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  • Censo 2022 retrata melhorias na infraestrutura urbana no intervalo de uma década

    Censo 2022 retrata melhorias na infraestrutura urbana no intervalo de uma década

    O levantamento das características urbanísticas do entorno dos domicílios observou nove quesitos relacionados à infraestrutura urbana brasileira:

    •Em 2022, das 174,2 milhões de pessoas residentes em áreas com características urbanas no Brasil, 119,9 milhões (68,8%) moravam em vias sem rampa para cadeirantes. Em 2010, eram 146,3 milhões (95,2%).•Já 32,8 milhões (18,8%) viviam em vias com calçadas livres de obstáculos, quesito novo do Censo Demográfico 2022.•Segundo o Censo 2022, 146,4 milhões dos moradores (84,0%) viviam em vias com calçada, frente a 102,7 milhões (66,4%) em 2010. •Pontos de ônibus ou van foram identificados em vias onde moravam 15,3 milhões de pessoas (8,8%) e pista sinalizada para bicicletas, onde residem 3,3 milhões de pessoas (1,9%).•Em 2022, pela primeira vez, a estrutura viária para veículos foi retratada através do quesito de capacidade máxima de circulação da via: para 158,1 milhões de pessoas (90,8%), essa capacidade era de caminhões ou ônibus; 10,5 milhões (6,1%), carro ou van; 5,0 milhões (2,9%), motocicletas, bicicletas e pedestres.•O percentual de moradores em vias com iluminação pública no total do país atingiu 97,5% (169,7 milhões de moradores). Em 2010, esse percentual havia sido de 95,2% (146,2 milhões).•Cerca de 154,1 milhões de moradores (88,5%) vivem em vias pavimentadas.•A infraestrutura de drenagem representada pela presença do bueiro ou boca de lobo nas vias está presente para 53,7% dos moradores (93,6 milhões de habitantes). Em 2010, esse percentual era de 39,3% (60,3 milhões).•Em relação à arborização, 58,7 milhões de pessoas (33,7%) moram em vias sem arborização, enquanto 114,9 milhões (66,0%) vivem em vias com presença de árvores, sendo que 55,8 milhões (32,1%) estão em vias com 5 árvores ou mais.

    Dados do Censo 2022 mostram que, das 174,2 milhões de pessoas residentes em áreas com características urbanas no Brasil, 119,9 milhões (68,8%) moram vias sem rampa para cadeirantes. Em 2010, eram 146,3 milhões (95,2%) residindo em faces de quadra sem esse equipamento de acessibilidade.

    Entre os estados, Mato Grosso do Sul foi o que teve o maior percentual de pessoas residentes em vias com existência desta infraestrutura (41,1%), seguido do Paraná (37,3%) e Distrito Federal (30,4%). O menor percentual foi no Amazonas, com 5,6%, acompanhado de Pernambuco (6,2%) e Maranhão (6,4%).

    Maringá se destaca entre os municípios com mais de 100 mil habitantes, com 77,3% de seus moradores em vias com rampa para cadeirante, em contraposição à Itapevi (SP), que registra 1,3% de seus moradores nesta condição.

    As informações fazem parte do Censo Demográfico 2022: Características Urbanísticas do Entorno dos Domicílios, divulgado hoje (17) pelo IBGE. O evento ocorrerá no auditório da Reitoria da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), localizado na Avenida Lourival Melo Mota, s/n, Campus Aristóteles Calazans Simões, no bairro Tabuleiro do Martins, Maceió (AL). A divulgação contará com transmissão pelo portal do IBGE e pelas redes sociais do Instituto.

    Os resultados podem ser acessados no portal do IBGE e em plataformas como o SIDRA , o Panorama do Censo e a Plataforma Geográfica Interativa (PGI) , sendo que nesses dois últimos poderão ser visualizados, também, por meio de mapas interativos.

    O levantamento das características urbanísticas do entorno dos domicílios observou dez quesitos relacionados à capacidade de circulação e pavimentação da via, existência de bueiro ou boca de lobo, iluminação pública, ponto de ônibus ou van, sinalização para bicicletas, calçada ou passeio, obstáculo na calçada, rampa para cadeirante e arborização.

    As informações também mostram que 32,8 milhões de pessoas residem em vias calçadas livres de obstáculos, equivalente a 18,8% do total da pesquisa, quesito novo no levantamento. Menores percentuais encontram-se no Maranhão (4,7%), no Piauí (4,9%) e no Acre (5,6%). Destaques positivos para Rio Grande do Sul, com 28,7%, Mato Grosso, com 27,4% e São Paulo, com 25,5%.

    Santos (SP) é o destaque entre os municípios com mais de 100 mil habitantes, com 64,5% dos moradores em vias com calçadas livres de obstáculos. Das capitais, a melhor situação é Porto Alegre (RS), com 46,6%. Bacabal (MA) tem o menor percentual, com 1,0%.

    Essas duas características urbanísticas foram verificadas pelos agentes do IBGE quando foi identificada a presença de calçada nas vias, realidade para 146,4 milhões dos moradores (84,0%) em 2022, frente a 102,0 milhões (66,4%) em 2010. Breves (PA), com 37%, e Camaragibe (PE), com 48,2%, são os municípios com mais de 100 mil habitantes com os menores percentuais neste quesito. Das Capitais, Salvador com 56,1% era o menor percentual.

    “Cabe ressaltar que, para o Censo de 2022, a existência de calçada foi verificada se houvesse ou não pavimentação, enquanto em 2010, a contabilização ocorreu se existisse caminho calçado ou pavimentado”, explica Jaison Cervi, Gerente de Pesquisas e Classificações Territoriais.

