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  • Ministério da Agricultura esclarece que “vassoura de bruxa” da mandioca não oferece risco à saúde humana

    Ministério da Agricultura esclarece que “vassoura de bruxa” da mandioca não oferece risco à saúde humana

    O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) declarou estado de emergência fitossanitária nos estados do Amapá e do Pará devido à detecção da praga quarentenária Rhizoctonia theobromae (Ceratobasidium theobromae), popularmente conhecida como “vassoura de bruxa” da mandioca. A doença, identificada oficialmente em julho de 2024 no Amapá, é uma ameaça significativa para as lavouras de mandioca, mas não representa qualquer risco à saúde humana.

    Apesar do nome semelhante, a “vassoura de bruxa” da mandioca não tem relação com a doença que afeta o cacaueiro. Trata-se de uma nova praga, altamente destrutiva para a cultura da mandioca, que pode comprometer a produtividade e a qualidade das plantações. Até o momento, a presença do fungo foi confirmada apenas em alguns municípios do Amapá, mas a emergência fitossanitária foi estendida ao Pará como medida preventiva, devido à sua fronteira terrestre com o Amapá e por ser o maior produtor de mandioca do Brasil.

    O Mapa reforça que, até agora, não há registros da praga no Pará. A inclusão do estado na declaração de emergência visa conter o avanço do fungo e proteger a cadeia produtiva da mandioca, que é essencial para a economia regional e nacional. A medida busca evitar a disseminação da doença para outras áreas produtoras, garantindo a segurança fitossanitária e a sustentabilidade do setor.

    A “vassoura de bruxa” da mandioca é uma doença que exige atenção imediata e ações coordenadas entre produtores, órgãos governamentais e pesquisadores. O Mapa está trabalhando em conjunto com as autoridades estaduais para implementar medidas de controle, monitoramento e prevenção, a fim de mitigar os impactos da praga e proteger as lavouras de mandioca no país.

    A declaração de emergência fitossanitária reforça a importância do alerta precoce e da adoção de práticas agrícolas seguras para evitar a propagação de doenças que podem comprometer a segurança alimentar e a economia do agronegócio brasileiro.

  • China detecta não conformidades em soja brasileira, mas impacto nas exportações é minimizado

    China detecta não conformidades em soja brasileira, mas impacto nas exportações é minimizado

    O governo brasileiro recebeu notificações da Administração-Geral de Aduanas da China (GACC) sobre a detecção de não conformidades em carregamentos de soja exportados por unidades de cinco empresas brasileiras. As suspensões, no entanto, são válidas apenas para as unidades específicas notificadas, enquanto outras instalações dessas empresas seguem exportando normalmente para o mercado chinês.

    As irregularidades detectadas incluíram soja com revestimento de pesticidas e a presença de pragas quarentenárias. De acordo com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), essas ações de monitoramento fazem parte da rotina de fiscalização tanto no Brasil quanto na China.

    Para resolver a questão, o Mapa iniciou investigações nas unidades afetadas e intensificará a fiscalização nos embarques de soja para a China. As empresas notificadas estão elaborando planos de ação que serão avaliados pelas autoridades chinesas, com expectativa de rápida revogação das suspensões.

    O Mapa destacou a transparência e os sólidos canais de comunicação entre os dois países, ressaltando que a suspensão temporária demonstra confiança no sistema de inspeção brasileiro e no trabalho dos exportadores. A pasta afirmou que o episódio está sendo tratado com naturalidade, uma vez que situações como essas são possíveis em operações de exportação e podem fortalecer a parceria ao serem corrigidas.

    Apesar das suspensões, o Brasil não espera impactos significativos nos volumes exportados de soja para a China, principal destino do produto.

  • Cultivo de centeio no Brasil ganha zoneamento agrícola de risco climático

    Cultivo de centeio no Brasil ganha zoneamento agrícola de risco climático

    O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) publicou na terça-feira (14), no Diário Oficial da União, as portarias do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) para a cultura do centeio, com a indicação dos períodos de semeadura e os aptos para o cultivo de cereais em nove estados da federação e no Distrito Federal. Os estudos foram coordenados pela Embrapa Trigo (RS) no âmbito da Rede de Pesquisa e Desenvolvimento do Zarc, com apoio do ministério e do Banco Central.

