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  • Violência aumenta risco de internação psiquiátrica entre jovens

    Violência aumenta risco de internação psiquiátrica entre jovens

    Crianças, adolescentes e jovens com baixa renda, vítimas de violência, têm cinco vezes mais risco de precisar de uma internação psiquiátrica, de acordo com estudo realizado pela Fiocruz Bahia em parceria com a Universidade de Harvard. Quando são analisadas apenas crianças, o risco aumenta para sete vezes. As taxas de incidência de hospitalização também apresentaram grande disparidade. Entre jovens vítimas de violência interpessoal foi de 80,1 por 100 mil pessoas ao ano, enquanto entre não vítimas foi de 11,67 a cada 100 mil.

    O estudo utilizou dados do Sistema de Informações Hospitalares, referentes a internações voluntárias ou não, e também do Sistema de Informação de Agravos de Notificação. No Brasil, desde 2011, os serviços de saúde são obrigados a notificar todos os casos de pacientes que sofreram alguma violência física – de caráter sexual ou não – ou psicológica.

    Após analisar dados de mais de 9 milhões de pessoas com baixa renda, de 5 a 24 anos de idade, entre 2011 e 2019, o estudo identificou cerca de 5,8 mil que já tinham sido internadas por algum transtorno mental, como causa primária ou secundária.

    A pesquisadora associada ao Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde da Fiocruz Bahia Lidiane Toledo disse que em todas as faixas etárias o registro prévio de notificação de violência foi o principal fator associado ao risco de internação psiquiátrica.

    “Jovens com condições socioeconômicas mais desfavoráveis também apresentaram maior risco de internação psiquiátrica”.

    A pesquisadora ressalta ainda que apesar da internação oferecer um suporte clínico importante em casos graves, ela está associada a riscos de autolesão, suicídio e reinternações, e também a prejuízos em outras áreas da vida, como a interrupção dos estudos. Por isso, segundo a pesquisadora, o estudo defende abordagens focadas na prevenção da violência nas escolas, nas comunidades e nas famílias, como programas que ensinem habilidades parentais positivas e responsáveis, e habilidades sociais que ajudem as crianças e adolescentes a lidar com a raiva, resolver conflitos e enfrentar desafios.

    A pesquisadora reforça também que são necessárias intervenções para romper o ciclo da pobreza.

    “Sofrer violência é um grande fator de estresse psíquico, particularmente se a gente considerar os primeiros estágios da vida. A violência está associada não somente a traumas agudos, mas também a repercussões negativas, como, por exemplo, a deterioração da saúde mental durante o curso da vida. Então é importantíssimo não só o acolhimento imediato das vítimas de violência, mas também o acompanhamento de longo prazo”, explica Lidiane.

  • Acidente com van deixa ao menos nove mortos no Paraná

    Acidente com van deixa ao menos nove mortos no Paraná

    Pelo menos nove pessoas, incluindo sete jovens de 17 a 21 anos de idade, morreram em um grave acidente em um trecho da rodovia BR-376, em Guaratuba, no litoral do Paraná.

    Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), uma carreta contêiner que seguia no sentido Santa Catarina perdeu os freios e atingiu uma van, que se chocou contra um carro antes de ser arrastada pelo caminhão para fora da pista. Após atravessar a mureta de proteção, a carreta tombou sobre a van que ficou esmagada.

    De acordo com a PRF, apenas um dos dez ocupantes da van – um adolescente de 17 anos – foi resgatado com vida. Ele sofreu ferimentos leves e foi levado, junto com o motorista da carreta, um homem de 30 anos, para o Hospital São José, em Joinville. O motorista da carreta se feriu levemente, enquanto o condutor do carro atingido pela van não se machucou.  Um dos mortos é Oguener Tissot, coordenador técnico do Projeto Remar Para o Futuro.

    Medalhas

    Os passageiros da van integravam uma equipe de remo de um projeto ligado à prefeitura de Pelotas (RS). O grupo voltava de uma competição nacional, em São Paulo, onde os oito adolescentes ganharam sete medalhas, incluindo uma de ouro.

    O acidente ocorreu por volta das 21h40 de domingo (21). Como a van ficou prensada sob o contêiner, as equipes de resgate tiveram que aguardar a chegada de um guindaste.

    O tráfego na BR-376 permaneceu interrompido até a manhã desta segunda-feira (21), causando congestionamentos que se estenderam por quilômetros nos dois sentidos.

