Tag: China

  • Imac vai promover carne de Mato Grosso na maior feira de importação da China

    Imac vai promover carne de Mato Grosso na maior feira de importação da China

    O Instituto Mato-grossense de Carne (Imac) fará parte da missão mato-grossense para a China, de 05 a 10 de novembro, na China Internacional Import. Expo (CIIE). O objetivo é o de promover a carne produzida no Estado por meio de uma programação no estande do Governo de Mato Grosso.

    Dentre o planejamento do Imac está a apresentação do Portal da Carne de Mato Grosso, o potencial da produção de carne de alta qualidade, as oportunidades de parceria China e Mato Grosso para o comércio da carne bovina, o Observatório da Carne, além da degustação do MT Steak, corte selecionado em um reality que escolheu a carne que representa o estado.

    “A Marfrig, frigorífico habilitado para exportação, vai produzir uma série do corte para ser levado para que os chineses e representantes de outros países tenham a oportunidade de conhecer a qualidade da carne mato-grossense”, comentou o diretor presidente do Imac, Caio Penido.

    Um dos produtos do Imac, o portal Carne de Mato Grosso, é uma plataforma que fomenta a negociação das indústrias com o varejo mato-grossense como açougues, supermercados e restaurantes, mais uma forma de posicionar a qualidade da carne do Estado.

    Por ora, o Portal Carnes de Mato Grosso trabalha apenas no mercado interno unindo indústria aos varejistas, mas futuramente deve ser uma ponte entre as indústrias exportadoras com mercados asiáticos, que são os principais compradores da carne bovina do Estado.

    “Nós queremos, acima de tudo, evidenciar o potencial que Mato Grosso é para o mercado chinês. Vamos mostrar a qualidade do nosso rebanho bovino e apresentar a versatilidade do MT Steak, que é o nosso corte, sem osso e facilmente de ser exportado”, afirmou a diretora executiva do Imac, Paula Queiroz Sodré.

    A delegação de Mato Grosso à China será liderada pelo governador Mauro Mendes e devem fazer parte ainda representantes do setor produtivo do Estado como Aprosoja-MT, Aprofir, Famato, Acrismat, Aprosmat, Acrimat, dentre outras associações.

    A proposta é abrir novos mercados, diversificar a pauta de exportação e a consolidação de mercado na China dos produtos mato-grossenses. A CIIE é a maior vitrine de importação daquele país asiático e foi criada pelo presidente Xi Jiping em 2017. A intenção é facilitar que países e regiões em todo o mundo fortaleçam a cooperação econômica e comercial em nível global.

  • Dólar cai para R$ 4,87 após anúncios de estímulos econômicos na China

    Dólar cai para R$ 4,87 após anúncios de estímulos econômicos na China

    Beneficiado pelo anúncio de medidas de estímulo econômico na China, o mercado financeiro teve um dia de ganhos. O dólar fechou abaixo de R$ 4,90 pela primeira vez em setembro. A bolsa de valores superou os 119 mil pontos e atingiu o maior nível desde o início de agosto.

    O dólar comercial encerrou esta quinta-feira (14) vendido a R$ 4,873, com recuo de R$ 0,036 (-0,91%). A cotação chegou a abrir estável, mas passou a despencar ainda na primeira hora de negociação. Na mínima do dia, por volta das 13h, a moeda chegou a ser vendida a R$ 4,86.

    A divisa está no menor nível desde 30 de agosto, quando tinha fechado em R$ 4,869. Com o desempenho desta quinta, o dólar praticamente zerou a alta no mês, acumulando valorização de apenas 0,08% em setembro. Em 2023, a divisa cai 7,71%.

    No mercado de ações, o dia também foi marcado pela euforia. O índice Ibovespa, da B3, emendou a quarta alta seguida e fechou aos 119.392 pontos, com avanço de 1,93%. A bolsa brasileira foi beneficiada por ações de petroleiras e mineradoras, que subiram após o governo chinês, grande comprador de commodities (bens primários com cotação internacional), anunciar novas medidas de estímulo. O indicador está no maior nível desde 4 de agosto.

    Em desaceleração há vários meses, a economia chinesa tem enfrentado ameaças de crise no mercado imobiliário, o que tem trazido turbulência para o mercado financeiro de países emergentes, como o Brasil. No entanto, a tensão foi contida nos últimos dias, com medidas para impulsionar o consumo e reduzir os juros de hipotecas na segunda maior economia do planeta. Os juros altos no Brasil também continuam atraindo capitais estrangeiros.