    O zoneamento era uma demanda do setor produtivo e deveria ajudar a produção a produção no País. Os estudos levaram em consideração os riscos de prejuízo no espigamento, o déficit hídrico no estabelecimento e na fase de enchimento de grãos e o excesso de chuva na colheita. Por meio da análise de riscos climáticos, foram identificados os ambientes específicos para a produção de centeio, considerando as classes de solo, a disponibilidade de água, o regime climático e o ciclo das cultivares. Os estados contemplados são: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás e Bahia, além do Distrito Federal.

    O centeio faz parte do grupo dos principais cereais cultivados no mundo. É uma espécie de estação fria, que se presta tanto para alimentação humana (grãos) quanto animal (forragem verde, feno, silagem e grãos). O cereal também é utilizado como planta de serviço, seja em cultivo isolado, como cobertura verde/morta do solo, ou como componente de misturas de espécies de plantas de cobertura que são usadas, exclusivamente, para a melhoria das características físicas, químicas e biológicas dos solos.

    “Não obstante essas características positivas e de ser o segundo cereal mais importante para a indústria de panificação, com destaque para a produção de alimentos integrais e dietéticos, o cultivo de centeio, em escala mundial e no Brasil, vem trazendo a cada ano que passa ”, explica o agrometeorologista Gilberto Cunha, da Embrapa Trigo, que coordenou a equipe responsável pela elaboração do zoneamento do Centeio no Brasil. As causas dessa redução, em segundo lugar, vão desde as mudanças de hábitos alimentares, com o consumidor dando preferência aos pães de trigo, à menor produtividade desse cultivo, quando comparado com os demais cereais.

    “Deve ser considerado, ainda, que o centeio não passou por um processo de melhoramento genético tão intenso quanto os outros cereais e nem tem sido, exaustivamente, treinado em termos de práticas de manejo cultural”, completa.

    O centeio no Brasil, informa Cunha, foi introduzido pelos imigrantes alemães e poloneses no século XIX. Atualmente, as estatísticas oficiais do IBGE indicam o cultivo de centeio apenas no Rio Grande do Sul e no Paraná, embora, informalmente, trabalhos de centeio sejam conhecidos em Mato Grosso do Sul e em outras unidades da federação. “A área registrada pelo Mapa para produção de sementes de centeio contabilizou, em 2024, 6.297 hectares. Essa área pode produzir sementes suficientes para semear ao redor de 125 mil hectares”, Frisa Cunha. Na atualidade, o centeio tem sido, majoritariamente, utilizado como planta forrageira para pastejo de animais e como planta de cobertura de solo, seja como espécie isolada ou em misturas de espécies.

    No Brasil, o interesse pelo centeio tem aumentado, especialmente, na função da sua rusticidade, que faz com que esse cereal se adapte bem em solos pobres quimicamente, com acidez mais elevada, e em ambientes mais secos. Além do potencial da sua farinha na produção de alimentos saudáveis, também tem papel importante como ‘planta de serviço’, seja em misturas de espécies ou isoladamente, na construção de perfis férteis dos solos.

    Aplicativo Zarc Plantio Certo

    O Zoneamento de Risco Climático para a cultura do centeio poderá ser acessado no aplicativo móvel  Zarc Plantio Certo , desenvolvido pela Embrapa Agricultura Digital (SP) e disponível gratuitamente nas lojas de aplicativos para os sistemas iOS e Android. Os resultados do Zarc também podem ser consultados por meio da plataforma “Painel de Indicação de Riscos” , no site do Mapa.

