIC e a ApexBrasil, em um esforço do Governo Brasileiro em criar o interesse dos exportadores para avançar ainda mais nos mercados internacionais.

    De acordo com o ministro Carlos Fávaro, o AgroInsight reforça a parceria entre o setor público e privado, garantindo maior eficiência e competitividade para o agronegócio nacional. “O AgroInsight não é apenas uma ferramenta, é um compilado de oportunidades na integração do Brasil com o mercado global. Ele demonstra o compromisso do Mapa em impulsionar o setor agropecuário exportador, fomentando inovação, sustentabilidade e oportunidades para os produtores brasileiros”.

    O AgroInsight tem potencial para consolidar ainda mais o Brasil como um dos maiores exportadores de produtos agropecuários do mundo. Além disso, a iniciativa reforça o papel estratégico do Mapa na condução de políticas voltadas ao desenvolvimento do setor.

    Inicialmente os relatórios serão disponibilizados para todas as associações setoriais do Agro.

    O secretário Luís Rua destaca que “as informações apresentadas vão em linha com a necessidade de apoiarmos cada vez mais o setor produtivo com informações de qualidade para a tomada de decisões e reforça o papel estratégico dos adidos agrícolas para o avanço do comércio internacional do agro brasileiro”.

  • China fecha 2024 com avanços históricos na agricultura e áreas rurais

    China fecha 2024 com avanços históricos na agricultura e áreas rurais

    A China comemorou em 2024 uma colheita histórica e avanços significativos no desenvolvimento rural, mesmo diante de desastres naturais. O país reafirmou a centralidade da agricultura e das áreas rurais como prioridades estratégicas para o seu desenvolvimento.

    De acordo com dados divulgados pelo Ministério da Agricultura do país, a produção de grãos da China em 2024 alcançou 706,5 milhões de toneladas, um aumento de 1,6% em relação ao ano anterior. Este marco representa a primeira vez que o país supera a barreira de 700 milhões de toneladas. A produção de soja ultrapassou 20 milhões de toneladas, enquanto a colza de inverno registrou crescimento pelo oitavo ano consecutivo, consolidando o setor como uma base sólida de segurança alimentar.

    Os dados divulgados mostram ainda que, de janeiro a setembro, a produção de carne de gado aumentou 1% em relação ao mesmo período de 2023, enquanto a aquicultura avançou 4,5%. A diversificação e a oferta de produtos agrícolas de qualidade continuam a atender à demanda crescente dos consumidores.

    Infraestrutura rural transformada

    Conforme o relatório, a China também obteve notáveis melhorias na infraestrutura rural. Atualmente, 75% das áreas rurais contam com banheiros sanitários, enquanto mais de 90% das vilas têm sistemas adequados de coleta e manejo de resíduos sólidos. Acesso à internet 5G está disponível em mais de 90% das vilas, acompanhando o avanço em serviços públicos básicos como saúde, educação e cuidado com idosos.

    A renda disponível per capita dos residentes rurais atingiu 16.740 yuans (cerca de 2.329 dólares americanos) nos primeiros nove meses de 2024, um aumento de 6,3% em relação ao ano anterior. Nos 832 condados que antes enfrentavam pobreza extrema, indústrias líderes como turismo rural e agricultura de lazer têm se destacado, criando motores de crescimento econômico e melhorando os padrões de vida.

    Leis e sustentabilidade no campo

    Uma nova lei, em vigor a partir de maio de 2025, busca fortalecer as organizações econômicas coletivas rurais, incentivando abordagens adaptadas às condições locais para desenvolver a nova economia rural. Esses esforços ajudam a promover a sustentabilidade e a aumentar a renda dos agricultores.

    Mais de 45% do esgoto doméstico rural é tratado atualmente, contribuindo para a melhoria do ambiente. Estradas pavimentadas são mais comuns, e vilas inteiras se beneficiam de avanços em transporte e conectividade digital, impulsionando o acesso a mercados e serviços.

    Com esses resultados, a China demonstra um compromisso contínuo com a modernização agrícola e o bem-estar rural, consolidando sua posição como referência em desenvolvimento sustentável e erradicação da pobreza.