    A Agência Brasil está divulgando matérias sobre o fechamento do mercado financeiro apenas em ocasiões extraordinárias. A cotação do dólar e o nível da bolsa de valores não são mais informados todos os dias.

    *Com informações da Reuters

    Edição: Nádia Franco
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  • Importação de produtos de até US$ 50 subiu 11% neste ano

    Importação de produtos de até US$ 50 subiu 11% neste ano

    A importação de produtos com valor de até US$ 50 (cerca de R$ 240) cresceu 11,4% nos sete primeiros meses deste ano, na comparação com o mesmo período de 2022. O total de itens chegou a 3,3 bilhões, dos quais a maioria teve como origem a China.

    Os dados são de um estudo divulgado nesta sexta-feira (25) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), no qual foi analisada a importação de mais de 10 mil tipos de bens de consumo com valor individual de até US$ 50.

    A pesquisa mostrou que a importação de produtos chineses subiu 38% neste período. Com isso, eles representam atualmente quase 40% do total de itens importados pelos consumidores brasileiros, com 1,3 bilhão de unidades.

    Em segundo lugar como país de origem aparece o Paraguai, com apenas 296 milhões de unidades (8,9%).

    Segundo a CNC, a alta foi estimulada pela valorização do real ante o dólar e a alta carga tributária doméstica. “A diferença na carga de impostos sobre o consumo no Brasil e no exterior foi um fator crucial para o aumento das importações de bens de consumo”, explica o  economista responsável pelo estudo, Fabio Bentes.

    De acordo com a CNC, esse tipo de comércio reduz a competitividade do produto nacional. A confederação pede que haja uma isonomia tributária para as importações de bens de consumo de baixo valor.

    Em 1º de agosto, entrou em vigor a isenção federal para compras online de até US$ 50.

    Edição: Juliana Andrade

  • China e Haiti jogam nesta sexta (28) pela sobrevivência na Copa do Mundo Feminina; onde assistir ao vivo

    China e Haiti jogam nesta sexta (28) pela sobrevivência na Copa do Mundo Feminina; onde assistir ao vivo

    China x Haiti se enfrentam na manhã desta sexta-feira (28), a partir das 8h (de Brasília), no estádio Hindmarsh. A partida vale pela segunda rodada do grupo D da Copa do Mundo Feminina de futebol.

    Agora, tanto a China quanto o Haiti precisam da reação imediata no torneio. Isso porque as chinesas levaram 1 a 0 da Dinamarca, enquanto as haitianas levaram 1 a 0 da Inglaterra na estreia.

    Onde assistir China x Haiti ao vivo

    China e Haiti jogam nesta sexta (28) pela sobrevivência na Copa do Mundo Feminina; onde assistir ao vivo. Foto: Divulgação Fifa
    China e Haiti jogam nesta sexta (28) pela sobrevivência na Copa do Mundo Feminina; onde assistir ao vivo. Foto: Divulgação Fifa

    China x Haiti se enfrentam na manhã desta sexta-feira (28), com transmissão ao vivo pelo canal de YouTube da CazéTV e também pelo serviço de streaming gratuito da Fifa+.

    Veja em seguida: Inglaterra e Dinamarca se enfrentam pela Copa do Mundo Feminina nesta sexta (28); onde assistir ao vivo

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    Como chegam as equipes

    Em campo, a China, que inclusive foi sede da primeira Copa do Mundo feminina da história, em 1991, tem ligeiro favoritismo para o jogo de logo mais. E sabe que precisa da vitória para continuar com chances boa de classificação.

    Até porque a China, em caso de derrota, poderá ser matematicamente eliminada se houver empate no confronto das 5h30 entre Inglaterra e Dinamarca. Portanto, deverá encarar o jogo de logo mais com o máximo de seriedade.

    Veja em seguida: Flamengo vence o Grêmio fora de casa e fica perto das finais da Copa do Brasil

    Se vencer, vai chegar à última rodada, contra o Inglaterra, ainda brigando pela vaga. E poderá avançar para as oitavas de final.

    Por sua vez, a seleção do Haiti é o grande azarão do grupo e sabe disso. Mas, como conseguiu fazer um jogo mais equilibrado contra a Inglaterra na estreia, espera um bom resultado também logo mais contra a China.