    As outras duas vítimas são o motorista de uma van e o coordenador técnico da equipe de remo.

    Mensagens

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva usou suas redes sociais para lamentar o ocorrido. “Com tristeza e pesar, soube da morte de nove pessoas, sendo sete adolescentes, de uma equipe de remo de Pelotas, em um trágico acidente na BR-376, em Guaratuba, Paraná. Não há palavras que possam descrever a dor de perder um filho ou neto. A dor é irreparável. Meus sentimentos e solidariedade aos familiares e amigos das vítimas” afirmou.

    O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, também se manifestou. “Recebo com imensa tristeza a notícia do trágico acidente no Paraná, que tirou a vida de nove pessoas, entre elas, sete jovens de Pelotas, atletas do projeto Remar para o Futuro”, escreveu o governador nas redes sociais, acrescentando que a equipe estava “representando nosso Estado com muita honra”.

    A prefeitura de Pelotas decretou luto municipal de sete dias e informou que dará assistência aos familiares das vítimas.

    Segundo a prefeitura, além de Tissot, de 43 anos, morreram na van Samuel Benites Lopes (15); Henri Fontoura Guimarães (15); João Pedro Kerchiner (17); Helen Belony (20); Nicole da Cruz (15); Angel Souto Vidal (16); Vitor Fernandes Camargo (17) e o motorista Ricardo Leal da Cunha (52). O adolescente que sobreviveu chama-se João Milgarejo (17).

    Com exceção do motorista, os nove passageiros da van atingida pela carreta integravam o chamado Projeto Remar para o Futuro, desenvolvido pela Academia de Remo Tissot, de Pelotas, em parceria com a prefeitura e com a Universidade Federal de Pelotas (UFPel).

    Segundo a Confederação Brasileira de Remo, a iniciativa socioesportiva foi elaborada por Oguener Tissot, um dos mortos no acidente, com o objetivo de ampliar a base de jovens talentos do remo brasileiro, tendo atingido “resultados importantes dentro do cenário do remo nacional” ao formar três gerações de atletas.

    Tragédia

    Em nota, a UFPel lamentou o “trágico acidente”, destacando que o grupo retornava de São Paulo, onde participou do Campeonato Brasileiro de Remo Unificado, com um ótimo desempenho que resultou na conquista de sete medalhas.

    “Neste momento de dor, a UFPel se solidariza com as famílias e amigos das vítimas, prestando toda a assistência necessária. A universidade está acompanhando de perto o caso e, junto aos parceiros do projeto, busca prestar apoio aos envolvidos e esclarecer as circunstâncias do acidente”, informou, em nota, a instituição, que decretou luto oficial de três dias.

    Em uma postagem divulgada horas antes do acidente, a Academia de Remo Tissot celebrou as conquistas da equipe, descrevendo as dificuldades para que os jovens atletas pudessem participar do campeonato brasileiro.

    “Uma semana de competições em São Paulo; dois dias de viagem de van, incertezas sobre viajar ou não até um dia antes da viagem por questões orçamentárias – desistimos de levar os nossos barcos por questões de segurança, também um dia antes da viagem…Resumindo, um cenário de incertezas com uma única convicção, nossos jovens estavam prontos para esse grande desafio, mesmo após quase um ano e meio sem competir”, detalha o autor da postagem, destacando que a confirmação da viagem veio na última hora.

    “Enfim, desafios que instituições e “pequenos” projetos enfrentam na sua rotina diária e que infelizmente representam a grande maioria que faz esporte no nosso Brasil. De qualquer forma, mais de 30 clubes de todo o Brasil participaram da competição mais importante da temporada, e, mesmo com uma das menores equipes, oito atletas, conquistamos o sexto lugar geral”, finalizou.

  • Baixa adesão à vacina contra a dengue preocupa autoridades em Mato Grosso

    Baixa adesão à vacina contra a dengue preocupa autoridades em Mato Grosso

    A baixa adesão à vacina contra a dengue entre adolescentes de 10 a 14 anos em Mato Grosso tem preocupado as autoridades de saúde. Segundo dados do Ministério da Saúde, apenas 8% desse público-alvo completou o esquema vacinal com as duas doses necessárias.

    A Secretaria de Estado de Saúde (SES) alerta que a falta de imunização coloca em risco a saúde dos adolescentes, que são um dos grupos mais afetados pela dengue. A secretária adjunta de Vigilância e Atenção à Saúde, Alessandra Moraes, aponta que a baixa adesão pode estar relacionada à falta de campanhas de conscientização, dificuldades de acesso aos postos de saúde e até mesmo à desconfiança em relação à vacina.

