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  • Deputado quer barrar projeto de lei que autoriza plantio de soja no Pantanal

    Deputado quer barrar projeto de lei que autoriza plantio de soja no Pantanal

    O deputado estadual Wilson Santos (PSDB) se posicionou contrário ao projeto assinado por Lideranças Partidárias que permite o desenvolvimento de atividade agrícola na região do Pantanal. A iniciativa altera a Lei 8.830/2008 que dispõe sobre a Política Estadual de Gestão e Proteção à Bacia do Alto Paraguai no Estado de Mato Grosso. As mudanças permitem atividades e empreendimentos de baixo impacto ambiental na maior planície alagada do planeta.

    O projeto recebeu parecer favorável da Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), presidida pelo deputado estadual Carlos Avallone (PSDB). Segundo Santos, o projeto não determina o que são ‘empreendimentos e atividades de baixo impacto’. Nos bastidores já se fala no avanço da produção de soja. Ele está sob análise da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema).

    Vale lembrar que desde a década de 1970, as mudanças na paisagem do planalto pela inserção da agropecuária e agroindústria, com a substituição da vegetação, principalmente em áreas de preservação permanente (APPs), acarretaram impactos na planície pantaneira. A falta de terraceamento e o uso excessivo de produtos químicos também foram muito prejudiciais.

    Atualmente, a soja passou a ser plantada em áreas com altitudes menores que 200 metros, principalmente na região norte do Pantanal, causando impactos diretos no pulso de inundação da planície.

    Lei 8.830/2008

    Em seu artigo 9, inciso V, a lei é clara em proibir “a instalação e funcionamento de atividades de médio e alto grau de poluição e/ou degradação ambiental na Planície Alagável, tais como: plantio de cana, implantação de usinas de álcool e açúcar, carvoarias, abatedouros e outras atividades de médio e alto grau de poluição e ou degradação”.

    No artigo 16, confirma a proibição e ressalta se tratar de  Área de Preservação Permanente (APP).

    “Área de Preservação Permanente: categoria de área protegida nos termos desta lei abrangendo as áreas inundáveis da Planície Alagável da Bacia do Alto Paraguai em Mato Grosso, caracterizadas, como unidades de paisagem que funcionam como refúgios, habitats e corredores para a fauna, e conectividade de populações de espécie associadas a ambientes aquáticos e de aves migratórias. Essas áreas são consideradas essenciais para a distribuição de nutrientes na Planície Alagável e para a manutenção do ciclo produtivo de pastagens nativas, não podendo ser alteradas ou utilizadas de forma intensiva ou em larga escala”, diz.

    “Não tem lógica. O pantanal passa por uma crise hídrica sem precedentes. Perdemos fauna e flora. A área alagada ainda não voltou ao normal, mesmo com toda a chuva que caiu em dezembro. Permitir o avanço da produção agrícola é avalizar a morte do pantanal. Vamos lutar para derrubar este projeto em plenário”, disse o deputado Wilson Santos.

    Alteração na lei

    O projeto de lei 03/2022, propõe alterações no inciso V do artigo 9 da Lei 8.830.

    “Art.9 (…) (,.,) V – a instalação e funcionamento de atividades e empreendimentos que gerem poluição e/ou degradação ambiental, cuia legislação estabeleça a necessidade de elaboração de Estudo de lmpacto Ambiental (ElA) e tais como: plantio de cana, implantação de usinas de álcool e açúcar, carvoarias e abatedouros, permitidas as demais atividades, mediante compensação dentro da propriedade ou em outra área, e desde que haja ganho ambiental.”

    O projeto não deixa clara a questão da compensação ambiental. propõe, apenas, que seja feito um Estudo de Impacto Ambiental (EIA), com respectivo Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), de acordo com a Resolução CONAMA 01/1986.

    “Diante dos argumentos expostos verifica-se a preocupação dos legisladores em solucionar entraves legais com objetivo de se recuperar áreas com potencial elevado de regeneração seja na mesma propriedade ou em outra área que haja a necessidade”, diz o relatório da Comissão.

    “A previsão é de que haja compensação ‘dentro da propriedade ou em outra área, desde que haja ganho ambiental’. Mas não deixa claro se no caso de compensação fora da propriedade precisa ser feita em área do mesmo bioma”, explica o deputado.