    Contudo, como não tem o favoritismo para a vaga, poderá até mesmo atuar com mais leveza, sem toda aquela responsabilidade. E poderá transformar a vida da China da Copa do Mundo em um grande complicador.

    Veja em seguida: Resende vence o Maricá e segue vivo na briga pela classificação à semifinal do Carioca da Série A-2

  • Lula relata nova conversa com Xi Jinping sobre Ucrânia

    Lula relata nova conversa com Xi Jinping sobre Ucrânia

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, na noite desta quinta-feira (25), que conversou por telefone com o presidente da China, Xi Jinping. A conversa ocorreu no dia anterior e abrangeu diferentes temas, incluindo reunião dos Brics, bloco econômico integrado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, e também sobre a situação da guerra na Ucrânia.

    “Ontem [24] conversei por telefone com o Presidente da China, Xi Jinping. Falamos sobre a conjuntura global, a necessidade da paz na Ucrânia, a participação dos nossos países na cúpula dos Brics em agosto. E sobre nossa parceria estratégica em âmbito bilateral”, escreveu Lula em rede social.

    A conversa ocorre pouco mais de um mês após o encontro bilateral entre os dois presidentes em Pequim, e dias após Lula retornar de viagem ao Japão, onde participou do segmento de engajamento externo da Cúpula do G7, grupo formado pelos sete países mais industrializados do mundo (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido).

    Em Hiroshima, entre os dias 19 e 21, Lula se reuniu com 11 chefes de governo e de entidades, quando tratou de assuntos bilaterais e de temas da agenda internacional. Além das questões ambientais e segurança alimentar, que foram centrais durante a cúpula, o assunto que dominou as mesas de debate foi o conflito entre a Rússia e Ucrânia.

    Edição: Marcelo Brandão

  • Imac vai à China para ampliação de mercado da carne bovina sustentável

    Imac vai à China para ampliação de mercado da carne bovina sustentável

    Ampliação de mercado para carne bovina sustentável e alinhamentos de projetos com empresas e o governo chinês, esses são os principais objetivos das agendas que o Instituto Mato-grossense da Carne (Imac) realiza na China durante toda essa semana. A comitiva foi recebida pelo embaixador do Brasil no país asiático, visitou um porto e realizou alguns encontros importantes.

    O grupo da Missão China é composto pelos presidentes do Imac, Caio Penido, e do conselho deliberativo da instituição, César Miranda. Acompanham também os diretores do Instituto, a executiva, Paula Queiroz, e o técnico operacional, Bruno Andrade.

    Dentre as pautas que serão tratadas durante a viagem está o Passaporte Verde. Ação de iniciativa do Imac, para rastreabilidade e monitoramento socioambiental na pecuária de corte, em Mato Grosso.

    Agenda

    No domingo (14.05), o grupo conheceu algumas indústrias e processadores de carne bovina e de tecnologia que possuem sistema capaz de contribuir com o processo de rastreabilidade da carne brasileira.

    “Na GOKE já se dispuseram a uma parceria comercial. Foi uma conversa interessante para conhecer com mais detalhes o comércio local. Trocamos bastante informações sobre sistema de produção e a cadeia produtiva na China. Claro, que também respondemos questionamentos, alguns mitos foram sanados, como a questão da qualidade da nossa carne, por exemplo”, contou o diretor Bruno Andrade.

    A promoção de projetos estratégicos e iniciativas voltadas à sustentabilidade da cadeia de carne na China foram discutidos em reunião na embaixada brasileira, em Pequim. O encontro foi na segunda-feira (15.05), com a presença do embaixador do Brasil na China, Marcos Bezerra Abbott Galvão. Dentre os assuntos, o Passaporte Verde foi apresentado e recebido de forma positiva.

    “Apresentamos nossa ideia sobre o processo de rastreabilidade e monitoramento socioambiental e foi bastante positivo.  O embaixador afirmou que as questões de sustentabilidade não eram o foco do país, mas que o mercado mudou e tem aumentado a preocupação com o tema. Além disso, ele afirmou que o  Brasil tem muito mercado para explorar na China, basta negociação ampla e assertiva para que seja factível para a pecuária de Mato Grosso e do Brasil”, contou o presidente do Imac, Caio Penido.