  • Onça-pintada é vista em área agrícola em Mato Grosso

    Onça-pintada é vista em área agrícola em Mato Grosso

    Um registro impressionante, capturado por um trabalhador rural em Sinop, Mato Grosso, viralizou nas redes sociais nesta semana. As imagens mostram uma onça-pintada, o maior felino das Américas, atravessando uma imensa plantação de soja.

    A cena, por mais bela que seja, é um claro sinal do conflito entre o homem e a natureza.

    A expansão da agricultura, principalmente a monocultura da soja, tem fragmentado os habitats naturais da onça-pintada, forçando o animal a buscar alimento em áreas cada vez mais próximas de centros urbanos e propriedades rurais.

    Um equilíbrio ameaçado

    A onça-pintada desempenha um papel fundamental no ecossistema, atuando como predador de topo de cadeia. Ao controlar as populações de outras espécies, o felino contribui para a manutenção da biodiversidade e a saúde dos ecossistemas. No entanto, a perda de seu habitat e o aumento dos conflitos com o homem têm colocado a espécie em risco de extinção.

    A União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN) classifica a onça-pintada como “quase ameaçada”. Essa classificação indica que a espécie pode se tornar ameaçada de extinção em um futuro próximo, caso as medidas de conservação não sejam intensificadas.

    O que fazer?

    A coexistência entre homem e natureza exige um esforço conjunto de todos os setores da sociedade. É fundamental que haja um planejamento territorial mais eficiente, que leve em consideração a preservação dos habitats naturais e a criação de corredores ecológicos que permitam a livre movimentação da fauna.

    Além disso, é preciso investir em ações de educação ambiental para conscientizar a população sobre a importância da conservação da biodiversidade. A adoção de práticas agrícolas mais sustentáveis, como a agricultura de precisão e o sistema de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), também pode contribuir para reduzir o impacto da atividade agrícola sobre o meio ambiente.

  • Mapa celebra convênio de R$ 21 milhões para fortalecer a defesa agropecuária no Rio Grande do Sul

    Mapa celebra convênio de R$ 21 milhões para fortalecer a defesa agropecuária no Rio Grande do Sul

    O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) publicou no Diário Oficial da União o extrato do convênio firmado com a Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do Rio Grande do Sul (Seapi/RS). O acordo tem um valor global de R$ 21.284.243,09, sendo que R$ 21 milhões serão repassados pelo Mapa.

    De acordo com o superintendente do Mapa no Rio Grande do Sul, José Cleber Dias de Souza, as tratativas para o convênio começaram no final de maio, durante a instalação do gabinete itinerante, liderado pelo ministro Carlos Fávaro. Na ocasião, a equipe da Superintendência de Agricultura e Pecuária do estado, em parceria com a Seapi/RS e a Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério, elaborou um documento detalhando o valor necessário para a recuperação das atividades agropecuárias gaúchas.

    Os recursos foram viabilizados por meio da Medida Provisória nº 1.260/2024, que destinou verbas também ao Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e à Embrapa. No total, mais de R$ 80 milhões foram direcionados ao Rio Grande do Sul.

    O convênio celebrado prevê investimentos em diversas áreas da Seapi/RS, incluindo defesa agropecuária animal e vegetal, pesquisa e diagnóstico. Os recursos serão aplicados na aquisição de equipamentos de escritório, informática, materiais laboratoriais e veículos. Esses investimentos contribuirão para a garantia da sanidade dos cultivos e criações, além de fortalecer os serviços prestados aos agricultores e criadores do estado.

    O novo convênio reafirma o compromisso do Governo Federal em apoiar o fortalecimento do setor agropecuário no Rio Grande do Sul, assegurando condições adequadas para a produção e comercialização de produtos agrícolas e pecuários no estado.

  • Lula sanciona lei sobre uso de bioinsumos na agropecuária

    Lula sanciona lei sobre uso de bioinsumos na agropecuária

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a lei que dispõe sobre o uso de bioinsumos na agropecuária. A Lei 15.070/2024, que havia sido aprovada pelo Senado Federal no início de dezembro, foi publicada na edição desta terça-feira (24) do Diário Oficial da União.

