Tag: acessibilidade

  • Detran garante aprovações nas provas para habilitação com auxílio de intérprete e exame em Libras

    Detran garante aprovações nas provas para habilitação com auxílio de intérprete e exame em Libras

    Na primeira semana deste mês, o Departamento Estadual de Trânsito (Detran-MT) prestou auxílio a cidadãos surdos dos municípios de Colíder, Sinop e Sorriso, que estão fazendo as etapas para tirar a primeira habilitação. Três candidatos conseguiram aprovação no exame.

    Após o auxílio recebido pelo interprete de Libras do Detran, Maurício Tadeu Pacheco da Silva, a moradora de Porto dos Gaúchos Flávia Rezer Batista, que é surda, comemorou sua aprovação na prova teórica para primeira habilitação, após diversas tentativas sem êxito.

    “Finalmente consegui ser aprovada no exame teórico. Antes tinha dificuldades na realização da prova, pois não tinha auxílio e o exame não era traduzido para Libras. Mas nesta nova tentativa, o Detran disponibilizou o servidor intérprete para estar presente, além das questões da prova que já estão traduzidas para Libras, o que possibilitou a minha aprovação. Sou grata ao Detran por promover a acessibilidade no órgão”, relatou.

    Os candidatos Fábio Thiago Martins Pereira e Hellerson de Oliveira Braga também são surdos e foram aprovados na prova teórica. “O servidor intérprete do Detran se deslocou de Cuiabá para estar conosco aqui em Colíder para nos auxiliar e nos garantir a acessibilidade. Nos deu suporte quanto à tradução para Libras. E graças a este esforço conseguimos a aprovação na prova teórica. Muito obrigado”, falaram.

    O atendimento exclusivo para pessoas surdas é prestado há quase dois anos pelo Detran-MT por meio do Agente do Serviço de Trânsito e interprete de Libras, Maurício Tadeu Pacheco da Silva. Desde que os atendimentos iniciaram, já foram atendidas mais de 100 pessoas em todo Estado nos serviços presenciais de veículos e habilitação e auxílio na prova teórica e prática de direção para obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH).

    Além do auxílio aos surdos feito pelo interprete, o Detran também traduziu as 90 questões da prova teórica para a Língua Brasileira de Sinais, como forma de facilitar o entendimento dos cidadãos surdos na realização do exame. “Ver cada surdo vencendo suas barreiras e conquistando, especialmente, a primeira habilitação, é uma satisfação imensa, sentimento de dever cumprido”, Maurício Tadeu.

    Segundo o presidente do Detran-MT, Gustavo Vasconcelos, a acessibilidade e inclusão são uma das prioridades da atual gestão para facilitar a vida do cidadão. “Melhoramos o atendimento a esse público e também reformamos e adequamos nossas unidades e blocos de atendimento da sede da autarquia com calçadas acessíveis, rampas de acesso, além de banheiros para pessoas com necessidades especiais. São melhorias com foco em garantir o atendimento digno aos cidadãos e o acesso a todos aos serviços do órgão, seja na capital ou no interior do Estado”, destacou Vasconcelos.

    Atendimento exclusivo

    Para ter o atendimento exclusivo, o cidadão surdo deve fazer o agendamento prévio através do site do Detran-MT (www.detran.mt.gov.br).

    Em seguida, deve clicar na aba ‘Libras’ e preencher todo o formulário. No final do campo de agendamento será ofertado os dias e horários disponíveis para atendimento.

  • Em Cuiabá: Pinheiro sanciona lei que obriga empresas a tornarem público que todos os assentos em ônibus são de uso preferencial

    Em Cuiabá: Pinheiro sanciona lei que obriga empresas a tornarem público que todos os assentos em ônibus são de uso preferencial

    Foi sancionada na última semana, a lei municipal que obriga empresas de ônibus de Cuiabá a darem maior publicidade à lei que torna todos os assentos do veículo de uso preferencial. A partir de agora, as empresas terão que instalar placas informativas nos veículos.

    Segundo a lei, as placas informativas devem ser afixadas em número suficiente e em local de fácil visualização pelos usuários. Eventuais descumprimentos poderão ter consequências legais. O cumprimento da Lei ficará sob responsabilidade da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (Semob).

    Os passageiros que têm direito de uso preferencial dos assentos são idosos, gestantes, pessoas obesas, pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida e pessoas acompanhadas por crianças de colo.

    Em Cuiabá, desde 2016, já existe a Lei Nº 6116 que torna obrigatório, por parte dos usuários de transporte coletivo, a cedência de qualquer assento aos passageiros com prioridades.