  • Nova portaria do MAPA endurece regras para aviação agrícola e exige atenção de produtores rurais

    Nova portaria do MAPA endurece regras para aviação agrícola e exige atenção de produtores rurais

    A Portaria SDA/MAPA nº 1.187/2024, publicada recentemente, traz mudanças significativas para a aviação agrícola, impactando diretamente produtores rurais e operadores. Entre as novas exigências, destaca-se a obrigatoriedade de registro de todos os operadores aeroagrícolas no Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA). Esse processo requer documentação rigorosa, como comprovantes de posse de aeronaves e infraestrutura adequada, incluindo pátios de descontaminação. Contratar operadores não regularizados pode resultar na suspensão de aplicações e em penalidades para os produtores.

    Outra mudança importante está no planejamento detalhado das operações. Antes de cada aplicação, será obrigatório elaborar um plano contendo mapas das áreas a serem tratadas e registros meteorológicos. A ausência dessas informações pode levar à aplicação de multas ou até mesmo à interrupção das atividades.

    Além disso, as normas para aplicação próxima a áreas sensíveis, como residências, rios e zonas urbanas, ficaram mais rigorosas. Para aeronaves tripuladas, a distância mínima agora é de 500 metros, enquanto para drones foi estabelecida uma distância de 20 metros. O descumprimento dessas regras pode gerar multas pesadas e riscos ambientais significativos, aumentando a responsabilidade dos operadores e produtores.

    Especialistas do setor alertam que os produtores devem buscar orientação junto a entidades como os Sindicatos Rurais, a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (FAMATO) ou o Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (SINDAG) para garantir a conformidade com as novas exigências.

    A portaria busca assegurar maior segurança e sustentabilidade nas operações agrícolas, mas exige dos produtores atenção redobrada para evitar problemas legais e garantir a eficiência das operações no campo.

  • Mapa notifica à OMSA fim do foco da doença de Newcastle

    Mapa notifica à OMSA fim do foco da doença de Newcastle

    O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) encaminhou, na quinta-feira (25), a notificação da conclusão do foco da doença de Newcastle (DNC) para a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). Com a medida, o governo brasileiro aguarda a retirada da suspensão, por parte dos países importadores, para retomada total das exportações de carnes de aves e seus produtos.

    “Com o fim do foco da doença disponibilizaremos aos países todas as informações sobre o diagnóstico atual e as medidas adotadas. Isso permitirá que eles analisem e confirmem que estamos livres de Newcastle, possibilitando a retomada das certificações para exportação”, relata o secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, Carlos Goulart.

    O foco de DNC no Brasil foi confirmado em 17 de julho em um estabelecimento de avicultura comercial de corte, localizado no município gaúcho de Anta Gorda, no Vale do Taquari, no estado do Rio Grande do Sul.

    Sem novas suspeitas de novos focos para a doença, o Mapa reduziu a abrangência da área de emergência zoossanitária no estado do Rio Grande do Sul para os municípios de Anta Gorda, Doutor Ricardo, Putinga, Ilopolis e Relvado. As medidas de controle e vigilância no raio de 10 km da ocorrência do foco seguem sendo executadas pelas equipes federal e estadual.

    É importante ressaltar que não há estabelecimentos avícolas avozeiros e bisavoseiros na área de emergência.

    Ainda de acordo com Goulart, os protocolos de biosseguridade em aviários estão sendo reforçados e aplicados em todos os estados produtores do Brasil. “Esse é um reforço que estamos adotando desde quando entramos em alerta máximo para a influenza aviária”, destaca.

    A granja afetada segue sendo monitorada por 42 dias para verificar se há resquícios de circulação do vírus. Após esse período e com resultado negativo para a presença do agente patógeno, o aviário será liberado para funcionamento novamente. Já para as demais granjas da região que estão na área de emergência agropecuária, a liberação será por protocolos específicos.

    O diretor do Departamento de Saúde Animal da Secretaria de Defesa Agropecuária, Marcelo Mota, informou que a emissão de Guias de Trânsito Animal (GTA), para movimentação de animais sem risco sanitário e venda comercial, segue centralizada pelo Centro de Operações de Emergência Zoossanitária.