    UF Rampa para cadeirante Via sinalizada para bicicleta Calçada / Passeio Obstáculo na calçada – Não existe Mato Grosso do Sul 41,1 1,1 84,1 23,4 Paraná 37,3 1,9 88,1 26,8 Distrito Federal 30,4 4,1 92,9 20,9 Mato Grosso 22,4 1,4 82,7 27,4 Rio Grande do Sul 20,2 1,5 82 28,7 Santa Catarina 19,9 5,2 78,1 26,3 Sergipe 17,4 2,3 90,3 12 Goiás 16,9 0,9 92,6 21,1 Espírito Santo 16,6 2,5 79 16,7 Roraima 15,5 1,3 60,3 19,5 Brasil 15,2 1,9 84 18,8 Amapá 14,8 3,1 57,1 11,1 São Paulo 14,8 2,2 91,6 25,5 Minas Gerais 14,2 0,9 90,3 15,3 Rio Grande do Norte 14,1 0,9 86,7 10,8 Tocantins 13,3 0,6 84,7 11,8 Rondônia 12,7 1 68,8 11,9 Alagoas 12,0 0,9 85,6 11,7 Rio de Janeiro 12,0 2,5 79,4 19,2 Acre 10,2 2,9 72 5,6 Paraíba 9,2 1,5 85,3 10 Bahia 8,9 1,3 74,4 12,9 Piauí 8,4 1,5 83,1 4,9 Ceará 7,1 3,2 85 10,8 Pará 7,0 2,1 64,8 8,8 Maranhão 6,4 0,5 77,1 4,6 Pernambuco 6,2 1,8 71,2 8,5 Amazonas 5,6 0,5 73,8 7,5 Fonte: IBGE – Censo Demográfico

    Outro quesito novo pesquisado no levantamento foi a existência de via sinalizada para bicicletas, equipamento urbanístico presente em vias onde residem 3,3 milhões de pessoas (1,9%).

    Entre as unidades da federação, o índice mais elevado alcançou 5,2% em Santa Catarina seguido de estados de todas as regiões do país como Distrito Federal (4,1%), Ceará (3,2%), Amapá (3,1%) e Rio de Janeiro (2,5%), revelando uma diversidade de padrões no território. O menor percentual levantado pertence ao Maranhão e Amazonas, ambos com 0,5%.

    Balneário de Camboriú (SC) tinha o maior percentual neste quesito entre os municípios com mais de 100 mil habitantes, com 14,0%, seguido de Florianópolis e Joinville, também de Santa Cantarina, com 12,1% e 11,8%, respectivamente.

    “De forma geral, os percentuais de moradores residindo em vias com sinalização para bicicletas foram significativamente baixos, revelando que a infraestrutura das vias no país ainda é muito direcionada para veículos automotores”, analisa Cervi.

    Capacidade de circulação das vias e a existência de ponto de ônibus ou van foram pesquisados pela primeira vez

    De forma inédita, no Censo de 2022, a estrutura viária para veículos foi retratada através do quesito de capacidade máxima de circulação da via. Foram contabilizadas 158,1 milhões de pessoas (90,8%) que vivem em trechos de logradouros onde é possível o fluxo de caminhões ou ônibus. Em todos os estados há um predomínio desse tipo de via: 98,0% no Tocantins e 76,9% no Amapá foram os maiores e menores percentuais encontrados.

    Outros 10,5 milhões pessoas (6,1%) vivem em trechos com capacidade máxima para circulação de carro ou van. Pernambuco (11,9%), Rio de Janeiro (10,7%) e Bahia (10,0%) são os únicos estados que tem mais de 10% de seus moradores em trechos de vias com estas características.

    “Esta condição nestes grandes centros urbanos está associada a relevo acidentado, centros históricos e a presença de proporções maiores de moradores vivendo em favelas e comunidades urbanas. Por exemplo, Salvador é a capital com menor percentual de moradores em vias com capacidade de circulação por caminhão ou ônibus, com 63,4%, e maior percentual de moradores em vias com capacidade máxima de circulação por carros e vans, registrando 17,9%”, explica o pesquisador do IBGE.

    Por outro lado, Mato Grosso (1,7%), Tocantins (1,8%), Mato Grosso do Sul (1,8%) e Goiás (1,9%) são os estados que têm menos de 2% de seus moradores em vias com estas características.

    Além disso, 5,0 milhões de pessoas (2,9%) vivem em trechos de vias onde só era possível a circulação de motocicletas, bicicletas e pedestres. Apesar de pouco frequente, com percentual abaixo de 3% dos moradores em 18 estados, essa característica ganha destaque no Amapá (15,1%), em Pernambuco (8,4%) e no Amazonas (8,3%).

    Outro destaque foi Recife (PE), onde 69,9% de seus moradores vivem em vias onde é possível circular com caminhão ou ônibus e 16,1%, 4º maior percentual do Brasil para cidades com mais de 100 mil habitante, onde era possível circular somente a pé, de bicicleta ou de motocicleta.

    Foram ainda registradas 5.267 pessoas (0,003%) que moram em locais onde a circulação se dava apenas por meio de transporte aquaviário, quantidade residual ou inexistente em quase todos os estados. O maior percentual encontrado foi no Amazonas, com 0,1%.

    A pesquisa do entorno identificou pontos de ônibus ou van em vias onde moravam 15,3 milhões de pessoas (8,8%). Este item de infraestrutura urbana, indicativo da existência de transporte coletivo, tinha uma distribuição bastante desigual no território nacional. Nos estados das regiões Sul e Sudeste foram constatadas as maiores proporções de moradores em vias com estas características, todos com percentuais maiores que 10%, com destaque para o Rio Grande do Sul (14,5%), Santa Catarina (11,9%) e São Paulo (11,8%). Tocantins (1,6%) apresentou a menor proporção.

    Juiz de Fora (MG), com 48,6%, é o município com mais de 100 mil habitantes que apresenta o maior percentual neste quesito, seguido por Petrópolis (RJ), com 31,5%. Das capitais, Porto Alegre (RS) liderava com 25%.