  • Enem oferece recursos de acessibilidade

    Enem oferece recursos de acessibilidade

    Apoio para pernas e pé, auxílio para leitura, sala de fácil acesso, mesa para cadeira de rodas, prova superampliada, prova em Língua brasileira de sinais (Libras), prova em braile e uso do nome social. Esses são alguns dos recursos oferecidos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para que o exame seja mais acessível e inclusivo. Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o Enem impresso oferece atualmente 16 recursos de acessibilidade e, o Enem digital, seis. 

    Os recursos são voltados para atender estudantes com baixa visão, cegueira, déficit de atenção, deficiência física, deficiência intelectual, deficiência auditiva, discalculia, dislexia, surdez, surdocegueira, transtorno do espectro autista e visão monocular. Podem também solicitar atendimento especializado as candidatas gestantes e lactantes e os participantes idosos. Alguns desses participantes podem inclusive contar com correção especial da redação, que levará em consideração as singularidades do candidato.

    É preciso estar atento aos prazos previstos no edital do Enem para fazer as solicitações e fornecer os documentos necessários. Nesta edição, o Inep não divulgou quantos foram os estudantes que solicitaram atendimentos especializados ou o uso do nome social. Ao todo, 3,1 milhões de candidatos se inscreveram para as provas que começaram a ser aplicadas no último dia 21 e seguem neste domingo (28).

    Alice Marina Mendes, 21 anos, está entre os inscritos para fazer as provas em Libras. Este foi o primeiro Enem dela. “Achei muito bom, quando eu leio em português às vezes não consigo entender, pois português é muito profundo, principalmente texto longo. Então, explicar em Libras é mais claro”, diz.

    Como outros estudantes surdos, Alice tem Libras como primeira língua. “A maioria dos surdos não entende português, por isso é necessário colocar a prova em Libras, que é a língua deles e a minha. Ouvintes têm a língua deles, que é o português. A nossa é Libras”, explica. A vídeoprova em Libras é uma demanda antiga. Ela passou a ser aplicada em 2017. A partir de 2018, as provas já aplicadas passaram a ser disponibilizadas no portal do Inep para, assim, os participantes poderem estudar as questões e conferir os gabaritos, como ocorre com a aplicação regular.

    Com o exame mais inclusivo, surge também a demanda por preparos específicos voltados para cada tipo de necessidade especial. Foi a falta de materiais de estudos voltados para estudantes surdos que fez com que Bruna Wendhausem Enne fundasse o Sinaliza Enem, curso online de preparo para o Enem em Libras.

    “A prova em Libras é muito importante para os surdos. Além da língua, a prova adaptada tem algumas questões, por exemplo, que têm a ver com música, com microfone, alto falante, coisa que esses estudantes não têm acesso no cotidiano deles. Ela não é só traduzida, é pensada para os surdos”, diz.

    Bruna explica que, assim como o português, Libras tem regionalismos. O cursinho preocupa-se, então, em mostrar para os alunos os diferentes sinais usados nas diversas partes do Brasil para que eles possam estar preparados no dia do exame.

    O cursinho, que foi criado em 2020, ajudou no preparo de três candidatos aprovados no ensino superior com o último Enem. Para Bruna, a inclusão desses estudantes trará também transformações para as universidades. “A gente percebe o primeiro surdo que entra, a universidade está completamente desesperada, chega a ligar para ele para confirmar a matrícula. Depois, isso muda. Quando outros entram, já tem um grupo para recebê-los”.

    Tempo adicional

    Ottis Dominique Medeiros Vör Tonons é autista e tem transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH). Esta é a segunda vez que faz o Enem. Ele tem direito a recursos como tempo adicional de prova, auxílio para leitura e auxílio para transcrição. Em 2018, fez essas solicitações. “A pessoa leu a prova toda para mim – tem a opção de ler só quando precisar ou ler tudo. Fiquei em uma sala separada, eu poderia andar pela sala também. Uma pessoa lê e outra transcreve”, conta.

    Este ano, Tonons acabou perdendo o prazo de solicitação dos recursos e acabou fazendo a prova regular. “A prova em si foi muito ruim, principalmente por ter algumas questões que têm como opção ironia e eu não saber onde ela está, sabe? Essas pegadinhas, ironias, me atrapalham. Tinha apenas 17 pessoas na sala comigo. O ventilador fazia um som horrível”, diz.