    O Mapa reforça que qualquer suspeita de doença de Newcastle, que incluam mortalidade súbita e sinais respiratórios e nervosos, além de diarreia e edema na cabeça das aves, seguem sendo imediatamente acompanhadas na sua totalidade pelo Serviço Veterinário Oficial.

    Exportações

    Após a redução da abrangência da área de emergência zoossanitária, o Mapa também atualizou as áreas de suspensão da certificação temporária para exportações de carnes de aves e seus produtos.

    China, Argentina e México seguem com as restrições de exportação para todo Brasil. Já em relação ao estado do Rio Grande do Sul, segue apenas Arábia Saudita; Bolívia, Chile, Cuba, Peru, União Econômica Euroasiática e Uruguai.

    Para os protocolos sanitários, baseados em zona de restrição ou raio afetado estão países como África do Sul, Albânia, Canadá, Cazaquistão, Coreia do Sul, Egito, Filipinas, Hong Kong, Índia, Israel, Japão, Jordânia, Kosovo, Macedônia, Marrocos, Maurício, Mianmar, Montenegro, Namíbia, Paquistão, Polinésia Francesa, Reino Unido, República Dominicana, Sri Lanka, Tailândia, Taiwan, Tadjiquistão, Timor Leste, Ucrânia, União Europeia, Vanuatu e Vietnã.

    O Mapa ressalta que as regras de suspensão são revisadas diariamente, tendo em vista as tratativas em curso com os países parceiros, nas quais são apresentadas todas as ações que estão sendo executadas para erradicar o foco.

  • Mapa e Farsul traçam medidas emergenciais para agropecuária gaúcha

    Mapa e Farsul traçam medidas emergenciais para agropecuária gaúcha

    Na primeira de uma série de reuniões que serão realizadas para a adoção de medidas de reconstrução da agropecuária gaúcha, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, juntamente com todo o secretariado da pasta, realizou a primeira reunião ampliada com a Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul) e mais de 100 sindicatos rurais do estado por meio de videoconferência nesta terça-feira (7).

    Solicitado pelo ministro Carlos Fávaro, o encontro ampliado com os representantes da agropecuária do Rio Grande do Sul será realizado a cada dois dias para que as informações sejam constantemente atualizadas e as medidas de amparo ao setor sejam o mais efetivas possível.

    Economista da Farsul, Antonio da Luz apresentou um panorama dos impactos no estado que, de forma excepcional, atingiram todos os setores. No agro, algumas fazendas foram completamente destruídas e, de acordo com ele, apesar da maior parte da safra de arroz já ter sido colhida, os silos onde a produção está armazenada também foram atingidos pelas enchentes.

    De acordo com o presidente da Farsul, Gedeão Pereira, o estado possui quantidade suficiente do produto. Ele detalhou ainda que a diretoria da federação está se reunindo diariamente para avaliar os impactos no setor.

    Conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Rio Grande do Sul responde por 68% da produção de arroz do país.

    “A agropecuária vai ter todo o apoio. O Brasil reconhece a importância do Rio Grande do Sul. A preservação do produtor vai ser feita”, ressaltou o ministro.

    Fávaro ressaltou ainda o trabalho que o presidente Lula e o Governo Federal estão fazendo desde as primeiras horas das chuvas intensas com a prioridade máxima em salvar vidas neste primeiro momento. E lembrou que, paralelamente, todos os ministros estão trabalhando em conjunto e de forma sistêmica pensando não apenas nas ações emergenciais, mas nos próximos passos a serem adotados à medida em que as águas forem baixando nos municípios.

    Logo após a reunião, as equipes técnicas iniciaram a formalização das propostas de socorro ao setor produtivo.

    “Se não salvarmos o que gera empregos, não vamos salvar emprego nenhum. Para cuidas das famílias, temos que cuidar da produção”, afirmou Antonio da Luz.

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  • Brasil se especializa na produção de azeite extra virgem

    Brasil se especializa na produção de azeite extra virgem

    Produtores brasileiros de azeite de oliva têm chances de se beneficiarem da alta internacional do preço do alimento, e ganhar mais espaço para vender ao segundo maior mercado importador do mundo: o próprio Brasil.