    Recepção

    Visita ao Porto de Tianjin o grupo foi recebido por representantes do Governo de Tianjin, da Zona Franca e da Associação da Indústria da Carne de Tianjin. Conheceram a ‘Free Trade Zone de Tianjin’ e operacionalização da Zona de Processamento de Exportações.

    A Missão China segue até 25 de maio com agenda extensa. Além dos integrantes do Imac, também estiveram presentes Felipe Martiningue e Ana Coralina, representando o setor agrícola, e Fábio Coelho, Adido agrícola do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA).

  • Viagem reforça papel de Brasil e China no cenário internacional

    Viagem reforça papel de Brasil e China no cenário internacional

    O balanço da viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China e aos Emirados Árabes pode ser feito sob vários aspectos. O viés comercial foi importante, com investimentos e acordos acertados, e isso era a parte mais fácil. Todos têm a ganhar.

    O presidente classificou a visita como “extraordinária”. Na China, os acordos somaram R$ 50 bilhões e, nos Emirados Árabes, mais de R$ 12 bilhões. “E o que é mais importante do que a soma de dinheiro, é a possibilidade de novos acordos que podem ser feitos. Não apenas do ponto de vista comercial, mas do ponto de vista cultural, digital, educacional”, avaliou em coletiva de imprensa neste domingo (16), em Abu Dhabi.

    Os termos assinados entre os dois países incluem acordos de cooperação espacial, em pesquisa e inovação, economia digital e combate à fome, intercâmbio de conteúdos de comunicação entre os dois países e facilitação de comércio.

    Diplomacia

    Outro aspecto da viagem diplomática diz respeito a esse começo de relação entre Lula e Xi Jinping, o líder chinês. Apesar de a relação ser entre governos, é inegável que uma certa simpatia mútua ajuda. E isso aconteceu. Além da conversa entre as duas delegações, teve outra, particular, entre ambos. O encontro privado, que era previsto na agenda para durar 15 minutos, durou bem mais de uma hora.

    O mundo todo está curioso quanto aos frutos desse encontro, porque dois temas importantes dependem bastante de iniciativas do Brasil e da China. O primeiro deles é a guerra na Ucrânia. O segundo é o meio ambiente. São complexos, dependem de muita diplomacia, diálogo, e são urgentes.

    No caso da guerra da Ucrânia, a posição de Lula é que é necessária a formação de um grupo de países neutros, que sejam respeitados por ambos os lados, para levar Rússia e Ucrânia para a mesa de negociações. E, de todos esses países, o mais importante é a China, porque, desde as sanções contra a sua economia, a Rússia passou a depender ainda mais dos chineses.

    “A decisão da guerra foi tomada por dois países. E agora o que estamos tentando construir é um grupo de países que não tem envolvimento com a guerra, que não quer a guerra, que desejam construir paz no mundo, para conversarmos tanto com a Rússia quanto com a Ucrânia. Mas também temos que ter em conta que é preciso conversar com os Estados Unidos e com a União Europeia”, afirmou Lula. Ele disse ainda que pretende envolver países da América Latina.

    Convencer a China a encabeçar esse grupo é também, de certa forma, assegurar que ela, que é a quarta maior produtora de armas do mundo, não venda material bélico para a Rússia. Caso isso ocorra, será muito difícil ver o fim dessa guerra que, além do enorme sofrimento produzido, tem causado efeitos muito ruins para a economia mundial.

    Rússia e Ucrânia são grandes produtores agrícolas e a guerra está causando um aumento nos preços de muitos alimentos. Tem também a questão energética. Sem comprar o gás que vinha da Rússia, os países europeus estão gastando três vezes mais para importar o gás que tem que chegar de navio.

    Se somado o custo de mandar armas e sustentar a enfraquecida economia ucraniana, esse gasto de dinheiro é insustentável para vários países europeus. Mas também não se pode exagerar nas expectativas de que a China possa resolver o problema.

    Esporte como exemplo

    A China, que teve uma extraordinária capacidade de crescer com taxas que causam admiração e inveja, aparenta poder de decisão. Entretanto, um assunto que o Brasil conhece muito bem mostra que, às vezes, querer não é poder. Estamos falando de futebol.

    O líder chinês Xi Jinping destacou-se e cresceu por ter organizado com muito sucesso as Olimpíadas de Pequim em 2008. Entusiasmado com o poder do esporte, em termos de popularidade e influência na sociedade, ele decidiu apostar no futebol, que poderia render mais sucesso ainda.