    A vacina contra a dengue é uma ferramenta importante para prevenir a doença, mas não dispensa outras medidas de prevenção, como o combate ao mosquito Aedes aegypti. A população deve continuar eliminando criadouros do mosquito, utilizando repelentes e vedando recipientes com água.

    O secretário de Estado da Saúde, Juliano Melo, reforça a importância da vacinação e chama a atenção para a necessidade de os pais e responsáveis levarem seus filhos para se imunizar. “A vacina é a nossa maior aliada na luta contra a dengue, mas precisamos da colaboração de todos para alcançarmos a cobertura vacinal desejada”, afirma.

    Desafios da campanha em Mato Grosso

    (Foto: Ascom Prefeitura/Andrew Aragão)

    A campanha de vacinação contra a dengue em Mato Grosso enfrenta diversos desafios. A distribuição das doses está concentrada em apenas três regiões de saúde do estado, devido à quantidade limitada de vacinas enviada pelo Governo Federal.

    Além disso, a necessidade de duas doses, com intervalo de três meses, exige um acompanhamento mais próximo dos adolescentes para garantir a conclusão do esquema vacinal.

    Programa Imuniza Mais MT

    Para incentivar a vacinação, o Governo de Mato Grosso lançou o programa Imuniza Mais MT, que oferece premiações e investimentos em infraestrutura para os municípios que alcançarem as metas de cobertura vacinal.

  • Polícia Militar apreende adolescente com drogas em escola pública de Lucas do Rio Verde

    Polícia Militar apreende adolescente com drogas em escola pública de Lucas do Rio Verde

    A Polícia Militar de Lucas do Rio Verde apreendeu uma adolescente, aluna de uma escola pública estadual no bairro Bandeirantes, após encontrarem 16 porções de substância análoga à maconha em sua bolsa. A ocorrência foi registrada na tarde desta terça-feira (24).

    Segundo o Sargento PM Silveira, a polícia já monitorava a possibilidade de alunos envolvidos em atos infracionais relacionados ao tráfico de drogas na região. A operação contou com o apoio da inteligência da PM e coordenadores da escola, o que possibilitou a identificação do delito.

    A adolescente confessou que estava vendendo drogas para ajudar no orçamento familiar. Outro aluno, também menor de idade, foi encaminhado à delegacia por envolvimento na ocorrência. O Conselho Tutelar foi acionado e acompanha o caso.

    A Polícia Judiciária Civil deve dar sequência às investigações para chegar aos responsáveis pelo tráfico de drogas na região.

  • Mato Grosso alerta para o aumento da violência online contra crianças e adolescentes

    Mato Grosso alerta para o aumento da violência online contra crianças e adolescentes

    A crescente violência online contra crianças e adolescentes tem sido um dos principais temas da jornada de entrevistas “Diálogos com a Sociedade”, promovida pelo Ministério Público de Mato Grosso. Durante o encontro, realizado no dia 3 de setembro, especialistas alertaram para o aumento de casos de abuso sexual, violência moral e disseminação de imagens impróprias na internet, com o uso crescente de ferramentas como deepfakes.

    “A internet, que deveria ser um ambiente seguro para socialização e aprendizado, tem se transformado em um espaço de perversidade humana”, afirmou o procurador de Justiça Paulo Roberto Jorge do Prado. Ele destacou a importância de um trabalho integrado entre diferentes órgãos, como saúde, educação e segurança pública, para enfrentar esse desafio.

    A promotora de Justiça Ana Carolina Alves Fernandes de Oliveira chamou a atenção para o uso da inteligência artificial na criação de conteúdo impróprio, como deepfakes, que podem causar danos psicológicos irreparáveis às vítimas. “É preciso uma atuação rápida para tentar diminuir o dano causado”, alertou.

    Pais, responsáveis e educadores têm um papel fundamental na proteção das crianças e adolescentes. A vigilância constante e o diálogo aberto são essenciais para identificar sinais de que algo esteja errado. Em caso de suspeita de violência, é fundamental denunciar aos órgãos competentes, como o Conselho Tutelar, a polícia ou o Ministério Público.

    Ações do Ministério Público de Mato Grosso

    o lado mais cruel da violência contra a mulher em Mato Grosso

    O Ministério Público de Mato Grosso tem desenvolvido diversas iniciativas para combater a violência contra crianças e adolescentes, como os projetos “Prevenção Começa na Escola” e “Luz”. Esses projetos visam conscientizar crianças, adolescentes e profissionais da educação sobre os diferentes tipos de violência e como se proteger.