    De todo azeite que o país consome, menos de 1% (0,24%) é produzido por sua lavoura. A maior participação no mercado interno poderá se dar pela qualidade do produto, o que permite crescimento de consumo mesmo quando o preço se eleva.

    Entre 2018 e 2022, a produção de azeite só no Rio Grande do Sul passou de 58 mil litros para 448,5 mil litros. O estado e outras regiões do país, como a Serra da Mantiqueira – entre Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro -, está se especializando na produção de azeite extra virgem, de menor acidez, reconhecido como artigo especial ou premium.

    De acordo com o Internacional Olive Council, entre 2013 e 2020, o Brasil importou uma média de 74 mil toneladas ao ano de azeite e óleo de bagaço de azeitona. No período de oito anos, a importação cresceu de 73 mil toneladas ao ano para 104 mil toneladas ao ano.

    Em 2020, oitenta por cento desse volume veio da Portugal e da Espanha. Os dois países da península ibérica diminuíram a produção de azeite nos últimos anos por causa do aumento de temperatura quando ocorre a floração das oliveiras, o que causou a elevação do preço do produto em cerca de 45% de 2020 para cá.

    Paralelo ao encarecimento do azeite, produção nacional começa a ter reconhecimento. No mês passado, por exemplo, um azeite de marca gaúcha (Potenza Frutado) foi escolhido como o melhor do Hemisfério Sul – Prêmio Internacional Expoliva de Qualidade dos Melhores Azeites Extravirgens, realizado na Espanha (22ª edição).

    Abastecimento mais rápido – Além de azeite extra virgem de qualidade reconhecida, o produtor nacional tem em seu favor a agilidade para abastecer o mercado interno. “Se eu colher uma azeitona hoje no pé aqui, eu posso tranquilamente em dez dias ter o azeite dela em uma loja do Pão de Açúcar em São Paulo”, calcula Luiz Eduardo Batalha, o maior produtor de azeite do Brasil e dono da marca que leva seu nome.

    Batalha, que acumula experiência com a produção de carne, café e cana-de-açúcar em diferentes partes do país, cultiva oliveiras em três fazendas com total de 3 mil hectares nos municípios de Pinheiro Machado e Candiota, no sudeste gaúcho, a cerca de 60 quilômetros da fronteira com o Uruguai.

    Segundo ele, o azeite extra virgem “é um produto que precisa de muito frescor” e as marcas estrangeiras apesar do domínio absoluto “não competem com a rapidez que a gente tem de colocar o azeite nas gôndolas do supermercado, nos lugares, nos restaurantes.”

    O argumento do produtor faz sentido para Ticiana Werner, dona de um restaurante em Brasília que leva o seu sobrenome. Ela pondera que além do maior tempo para chegar às redes brasileiras de abastecimento, o azeite importado pode não estar devidamente acondicionado em seu transporte.

    “Um azeite da Europa vem como? Em um contêiner. Como é esse contêiner, é refrigerado? Se não for refrigerado o azeite pode oxidar”, avalia a empresária que desde o início do ano começou a usar azeite nacional em saladas, pratos quentes e até sobremesas.

    O Brasil cultiva oliveiras desde o século passado, mas a perspectiva de ter uma produção mais robusta e virtuosa começou a se desenhar entre os anos de 2005 e 2006, quando o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) demandou que a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) avaliasse a possibilidade de o país cultivar oliveiras, como já acontecia com as vinheiras no Sul do Brasil e no Vale do São Francisco (Bahia e Pernambuco).

    O trabalho teve início com o plantio de mudas de oliveiras tradicionais em países de grande produção. As variedades de maior sucesso foram koroneike, de origem grega; as espanholas arbequina e arbosana; e a covatina, da Itália.

    Mudança no metabolismo – “Quando você traz uma espécie de uma condição adequada para uma condição como a nossa, a planta mexe no seu metabolismo e se adapta à nova condição”, explica o engenheiro agrônomo Rogério Oliveira Jorge, responsável técnico em laboratório da Embrapa Clima Temperado em Pelotas (RS), que faz pesquisas e avalia a qualidade dos azeites produzidos no Brasil.