    Segundo a lei, bioinsumos são itens ou processos de origem biológica usados na produção, beneficiamento ou armazenamento de produtos agropecuários, de produção aquática ou de florestas plantadas.

    Esses insumos podem ser usados em cultivos e criações, para auxiliar no seu crescimento e no combate a pragas e doenças, sendo uma alternativa mais saudável e sustentável do que insumos de base química usados tradicionalmente na agropecuária.

    O texto dispõe sobre a produção, a importação, a exportação, o registro, a comercialização, o uso, a inspeção e a fiscalização dos bioinsumos. Também versa sobre a pesquisa, a embalagem, a propaganda, o transporte, o armazenamento, as taxas, a prestação de serviços, a destinação de resíduos e embalagens e os incentivos à produção.

    Relator do então projeto de lei no Senado, o senador Jaques Wagner (PT-BA) comemorou a sanção do texto e afirmou, em suas redes sociais, que os bioinsumos permitem a produção de alimentos mais saudáveis.

    “Esta lei é fruto de um debate profundo, democrático e, acima de tudo, de uma construção coletiva que privilegia a desconcentração dos mercados, o fortalecimento da economia regional e a produção associada. Com ela, ganham as ciências agrárias, as ciências biológicas e a saúde de toda a população, com alimentos mais saudáveis. Ganham também os produtores, os trabalhadores rurais, o meio ambiente e, claro, as famílias consumidoras”, afirmou o senador.

  • Famato leva conhecimento sobre registros imobiliários em faixa de fronteira a produtores de Pontes e Lacerda

    Famato leva conhecimento sobre registros imobiliários em faixa de fronteira a produtores de Pontes e Lacerda

    A Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) participou do evento Café com Produtores, realizado nesta segunda-feira (16) pelo Sindicato Rural de Pontes e Lacerda, no Parque de Exposições do município. A agenda reuniu produtores da região para trocar experiências e difundir conhecimento sobre a obrigatoriedade da ratificação dos registros imobiliários em faixa de fronteira.

    Durante o evento, a engenheira florestal e analista de Assuntos Fundiários e Indígenas da Famato, Anny Iasmin Dornelles, palestrou sobre o assunto e destacou que o principal objetivo é informar aos produtores rurais sobre a obrigatoriedade legal, prevista na Lei nº 13.178, de 22 de outubro de 2015, de ratificar os títulos oriundos do estado de Mato Grosso que foram titulados em faixa de fronteira.

    A ratificação é obrigatória para os registros imobiliários situados nessa faixa de fronteira e emitidos pelo estado de Mato Grosso. Isso inclui imóveis titulados pelo Instituto de Terras de Mato Grosso (Intermat) ou outros institutos estaduais. Esta lei estabelece que os registros imobiliários referentes a imóveis rurais com origem em títulos de alienação ou concessão de terras devolutas expedidos pelos estados em faixa de fronteira devem ser ratificados para garantir a validade jurídica desses direitos.

    “Nosso objetivo é conscientizar os produtores sobre essa necessidade para que realizem o procedimento de ratificação. Caso contrário, o registro da terra voltará a ser propriedade da União, criando mais problemas para o produtor. É importante ressaltar que há um prazo legal para a ratificação das áreas acima de 15 módulos fiscais, que vai até outubro de 2025”, alerta Anny Iasmin Dornelles.

  • Desenvolver a computação quântica é fator estratégico para a agricultura do Brasil

    Desenvolver a computação quântica é fator estratégico para a agricultura do Brasil

    Uma tecnologia emergente promete impulsionar a agricultura digital e impactar profundamente áreas de pesquisa agropecuária: a computação quântica. Com potencial para resolver problemas complexos de forma mais rápida e precisa, essa inovação pode ser aplicada em áreas como agricultura inteligente, modelagem climática, sensoriamento remoto e bioinformática, segundo estudo da Embrapa Agricultura Digital (SP) com apoio do Centro de Ciência para o Desenvolvimento em Agricultura Digital, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

    Publicado na revista científica Pesquisa Agropecuária Brasileira (PAB), o artigo analisa as aplicações e os desafios da computação quântica no agro e a colocam como estratégica para o futuro do setor. “Pesquisas na fronteira do conhecimento, como em computação quântica, podem apoiar a tomada de decisões em diferentes elos das cadeias produtivas do setor de forma mais eficiente, pois envolvem processos com elevado grau de incerteza, desde o plantio até a comercialização da produção agrícola”, explica Édson Bolfe, pesquisador da Embrapa e coautor do estudo.