    Ele fez um planejamento para que o esporte recebesse investimentos para tornar a China uma potência mundial. Logo depois dos jogos olímpicos no Rio de Janeiro, em 2016, o mercado chinês se encheu de verbas milionárias e começou a importar jogadores. O plano era construir 70 mil campos de futebol e ter uma base de 50 milhões de chineses jogando bola. E mais: queriam sediar uma Copa e vencer o torneio até 2050.

    Tanta ambição foi muito rapidamente derrotada pela dificuldade de se criar uma cultura de futebol, um esporte que, mais do que disciplina e ordem, demanda e depende de criatividade e liberdade. O resultado é que não só o sucesso não veio, mas o presidente da federação chinesa de futebol foi preso em fevereiro deste ano, e existem sérios problemas ligados à corrupção. O futebol dos homens é patético e apenas as mulheres mostraram um futebol razoável.

    A bola do futebol chinês murchou. Esse pequeno exemplo mostra que talvez seja mais realista e necessária a união de vários países, cada um contribuindo um pouco, para a resolução dos complexos problemas mundiais. Cada vez mais fica difícil para qualquer superpotência impor sua vontade. Outros atores importantes pedem passagem no cenário internacional. Isso inclui o Brasil e, principalmente, a China.

    Edição: Camila Maciel

  • Lula: relação entre Brasil e China muda de patamar após viagem

    Lula: relação entre Brasil e China muda de patamar após viagem

    A relação entre Brasil e China mudou de patamar após a visita oficial ao país asiático, disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ao deixar o país asiático na manhã deste sábado (15), no horário local, Lula disse que as duas nações criaram laços em novas áreas, como transição energética, mundo digital, educação e cultura.

    “Uma coisa importante está acontecendo na relação Brasil-China. É que a gente tá ultrapassando aquela fase das commodities e a gente está entrando em outras necessidades. A gente está entrando na questão digital, nós temos muito a aprender com os chineses, a gente está entrando na questão da cultura”, declarou o presidente pouco antes de embarcar para os Emirados Árabes Unidos.

    O presidente ressaltou que a viagem à China não foi motivada por interesses políticos. Segundo ele, os acordos assinados basearam-se no potencial de investimentos e vantagens para o Brasil. “Nós não temos escolhas políticas, escolhas ideológicas, nós temos uma escolha de interesse nacional. O interesse do povo brasileiro, o interesse da indústria nacional, o interesse da nossa soberania e, portanto, eu saio daqui satisfeito”, comentou. “Não precisamos romper e brigar com ninguém para que a gente melhore.”

    Segundo Lula, os 15 acordos assinados com a China preveem a cooperação entre universidades brasileiras e chinesas, assim como parcerias entre empresas dos dois países para o desenvolvimento de energia renovável. Outro acordo, na área de conectividade, pretende ajudar o Brasil a universalizar o acesso à internet banda larga nas escolas públicas. Por isso, afirmou o presidente, ele visitou a gigante chinesa Huawei na última quinta-feira (13).

    “É necessário ter mais chineses nas universidades brasileiras e mais brasileiros nas universidades chinesas. É preciso que a gente discuta a questão da transição energética, porque o Brasil é um país que tem um potencial extraordinário de energia limpa em todos os aspectos, e que os chineses podem nos ajudar, e não apenas na construção da nova matriz energética, mas as empresas, eles participarem de associação com empresas brasileiras”, acrescentou Lula.

    Em relação aos investimentos em energia limpa, o presidente disse que todos os países, do mais desenvolvido ao menos industrializado, precisam entender a importância do respeito ao meio ambiente e da promoção do desenvolvimento sustentável. “O planeta é um só. Todos estamos dentro do barco e, se ele afundar, não escapa ninguém.”

    Aliança pela paz

    Sobre a guerra entre Rússia e Ucrânia, Lula disse ter conversado sobre o assunto com o presidente chinês, Xi Jinping. O Brasil defendeu a necessidade de os países contrários ao conflito se juntarem numa aliança pela paz, no qual a China e os Estados Unidos terão grande importância. De acordo com o presidente brasileiro, o país asiático está disposto a buscar o fim da guerra, apesar de o Brasil ter saído sem uma promessa formal da criação do grupo a favor da paz.