    “A existência deste transporte cumpre a necessidade de circulação de pessoas para a realização das atividades sociais, culturais, políticas e econômicas consideradas necessárias na sociedade. É importante destacar que, de forma geral, a presença de pontos de ônibus não acontece em todos os trechos de via”, destaca Filipe Borsani, analista da divulgação.

    Censo 2022 retrata melhorias na infraestrutura urbana no intervalo de uma décadaCenso 2022 retrata melhorias na infraestrutura urbana no intervalo de uma década

    Quase metade da população reside em vias sem bueiro ou boca de lobo

    A infraestrutura de drenagem representada pela presença do bueiro ou boca de lobo nas vias está presente para 53,7% dos moradores (93,6 milhões de habitantes). Em 2010, esse percentual era de 39,3% (60,3 milhões).

    “Bueiros ou bocas de lobo são componentes importantes da infraestrutura urbana, desempenhando funções como a drenagem de águas pluviais na medida que coletam a água da chuva das ruas e calçadas, evitando alagamentos e acúmulo de água que podem causar danos à infraestrutura e propriedades”, explica Borsani.

    O estado com o maior percentual de moradores em vias com bueiro ou boca de lobo é Santa Catarina (85,2%), seguida pelo Paraná (83,4%), ambos da Região Sul, além do Rio de Janeiro (76,7%). No outro extremo estão os estados do Piauí (11,6%), do Rio Grande do Norte (19,2%) e do Ceará (20,9%).

    “Em que pese o fato de que a diversidade climática e dos sítios urbanos interfiram na densidade da presença dos bueiros, chama a atenção a grande amplitude de variação regional: foi de 73,5 pontos percentuais a diferença entre Santa Catarina e o Piauí”, completa o analista do IBGE Maikon Novaes.

    Planaltina (GO) registra 6% de seus moradores em vias com bueiro ou boca de lobo, sendo o menor percentual para os municípios com mais de 100 mil habitantes.

    O percentual de moradores em vias com iluminação pública no total do país atingiu 97,5 (169,7 milhões). Em 2010, esse percentual havia sido de 95,2% (146,2 milhões).

    Foi o maior percentual entre os elementos urbanísticos pesquisados e não havia uma variação regional significativa neste quesito. Vinte e três estados tiveram uma proporção de moradores em vias com esta infraestrutura entre 98,9% e 95,7%. Os outros 4 estados flutuaram entre 88,4% e 93,5%.

    O município com mais de 100 mil habitantes com menor percentual é Macapá (AP), com 88,8% dos moradores em vias com iluminação pública.

    De acordo com o levantamento, 154,1 milhões de moradores (88,5%) vivem em vias pavimentadas, enquanto 19,5 milhões viviam em vias não pavimentadas. Apesar de também ter sido investigado em 2010, o critério para existência foi alterado de qualquer tipo de pavimentação, mesmo que em pequena parte da via, para pelo menos 50% do trecho, não sendo possível a comparabilidade.

    Havia uma diferenciação regional importante neste quesito, com sete estados com menos 80% de seus moradores de setores selecionados para a pesquisa em vias pavimentadas, incluindo o Pará (69,3%), Rondônia (70,4%), Amapá (71,9%) e Pernambuco (76,3%). Por outro lado, seis estados têm mais de 90% de seus moradores em vias pavimentas, com destaque para São Paulo (96,0%), Minas Gerais (95,3%), Distrito Federal (94,2%) e Goiás (94,0%).

    Araruama (SP), com 29%, de seus moradores em vias pavimentadas é o município com mais de 100 mil habitantes com menor proporção de moradores em vias pavimentadas.

    Maioria dos moradores vive em vias com presença pelo menos uma árvore

    Os dados da pesquisa mostram que, no Brasil, há 58,7 milhões de moradores (33,7%) vivendo em vias sem arborização, enquanto 114,9 milhões (66,0%) vivem em vias com presença de árvores.

    Em termos de densidades de arborização, 35,6 milhões das pessoas (20,4%) contabilizadas com presença de árvore residem em vias com até 2 árvores, 23,5 milhões (13,5%) em vias com 3 ou 4 árvores, enquanto 55,8 milhões (32,1%) localizam-se em vias com 5 árvores ou mais.

    São José (SC) é o município com mais de 100 mil habitantes menor percentual de moradores em vias com arborização (15,1%), enquanto Maringá, o maior (98,6%). Das capitais se destaca Campo Grande (MS), com 91,4%.

    “A arborização urbana é essencial para a qualidade de vida nas cidades. Ela contribui para o bem-estar dos habitantes, oferecendo diversos benefícios ambientais, sociais e econômicos. A redução da temperatura é uma consequência importante, diminuindo a incidência de ilhas de calor ao longo do tecido urbano. Ao integrar os resultados da pesquisa urbanística com práticas de arborização, os municípios podem criar ambientes urbanos mais sustentáveis e agradáveis, melhorando a qualidade de vida de seus habitantes”, frisa Novaes

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    População de cor ou raça amarela vive em trechos com melhor infraestrutura urbana

    Em desagregações por cor ou raça, destaca-se que a população que se considera amarela reside em vias com mais capacidade máxima de circulação – caminhão ou ônibus (95,6%), assim como registra melhor infraestrutura em quase todos os quesitos: via pavimentada (96,3%), bueiro ou boca de lobo (61,8%), iluminação pública (98,8%), pontos de ônibus (13,5%), via sinalizada para bicicleta (4,2%), presença de calçada ou passeio (94,6%), rampa para cadeirantes (29,6%), arborização (80,0%).

    A população branca foi identificada como a segunda com maior oferta de quase todos os elementos pesquisados: via com capacidade máxima de circulação (93,5%), via pavimentada (91,3%), bueiro ou boca de lobo (60,8%), iluminação pública (98,1%), ponto de ônibus (10,6%), via sinalizada para bicicleta (2,5%), presença de calçada ou passeio (88,2%), rampa para cadeirantes (19,2%) e arborização (70,6%).