    Como funciona a computação quântica?

    O coordenador do trabalho, o pesquisador Kleber Souza, explica que, diferentemente do que hoje se vê em funcionamento em automóveis, aparelhos celulares e computadores domésticos, os novos equipamentos utilizam propriedades da física quântica para realizar operações de armazenamento e processamento de informações e resolver problemas complexos. Tais máquinas têm potencial superior em termos de qualidade e velocidade de respostas ao testarem múltiplas possibilidades e variáveis ao mesmo tempo. Desse modo, vão além da alternativa binária (entre dois caminhos por vez) oferecida pelos computadores clássicos, incluindo os supercomputadores.

    Diferentemente dos computadores convencionais, que operam com bits binários (“0” ou “1”), os computadores quânticos utilizam qubits, que podem representar “0” e “1” simultaneamente. Essa característica, conhecida como superposição, permite que esses dispositivos processem múltiplas variáveis ao mesmo tempo, trazendo respostas mais rápidas e detalhadas para problemas complexos.

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    Divulgação Embrapa

    Aplicações da computação quântica na agricultura

    Na prática, a computação quântica já se mostra promissora em diversas frentes. Em modelagem climática, ela será capaz de melhorar a precisão do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc), sistema desenvolvido pela Embrapa e utilizado por gestores para elaborar políticas públicas e por instituições financeiras para embasar a concessão de créditos e cálculos de seguro agrícola.

    Na área de fitossanidade, as simulações feitas pela arquitetura quântica ajudarão a identificar precocemente doenças em culturas como soja e milho. O emprego de aprendizado de máquina já resultou em uma tecnologia de identificação precoce de doenças. A computação quântica pode potencializar essas operações.

    Na bioinformática, análises de dados genômicos podem ser altamente aceleradas com a computação quântica, beneficiando estudos de melhoramento genético. O estudo também aponta que, no futuro, a tecnologia poderá integrar sensores avançados e algoritmos de aprendizado de máquina, ampliando ainda mais sua aplicação no campo.

    Desafios e investimentos necessários

    Apesar do potencial promissor, o desenvolvimento de aplicações quânticas para o agro ainda enfrenta desafios. Um dos principais é o custo. Um computador quântico pode custar até 20 milhões de dólares, além de exigir infraestrutura avançada, como temperaturas de operação próximas do zero absoluto e ambientes altamente isolados.

    Mesmo assim, segundo Souza, o domínio da tecnologia quântica será estratégico para o Brasil. “A pesquisa e a educação [voltadas ao tema] são áreas em que o Brasil também terá de investir para garantir a soberania tecnológica e manter a competitividade do setor agropecuário brasileiro”, defende.

    Computação quântica no Brasil

    No Brasil, os desafios para a implantação da computação quântica estão sendo mapeados e importantes iniciativas já estão em curso, ressalta Souza. Em 2022, foi organizado, pela Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e pela Softex o evento “Desafio Brasil Computação Quântica” para discutir a questão.

    No mesmo ano, teve também o lançamento da Rede MCTI-Softex de Tecnologias Quânticas, coordenada pelo Centro Integrado de Manufatura e Tecnologia do Serviço Nacional de Aprendizado Industrial (Senai). O objetivo é fomentar o ecossistema brasileiro de computação quântica, integrando as ações do governo aos centros de pesquisas, startups e preparar o País para a tecnologia.

    Em 2023, a Embrapa e o Senai Cimatec lançaram uma Unidade Mista de Pesquisa e Inovação Digital em Agricultura Tropical (Umipi DITAg). A parceria viabiliza o compartilhamento das infraestruturas computacionais e equipes das instituições para, a partir do uso de novos sensores, tecnologias quânticas, automação e robótica, alavancar o desenvolvimento de soluções digitais voltadas ao setor agropecuário em áreas como inteligência artificial, agricultura de precisão, internet das coisas, fotônica e rastreabilidade.