    São mudanças que fariam toda a diferença e que permitiriam que ele demonstrasse de fato os conhecimentos que tem. “Eu chutei 15 questões que tinham o enunciado muito grande e foquei nas questões pequenas, me forçando a ler, pensar e responder em um minuto as outras 30. No cartão resposta, literalmente ficou faltando marcar a questão 90. Ficou bagunçado pra mim este ano”.

    Melhorias

    Apesar dos avanços na acessibilidade, ainda há o que pode ser melhorado no Enem. No caso dos participantes surdos, uma das melhorias citadas por Bruna é que as plataformas de inscrição no Enem e nos programas que utilizam as notas da prova, como o Sistema de Seleção Unificada (Sisu), ainda não disponibilizam versão em Libras. “Eles ainda têm dificuldade com isso”, alerta.

    Outro recurso disponibilizado pelo Enem é o uso do nome social. O tratamento pelo nome social é destinado ao participante que se identifica e quer ser reconhecido socialmente em consonância com sua identidade de gênero, como os participantes transexuais, travestis ou transgêneros.

    Tonons está também entre esses candidatos. “Para mim, [o nome social] é importante não só pelo conforto de se sentir certo em um lugar, mas também a segurança que isso dá na hora da prova. Pode parecer que é besteira, porque só é chamado o nome uma vez [durante a aplicação do Enem], mas não é. Para quem não tem o documento retificado, isso pode causar desconforto, a sensação de “lembrar quem era antes” ou até de perder um tempo durante a prova, lembrando da situação incômoda de ouvir um nome que de fato não é seu e ter de atender por ele”, diz.

    Tonons conta que, em 2018, não conseguiu usar o nome social na prova. Segundo ele, o pedido poderia ser mais simples. O participante deveria poder solicitar como quer ser chamado e a conferência se daria pelo CPF, nome da mãe, sobrenome. De acordo com o edital do Enem, atualmente, é preciso enviar uma foto recente nítida, além de documento de identificação oficial com foto, válido.

    Enem 2021

    O Enem começou a ser aplicado no último dia 21 e segue neste domingo (28), quando os estudantes farão as provas de matemática e de ciência da natureza.

    O Enem seleciona estudantes para vagas do ensino superior públicas, pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), para bolsas em instituições privadas, pelo Programa Universidade para Todos (ProUni), e serve de parâmetro para o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Os resultados também podem ser usados para ingressar em instituições de ensino portuguesas que têm convênio com o Inep.

  • Enem Digital 2021 terá recursos de acessibilidade

    Enem Digital 2021 terá recursos de acessibilidade

    A versão digital do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2021 terá recursos de acessibilidade inéditos como prova ampliada, superampliada e com contraste, de acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Ao todo, serão 101.100 vagas para o Enem Digital. Essa versão do exame será exclusiva para quem já concluiu o ensino médio ou que está concluindo a etapa em 2021.

    Entre os perfis de participantes que podem solicitar os atendimentos estão: pessoas com baixa visão, cegueira, visão monocular, deficiência física, deficiência auditiva, surdez, deficiência intelectual, surdocegueira, dislexia, deficit de atenção, transtorno do espectro autista, discalculia, gestantes, lactantes, idosos, além de pessoas com outra condição específica.

    Segundo o Inep, também será permitido que os inscritos usem materiais próprios que auxiliem na realização da prova no computador, como máquina de escrever em braile, caneta de ponta grossa, óculos especiais, tábuas de apoio, multiplano e plano inclinado.

    Tradutor-intérprete de Língua Brasileira de Sinais (Libras), tempo adicional e salas acessíveis estão previstos no edital. Cão-guia, medidor de glicose, bomba de insulina, além de aparelhos auditivos ou implantes cocleares também serão permitidos no Enem Digital 2021.

    O Inep esclarece que os participantes que precisam de recurso de acessibilidade diferente dos previstos no edital do exame digital terão o atendimento assegurado na versão impressa do exame.

    O período de inscrições do Enem 2021, incluindo o prazo para solicitar atendimento especializado, começa no dia 30 de junho e vai até 14 de julho. Os procedimentos deverão ser realizados por meio da Página do Participante. Tanto a versão digital quanto a impressa desta edição serão aplicadas nos dias 21 e 28 de novembro, além de contarem com provas de itens iguais.

    O Enem Digital foi aplicado pela primeira vez na edição de 2020. O objetivo é que o exame seja completamente digital até 2026. Ao todo, 93 mil candidatos se inscreveram para fazer as provas por computador. Cerca de 30 mil candidatos fizeram o exame.