    Nas justificativas, lideranças partidárias afirmam que a medida pode igualar a economia de Mato Grosso à economia de países europeus. Para isso, “é fundamental que a máquina estatal seja menos burocrática e atenda de forma célere aos requerimentos daqueles que querem empreender em nosso Estado”.

    “A União, atenta a esse movimento internacional, tem trabalhado nesse sentido, buscando desburocratizar a máquina estatal com a mudança de leis que facilitem a abertura de empresas e o comércio exterior, tanto que há na Câmara do Deputados grupo de trabalho suprapartidário constituído para debater e elaborar proposição legislativa com a finalidade de alterar leis que vão ao encontro dessa premissa”, diz trecho do projeto.

    O presidente do Sindicato Rural de Poconé, Raul Santos, também se posicionou contra o projeto. “Não sabemos qual é o interesse do projeto lei e nem qual a definição de atividades de baixo impacto. A única coisa que eu enquanto agricultor, presidente do Sindicato Rural e pantaneiro quero deixar claro, é que sou contra o plantio de soja na planície alagável”, disse.

    A engenheira agrônoma, especialista em sustentabilidade, Helena Régis, disse que o plantio em terreno pantaneiro exige elevados investimentos de drenagem e a administração de defensivos agrícolas que podem contaminar o solo e a água no Pantanal.

    “O plantio de soja não pode ser considerado de baixo impacto e também não é viável pela dinâmica ecológica da região. Seria necessário alto investimento de capital e tempo para o estudo de drenagem do solo, antes do plantio. Além disso, os resíduos dos defensivos agrícolas podem impactar o regime hidrológico responsável pela sustentabilidade do bioma”, disse.

    Parecer do relator

    O relator, deputado Carlos Avallone, justificou seu voto favorável ao projeto dizendo que “o PL demonstra a necessidade de se tutelar pela Bacia do Alto Paraguai, neste caso em específico fomentar as atividades econômicas nas áreas compreendidas pela Bacia do Alto Paraguai no Estado de Mato Grosso, permitindo-se, uma vez cumpridas todas as exigências legais, inclusive ambientais, o desenvolvimento da região’ .”Pelas razões expostas, quanto ao mérito, voto pela aprovação do Projeto de Lei (PL) no 03/2022, de autoria das Lideranças Partidárias”, conclui.

  • Projeto apresentado na ALMT pode liberar plantio de soja e outras culturas na região do Pantanal

    Projeto apresentado na ALMT pode liberar plantio de soja e outras culturas na região do Pantanal

    Foi apresentado na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) projeto de lei que busca autorização para o desenvolvimento de atividade agrícola na Bacia do Alto Paraguai, no Pantanal mato-grossense. Seriam liberados licenciamento para atividades que não necessitem de Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental.

    Para que isso aconteça, os interessados deverão apresentar medidas de compensação de ganho ambientais dentro da propriedade ou em outra área. Por outro lado, continuariam proibidas instalação e funcionamento de empreendimentos que gerem poluição ou degradação ambiental. Se encaixam nesse contexto o plantio de cana, implantação de usinas de álcool e açúcar e carvoarias e abatedouros.

    Um dos objetivos do projeto é fomentar atividades econômicas nas áreas compreendidas pela Bacia do Alto Paraguai, em Mato Grosso, e com isso permitir o desenvolvimento da região.

    O projeto começa a tramitar e deve ser discutido pelos parlamentares.

  • Dia do Pantanal: conheça 5 curiosidades sobre o maior berço da biodiversidade brasileira

    Dia do Pantanal: conheça 5 curiosidades sobre o maior berço da biodiversidade brasileira

    Você sabia que o Pantanal possui todos os elementos naturais que permitem a vida no planeta, como o solo, a água e a atmosfera? Não é à toa que nos anos 2000, a Unesco concedeu ao bioma o título de “Reserva da Biosfera”, além de tombá-lo como Patrimônio da Humanidade. E como hoje, sexta-feira (12/11), é comemorado o Dia do Pantanal, o Programa REM MT (do inglês REDD para Pioneiros) separou 5 curiosidades sobre o bioma. Confira:

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    Foto: Secom MT

    O Pantanal está presente em 3 países diferentes

    Ao todo, o Pantanal possui 624.320 km², uma área maior que a Espanha (505.990 km²). Desse total, cerca de 62% do seu território fica no Brasil, nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. O que muita gente não sabe é que ele também se estende pela Bolívia (20%) e pelo Paraguai (18%). No território brasileiro é a única área que reúne espécies de plantas, árvores e animais dos outros biomas, principalmente da Mata Atlântica, Cerrado e Amazônia.

    O Pantanal é o bioma possui uma das maiores biodiversidades do planeta

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    Foto: Secom MT

    Essa variedade de fauna e flora transforma a região num mosaico de matas, cerradões e savanas. Na paisagem podem ser avistadas árvores como Aroeiras e Ipês, que também compõem a vegetação amazônica e do Cerrado, respectivamente. Só para se ter uma ideia da diversidade, ao todo são 325 espécies de peixes, 53 de anfíbios, 98 de répteis, 656 de aves, 159 de mamíferos e mais de 3.500 espécies de árvores, vegetações aquáticas e terrestres. As informações são da Organização Não Governamental (ONG) WWF-Brasil.

    O Pantanal tem a maior diversidade aquática

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    Foto: Secom MT

    Na biodiversidade aquática, a quantidade de espécies de peixes no Pantanal consegue superar o número de espécimes de todos os rios europeus juntos. O destaque fica para o jaú: um gigante de 120 quilos que pode chegar até dois metros de comprimento. É considerado o maior peixe do Pantanal.

    O Pantanal tem a “vista pantaneira”

    Um grande diferencial do Pantanal é a sua paisagem panorâmica e aberta: a famosa “vista pantaneira”. Ela permite aos visitantes uma contemplação ampla da exuberante fauna e flora do bioma. Isso não ocorre na Amazônia e na Mata Atlântica, por exemplo, que são biomas com característica de vegetação fechada.

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    Foto: Secom MT

    O Pantanal possui a maior área úmida do planeta

    O Pantanal é a maior planície inundável do planeta. Trata-se de um reservatório de água doce com altitudes que alcançam 150 metros. Seus recursos hidrológicos são importantes para o abastecimento das cidades, onde vivem aproximadamente três milhões de pessoas (Brasil, Bolívia e Paraguai).

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    Foto: Secom MT

    REM MT e o Pantanal

    Diante da importância do Pantanal para a manutenção da biodiversidade, o Programa REM MT desenvolve uma série de ações que ajudam na preservação do bioma em Mato Grosso. Dentre elas, estão: o fortalecimento institucional dos povos indígenas, que são responsáveis pela maior área preservada do estado, e a estruturação do Batalhão de Emergências Ambientais (BEA-MT), um dos principais órgãos na linha de frente do combate aos incêndios no Pantanal.

  • Prefeitura de Corumbá pede ajuda para combater incêndios no Pantanal

    Prefeitura de Corumbá pede ajuda para combater incêndios no Pantanal

    A prefeitura de Corumbá (MS) pediu ajuda aos governos federal e de Mato Grosso do Sul para combater as queimadas no Pantanal. Com o período de seca, os incêndios florestais aumentaram na região e estão se aproximando de áreas habitadas. Nos últimos dias, a cidade chegou a ficar encoberta pela fumaça das queimadas.

    Segundo o prefeito Marcelo Iunes, a seca deste ano está maior que em 2020. Ele também pediu ajuda da bancada de parlamentares do estado para que uma base do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (ibama) permaneça no município de forma permanente.

    “Pela legislação, a preservação do Pantanal é atribuição do estado e da União, mas não podemos e não vamos ficar de braços cruzados esperando uma solução. Precisamos de novo da união de todos, inclusive dos nossos deputados estaduais para evitar uma tragédia ainda maior na nossa natureza”, afirmou.

    Porto Murtinho

    Em Porto Murtinho (MS), também na região pantaneira, imagens postadas nas redes sociais pelo Corpo de Bombeiros mostram o trabalho de combate aos incêndios. Homens da corporação enfrentam altas temperaturas para apagar as chamas e evitar que o fogo se alastre ainda mais pela região.