    Por outro lado, a população que se declarou como preta apresenta percentuais mais baixos em quesitos como iluminação pública (96,8%), via sinalizada para bicicleta (1,4%), presença de calçada ou passeio (79,2%), rampa para cadeirantes (11,1%) e arborização (59,4%).

    Já a população declarada como parda apresentou percentuais baixos em existência de elementos como via pavimentada, (86,0%) bueiro ou boca de lobo (47,1%) e pontos de ônibus (7,1%).

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    A população que se declara como indígena, residente em áreas com características urbanas, apresenta menor percentual de obstáculos na calçada (52,4%), porém, tem o maior percentual de residentes (6,4%) em vias com menor acessibilidade – capacidade máxima de circulação para motocicletas, bicicletas e pedestres.

    Além disso, essa população registra os percentuais mais baixos na presença de todos os quesitos levantados pela pesquisa tais como via pavimentada, (72,2%) bueiro ou boca de lobo (36,0%), iluminação pública (90,4%), pontos de ônibus (4,8%), via sinalizada para bicicleta (1,1%), presença de calçada ou passeio (63,7%), rampa para cadeirantes (9,8%), arborização (58,5%).

    Censo 2022 também investigou infraestrutura urbana no entorno de diferentes tipos de estabelecimentos, como de saúde e ensino

    Além de estarem no entorno das unidades domiciliares, os elementos urbanísticos também são importantes infraestruturas para promover a qualidade de acesso e circulação a estabelecimentos. O Censo Demográfico 2022 também investigou esses elementos para estabelecimentos de ensino, de saúde e de outras finalidades como comércio, por exemplo.

    Destaca-se que todos os estabelecimentos coletados registram alto percentual de iluminação pública: 98,7% (ensino), 99,4% (saúde) e 98,5% (outras finalidades). Por outro lado, todos têm percentuais mais baixos de presença de ponto de ônibus ou van: 16,6% (ensino), 17,7% (saúde) e 16,4% (outras finalidades).

    Estabelecimentos de saúde são os que apresentam o maior percentual de bueiros (62,6%), enquanto a presença de arborização é maior entre os estabelecimentos de ensino e saúde, 65,3% e 66,2%, respectivamente, contra 60,2% dos estabelecimentos de outras finalidades.

    Os de ensino também contém maior densidade de arborização (5 ou mais árvores) com 35,9%, seguido por saúde (35,4%), enquanto os estabelecimentos de outras finalidades, apenas 28,8%.

    Os resultados mostram presença de calçadas para a maioria dos estabelecimentos de saúde (96,3%). Porém, também o maior percentual de problemas nestas calçadas, pois 45,7% destes estabelecimentos têm obstáculos, contra 32,1% (ensino) e 28,2% (outras finalidades).

    Por fim, os resultados mostram que menos da metade (47,2%) dos estabelecimentos de saúde tem rampa para cadeirante, enquanto apenas 31,8% dos estabelecimentos de ensino e 25,0% de outras finalidades apresentam esse elemento presente nas calçadas.

    Mais sobre a pesquisa

    Durante o levantamento das características urbanísticas do entorno dos domicílios, foram pesquisados dez quesitos relacionados à capacidade de circulação e pavimentação da via, existência de bueiro ou boca de lobo, iluminação pública, ponto de ônibus ou van, sinalização para bicicletas, calçada ou passeio, obstáculo na calçada, rampa para cadeirante e arborização.

    Os dados estão disponíveis para recortes geográficos de Brasil, Grandes Regiões, Estados, Municípios e outros recortes geográficos compostos a partir de Municípios, como Concentrações Urbanas. As informações foram desagregadas também por sexo, cor ou raça e grupos de idade da população, além de características dos domicílios.

  • Mato Grosso lança selo ‘Autista a Bordo’ e credencial de estacionamento para pessoas com TEA

    Mato Grosso lança selo ‘Autista a Bordo’ e credencial de estacionamento para pessoas com TEA

    A primeira-dama de Mato Grosso, Virginia Mendes, em parceria com o Departamento Estadual de Trânsito (Detran-MT), lançou o selo adesivo “Autista a Bordo” e a credencial de estacionamento para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). O evento ocorreu em Cuiabá durante o encerramento da Expedição Ser Família Mulher ‘MT Por Elas’.

    O selo adesivo é destinado à identificação de veículos que transportam pessoas com TEA, enquanto a credencial especial assegura o uso de vagas reservadas em estacionamentos públicos e privados.

    Iniciativa para Inclusão e Acessibilidade em Mato Grosso

    De acordo com a diretora de Fiscalização e Educação para o Trânsito do Detran-MT, Adriana Carnevale, esses benefícios são voltados para pessoas com TEA que possuem a Carteira de Identificação do Autista (CIA), garantida pela Lei Estadual nº 10.997/2019. A emissão online da credencial facilita o processo, eliminando a necessidade de reapresentação de documentos.

    O presidente do Detran-MT, Gustavo Vasconcelos, destacou o compromisso do estado em promover um trânsito mais inclusivo e empático. “O objetivo é sensibilizar os condutores a terem mais empatia e paciência no trânsito, evitando, por exemplo, o uso da buzina e estímulos sonoros prejudiciais aos autistas”, afirmou.

    Como Solicitar o Selo e a Credencial

    Os interessados podem solicitar os itens pelo site do Detran-MT, acessando o menu “Credencial autista”. Após realizar o login no sistema MT Cidadão e fornecer o CPF cadastrado na Setasc, a credencial estará disponível para download ou impressão.

    O selo adesivo pode ser retirado em qualquer unidade do Detran do município do beneficiário, devendo ser fixado na parte traseira do veículo.