    A importância da denúncia

    A denúncia é a principal ferramenta para combater a violência online. Ao denunciar, a vítima e sua família podem receber o apoio necessário e os responsáveis pelos crimes podem ser punidos. É importante lembrar que a denúncia pode ser feita de forma anônima.

  • Mato Grosso: Alarme sobre o aumento de estupros de crianças e adolescentes

    Mato Grosso: Alarme sobre o aumento de estupros de crianças e adolescentes

    Um retrato alarmante da violência sexual contra crianças e adolescentes em Mato Grosso foi revelado pelo Panorama da Violência Letal e Sexual contra Crianças e Adolescentes no Brasil. O estudo, realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) e publicado pelo Unicef, aponta um aumento de 32% nos casos de estupro de crianças e jovens até 19 anos no estado em 2023, em comparação com o ano anterior.

    Com 2.069 casos registrados em 2023, Mato Grosso apresenta uma taxa média de 188 estupros para cada 100 mil habitantes, um número que coloca o estado em uma situação crítica. A pesquisa destaca que meninas de 10 a 14 anos são as principais vítimas desse tipo de crime.

    A chacina de Sorriso, ocorrida no ano passado, é um exemplo chocante da gravidade da situação. O pedreiro Gilberto Rodrigues dos Anjos invadiu uma casa e matou uma mulher e suas duas filhas, além de estuprar a mãe e as duas filhas mais novas. Esse caso, que comoveu o país, evidencia a necessidade de ações urgentes para combater a violência sexual contra crianças e adolescentes em Mato Grosso.

    Além de Sorriso, outras cidades mato-grossenses também apresentam altas taxas de estupros. Sinop, Cuiabá e Tangará da Serra figuram entre as 50 cidades brasileiras com os maiores índices desse tipo de crime. Essa concentração de casos em algumas cidades indica a necessidade de políticas públicas específicas para cada região, com o objetivo de prevenir e combater a violência sexual.

    É importante ressaltar que os dados apresentados no relatório podem subestimar o número real de casos de estupro, já que muitos crimes desse tipo não são denunciados. A subnotificação é um problema grave que dificulta o dimensionamento do problema e a criação de políticas públicas eficazes.

  • Adolescentes são atropelados por motorista embriagado em Lucas do Rio Verde

    Adolescentes são atropelados por motorista embriagado em Lucas do Rio Verde

    Um homem foi preso pela Polícia Militar (13ºBPM) na noite de domingo (26), após atropelar dois adolescentes e tentar matar uma testemunha no bairro Jaime Seito Fujji, em Lucas do Rio Verde (MT). O crime aconteceu por volta das 21h00.

    De acordo com informações da PM, o suspeito, que estava embriagado, dirigia um carro quando atingiu um menino de 12 anos e uma menina de 14 anos.

    As vítimas receberam atendimento pré-hospitalar pelo Corpo de Bombeiros (13ªCBM) e foram encaminhadas para o Pronto Atendimento Municipal (PAM).

    Segundo os militares, os adolescentes apresentavam diversas escoriações pelo corpo, mas estavam conscientes e orientados.

    Após o atropelamento, o motorista tentou fugir do local, mas foi impedido por uma testemunha. Na tentativa de escapar, o suspeito atacou a pessoa, configurando o crime de tentativa de homicídio. A PM foi acionada e prendeu o autor do atropelamento.

    O homem foi conduzido à Delegacia de Polícia Civil, onde responderá pelos crimes de atropelamento com lesão corporal, tentativa de homicídio e embriaguez ao volante.

  • Unicef incentiva adolescentes a tirar título de eleitor

    Unicef incentiva adolescentes a tirar título de eleitor

    A um dia do final do prazo para tirar o título de eleitor, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) alerta para a importância do voto de adolescentes de 16 e 17 anos nas eleições municipais. Segundo o Unicef, dados preliminares do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostram que o Brasil reverteu a tendência de queda no cadastro eleitoral de adolescentes, aumentando o número de jovens com título de eleitor em 2024. O voto aos 16 e 17 anos é facultativo.