    Em 2024, a Fapesp lançou um programa de pesquisa para promover o progresso das tecnologias quânticas, impulsionar o desenvolvimento de startups, atrair investimentos globais e trazer talentos para o estado de São Paulo.

    Capacitação é chave para o avanço

    A Austrália avalia que em 2045 serão necessários 19,4 mil especialistas para suprir a demanda para atuação em computação quântica, relata Souza, ao destacar a pesquisa e a educação como áreas igualmente essenciais para o desenvolvimento dessa área no Brasil.

    Além de infraestrutura, o País precisa investir em formação de especialistas. De acordo com o artigo, países como Austrália e Alemanha já oferecem cursos de engenharia quântica, enquanto no Brasil, instituições começam a adotar programas voltados ao tema. Para Souza, computadores educacionais, acessíveis a partir de 500 dólares, podem ser uma porta de entrada para a capacitação de profissionais e testes iniciais de algoritmos. “Não se consegue fazer muito somente com eles, mas, associados aos serviços em nuvem, podem auxiliar as instituições a empreenderem um planejamento estratégico para incorporar a computação quântica”, avalia.

    Pensando nisso, o artigo apresenta um mapeamento dos serviços e simuladores de computação quântica em nuvem já disponíveis para testes de algoritmos ou até mesmo para a familiarização com essa nova forma de computação.

    Souza destaca que a ideia é aprofundar a pesquisa na vanguarda do conhecimento nesta área aplicada à agricultura digital. O artigo relata que algumas universidades já iniciaram o oferecimento de cursos em Engenharia Quântica. A Universidade Saarland, na Alemanha, iniciou seu curso de graduação em 2019; a Universidade de New South Wales, na Austrália, inaugurou um mestrado em 2021, e a Virginia Tech, nos EUA, em 2022, como um curso de especialização.

    Um olhar para o futuro

    Com simuladores de computação quântica em nuvem já disponíveis, o Brasil tem a oportunidade de acelerar sua entrada nesse campo. “Esses simuladores permitem que empresas e pesquisadores experimentem soluções antes mesmo de adquirir equipamentos físicos”, explica Bolfe.

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    Os autores destacam que, mesmo com o potencial promissor da tecnologia quântica, o seu desenvolvimento continua sendo um desafio para a modelagem de processos biológicos na agricultura, uma vez que eles envolvem ampla gama de variáveis.

    Portanto, a evolução dessas aplicações em diferentes setores produtivos requer desenvolvimento computacional contínuo e treinamento de pessoal para o avanço científico e tecnológico.

    A computação quântica, embora ainda distante da maioria das propriedades rurais, promete ser uma aliada poderosa para enfrentar os desafios da agricultura moderna. Investir em pesquisa, desenvolvimento e capacitação não é apenas uma questão de inovação, mas de garantir que o País continue a ser um dos maiores produtores de alimentos do mundo.

    Os números da computação quântica

    Escala – A nova tecnologia permite alterar a escala de problemas que é capaz de resolver e como a modelagem é realizada no sistema quântico. Ao invés de processar 10 mil possíveis interações de dados obtidos em campo (solo, planta e clima) em um computador tradicional em determinado tempo, no processamento quântico seria possível processar 100 mil interações nesse mesmo tempo.

    Qubits – Os três bilhões de pares de bases do genoma humano, que requerem 1,5 gigabytes em um computador convencional, podem ser armazenados em aproximadamente 34 qubits de um computador quântico. Duplicando-se a quantidade de qubits para 68, tem-se espaço suficiente para armazenar os genomas de toda a humanidade.

    Mercado – Um exemplo de investimento massivo é a parceria firmada em 2022 entre a Cleveland Clinic e a IBM para a instalação do sistema de computação quântica One. A parceria envolve recursos da ordem de 500 milhões de dólares nos próximos dez anos.  O foco de atuação será em patógenos emergentes e doenças relacionadas a vírus, encurtando pesquisas críticas em tratamentos e vacinas.