    Para Virginia Mendes, o projeto é um avanço na busca por qualidade de vida para as famílias com autistas. “Essa ferramenta com certeza vai ajudar muito”, concluiu.

  • Lei fomenta entrada de pessoas com autismo no mercado de trabalho

    Lei fomenta entrada de pessoas com autismo no mercado de trabalho

    Promover a inserção de pessoas com transtorno do espectro autista no mercado de trabalho é o objetivo da Lei 14.992, de 3 de outubro de 2024, sancionada nesta sexta-feira (4), pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva e publicada no Diário Oficial da União.

    O normativo altera a Lei 13.667, de 17 de maio de 2018, e traz como principal mudança a obrigação do Sistema Nacional de Emprego (Sine) adaptar o seu pessoal e a sua infraestrutura a observar as normas de acessibilidade da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

    Outra mudança diz respeito à integração do Sine com a base de dados do Sistema Nacional de Cadastro da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (SisTEA), que é de responsabilidade do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC). A intenção é promover a intermediação de vagas de emprego e contratos de aprendizagem.

    A nova legislação assegura ainda o fomento a iniciativas para a inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho, incluindo a realização de feiras de emprego e a sensibilização de empregadores para a contratação de pessoas com deficiência.

    Além do presidente Lula, também assinam a sanção da lei a ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo; o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski; e o ministro do Trabalho e Emprego em exercício, Francisco Macena.

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  • Descubra qual é o perfil do eleitorado idoso de Mato Grosso

    Descubra qual é o perfil do eleitorado idoso de Mato Grosso

    As eleições que irão definir o rumo das cidades de Mato Grosso estão bem próximas, mas você, leitor, sabe qual é o perfil dos eleitores idosos do Estado?

    Bem, vamos lá!! É interessante saber que o eleitorado de Mato Grosso tem um perfil cada vez mais maduro. De acordo com dados do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT), pessoas com 60 anos ou mais representam 16% do total de eleitores, o equivalente a 418.441 pessoas.

    Um dado pertinente é que, mesmo com o voto sendo facultativo a partir dos 70 anos, 134.447 pessoas nesta faixa etária estão aptas a votar, demonstrando um grande engajamento político.

    A alta participação dos idosos nas eleições representa um desafio para a Justiça Eleitoral, que precisa garantir a acessibilidade e a inclusão de todos os eleitores. Por outro lado, é uma oportunidade para os partidos políticos e candidatos de direcionar suas campanhas para as demandas e necessidades desse público.

    O estudo do TRE-MT revela um perfil detalhado do eleitor idoso em Mato Grosso. A maioria dos eleitores entre 60 e 69 anos possui ensino fundamental completo e é casada.

    Já na faixa de 70 a 79 anos, o ensino fundamental incompleto é mais comum, e o estado civil predominante é o de viúvo(a).

    Desafios de acessibilidade para o eleitor idoso de Mato Grosso

    A alta participação dos idosos nas eleições representa um desafio para a Justiça Eleitoral, que precisa garantir a acessibilidade e a inclusão de todos os eleitores.
    A alta participação dos idosos nas eleições representa um desafio para a Justiça Eleitoral, que precisa garantir a acessibilidade e a inclusão de todos os eleitores.

    1. Infraestrutura inadequada

    • Muitas seções eleitorais ainda carecem de acessibilidade física, como rampas de acesso, corrimões e elevadores. A ausência de uma infraestrutura adequada pode dificultar a mobilidade de idosos com dificuldades motoras ou que utilizam cadeiras de rodas, bengalas ou andadores.

    2. Distância das zonas eleitorais

    • Em áreas rurais ou cidades menores, as zonas eleitorais podem estar distantes das residências dos eleitores idosos. A falta de transporte público adaptado e acessível pode limitar o acesso deles ao local de votação.

    3. Falta de apoio no local de votação

    • Muitos idosos necessitam de auxílio para se deslocar ou entender o processo de votação, e nem todas as seções eleitorais têm pessoal treinado para prestar esse apoio.

    4. Tecnologia de votação

    • A utilização de urnas eletrônicas pode ser um desafio para idosos que não estão familiarizados com o uso de tecnologias digitais. A ausência de interfaces simplificadas e orientações claras pode criar confusão ou inibir a participação.

    5. Informação insuficiente

    • A falta de campanhas informativas direcionadas a idosos sobre o processo eleitoral, locais de votação acessíveis e direitos de acessibilidade pode deixá-los desinformados sobre os recursos disponíveis para facilitar seu voto.

    6. Problemas de saúde

    • Muitos idosos enfrentam condições de saúde como baixa visão, audição reduzida, dificuldades motoras ou doenças crônicas. Isso pode complicar o ato de se deslocar até as urnas ou interagir com o equipamento de votação.

    7. Pandemia e saúde pública

    • Ainda há preocupações sobre o impacto de pandemias como a COVID-19. Muitos idosos podem evitar aglomerações devido ao risco de contágio, o que exige medidas como votação em horários diferenciados ou atendimento domiciliar para evitar exposições.

    8. Segurança pública

    • Em algumas regiões, a insegurança, especialmente em áreas urbanas mais vulneráveis, pode ser um fator inibidor. Idosos podem temer sair de casa para votar se não houver garantias de segurança.

    9. Desigualdade social

    • Idosos de baixa renda podem ter menos recursos para acessar transporte ou ajuda necessária para se locomover até as urnas, exacerbando as desigualdades de participação.

    10. Capacitação dos mesários

    • A formação dos mesários quanto às necessidades específicas dos idosos pode ser limitada, dificultando o atendimento eficaz e personalizado.

    A implementação de soluções, como transporte acessível, zonas eleitorais mais próximas e informações claras, seria essencial para mitigar esses desafios e promover uma eleição mais inclusiva para os idosos.