    “Da eleição passada para esta, teve um aumento importante no número de adolescentes que se cadastraram para votar. Nas eleições passadas, era em torno de 1 milhão e, nesta, até a última contagem, 1,3 milhão adolescentes de 16 e 17 anos tinham se cadastrado para votar. Mostra uma tentativa de recuperar a importância da participação política e eleitoral. Acho que é um sinal que os jovens querem participar, e isso é muito bom para a sociedade e para a democracia”, disse o chefe de Desenvolvimento e Participação de Adolescentes no Unicef, Mario Volpi.

    Ele destacou que o Unicef vem fazendo um trabalho em 2.023 municípios da Amazônia Legal e do Semi-Árido para mobilizar os adolescentes de 16 e 17 anos a tirarem o título de eleitor. “Tem toda uma discussão sobre a importância da participação eleitoral. É uma forma de exercício da cidadania. É muito importante para a sociedade brasileira que os adolescentes participem desse momento de decisão e tragam para o debate sua experiência concreta de vivência das políticas de saúde, educação, de assistência social. Tem uma agenda que precisa ser discutida no processo eleitoral, e os adolescentes, pelas suas vivências, podem agregar um conteúdo muito importante. Eles têm uma visão criativa e crítica”, afirmou Volpi.

    Para o representante do Unicef, os políticos podem ver nos adolescentes uma fonte confiável de avaliação de como as políticas públicas chegam até eles. “O valor agregado dos adolescentes é trazer essa vivência concreta do dia a dia das políticas públicas para que os políticos possam tomar melhores decisões sobre essas políticas.”

    Edição: Nádia Franco

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  • Regulamentado direito das crianças e adolescentes em ambiente digital

    Regulamentado direito das crianças e adolescentes em ambiente digital

    Uma resolução do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania atribuiu ao poder público, famílias, sociedade e às empresas a responsabilidade pela garantia e efetivação dos direitos de crianças e adolescentes em ambiente digital.

    A medida, que tem como referência a legislação brasileira de proteção integral dessa população, foi publicada, nesta terça-feira (9), no Diário Oficial da União.

    O texto define o ambiente digital como “as tecnologias da informação e comunicação (TICs), como redes, conteúdos, serviços e aplicativos digitais disponíveis no ambiente virtual (internet); dispositivos e ambientes conectados; realidade virtual e aumentada; inteligência artificial (IA); robótica; sistemas automatizados, biometria, sistemas algorítmicos e análise de dados”. O acesso a todos esses conteúdos e serviços deve ser garantido a todos os menores de 18 anos.

    Nesses locais, crianças e adolescentes têm seus direitos, como de desenvolvimento, liberdade de expressão e exercício da cidadania, priorizados e com a garantia da proteção de seus dados. A norma também destaca a proteção contra toda forma de negligência, discriminação, violência, crueldade, opressão e exploração, inclusive contra a exploração comercial.

    A resolução esclarece, ainda, que empresas provedoras dos serviços digitais deverão adotar medidas para combater a exclusão digital, inferiorização e discriminação ilegal ou abusiva, direta ou indireta. E que o poder público e a sociedade têm o dever de zelar sobretudo pela liberdade de expressão e direitos de buscar, receber e difundir informação “segura, confiável e íntegra”.

    Violações

    São consideradas violações dos direitos das crianças e dos adolescentes, a exposição a conteúdo ou contratos que representem risco a essa população, como conteúdos violentos e sexuais, cyber agressão ou cyberbullying, discurso de ódio, assédio, produtos que causem dependência, jogos de azar, exploração e abuso sexual e comercial, incitação ao suicídio, à automutilação, publicidade ilegal ou a atividades que estimulem e exponham a risco da vida ou da integridade física.

    A norma inclui, ainda, a participação de menores de 18 anos no desenvolvimento das políticas públicas sobre o ambiente digital, atribuída à Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania e pelo Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda).

    As empresas que atuam no ambiente digital também passam a ter a responsabilidade de encaminhar denúncias de violação dos direitos, nesse contexto, à Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos, por meio do Disque 100 e também às autoridades do Sistema de Garantia de Direitos, como conselhos tutelares e autoridades policiais. O não encaminhamento das denúncias responsabilizará os envolvidos de acordo com as penalidades previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente, independente da omissão ser culposa ou dolosa, ou seja, quando houver ou não intenção de dificultar a denúncia.

    Edição: Kleber Sampaio

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  • HPV: quem tem uma dose está plenamente vacinado, diz ministério

    HPV: quem tem uma dose está plenamente vacinado, diz ministério

    Crianças e adolescentes com idade entre 9 e 14 anos que receberam apenas uma dose da vacina contra o HPV passam a ser classificados pelo Ministério da Saúde, a partir de agora, como plenamente vacinados. A afirmação é do diretor do Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde, Eder Gatti.