  • Nova portaria do MAPA endurece regras para aviação agrícola e exige atenção de produtores rurais

    Nova portaria do MAPA endurece regras para aviação agrícola e exige atenção de produtores rurais

    A Portaria SDA/MAPA nº 1.187/2024, publicada recentemente, traz mudanças significativas para a aviação agrícola, impactando diretamente produtores rurais e operadores. Entre as novas exigências, destaca-se a obrigatoriedade de registro de todos os operadores aeroagrícolas no Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA). Esse processo requer documentação rigorosa, como comprovantes de posse de aeronaves e infraestrutura adequada, incluindo pátios de descontaminação. Contratar operadores não regularizados pode resultar na suspensão de aplicações e em penalidades para os produtores.

    Outra mudança importante está no planejamento detalhado das operações. Antes de cada aplicação, será obrigatório elaborar um plano contendo mapas das áreas a serem tratadas e registros meteorológicos. A ausência dessas informações pode levar à aplicação de multas ou até mesmo à interrupção das atividades.

    Além disso, as normas para aplicação próxima a áreas sensíveis, como residências, rios e zonas urbanas, ficaram mais rigorosas. Para aeronaves tripuladas, a distância mínima agora é de 500 metros, enquanto para drones foi estabelecida uma distância de 20 metros. O descumprimento dessas regras pode gerar multas pesadas e riscos ambientais significativos, aumentando a responsabilidade dos operadores e produtores.

    Especialistas do setor alertam que os produtores devem buscar orientação junto a entidades como os Sindicatos Rurais, a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (FAMATO) ou o Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (SINDAG) para garantir a conformidade com as novas exigências.

    A portaria busca assegurar maior segurança e sustentabilidade nas operações agrícolas, mas exige dos produtores atenção redobrada para evitar problemas legais e garantir a eficiência das operações no campo.

  • Seaf lança cartilha para orientar municípios no Plano de Agricultura Familiar em Mato Grosso

    Seaf lança cartilha para orientar municípios no Plano de Agricultura Familiar em Mato Grosso

    A Secretaria de Estado de Agricultura Familiar (Seaf) lançou uma cartilha para orientar os municípios na criação do Plano Municipal de Agricultura Familiar (PMAF). A criação do plano é um dos requisitos para a adesão ao Sistema Estadual Integrado da Agricultura Familiar de Mato Grosso (Seiaf-MT).

    A cartilha foi produzida pela Seaf e pelo Conselho Estadual de Desenvolvimento Sustentável (CEDRS-MT), com apoio da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag), e integra as atividades de orientações às prefeituras para a construção do plano. Além do documento, a Seaf realizará capacitações no decorrer de 2025.

    “Os planos municipais são essenciais para trabalharmos de maneira estratégica e com eficiência. Queremos fortalecer os pequenos produtores rurais. Com os planos, conheceremos de forma mais detalhada a realidade de cada município, o que nos permitirá aprimorar as políticas públicas no Estado”, destaca a secretária de Agricultura Familiar de Mato Grosso, Andreia Fujioka.

    Os Planos Municipais também serão utilizados para aferição do Índice Municipal de Agricultura Familiar (IAF), que baseará o recebimento de 2% do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) arrecadado no Estado.

    Para consolidar o PMAF, o município precisará fazer o diagnóstico, planejamento, gestão e monitoramento da Política Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável da Agricultura Familiar. A cartilha traz o passo a passo para cada uma destas etapas, com o conceito delas, as normativas vigentes e as metodologias usadas.

    A cartilha está disponível apenas em formato digital e pode ser acessada no site da Seaf, na parte de Serviços – Sistemas Seiaf, ou direto por este link.

    Importância do Sistema Seiaf em Mato Grosso

    O Seiaf é uma ferramenta de gestão que reunirá as políticas, programas, projetos e ações que promovem o desenvolvimento, o fortalecimento e a consolidação da agricultura familiar e grupos sociais determinados na Política Estadual de Desenvolvimento Rural Sustentável da Agricultura Familiar. As informações lá consolidadas subsidiarão a criação de políticas públicas e iniciativas voltadas ao setor.