  • Programa vai ajudar pequenos produtores atingidos por queimadas

    Programa vai ajudar pequenos produtores atingidos por queimadas

    Ações para ajudar a proteger e combater incêndios e queimadas nas áreas rurais do Pantanal brasileiro foram anunciadas, nesta segunda-feira (12), pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Uma das iniciativas é o Pro-Pantanal, que conta com o apoio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), além dos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. O Programa foi criado para fomentar a recuperação econômica no bioma, reduzir os impactos das queimadas na economia local e incentivar novos negócios. O foco é promover o desenvolvimento do empreendedorismo, da inovação, sustentabilidade e bioeconomia.

    A ideia é ajudar os ribeirinhos e pequenos agricultores rurais atingidos pelas queimadas a desenvolverem novos negócios e novas formas de produção. Segundo o Sebrae, a região possui 32 mil pequenos negócios, 20 mil propriedades rurais e 3.500 pescadores nos estados de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso.

    Uma das ações é a realização de estudos e capacitação de multiplicadores nos próximos anos para o desenvolvimento de iniciativas que incentivam a sustentabilidade ambiental e produtiva no contexto do desenvolvimento rural e da agropecuária pantaneira.

    A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, destacou a importância das ações para proteger o Pantanal e incentivar a recuperação das atividades econômicas no bioma. Segundo ela, quem ganha com as ações são o Pantanal, o Brasil e o mundo. “Nós temos de estar preparados e fazer a prevenção”, disse a ministra.

    Sistema de risco de incêndio

    Também foi lançado, nesta segunda-feira (12), o Sistema de Risco de Incêndio, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). A ferramenta digital monitora e divulga os locais com maior probabilidade de ocorrência de incêndio no Brasil. Esse sistema conta, por exemplo, com um painel que traz um índice que varia de 1 a 5. O sistema está ativo e pode ser acessado neste endereço.

    “A ideia é dizer qual é o risco. Nós não vamos dizer quais ações a serem tomadas, mas quais são os pontos de risco de incêndio no Brasil todo e ampliar a rede de estação. A ideia é reduzir o risco de incêndio e de qualquer impacto meteorológico no país”, explicou o diretor do Inmet, Miguel Ivan Lacerda.

  • R$ 180,5 milhões do FCO fomentarão atividades econômicas no Pantanal

    R$ 180,5 milhões do FCO fomentarão atividades econômicas no Pantanal

    A região da Planície Pantaneira, que abrange partes de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, contará com R$ 180,5 milhões do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO) para ajudar na recuperação econômica das atividades produtivas afetadas pela ocorrência de estiagem e incêndios florestais de grande proporção.

    O montante foi aprovado pelo Conselho Deliberativo (Condel) da Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco). A área é elencada como prioritária pela Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR), formulada pelo Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR).

    “Estamos criando condições para que os produtores e empreendedores do Pantanal possam recuperar suas atividades no período mais breve possível. É um crédito importante, com condições bastante atrativas, e que vai ajudar na recuperação da atividade econômica da região”, observou o ministro do MDR, Rogério Marinho.

    A medida atenderá empreendedores de atividades rurais e urbanas de 22 municípios da região, sendo 13 de Mato Grosso – Barão de Melgaço, Cáceres, Cuiabá, Curvelândia, Figueirópolis do Oeste, Itiquira, Lambari D’Oeste, Mirassol D’Oeste, Nossa Senhora do Livramento, Poconé, Porto Esperidião, Santo Antônio do Lerveger e Várzea Grande – e nove de Mato Grosso do Sul – Aquidauana, Bodoquena, Corumbá, Coxim, Ladário, Miranda, Porto Murtinho, Rio Verde de Mato Grosso do Sul e Sonora.

    Com informações do Ministério do Desenvolvimento Regional

  • Mudanças climáticas e preservação ambiental em foco nas eleições municipais

    Mudanças climáticas e preservação ambiental em foco nas eleições municipais

    Desmatamentos, devastação de biomas, secas e inundações alternadas, poluição atmosférica, crimes socioambientais, aquecimento global, mudanças climáticas. Estes são alguns dos problemas atuais que dão prioridade à temática ambiental na agenda política.

    Alguns desses temas têm aparecido com frequência nas campanhas dos candidatos a prefeito e vereador em 2020. E o motivo é óbvio, como explica a analista técnica de meio ambiente da Confederação Nacional dos Municípios, Sofia Zagallo.

    “O município é o ente federativo onde os problemas ambientais estão mais próximos da vida do cidadão, o que, inclusive, facilita maior participação da sociedade no equacionamento e na solução dos problemas ambientais. Toda atividade humana interage com o meio ambiente e o mesmo vale para as políticas públicas de saúde, educação, transporte ou obras de infraestrutura. Portanto, a gestão municipal deve ser integrada, em conformidade com a legislação ambiental, sem causar poluição ou degradação que possa, inclusive, se configurar em infração ambiental ”, observou.

    Pandemia
    A pandemia de Covid-19 tem escancarado alguns desses problemas ambientais. Afinal de contas, a população de algumas cidades sequer dispõe de água limpa para as necessárias ações de prevenção ao novo coronavírus e ainda convive com a fumaça de queimadas, que agrava as doenças respiratórias.

    Líder do Partido Verde, o deputado Enrico Misasi (PV-SP) cita algumas das medidas imediatas que os futuros prefeitos poderão tomar, independentemente de ideologias partidárias.

    “Como um prefeito pode ajudar de fato? Desde os problemas de saneamento básico, que também são um problema de saúde pública. Os prefeitos podem estimular a utilização de biocombustíveis nas frotas municipais, já que esse (poluição por combustíveis fósseis) é um problema tremendo nas grandes cidades. Os prefeitos devem trabalhar com políticas de aproveitamento energético de resíduos sólidos, logística reversa, economia circular, reaproveitamento dos resíduos, além de leis que protejam fauna e flora locais e os parques municipais.”, afirmou o deputado.

    Reciclagem
    Ex-catador de produtos recicláveis, o deputado Carlos Gomes (Republicanos-RS) é autor de proposta (PL 7535/17) já aprovada pela Câmara para incentivar a reciclagem por meio de deduções de impostos, fundos e títulos de financiamento. Gomes sugere que os futuros gestores municipais invistam em ações permanentes de conscientização sobre o impacto das ações humanas no meio ambiente e nas mudanças climáticas.

    “Na eleição passada, em torno de 30% das propostas que vinham com viés ambiental tiveram crescimento na intenção de voto, o que mostra que é uma preocupação da sociedade como um todo. O poder público tem que dar uma resposta adequada e não só promessa de campanha, mas, sobretudo, que conste dos programas de governo para a execução pós-eleição”, afirmou.

     

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    Neto Talmeli/Prefeitura de Uberaba-MG

    A Frente Parlamentar Ambientalista – coordenada pelo deputado Rodrigo Agostinho (PSB-SP) – tem promovido vários debates sobre o tema e até apresentou uma plataforma para auxiliar os candidatos a prefeito e vereador na construção de agendas ambientais para as cidades. A Câmara dos Deputados também já promoveu debate com consultores legislativos para mostrar as leis ambientais e os instrumentos de gestão e fiscalização que estão à disposição dos cidadãos e dos gestores municipais.

    Sociedade civil
    Há ainda algumas estratégias coordenadas internacionalmente, como o C40, o Grupo de Liderança Climática das Grandes Cidades, com sede em Londres e integrado por São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Curitiba. A sociedade civil também se mobiliza: no Paraná, nove entidades apresentaram um manifesto por “mudanças inovadoras baseadas em economia verde e enfrentamento dos desafios das mudanças climáticas”.

    Sofia Zagallo cita o diagnóstico da Confederação Nacional dos Municípios.

    “Em relação às mudanças climáticas, a CNM ressalta que os novos gestores municipais precisam compreender que deve ser esperada maior ocorrência de eventos extremos relacionados ao aumento das secas e queimadas ou inundações, alagamentos e deslizamentos de terra. A maioria dos municípios brasileiros já enfrenta impactos ambientais relacionados aos padrões de ocupação e transformação do solo. Portanto, o caminho é a definição de estratégias de mitigação e adaptação para tornar os municípios mais resilientes às mudanças climáticas”, alertou Sofia.

    Entre as recomendações da CNM aos futuros prefeitos, estão a criação de unidades de conservação municipais, recuperação de mata ciliar e nascentes de rios, adoção de energias renováveis e controle das emissões de gases do efeito estufa. No entanto, a confederação dos municípios pede apoios técnico e financeiro da União e dos estados para que as prefeituras possam implementar tais medidas.

     

  • Deputados pedem a artistas brasileiros apoio para salvar o Pantanal

    Deputados pedem a artistas brasileiros apoio para salvar o Pantanal

    Lucélia Santos: “Todos sabemos que o sistema protetor do meio ambiente está sendo desmontado de forma criminosa e irreversível

    Artistas brasileiros foram convidados nesta quinta-feira (29) a emprestarem suas vozes e artes para defender o Pantanal – bioma brasileiro que teve 21,9% da área destruída por incêndios neste ano. O convite foi feito por parlamentares da comissão externa da Câmara dos Deputados que acompanha o combate às queimadas em biomas brasileiros.

    “Com artistas e as mais variadas personalidades engajadas, certamente lançaremos luzes sobre os problemas e, de forma coletiva, enfrentaremos as causas e consequências dessa tragédia”, diz a carta-convite lida pelo deputado Paulo Teixeira (PT-SP) durante a reunião virtual. “O resultado desta comissão precisa ser comunicado”, acrescentou Teixeira.

    Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a área total queimada no Pantanal em 2020 já é a maior desde 2002, atingindo 32.910 km² (21,9% de um total de 150 mil km² de área). No acumulado do ano, os dados revelam que o Pantanal já abriga 21.084 focos de incêndio, 68,18% acima do número recorde registrado em 2005: 12.536 ocorrências.

    Coordenadora do colegiado, a deputada Professora Rosa Neide (PT-MT) ressaltou que a carta é assinada pelos 23 deputados da comissão externa e pediu que os artistas sejam embaixadores da causa ambiental. “Cada artista que puder gravar um vídeo com cápsulas de educação ambiental já estará ajudando muito”, destacou.

    Ao comentar os incêndios no Pantanal, a atriz Lucélia Santos lamentou a morte de animais. “Vê-los em tanto sofrimento é insuportável”, disse. Comprometida em assinar a carta, a atriz disse que não se deve deixar de politizar a questão. “Todos sabemos que todo o sistema protetor do meio ambiente está sendo desmontado de forma criminosa e irreversível. E isso tem nome e sobrenome”, afirmou a atriz.

    Também com críticas à atual política ambiental do governo federal, o ator Marcos Palmeira mencionou o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. “É impossível não falar em um ministro do Meio Ambiente que odeia o meio ambiente. Nunca vi isso”, criticou Palmeira.

    Para ele, existe uma grande dificuldade de comunicar a importância do meio ambiente para as pessoas e o que está realmente acontecendo. “Ficar só batendo no inimigo não dá muito resultado e você acaba fortalecendo ele. Temos que pulverizar o discurso e mobilizar as pessoas”, observou.

  • Agentes da Força Nacional encerram ação no Pantanal mato-grossense

    Agentes da Força Nacional encerram ação no Pantanal mato-grossense

    Vencido o período crítico das queimadas no Pantanal mato-grossense e em outras regiões do Estado, a tropa da Força Nacional encerrou, nesta sexta-feira (23.10), as atividades operacionais integradas com demais forças estaduais, de combate aos incêndios florestais. Os profissionais começaram a atuação no dia 23 de setembro, após o governador Mauro Mendes solicitar, da União, incremento de pessoal.

    Mato Grosso registrou, em 2020, um acréscimo de 56% nos focos de calor no período de janeiro a 19 de outubro, se comparado com o mesmo período de 2019. Neste ano, foram registrados mais de 44 mil focos, enquanto que em 2019 foram 22.336 ocorrências. Ao todo, foram empregados 1.737 profissionais para o combate ao fogo, sendo 44 da Força Nacional.

    No final da tarde desta quinta-feira (22.10), na sede do 1º Batalhão do Corpo de Bombeiros Militar, em Cuiabá, foi realizado a solenidade de agradecimento pelas ações executadas em Mato Grosso.

    “O trabalho da Força Nacional foi uma demanda solicitada via Governo do Estado e do secretário da Sesp, Alexandre Bustamante. Eles se apresentaram aqui e atuaram neste período de incêndio ambiental, principalmente na região do Pantanal mato-grossense. Importante destacar que o suporte veio no momento em que o Estado mais precisava. O Governo e a Secretaria agradecem por este trabalho desenvolvido. Sabemos que o suporte que nos deram, com a quantidade de profissionais, foi fundamental para questão do desenvolvimento do trabalho”, enfatizou o secretário adjunto de Integração Operacional da Sesp, coronel PM Victor Fortes.

    O comandante do Corpo de Bombeiros Militar, coronel BM Alessandro Borges Ferreira, disse que a unidade fez um planejamento inicial de como seria a atuação no período de queimadas, contudo, a tropa precisou de reforço frente a situação do Estado. Os incêndios florestais aumentaram 89% em 2020, quando foram registradas 3.989 ocorrências. Enquanto que em 2019, no mesmo período de janeiro a 10 de outubro, foram 2.116 casos.

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    “Fizemos um trabalho calcado em planejamento e com o apoio do Governo do Estado com os investimentos, mas obviamente a situação se agravou este ano com a estiagem muito severa e umidade baixa. Com o agravamento, tivemos que buscar outro mecanismo para trazer um efetivo maior para trabalhar no combate a incêndios florestais. Foi isso que aconteceu no Estado, à medida que a situação agravou-se e a estiagem ficou mais longa, o Governo do Estado, junto com o secretário Alexandre Bustamante contactaram o Governo Federal e eles reforçaram o efetivo que estava aqui para fazer combate ampliado no Pantanal e outras áreas do Estado”, destacou o comandante.

    Também no período de janeiro a 10 de outubro de 2020 foi registrado um aumento de 15% nas ocorrências de incêndio em vegetação. Neste ano somaram 3.394 ocorrências contra 2.938, em 2019.

    “Mato Grosso enfrentou no ano de 2020, talvez um dos seus grandes desafios já enfrentados na área ambiental, um ano que teve uma estiagem, que alguns pesquisadores acreditam que foi o ano mais quente de últimos tempos. Tudo isso no meio de uma pandemia, onde tivemos grandes dificuldades de deslocar nossos efetivos. Tivemos servidores que foram contaminados, mas a parceria que tivemos com várias agências federais e estaduais foi fundamental para que a gente conseguisse fazer este combate e preservar o maior patrimônio ambiental que Mato Grosso tem, que é o Pantanal. É um patrimônio da humanidade que foi ameaçado, mas a resposta que foi dada foi eficiente, eficaz e conseguimos minimizar estes impactos que poderiam ser muito piores”, destacou o secretário Executivo da Sema, Alex Marega.

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    Enfrentamento

    O Centro Integrado Multiagências de Coordenação Operacional (Ciman-MT) é a unidade que coordena todas as ações de operação no Estado. A central de monitoramento fica na sede da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp-MT), que conta com membros da Marinha do Brasil, Exército Brasileiro, Força Aérea do Brasil, Força Nacional, IBAMA ICMBio, CIOPAER, Prefeitura de Poconé e SESC Pantanal.

    “Mais de 20 agências atuam no Ciman, sendo o núcleo, a Sema, a Sesp e Casa Civil. O trabalho começa no início do ano com atividades preventivas, depois atividades de preparação e capacitação das agências. O Estado de Mato Grosso serviu com integrador de diversos órgãos em diferentes níveis. O trabalho não acabou. O risco de acidente continua. Estamos desmobilizando algumas equipes, mas tudo isso com base de geomonitoramento”, frisou o coordenador do Ciman, tenente-coronel BM Dércio Santos da Silva.

    Em resposta do resultado obtido no Estado, principalmente do combate ao fogo no Pantanal, o comandante da tropa da Força Nacional, major BM Wagner Alípio Espírito Santo, disse que leva o exemplo de Mato Grosso sobre uma atuação integrada.

    “Foi uma missão muito árdua na questão de temperatura e na quantidade de locais que estavam queimando, mas graças ao trabalho conjunto das equipes, capitaneada pelo Governo e demais órgãos, que apoiaram ao longo desses 30 dias, conseguimos êxito, de acordo com a estratégia traçada. Fomos aos poucos debelando os focos, fazendo cobertura, principalmente de áreas estratégicas para o bioma Pantanal, sempre se preocupando em preservar a fauna e a flora. Para nós foi um desafio muito grande. O trabalho deu certo diante do esforço de todo, trabalho integrado, o Comitê Integrado é uma experiência muito inovadora para o Brasil, acho que tem que ser copiado o que foi feito em Mato Grosso em relação ao trabalho integrado das multiagências”, asseverou.

    Além do incremento de efetivo, foram empregados cinco aeronaves e dois helicópteros, caminhões Auto Bomba Tanque (ABT), trator, pá carregadeira, dentre outros.

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  • Ministro diz que pecuária pode conter incêndios no Pantanal

    Ministro diz que pecuária pode conter incêndios no Pantanal

    O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, endossou, hoje (13), o argumento de que a criação de gado no Pantanal é uma forma eficaz de diminuir as queimadas no bioma. A exemplo de outras pessoas que defendem a expansão da pecuária na maior planície alagadiça do mundo, rica em recursos vegetais e animais, Salles afirmou que, ao se alimentarem, os animais ajudam a reduzir o estoque de matéria orgânica disponível no solo, eliminando parte do material capaz de alimentar eventuais focos de incêndio durante a época da seca.

    Ouvimos de várias fontes diferentes a necessidade de termos um reconhecimento do papel da criação de gado no Pantanal, uma vez que ele também contribui para diminuir o que há de matéria orgânica [combustível]”, disse Salles ao participar, esta manhã, de audiência pública virtual realizada pela comissão temporária externa do Senado criada para acompanhar as ações de combate ao fogo na região.

    Os incêndios destruíram quase 4 milhões de hectares de vegetação pantaneira em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Cada hectare corresponde, aproximadamente, às medidas de um campo de futebol oficial.

    Incêndio no Pantanal

    Segundo o ministro, a proporção que os incêndios florestais ganharam este ano, no Pantanal e em outros biomas, se deve a uma soma de fatores, como o volume reduzido de chuvas prévias, as temperaturas elevadas e o clima seco. Porém, ao falar sobre a atual situação no Pantanal, Salles criticou a proibição do uso do fogo controlado, o chamado “fogo frio”, para ‘limpar’ as propriedades agrícolas e, assim, tentar evitar que os incêndios se propaguem.

    “Foram criadas áreas onde não há pecuária, nem o manejo do fogo frio. Com isso, o volume de massa [orgânica] aumenta inexoravelmente. E quando ela queima, o volume de fogo é de grandes proporções, conforme estamos vendo este ano”, disse o ministro, enfatizando que produtores rurais sempre se valeram da presença do gado e do uso controlado do fogo para limpar suas terras e, assim, minimizar os riscos de incêndios.

    “É preciso seguir com a política de uso preventivo do fogo, um instrumento importante de combate às queimadas que diminui o volume de massa orgânica armazenada. Feito no momento e da forma adequada, ele contribui sim para diminuir a proporção dos incêndios”, pontuou.

    Combate ao fogo no Pantanal

    Salles também defendeu o uso de produtos químicos, os chamados retardantes de chamas, no combate ao fogo. Em Mato Grosso, bombeiros estão usando um dentre os vários tipos de retardantes existentes para tentar apagar as chamas, inclusive nas proximidades do Parque Estadual Encontro das Águas, conhecida pela concentração de onças-pintadas. O temor de ambientalistas é que as substâncias provoquem danos à flora, afetando os animais que vivem na região.

    “Durante muito tempo, tivemos uma discussão inócua quanto a se devíamos ou não usar o retardante, quando vários países já utilizam esta tecnologia para melhorar o combate às queimadas”, disse o ministro, argumentando que o emprego de retardantes de chamas “aumenta em cinco vezes a capacidade de resposta das aeronaves” usadas para lançar água sobre focos de calor. “Já o havíamos testado em outras oportunidades e o utilizamos agora, na Chapada dos Veadeiros, e foi um sucesso. Esta é uma questão que precisa ser encarada de frente. Esta visão de que o emprego de tecnologia não é salutar é equivocada.”

    Ao falar sobre medidas práticas para evitar que a situação deste ano se repita – especialistas apontam que o Pantanal atravessará de quatro a cinco anos de seca semelhante a atual -, Salles confirmou que os governos federal e de Mato Grosso do Sul e de Mato Grosso estudam construir uma base de monitoramento permanente em área pantaneira, na divisa entre os dois estados.

    “Esta parece-nos uma boa ideia; algo a ser organizado entre os governos estaduais e federal”, comentou o ministro, pouco antes de mencionar que apenas 6% de toda a área do Pantanal estão sob a responsabilidade federal. “Estamos falando de áreas que compreendem florestas destinadas, unidades de conservação, terras indígenas e assentamentos. Por isso é importante termos os estados envolvidos nisto. ”

    Queimadas no Pantanal