    O desempenho da planta depende da capacidade de se adaptar ao clima e ao solo. A ciência sabe que as oliveiras não se desenvolvem bem em lugares com muita chuva e solos enxarcados.

    Além do baixo índice pluviométrico e da baixa umidade relativa do ar, a planta precisa de exposição ao sol e de temperaturas amenas. Nos períodos de florescimento pleno, polinização e frutificação efetiva “a temperatura diária deve ficar em torno de 20ºC, a fim de que todos os processos metabólicos ocorram normalmente”, descreve estudo da Embrapa sobre a distribuição potencial de oliveiras no Brasil e no mundo, feito em 2015.

    De acordo com os pesquisadores da empresa estatal, além do Rio Grande do Sul e de lugares de altitude como a Serra da Mantiqueira, há zonas “apontadas como mais favoráveis” no semiárido nordestino.

    O azeite de oliva é rico em ácidos graxos, pode ajudar a controlar os níveis de açúcar no sangue e contribuem para o fortalecimento do sistema imunológico. Em entrevista à Agência Brasil, a nutricionista Mônica Julien, da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, aconselhou o consumo. “Eu recomendo que use azeite se possível, não em substituição a todas as outras gorduras, porque até as gorduras saturadas têm sua função também no organismo, mas se puder acrescentar e trocar uma boa parte das gorduras por azeite é bastante saudável.”

    Rotineiramente, o Ministério da Agricultura e Pecuária faz fiscalização e apreensões de azeites em supermercados. O Mapa orienta aos consumidores conferir a lista de produtos irregulares já apreendidos; não comprar a granel; optar por produtos com a data de envase mais recente; reparar a data de validade e o tempo dos ingredientes contidos – o tempo de colheita de azeitona para azeites extra virgem é de seis meses. Outra sugestão é observar se o óleo está turvo e se na embalagem há informação sobre mistura de óleos (adição de outro óleo vegetal).

    Edição: Valéria Aguiar

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  • Mapa faz reunião para aperfeiçoar apoio do seguro rural aos produtores

    Mapa faz reunião para aperfeiçoar apoio do seguro rural aos produtores

    Com foco em desenvolver o Programa de Seguro Rural (PSR), o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, irá realizar uma reunião técnica na segunda-feira (22/01). O encontro será realizado na sede do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e irá abordar as possibilidades na contratação de apólice para segurar a produção do agricultor brasileiro.

    “Nós estamos pensando em uma linha de crédito em que os produtores possam se socorrer com juros bastante acessíveis”, destacou o ministro Fávaro em entrevista para Rádio Vila Real, nesta quarta-feira (17/01). “Vamos discutir um novo modelo de seguro rural. Mais eficiente, mais tecnológico e que use a tecnologia para melhorar a forma de contratação e que seja mais barato. Queremos auxiliar todos os produtores com o seguro rural, para se defenderem das intemperes”, completou.

    Em 2023, o Mapa conseguiu aplicar integralmente os recursos disponíveis, subvencionando pouco mais de 107 mil apólices para cerca de 70 mil produtores. No ano, houve ampliação no número de lavouras seguradas, atingindo 6,25 milhões de hectares. O valor coberto representa uma considerável cobertura, próximo a R$ 40 bilhões. Assim, para cada real aplicado na subvenção, foram protegidos cerca de R$ 42 reais.

    Ainda, para ampliar e diversificar alternativas de crédito agropecuário a custos mais competitivos para esse segmento, foi lançada linha de financiamento rural em dólar. Cerca de R$ 3 bilhões foram financiados no ano passado.

    O PSR

    O Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural oferece ao agricultor a oportunidade de segurar sua produção com custo reduzido, por meio de auxílio financeiro do governo federal. A subvenção econômica concedida pelo Mapa pode ser pleiteada por qualquer pessoa física ou jurídica que cultive ou produza espécies contempladas pelo Programa e permite ainda, a complementação dos valores por subvenções concedidas por estados e municípios.