    Em entrevista à TV Brasil, ele explicou que a mudança no esquema vacinal anunciada pela pasta foi embasada por estudos recentes sobre o desempenho da dose e recomendada pela própria Organização Mundial da Saúde (OMS) como estratégia de combate ao câncer de colo de útero, diretamente associado à infecção por HPV.

    “O Brasil fez uma discussão técnica considerando as recomendações do comitê técnico assessor, composto por representantes da sociedade científica, de sociedades médicas. Ouvimos nossos especialistas e, diante das evidências, houve a recomendação do Ministério da Saúde passar a recomendação para uma dose,” explicou.

    Para Eder, a estratégia em dose única simplifica o esquema e facilita a adesão, contribuindo para ampliar a cobertura vacinal contra o HPV no Brasil. “Com uma dose, certamente, a nossa cobertura vai subir e permite que a gente otimize os estoques das vacinas que o ministério tem – inclusive, vai permitir fazer o resgate de pessoas que não foram vacinadas ainda”.

    Como parte da estratégia, a pasta pede que estados e municípios façam uma busca ativa por crianças e adolescentes de 9 a 19 anos que não tenham recebido nenhuma dose da vacina. “Teremos um quantitativo maior de doses à nossa disposição. É uma medida que garante segurança e efetividade para aquelas pessoas que foram e que serão vacinadas”.

    “O ministério vai oficializar essa medida com a publicação de uma nota técnica que sai hoje. A partir da publicação, as pessoas que receberam uma dose já estão plenamente vacinadas e não precisarão receber a segunda dose. E as pessoas que forem procurar o posto para se vacinar a partir de agora, com apenas uma dose, vão estar plenamente vacinadas.”

    O diretor lembrou que a imunização contra o HPV é considerada vacinação de rotina. As doses, portanto, estão disponíveis em todos os postos de saúde do país de forma permanente. Estratégias como campanhas de multivacinação, voltadas para atualização da caderneta, além de campanhas nas escolas, contribuem para intensificar a adesão.

    “Existe, infelizmente, no nosso país, de forma crescente, a disseminação de notícias falsas relacionadas a vacinas tendo como alvo a confiança das pessoas na vacinação. A vacinação contra a covid-19 foi um dos principais alvos dessas fake news. A vacina do HPV também é alvo de muitas notícias falsas que acabam levando as pessoas a se sentirem desestimuladas a se vacinar.”

    “A gente trabalha muito pra recuperar a confiança das pessoas nas vacinas. Crianças e adolescentes de 9 a 14 anos, meninos e meninas, devem se vacinar contra o HPV. É uma vacina segura, uma vacina que salva vidas, uma vacina que evita câncer e verrugas, está disponível no SUS e é de graça”, concluiu.

    Em entrevista à Agência Brasil, a presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Mônica Levi, considerou a mudança uma estratégia acertada.

    “É uma tendência. Vários países do mundo estão migrando para a dose única. Alguns porque não têm vacina e o único jeito de introduzir é com uma dose apenas. Outros, como Austrália, Escócia e Dinamarca, migraram para a dose única porque já conseguiram controlar ou reduzir em mais de 90% a circulação do vírus, das lesões e do câncer propriamente dito. Então, eles estão migrando para uma dose para manter o vírus com circulação baixa ou até ausente”.

    Quem pode se vacinar

    A imunização no Brasil, atualmente, é indicada para meninos e meninas de 9 a 14 anos; vítimas de abuso sexual de 15 a 45 anos (homens e mulheres) que não tenham sido imunizadas previamente; pessoas que vivem com HIV; transplantados de órgãos sólidos e de medula óssea; e pacientes oncológicos na faixa etária de 9 a 45 anos.

    Infecção

    O HPV é considerado atualmente a infecção sexualmente transmissível mais comum em todo o mundo e o principal causador do câncer de colo de útero. A estimativa do ministério é que cerca de 17 mil mulheres sejam diagnosticadas com a doença no Brasil todos os anos.

    Apesar de se tratar de uma enfermidade que pode ser prevenida, ela segue como o quarto tipo de câncer mais comum e a quarta causa de morte por câncer em mulheres – sobretudo negras, pobres e com baixos níveis de educação formal.

    *Colaborou Michelle Canes, da TV Brasil.

    Edição: Valéria Aguiar

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