    Lula disse que os Estados Unidos devem parar de “incentivar a guerra” e sugeriu que a União Europeia e os demais países comecem a falar em paz. O presidente brasileiro pediu paciência para convencer os países que estão fornecendo armas. Com uma “boa vontade” mútua, segundo o líder brasileiro, seria possível convencer os presidentes russo, Vladimir Putin, e ucraniano, Volodymyr Zelensky, de que a paz interessa a todo o planeta.

    “Eu acho que é preciso que a União Europeia e os Estados Unidos tenham boa vontade, que o Putin e o Zelensky tenham boa vontade para a gente voltar a ter paz no mundo. Muitas vezes não precisamos de guerra. Eu acho que estamos em uma situação em que os dois países estão com dificuldade de tomar decisões. Quando isso ocorre, eu acho que terceiros países, que mantenham boas relações com os dois, precisam criar as condições de termos paz no mundo. Não precisamos de guerra”, declarou.

    Entrevista

    Ainda como parte da agenda de Lula na China, ele concedeu entrevista ao jornalista Wang Guan da emissora estatal chinesa CMG. O presidente foi perguntado sobre um possível papel neocolonialista da China em relação ao Brasil.

    “Eu, sinceramente, não vejo. Não tem relação colonial com a China. Os Estados Unidos poderiam estar investindo na África, a Europa poderia estar investindo na África. Na verdade, colonizaram a África durante quase mais de um século. Ou seja, quando os chineses aparecem fazendo investimento nos países da América Latina, nos países da África, incomoda. Incomoda porque a China vai crescendo”, avaliou.

    Lula disse ainda que a China já tem uma boa participação na economia brasileira. “Eu quero que participe de um jeito construtivo, de um jeito de construção de parceria, que os nossos empresários sejam sócios dos empresários chineses, que os empresários chineses possam produzir no Brasil. É assim que a gente constrói uma parceria”, acrescentou.

    Entre os 15 acordos firmados pelos dois países, está uma parceria com a emissora CMG.

    Assista a um trecho da entrevista veiculado na TV Brasil:

    *Matéria atualizada às 21h04 para acréscimo de informações sobre a entrevista de Lula à emissora estatal chinesa CMG. 

    Edição: Juliana Andrade

  • Lula defende G20 e quer mais países em governança global

    Lula defende G20 e quer mais países em governança global

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu, em entrevista coletiva em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, o fortalecimento de uma governança global que amplie a representatividade de países em espaços de diálogo internacional. “Não quero criar movimento separado do G7. O G7 não depende do Brasil para existir”, declarou.

    Para o brasileiro, um bloco mais amplo de países, a exemplo do G20, deve ser responsável por discutir temas da ordem do dia, como paz entre as nações; meio ambiente; temas econômicos, como inflação e juros; violência; discurso de ódio nas redes digitais; e fortalecimento da democracia.

    “Quando criamos o G20, foi porque o G7 tinha entendido que ele já não tinha o tamanho necessário para discutir a crise de 2008”, pontuou. Lula disse ainda que o Brasil quer ser protagonista em temas globais. “Eu respeito todos os países, todas as reuniões que cada um quiser fazer, respeito a autodeterminação dos povos, mas o que quero dizer é que o Brasil tem pensamento próprio e quer voltar a ser ator protagonista de muita influência, sobretudo, nessa questão do clima. Poucas nações têm autoridade política e moral para discutir isso”, apontou.

    Lula, que retorna neste domingo (16) ao Brasil, destacou que a viagem à China representou acordos que somam R$ 50 bilhões. Nos Emirados Árabes, foram negociados investimentos da ordem de R$ 12,5 bilhões por meio de um memorando de entendimento entre o estado da Bahia e o fundo financeiro de Abu Dhabi Mubadala Capital, controlador da refinaria de Mataripe, privatizada em 2021.

    “Em maio, vamos discutir com governadores brasileiros as principais obras no país. E queremos apresentar essas obras a outros países para que empresários que quiserem investir no Brasil tenham opção certa de investimento. O Brasil é um país que tem estabilidade jurídica, estabilidade política e vai se transformar num país de estabilidade econômica. Somos um governo que tem credibilidade na sociedade e com outros países do mundo. Nós garantimos a estabilidade social no país e somos um governo de muita previsibilidade”, declarou.