  • Registro de novos agrotóxicos segue em alta no Brasil, diz Mapa

    Registro de novos agrotóxicos segue em alta no Brasil, diz Mapa

    Maior consumidor de agrotóxicos do mundo, o Brasil já aprovou 505 novos registros de pesticidas apenas neste ano, de acordo com dados do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Entre 2019 e 2022 foram liberados 2.181 novos registros, uma média de 545 ao ano, e a expectativa é que esse número cresça ainda mais com a recente aprovação do Projeto de Lei dos Agrotóxicos pelo Senado, caso seja sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

    Entre outras alterações, o projeto prevê a criação do risco aceitável para substâncias que atualmente têm registro proibido por terem impactos relacionados ao desenvolvimento de câncer, alterações hormonais, problemas reprodutivos ou danos genéticos.

    A publicação Atlas dos Agrotóxicos, produzida pela Fundação Heinrich Böll, revela que desde 2016, o Brasil tem batido consecutivos recordes na série histórica de registro de agrotóxicos, que teve início em 2000. Em 2022, foram 652 agrotóxicos liberados, sendo 43 princípios ativos inéditos.

    Com a aprovação do PL 1459/2022, as mudanças propostas oficializam a prioridade do Ministério da Agricultura no registro de novos agrotóxicos: a pasta passaria a ser o único órgão registrante dos agrotóxicos, restando ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), um papel subordinado de avaliação ou homologação das avaliações.

    Embora concorde que o processo de registros atual seja lento, Alan Tygel, da Campanha Contra os Agrotóxicos, acredita que o ideal, na verdade, seria haver mais participação do Ibama, Anvisa e Ministério da Agricultura para análises em vez de flexibilização da lei. “O primeiro ano do Lula causou um descontentamento grande. Esperávamos sinalização de maior preocupação”, avaliou, em nota, Tygel, um dos autores do Atlas dos Agrotóxicos.

    A Anvisa informou na última quarta-feira (6) que um em cada quatro alimentos de origem vegetal no país contém resíduos de agrotóxicos, proibidos ou em níveis superiores ao permitido por lei. O levantamento faz parte de um estudo do Programa de Avaliação de Resíduos de Agrotóxicos, vinculado à Anvisa, que analisou 1.772 amostras de 13 alimentos diferentes coletados em 79 municípios brasileiros em 2022.

    Os resultados mostraram que 41,1% das amostras analisadas no estudo não possuíam resíduos de agrotóxicos, enquanto 33,9% estavam dentro dos limites permitidos. Contudo, 25% apresentaram inconformidades, como a presença de agrotóxicos não autorizados ou em quantidades excessivas. Mais grave ainda, 0,17% das amostras, ou três amostras, apresentaram risco agudo, que, segundo a Anvisa, representa dano à saúde ao ingerir muito alimento com esses insumos em pouco tempo, como numa refeição.

    Das 2,6 milhões de toneladas de agrotóxicos utilizadas ao ano no mundo, o Brasil emerge como um dos maiores consumidores desse mercado que movimentou quase 28 bilhões de euros, cerca de R$101 bilhões, apenas em 2020, de acordo com o Atlas dos Agrotóxicos. O estudo, coordenado pela Fundação Heinrich Böll Brasil, mostra que em 2021, o país se tornou o maior importador mundial dessas substâncias, com um salto de 384.501 toneladas em 2010 para 720.870 toneladas em 2021, portanto, um aumento de 87%.

    Saúde pública

    O crescimento no uso de agrotóxicos no Brasil coloca o país em uma posição sensível no que diz respeito à segurança alimentar e à saúde pública. A partir de dados da própria Anvisa, o Atlas levantou que entre 2010 e 2019 foram registrados 56.870 casos de intoxicações por agrotóxicos, o que representa uma média de 5.687 casos por ano, ou aproximadamente 15 pessoas intoxicadas diariamente. Entretanto, o próprio Ministério da Saúde do Brasil admite que o número de subnotificações é elevado e que, logo, o número real de pessoas intoxicadas pode ser maior.