  • Banco do Brasil melhora acessibilidade em 27 mil terminais

    Banco do Brasil melhora acessibilidade em 27 mil terminais

    A partir deste mês, todos os terminais de autoatendimento do Banco do Brasil passam a disponibilizar um novo botão na interface inicial, chamado Modo Acessibilidade, projetado para proporcionar maior autonomia e eficiência para clientes PCD.

    A nova funcionalidade oferece uma versão de tela escura com texto em alto contraste, facilitando a visualização para pessoas com sensibilidade à luz (fotossensibilidade ou fotofobia) e para aquelas com daltonismo. Além disso, a navegação e seleção de menus podem ser feitas por meio do teclado numérico, beneficiando especialmente pessoas que utilizam cadeiras de rodas ou são portadoras de nanismo. Com essa inovação, muitos clientes poderão utilizar os terminais sem a necessidade de assistência de terceiros.

    Nos últimos 12 meses, quase 30 mil clientes que se autodeclararam PcDs utilizaram os terminais de autoatendimento do BB e embora os equipamentos já possuam Certificação em Acessibilidade pela ABNT NBR 15250, a nova solução foi idealizada para ir além e disponibilizar novas jornadas inclusivas.

    Para testar as melhorias, desde o início deste ano, foi realizado um projeto piloto, que contou com apoio e sugestões de clientes e funcionários PcD. Como parte da avaliação final, os participantes do projeto foram reunidos em Brasília, no início deste mês de julho, para testar as novas funcionalidades e oficializar a distribuição da versão aprimorada para todos os terminais do Banco do Brasil.

    O Banco do Brasil se destaca como a única instituição financeira do país a oferecer esse tipo de recurso em terminais de autoatendimento, reafirmando seu compromisso com a inclusão e acessibilidade.
    Atendimento em Libras
    Demonstrando um compromisso contínuo com o público PcD, na última semana, o BB registrou mais de 26,3 mil ligações atendidas e intermediadas com atendimento em Libras, desde o início do serviço, em maio de 2022. O número revela uma média de mil atendimentos mensais. Desses 26,3 mil contatos, cerca de 5,5 mil foram atendimentos presenciais nas agências com intérprete remoto e mais de 20,6 mil iniciados pelos clientes no App, site ou WhatsApp.

    Só no 1º trimestre de 2024 foram atendidas 3,2 mil ligações, o que representa um crescimento de 25% em relação ao mesmo período do ano passado.

    Hoje 100% das unidades do BB estão aptas a prestar atendimento em Libras por meio da Plataforma BB ou Link. O atendimento por meio dos canais de autoatendimento é prestado de forma contínua, para todo o país, com disponibilidade sete dias por semana, 24 horas por dia.

    O BB se tornou referência para outras empresas ao protagonizar o atendimento amplo e completo a este público, sendo a primeira instituição financeira a promover essa solução, se consolidando como Banco compromissado com a excelência no atendimento, experiência do cliente e com toda a sociedade.

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  • Mouthpad: Touchpad bucal permite que pessoas com paralisia usem computadores

    Mouthpad: Touchpad bucal permite que pessoas com paralisia usem computadores

    A Augmental, uma startup fundada por Tomás Vega, ex-aluno do MIT, apresenta o MouthPad, uma tecnologia revolucionária que promete transformar a maneira como pessoas com deficiência motora interagem com o mundo digital. O mundo da tecnologia está em constante evolução, e com ela, surgem soluções inovadoras que visam melhorar a vida de pessoas com diferentes necessidades.

    Tecnologia de ponta permite o controle de dispositivos eletrônicos usando a língua e a cabeça, o MouthPad é um dispositivo intraoral que se encaixa no céu da boca e utiliza um touchpad sensível à pressão para registrar os movimentos da língua. Através de sensores de movimento, esses movimentos são traduzidos em comandos para controlar o cursor e clicar em dispositivos eletrônicos como computadores, smartphones e tablets.

    Uma história de superação e inovação

    Mouthpad: Touchpad bucal permite que pessoas com paralisia usem computadores
    Créditos: Augumental

    A inspiração para o MouthPad surgiu da própria experiência de Vega. Aos 5 anos de idade, ele começou a gaguejar, o que o levou a buscar soluções tecnológicas para superar essa dificuldade. Foi nesse contexto que ele descobriu o poder da tecnologia para auxiliar pessoas com deficiência.

    Na Universidade da Califórnia em Berkeley e no MIT, Vega dedicou seus estudos ao desenvolvimento de tecnologias assistivas. Ele já havia criado dispositivos para auxiliar pessoas com deficiências nas mãos e na esclerose múltipla, mas o MouthPad representa um salto significativo em termos de funcionalidade e acessibilidade.

    Abrindo portas para a inclusão

    Mouthpad: Touchpad bucal permite que pessoas com paralisia usem computadores
    Créditos: Augmental

    O MouthPad oferece diversas vantagens para pessoas com deficiência motora, principalmente para aquelas que possuem limitações no uso das mãos. Com o dispositivo, elas podem navegar na internet, escrever mensagens, jogar, controlar dispositivos domésticos inteligentes e realizar diversas outras tarefas que antes eram impossíveis ou extremamente desafiadoras.

    Um dos principais benefícios do MouthPad é sua discrição. O dispositivo é praticamente invisível na boca, o que permite que os usuários o utilizem sem chamar a atenção. Isso contribui para a autoestima e o bem-estar das pessoas com deficiência, que muitas vezes se sentem constrangidas ou limitadas por suas condições.

    Testes e resultados promissores do Mouthpad

    O MouthPad já está sendo utilizado por diversas pessoas com deficiência motora, principalmente aquelas com lesão medular. Os resultados dos testes são animadores: os usuários relatam um aumento significativo na sua independência e autonomia, além de uma maior qualidade de vida.

    Um caso exemplar é o de uma estudante de matemática e ciência da computação com tetraplegia que utiliza o MouthPad para escrever fórmulas matemáticas e estudar na biblioteca. Antes do dispositivo, ela enfrentava dificuldades para realizar essas tarefas, o que limitava seu aprendizado e desenvolvimento.

    O futuro da tecnologia assistiva

    A Augmental está comprometida em aprimorar continuamente o MouthPad e expandir sua aplicação para outras áreas. A empresa busca obter a aprovação da FDA americana para que o dispositivo possa ser utilizado para controlar cadeiras de rodas e braços robóticos, o que abrirá ainda mais possibilidades para pessoas com tetraplegia e outras deficiências graves.

    Além disso, a empresa está trabalhando em uma nova versão do MouthPad que será capaz de responder a sussurros e movimentos ainda mais sutis dos órgãos internos da fala. Essa tecnologia será crucial para usuários que possuem perda ou comprometimento da função pulmonar.

    Um passo importante para a inclusão digital

    O MouthPad representa um marco importante na história da tecnologia assistiva. Ao oferecer uma interface intuitiva, discreta e eficaz para pessoas com deficiência motora, o dispositivo abre portas para a inclusão digital e social, permitindo que essas pessoas participem plenamente da sociedade e realizem seus sonhos.

    A história de Tomás Vega e da Augmental é um exemplo inspirador de como a tecnologia pode ser utilizada para transformar vidas. A perseverança, a criatividade e o compromisso com a inclusão são os pilares dessa iniciativa inovadora que tem o potencial de impactar positivamente a vida de milhões de pessoas em todo o mundo.

  • Turismo no estado Rio deverá ser acessível a pessoas com autismo

    Turismo no estado Rio deverá ser acessível a pessoas com autismo

    Estabelecimentos de hotelaria e pontos turísticos do estado do Rio de Janeiro terão quatro meses para se adaptar e oferecer acessibilidade a pessoas com transtorno do espectro autista (TEA). A determinação é da Lei 10.381/23, aprovada pela Assembleia Legislativa, e sancionada nesta semana pelo governador fluminense, Cláudio Castro.

    A lei, publicada na edição de quarta-feira (10), do Diário Oficial do Estado, determina, por exemplo, que haja toaletes família para que a pessoa com TEA possa utilizá-lo acompanhada de um parente ou cuidador, vagas prioritárias em estacionamentos, placa informativa, no acesso ao local, caso haja muitos estímulos sonoros e/ou som alto e a disponibilização de abafador de ruídos para esse público.

    Também está determinado que haja capacitação dos colaboradores para que possam orientar esses visitantes e a disponibilização de materiais impressos ou online (através de QR codes) que auxiliam o planejamento da visita desse público.

    Outra determinação é que, se houver qualquer ato discriminatório às pessoas com TEA, os estabelecimentos deverão prestar auxílio à vítima e à sua família, colaborando com eventuais investigações policiais.

    Segundo o decreto, os estabelecimentos de serviço de hotelaria compreendem hotéis, albergues, campings, hostels, resorts e atividades de comércio que trabalhem com o turismo de um modo geral, ou seja, aquelas que têm como finalidade atuar nas áreas de hospedagem, alimentação, segurança, entretenimento e outras atividades relacionadas ao bem-estar dos hóspedes.

    Já ponto turístico é o local de interesse “onde os turistas visitam tipicamente pelo seu valor natural ou cultural inerente ou exposto, significado histórico, beleza natural ou construída, proporcionando lazer e diversão”. O governo fluminense regulamentará a lei.

    Edição: Valéria Aguiar

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  • Enem garante recursos de acessibilidade para candidatos

    Enem garante recursos de acessibilidade para candidatos

    O estudante Álvaro Ribeiro, de 21 anos, fez o Exame Nacional do Ensino Médio utilizando o recurso de videoprova em Libras, a Língua Brasileira de Sinais, em 2018 e em 2019. A primeira vez foi só para conhecer a prova, e, na segunda, ele conseguiu a pontuação suficiente para ingressar no curso de Gestão Pública do Instituto Federal de Brasília (IFB), na capital federal.

    Apesar de entender bem a Língua Portuguesa, o aluno, que tem deficiência auditiva e paralisia cerebral, sente dificuldade para compreender algumas palavras e expressões. Para ele, a oportunidade de fazer a prova em Libras, que domina, foi fundamental para ingressar no ensino superior.

    “Para mim, é complicado entender o português escrito, não são todas as palavras que entendo. Se não tivesse a videoprova, iria me prejudicar, seria uma barreira para eu entender as questões”, diz Ribeiro.

    A videoprova do Enem em Libras é um recurso oferecido pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) desde 2017. Nela, as questões e as opções de respostas são apresentadas na Língua Brasileira de Sinais por meio de um vídeo. Os editais, as cartilhas e as campanhas de comunicação do Enem também são disponibilizados em Libras.

    O recurso é importante porque muitos surdos e deficientes auditivos têm a Libras como primeira língua e o português como segunda, o que dificulta o entendimento da prova no formato tradicional. Em 2023, 641 candidatos ao Enem pediram a aplicação da videoprova em Libras e 718 candidatos pediram um tradutor-intérprete em Libras. Segundo o Inep, cerca de 61,5 mil alunos da educação básica têm alguma deficiência relacionada à surdez no Brasil.

    Além do recurso da Libras para os estudantes surdos, o Inep oferece outros tipos de atendimento e recursos de acessibilidade no Enem. Nesta edição, o Inep aprovou 38.101 solicitações de atendimento especializado e 70.411 pedidos de recursos de acessibilidade.

    Entre os recursos mais pedidos pelos participantes estão o auxílio para leitura, com 10.721 solicitações aprovadas, a correção diferenciada, com 8.703, o auxílio para transcrição, com 7.507, e a sala de fácil acesso, com 6.449 pedidos. Entre os atendimentos especializados, as solicitações de pessoas com déficit de atenção alcançaram o maior número, com 13.686 pedidos aprovados, seguido pelo número de inscritos com baixa visão, que totalizaram 6.504.

    Outros recursos de acessibilidade oferecidos são auxílio para leitura e para transcrição, leitura labial, leitura tátil e cartão-resposta ampliado.

    Edição: Graça Adjuto
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  • ABNT lança norma de acessibilidade em aplicativos de celular

    ABNT lança norma de acessibilidade em aplicativos de celular

    A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) lançou hoje (26) norma que estabelece requisitos de acessibilidade em telefones celulares. Elaborada pela Comissão de Estudo de Acessibilidade para a Inclusão Digital da entidade, com a colaboração de mais de 90 especialistas, a Norma nº 17.060 visa a facilitar o acesso de pessoas com necessidades especiais aos ambientes virtuais.

    “Esta norma é uma ferramenta de grande importância para que as pessoas com alguma deficiência possam romper barreiras e ter amplo acesso à comunicação”, disse o presidente da associação, Mario William Esper, ao afirmar que os dispositivos legais que já estabeleciam critérios mínimos de acessibilidade tecnológica são frequentemente ignorados.

    “O país tem muitos instrumentos legais que, infelizmente, não são cumpridos”, acrescentou Esper, referindo-se à chamada Lei de Acessibilidade (nº 10.098 em vigor desde dezembro de 2000, e a Lei de Inclusão da Pessoa com Deficiência, de julho de 2015.

    Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 17,3 milhões de pessoas a partir dos dois anos de idade que viviam no país em 2019 apresentam algum tipo de necessidade especial. Destes, cerca de 6,9 milhões declararam ter algum grau de deficiência visual, enxergando com muita dificuldade ou não vendo nada de forma alguma.

    Os requisitos estipulados na Norma 17.060 devem facilitar o manuseio das tecnologias digitais acessíveis a aparelhos de telefonia móvel para pessoas com limitações, não só para enxergar, mas também de audição, fala e de mobilidade.

    À venda no site da ABNT, a norma técnica sobre acessibilidade em aplicativos de dispositivos móveis cobre aplicativos, sistemas operacionais e páginas da web acessadas com dispositivos móveis. Contém 50 requisitos divididos em quatro categorias (percepção e compreensão; controle e interação; mídia e codificação) que estabelecem o que os desenvolvedores e fabricantes terão que oferecer para facilitar a navegação, levando em conta a necessidade de garantir o acesso às pessoas sem visão ou com visão limitada; que não diferem cores, não ouvem ou ouvem mal, não falam, manipulam objetos com dificuldades, têm cognição limitada ou sofrem de epilepsia fotossensível.

    Em conformidade com a norma técnica, elementos visuais como ícones devem conter um texto alternativo que descreva seu significado e orientações de uso. “A gente descreve o que é necessário fazer para estar em conformidade com a norma, acrescentando alguns exemplos de uso. Toda orientação tem seu desempenho funcional aplicado e cada requisito tem uma referência técnica para que todos consigam atingir e implementar o que está sendo exigido”, afirmou o especialista Reinaldo Ferraz.

  • Latam terá que prestar esclarecimentos sobre acessibilidade em voos

    Latam terá que prestar esclarecimentos sobre acessibilidade em voos

    A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) cobrou explicações da companhia aérea Latam sobre possíveis violações aos direitos dos consumidores deficientes. Na notificação enviada hoje (2) à empresa, a secretaria dá um prazo de dez dias para que a Latam se defenda da acusação de ter descumprido o direito de uma passageira cadeirante ao embarque prioritário e a assentos apropriados a sua condição.

    A empresa também deverá fornecer informações sobre sua política de acessibilidade. Vinculada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, a Senacon não informou a identidade da passageira, mas há duas semanas, a advogada e ativista dos direitos das pessoas com deficiências Nancy Segadilha usou suas redes sociais para criticar a companhia.

    Nancy, que é tetraplégica, contou que, no último dia 18, ao fazer o check-in para o seu voo, que saía do Aeroporto Eduardo Gomes, em Manaus, pediu para ocupar um assento da primeira fileira do avião, a única capaz de comportar sua cadeira de rodas. Segundo resolução da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), este espaço deve ser prioritariamente destinado a idosos, pessoas com deficiência, gestantes, lactantes, pessoas viajando com crianças de colo ou com mobilidade reduzida.

    “Infelizmente, a companhia aérea não respeita a resolução da Anac”, escreveu a advogada no Instagram. “A resposta que tive da primeira atendente foi que os assentos prioritários da primeira fileira já estavam ocupados e que não poderiam fazer nada”, acrescentou Nancy, assegurando que, diante das negativas, se dispôs a pagar para poder viajar na primeira fila. “De forma extremante ríspida, grosseiramente, [um supervisor da Latam] me retrucou que isso geraria problemas de receita na companhia e que ele não poderia fazer nada.”

    Além de cobrar explicações da empresa, a Senacon também vai monitorar as demais empresas aéreas. O objetivo é apurar se há falha na prestação dos serviços. Segundo a Secretaria, as companhias de aviação civil serão notificadas a prestar informações sobre os procedimentos adotados para garantir a acessibilidade de pessoas com deficiência.

    Consultada pela reportagem, a Latam informou que ainda não foi notificada sobre o caso em questão, mas acrescentou que se sensibiliza com o desconforto da passageira e esclarece que não foi possível transferi-la de lugar devido à indisponibilidade de assentos da chamada categoria Premium Economy.

    “Diante disso, a passageira foi acomodada em assento no corredor da quarta fileira da aeronave, localizada exatamente atrás da categoria Premium Economy, conforme determina o artigo 31 da resolução 280 da ANAC sobre o atendimento de passageiros com mobilidade reduzida. A companhia reitera também que seu embarque foi realizado prioritariamente, conforme atesta o vídeo postado em suas redes sociais, seguindo também o determinado na resolução da agência reguladora”, informou a companhia.