    Negociação pela paz

    O presidente voltou a defender a negociação da paz entre Rússia e Ucrânia com a reunião de países neutros. “A decisão da guerra foi tomada por dois países. E agora o que estamos tentando construir é um grupo de países que não tem envolvimento com a guerra, que não quer a guerra, que desejam construir paz no mundo, para conversarmos tanto com a Rússia quanto com a Ucrânia. Mas também temos que ter em conta que é preciso conversar com os Estados Unidos e com a União Europeia”, afirmou. Lula disse ainda que pretende envolver países da América Latina.

    Extradição

    Ao ser questionado, o presidente confirmou a extradição de Thiago Brennand, empresário brasileiro que é acusado de agressão contra mulheres, além de possuir armas ilegais. Lula afirmou que o tema não foi tratado oficialmente com o xeique Mohammed bin Zayed al-Nahyan, presidente dos Emirados Árabes Unidos.

    “Eu fiquei sabendo que os Emirados Árabes vão fazer a extradição. Quando ela vai acontecer é uma questão da Justiça. A única coisa que eu sei é que se no mundo existir um milhão de cidadãos como este todos merecem ser punidos. Não é aceitável que um brutamonte desses seja agressor de mulheres. Acho que ele tem que pagar”, defendeu.

    Edição: Camila Maciel

  • China abre novo mercado para produto brasileiro de origem animal

    China abre novo mercado para produto brasileiro de origem animal

    O Ministério da Agricultura e Pecuária do Brasil e a Administração-Geral de Aduanas da República da China estabeleceram, nesta sexta-feira (14), protocolo sobre requisitos sanitários e de quarentena que devem ser seguidos por estabelecimentos brasileiros na produção de proteína processada de animais terrestres. Com isso, o país asiático abre um novo mercado para exportação do produto brasileiro.

    Usada para fabricar ração para animais, a proteína processada vem de aves e suínos e inclui a farinha de carne, ossos, sangue e penas, entre outros.

    De acordo com o protocolo, os estabelecimentos interessados em comercializar o produto para a China deverão ter sistemas eficazes de gestão de riscos e de rastreamento de qualidade. As inspeções nos abatedouros serão feitas antes e depois da morte dos animais.

    Já as matérias-primas devem ser de animais que nasceram e foram criados no Brasil em áreas livres de febre aftosa, de pestes suínas clássica e africana, de doença vesicular suína e de influenza aviária. Os locais de abate também devem ser oficialmente aprovados.

    Segundo o ministério, o Brasil figura entre os maiores exportadores de farinha de animais terrestres, atrás apenas de países da União Europeia, dos Estados Unidos e da Austrália. Já a China é o terceiro maior comprador do produto.

    O protocolo entre os órgãos foi um dos atos firmados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo presidente chinês, Xi Jinping, hoje, em Pequim. No total, foram assinados 15 acordos por diversos ministérios e órgãos dos dois países.

    Certificação eletrônica

    Os dois órgãos também criaram o Plano de Trabalho Brasil-China de Cooperação na Certificação Eletrônica para Produtos de Origem Animal.

    De acordo com o Ministério da Agricultura e Pecuária, o plano de trabalho prevê a avaliação da viabilidade de intercâmbio de dados relacionados à certificação eletrônica. A partir daí, os dois órgãos promoverão os ajustes necessários nos sistemas usados no Brasil e na China e determinarão os modelos de certificados veterinários a serem utilizados.

    Os certificados sanitários internacionais para produtos de origem animal são documentos essenciais para o comércio internacional e contêm informações que comprovam o atendimento aos requisitos sanitários e de segurança dos alimentos.

    O objetivo, segundo o ministério, é que a certificação eletrônica dê mais celeridade e segurança às transações comerciais entre os países, com possibilidade de ampliação das exportações e importações de forma mais segura.

    A viagem de Lula à China deveria ter ocorrido no fim do mês passado, mas um quadro de pneumonia o obrigou a adiar o compromisso. Mesmo com o adiamento, parte da comitiva que chegou antes do presidente conseguiu avançar em pendências importantes, uma delas na área do agronegócio.

    Na ocasião, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, anunciou a decisão da China de pôr fim ao embargo à carne bovina brasileira, após 29 dias de suspensão. O Brasil é o maior fornecedor de carne bovina para o país asiático e 60% da produção brasileira são vendidos para a China.

    Edição: Nádia Franco