    Este impacto se dá, também, na saúde de crianças e adolescentes. Cerca de 15% de todas as vítimas de intoxicação por agrotóxicos no Brasil pertencem a esse grupo etário. Entre os bebês, foram 542 intoxicados no período de 2010 a 2019. Além disso, as gestantes também sofreram com esse cenário, com 293 delas intoxicadas no mesmo período. Com efeitos que se estendem além do próprio corpo, a situação pode afetar a saúde de seus bebês por meio do leite materno e até mesmo antes do nascimento.

    O documento aponta para uma correlação entre a exposição prolongada aos agrotóxicos e o aumento da incidência de doenças crônicas. As evidências indicam uma alta taxa de desenvolvimento de doenças como Parkinson, leucemia infantil, câncer de fígado e de mama, diabetes tipo 2, asma, alergias, obesidade e distúrbios endócrinos.

    No curto prazo, a exposição aguda a esses insumos está ligada a uma série de sintomas debilitantes, como fadiga extrema, apatia, dores de cabeça intensas e dor nos membros. Em situações críticas, há o risco de falha de órgãos vitais, incluindo coração, pulmões e rins. Aproximadamente 11 mil pessoas morrem anualmente em todo o mundo devido a envenenamentos não intencionais por agrotóxicos.

    O Atlas mostra que, no Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) pode gastar até R$ 150 por caso de intoxicação por agrotóxicos, totalizando um custo estimado anual de R$ 45 milhões. O custo para o SUS pode chegar a US$ 1,28 para cada US$ 1 investido em pesticidas, a depender do tratamento.

    Agrotóxicos no mundo

    A exposição a esse risco não se restringe ao Brasil. Atualmente, estima-se que ocorram cerca de 385 milhões de casos de intoxicações agudas por agrotóxicos a cada ano em todo o mundo; em 1990, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o número total de intoxicações era de 25 milhões. A escalada desses números ao longo dos anos pode ser atribuída ao uso intensificado de agrotóxicos em escala global. Hoje, 11 mil pessoas morrem anualmente em todo o mundo devido a envenenamentos não intencionais.

    Desde 1990, a quantidade mundial de agrotóxicos utilizados aumentou em quase 62%, com crescimento expressivos em regiões específicas: 484% na América do Sul e 97% na Ásia. Essa aceleração no uso de agrotóxicos é particularmente preocupante em regiões do Sul Global, onde as regulamentações ambientais, de saúde e segurança são muitas vezes mais fracas.

    Edição: Valéria Aguiar
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  • Golpista usa nome de Carlos Fávaro para tirar dinheiro de vítimas, alerta Mapa

    Golpista usa nome de Carlos Fávaro para tirar dinheiro de vítimas, alerta Mapa

    O nome do ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Carlos Fávaro, está sendo usado para a prática de golpes. O alerta foi feita pelo Governo Federal nesta segunda-feira (30).

    Em comunicado direcionado à imprensa, o MAPA diz que uma pessoa tem se passado pelo ministro Carlos Fávaro. Por meio de ligação telefônica, tem aplicado golpes no qual solicita dinheiro para ajuda financeira a terceiros.

    Conforme o Ministério, Carlos Fávaro nunca autorizou qualquer pessoa a pedir o que seja em seu nome.

    As providências necessárias já foram tomadas junto à Polícia Federal, a quem caberá a investigação do fato.

    R$ 1,6 mil

    As primeiras informações são de que a vítima trabalha no próprio Ministério da Agricultura. Durante a ligação, o homem que se apresentou como assessor de Fávaro alegou que precisava de R$ 2,6 mil para pagar as despesas de um velório em Luziânia (GO).

    Momentos depois, por meio de mensagens, o golpista pediu para fazer a transferência do valor. A forma como demonstrou conhecer o funcionamento da pasta ganhou a confiança da vítima. Contudo, o valor repassado foi de R$ 1,6 mil, R$ 1 mil a menos que o pedido inicialmente.

    O boletim de ocorrência foi registrado na Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF).