Categoria: SAÚDE

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  • Brasil reduz 26% dos casos de malária no primeiro trimestre de 2025

    Brasil reduz 26% dos casos de malária no primeiro trimestre de 2025

    Brasil registrou uma redução de 26,8% nos casos de malária entre janeiro e março de 2025 (25.473 casos), em comparação com o mesmo período de 2024 (34.807 casos). O número de óbitos também apresentou queda de 27% em 2024, com 43 mortes notificadas, frente às 63 registradas em 2023. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, apresentou os dados durante evento em alusão ao Dia Internacional de Luta contra a Malária, que é celebrado hoje, 25 de abril, na Academia Nacional de Medicina, no Rio de Janeiro.

    Durante sua apresentação, o ministro destacou o compromisso do Governo Federal com a eliminação da malária e a importância das tecnologias de saúde. “Nosso compromisso é zerar os óbitos por malária e buscar a eliminação da doença. Estamos introduzindo cada vez mais tecnologias eficazes: o melhor tratamento disponível, o uso ampliado de testes rápidos e a adoção da tafenoquina — que já é uma realidade no Brasil. Treinamos quase 3 mil profissionais, tratamos mais de 7 mil pessoas, e a meta é ampliar o acesso em todo o país até 2026.”

    O medicamento inovador de dose única é para a cura da malária por Plasmodium vivax, responsável por 80,3% dos casos em 2024. O tratamento reduz os casos graves e a mortalidade da doença. O medicamento já foi implementado em 49 municípios, de 6 estados – Amazonas, Roraima, Pará, Rondônia, Amapá e Acre – e 9 Distritos Sanitários Indígenas (DSEi). Em maio, ação será implantada na região extra-amazônica e, em junho, em duas áreas do Mato Grosso.

    A versão pediátrica da tafenoquina está em processo de incorporação, com parecer favorável na avaliação inicial da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec). A recomendação inicial vai à consulta pública nos próximos dias e retorna para a análise final da comissão.

    Redução de casos em áreas especiais

    malária, mosquito, Anopheles Por: Prefeitura de Caraguatatuba
    malária, mosquito, Anopheles Por: Prefeitura de Caraguatatuba

    Os dados do Ministério da Saúde ainda apontam redução no número de casos de três das cinco áreas especiais de vigilância em 2024, como 27,5% em área de garimpo e 11% em área de assentamento. A separação por áreas é uma estratégia de acompanhamento dos casos, uma vez que a malária é uma doença determinada socialmente, ou seja, que afeta mais pessoas em áreas de maior vulnerabilidade social – 99% estão concentrados na Região Amazônica, abrangendo os estados do Acre, Amazonas, Amapá, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.

    Em relação à vigilância epidemiológica, o ministro chamou atenção para a malária também fora da Amazônia. “Embora o número de casos seja menor fora da região amazônica, a letalidade é mais alta. Por isso, vamos implementar um sistema de vigilância específico para os estados com registros fora da Amazônia. É preciso criar alertas e ações direcionadas para esses territórios.”

    No total, em 2024, foram registrados 138.493 casos locais, número menor que 2023 (140.264). Além disso, o país reduziu a quantidade de municípios com transmissão ativa da doença, passando de 321 em 2016 para 211 em 2024. Os resultados são reflexo das ações contínuas e estratégicas do Ministério da Saúde para a eliminação da doença.

    Investimentos e ações estratégicas

    Entre 2024 e 2025, a pasta investiu R$ 9,9 milhões em insumos para controle vetorial, R$ 5,8 milhões em medicamentos e testes G6PD e R$ 1,7 milhão para testes de diagnóstico rápido (TDR) da malária. O uso de testes rápidos para a doença cresceu 90% em 2024, com aumento de 65% na aquisição de insumos.

    O ministro Alexandre Padilha reforçou, ainda, o papel da Fiocruz na produção de medicamentos essenciais. “Quero agradecer à Fiocruz pela decisão de produzir, junto ao Ministério da Saúde, a combinação de artesunato com mefloquina, que é um dos tratamentos para a malária grave. Com isso, garantimos o fornecimento contínuo e seguro de medicamentos de alta qualidade para todo o país”, explicou.

    A aquisição de mosquiteiro impregnado de longa duração (MILDS), que não era adquirido desde 2019, foi outra ação estratégica destacada pelo ministro. Foram distribuídas 300 mil redes e 100 mil camas, atendendo 100% dos estados da Amazônia.

    Os profissionais de saúde das áreas de risco também passaram por cursos de capacitação e contam com o Projeto Apoiadores Municipais para prevenção, controle e eliminação de malária. Com 30 pessoas atuando diretamente nos municípios que concentram 80% da carga da doença, o projeto tem fortalecido a resposta local, apoiando gestões municipais em ações de vigilância, diagnóstico, tratamento e prevenção da malária.

  • IMBX: Imersão de aprendizado sobre bruxismo marca novo capítulo na odontologia moderna e impacta dentistas do Brasil e de diversos países

    IMBX: Imersão de aprendizado sobre bruxismo marca novo capítulo na odontologia moderna e impacta dentistas do Brasil e de diversos países

    Idealizado pela PhD em Odontologia, professora, palestrante e escritora Andréa Melo, o IMBX tem promoveu uma verdadeira revolução no modo como dentistas diagnosticam, tratam e controlam o bruxismo — uma das condições mais prevalentes e, ao mesmo tempo, mais negligenciadas da prática clínica.

    Na primeira edição, realizada no Rio de Janeiro, mais de 140 dentistas participaram presencialmente, vindos de diferentes estados do Brasil e de vários países, consolidando o evento como uma iniciativa com impacto global.

    “O bruxismo ainda é um desafio clínico para muitos profissionais. No IMBX, promovemos uma imersão completa, com abordagem prática, científica e multidisciplinar para que o dentista possa atuar com segurança, responsabilidade e resultados reais no seu consultório”, afirma Dra. Andréa Melo.

    Transformação técnica e pessoal

    Mais do que um evento científico, o IMBX representa uma experiência transformadora na vida de cada participante. Por meio do método DTC, os profissionais são conduzidos por um processo estruturado que integra diagnóstico diferencial, conduta clínica e acompanhamento contínuo dos pacientes.

    “Nosso objetivo é formar dentistas 360°, que compreendem não apenas a técnica, mas o impacto sistêmico do bruxismo e a importância de um atendimento integrado e atualizado”, explica Andréa.

    Reconhecimento profissional e compromisso com a excelência

    Durante o encontro, foram homenageados os dentistas que integram o Programa de Acompanhamento DTC Master, reconhecidos pelo alto nível de comprometimento com a formação contínua e com uma odontologia mais consciente, técnica e resolutiva.

    Um dos momentos mais simbólicos do evento foi justamente a entrega da Placa da Sociedade Internacional de Bruxismo (SIBX) — uma honraria que reforça o compromisso dos profissionais com a excelência clínica, o diagnóstico de precisão e o cuidado integral ao paciente.
    A Dra. Andréa Melo é membro fundadora da SIBX, sociedade criada para reunir e reconhecer dentistas com alto padrão de atuação no diagnóstico, tratamento e controle do bruxismo.

    “Estamos formando uma rede de profissionais que assumem um compromisso real com o conhecimento, a atualização constante e a transformação da odontologia. Esse projeto nasceu do coração, da ciência e do desejo de colaborar com uma odontologia mais consciente e transformadora. Ver esse sonho tomando forma e impactando vidas me enche de emoção. E isso é só o começo”, conclui Dra. Andréa Melo.

  • Brasil ultrapassa 1 milhão de casos prováveis de dengue em 2025

    Brasil ultrapassa 1 milhão de casos prováveis de dengue em 2025

    O Brasil registrou, desde 1º de janeiro de 2025, 1.010.833 casos prováveis de dengue. De acordo com o Painel de Monitoramento das Arboviroses, o país contabiliza ainda 668 mortes confirmadas pela doença e 724 em investigação. O coeficiente de incidência, neste momento, é de 475,5 casos para cada 100 mil pessoas.

    A título de comparação, no mesmo período do ano passado, quando foi registrada a pior epidemia de dengue no Brasil, haviam sido contabilizados 4.013.746 casos prováveis e 3.809 mortes pela doença, além de 232 óbitos em investigação. O coeficiente de incidência, à época, era de 1.881 casos para cada 100 mil pessoas.

    Em 2025, a maior parte dos casos prováveis se concentra na faixa etária de 20 a 29 anos, seguida pelos grupos de 30 a 39 anos, de 40 a 49 anos e de 50 a 59 anos. As mulheres concentram 55% dos casos e os homens, 45%. Brancos, pardos e pretos respondem pela maioria dos casos (50,4%, 31,1% e 4,8%, respectivamente).

    São Paulo lidera o ranking de estados em número absoluto, com 585.902 casos. Em seguida estão Minas Gerais (109.685 casos), Paraná (80.285) e Goiás (46.98 casos). São Paulo mantém ainda o maior coeficiente de incidência (1.274 casos para cada 100 mil pessoas). Em seguida aparecem Acre (888), Paraná (679) e Goiás (639).

  • Anvisa obriga retenção de receita para venda de canetas como Ozempic 

    Anvisa obriga retenção de receita para venda de canetas como Ozempic 

    A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu nesta quarta-feira (16) tornar obrigatória a retenção de receita médica na venda das chamadas canetas emagrecedoras como Ozempic, Saxenda e Wegovy. Os medicamentos são prescritos para pacientes que desejam perder peso.

    A partir de agora, as farmácias deverão reter o receituário no ato da compra pelo consumidor. Antes da decisão, a venda era feita somente com a apresentação da receita.

    A medida foi tomada pela Anvisa durante reunião da diretoria colegiada do órgão. Por unanimidade, a agência entendeu que a retenção é necessária para aumentar o controle do uso desses medicamentos e proteger a saúde coletiva do “consumo irracional” dos emagrecedores.

    Uso indiscriminado

    A retenção do receituário médico é defendida por entidades da área da saúde. No fim do ano passado, as sociedades brasileiras de Endocrinologia e Metabologia e de Diabetes divulgaram uma carta aberta defendendo a retenção de receita para a venda dos agonistas de GLP-1, nome técnico das canetas emagrecedoras.

    Para as entidades, o uso indiscriminado gera preocupações quanto à saúde da população e ao acesso dos pacientes que realmente necessitam do tratamento.

    De acordo com especialistas, o uso de emagrecedores sem acompanhamento médico e com a dosagem inadequada pode provocar náuseas, distensão abdominal, constipação ou diarreia.

    O uso incorreto também pode agravar transtornos psicológicos e alimentares.

  • Rouquidão persistente pode ser sintoma de câncer, diz especialista

    Rouquidão persistente pode ser sintoma de câncer, diz especialista

    Ficar com a voz rouca pode ser apenas uma das consequências de uma infecção na garganta, ou do uso excessivo das cordas vocais, mas este também é o primeiro sintoma de um problema muito mais grave: o câncer de laringe.

    “Esse tipo de câncer é responsável por cerca de 2% dos tumores que afetam a população no Brasil, e, em dois terços dos casos, os tumores estão localizados na região da prega vocal. Esse tipo de câncer pode ser facilmente tratado com cirurgia ou radioterapia, se for descoberto na fase inicial, com chance de índice de cura acima de 90%. Mas há uma estimativa de que 80% dos diagnósticos de câncer de laringe no Brasil são feitos em estágios mais avançados”, revela o membro da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial, Daniel Dávila.

    Alerta

    A associação aproveita o Dia Mundial da Voz, nesta quarta-feira (16), para reforçar o alerta de que casos de rouquidão que se prolonguem por mais de duas semanas devem ser examinados por um especialista, assim como outros sintomas que podem parecer inofensivos como pigarro, aquela sensação de bolo na garganta, dor persistente na garganta por mais de duas semanas, nódulos endurecidos e doloridos no pescoço que algumas vezes podem vir associados a uma dor de ouvido são os principais sinais de alarme de alguma doença mais grave”, observa Dávila.

    O médico salienta que a vigilância deve ser ainda maior para quem faz parte de alguns grupos de maior risco.

    “O principal agente etiológico para o paciente ter lesão pré-maligna na prega vocal é o tabagismo. E se esse tabagismo vier associado com o consumo de álcool existe uma sinergia entre esses fatores que pode aumentar em até 40 vezes as chances de o paciente ter um câncer de laringe”, enfatiza.

    O risco de desenvolver lesões cancerígenas também é maior para trabalhadores que inalam algum pó e componentes químicos. O diagnóstico inicial pode ser feito por um otorrinolaringologista por meio de exame clínico, combinado com videolaringoscopia.

  • Anvisa aprova primeira vacina para Chikungunya

    Anvisa aprova primeira vacina para Chikungunya

    Anvisa aprovou o registro da vacina IXCHIQ (vacina Chikungunya recombinante atenuada), do Instituto Butantan. A vacina, de dose única, será indicada para a prevenção da doença em pessoas com 18 anos ou mais, que estejam em risco aumentado de exposição ao vírus Chikungunya. A vacina é contraindicada para mulheres grávidas, pessoas imunodeficientes ou imunossuprimidas.

    A vacina Ixchiq demonstrou induzir produção robusta de anticorpos neutralizantes contra o vírus Chikungunya em estudos clínicos que avaliaram adultos e adolescentes que receberam uma dose da vacina.

    Para a publicação do registro, a Anvisa definiu, em conjunto com o Instituto Butantan, um Termo de Compromisso que prevê a realização de estudos de efetividade e segurança da vacina, e de atividades de farmacovigilância ativa para ampliar o conhecimento sobre o perfil de eficácia e segurança da vacina.

    A vacina já havia sido aprovada por outras autoridades internacionais, como FDA, dos Estados Unidos e pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA), para a prevenção de Chikungunya.

    A Chikungunya é uma arbovirose transmitida pela picada de fêmeas infectadas do mosquito Aedes aegypti, o mesmo que transmite a dengue. O vírus chikungunya foi introduzido no continente americano em 2013 e ocasionou uma importante epidemia em diversos países da América Central e ilhas do Caribe. No segundo semestre de 2014, o Brasil confirmou, por métodos laboratoriais, a presença da doença nos estados do Amapá e Bahia. Atualmente, todos os Estados registram transmissão desse arbovírus.

    Entenda a vacina

    O imunizante é uma vacina recombinante atenuada, desenvolvida pela farmacêutica austríaca Valneva. A fabricação será feita na Alemanha, pela empresa IDT Biologika GmbH. O Butantan prevê a fabricação no Brasil no futuro.

    Como foi feita a avaliação

    Para esta análise, a equipe da Anvisa avaliou a documentação submetida no dossiê de registo, que incluiu dados de produção e qualidade, e de estudos clínicos para demonstração de eficácia e segurança da vacina. Os estudos clínicos para avaliação da eficácia e segurança da vacina incluíram a avaliação de adultos nos EUA e de adolescentes no Brasil. Nestes estudos foi demonstrado que a vacina, administrada em dose única, induziu resposta robusta de anticorpos neutralizantes contra o vírus Chikungunya e que o perfil de segurança foi aceitável para a indicação aprovada.

    Além disto, a Anvisa participou como convidada da avaliação da vacina IXCHIQ pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA), no âmbito do projeto OPEN (Opening our Procedures at EMA to Non-EU authorities). Esse projeto permite que diferentes agências avaliem simultaneamente vacinas e medicamentos de interesse em saúde pública, trocando informações técnicas e científicas, mas mantendo a autonomia de cada autoridade reguladora.

    A Anvisa também contou com a avaliação independente do Grupo de Trabalho para discussão do desenvolvimento não clínico e clínico de vacinas destinadas à proteção contra Arboviroses, instituído no âmbito da Câmara Técnica de Medicamentos (Cateme), composta por especialistas em arboviroses e desenvolvimento de vacinas.

  • Anvisa aprova vacina contra chikungunya do Butantan e Valneva

    Anvisa aprova vacina contra chikungunya do Butantan e Valneva

    A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, nesta segunda-feira (14), o pedido para registro definitivo da vacina contra a chikungunya encaminhado pelo Instituto Butantan, em parceria com a empresa farmacêutica Valneva. O imunizante está autorizado a ser aplicado no país na população acima de 18 anos.

    A vacina foi avaliada nos Estados Unidos em 4 mil voluntários de 18 a 65 anos, sendo que 98,9% dos participantes do ensaio clínico produziram anticorpos neutralizantes, com níveis que se mantiveram robustos por ao menos seis meses. Os resultados foram publicados na revista científica The Lancet, em junho de 2023.

    O imunizante contra a chikungunya já recebeu aprovação da Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora dos Estados Unidos, e da European Medicines Agency (EMA), da União Europeia. Esta é a primeira vacina autorizada contra a doença.

    Segundo o governo de São Paulo, ao qual o instituto é vinculado, o parecer favorável da Anvisa representa um importante passo na aprovação de uma versão do imunizante do Butantan, que já está em análise pela agência reguladora. As duas vacinas têm praticamente a mesma composição.

    Ainda de acordo com o governo estadual, o Instituto Butantan está trabalhando em uma versão com parte do processo realizado no Brasil. O imunizante será adequado à possível incorporação no enfrentamento da doença em nível de saúde pública.

    A chikungunya é uma doença viral transmitida por meio da picada de mosquitos Aedes aegypti infectados – os mesmos que transmitem dengue e Zika. Os principais sintomas são febre de início repentino (acima de 38,5°C) e dores intensas nas articulações de pés e mãos – dedos, tornozelos e punhos. Pode acontecer também dor de cabeça, dor muscular e manchas vermelhas na pele. Alguns pacientes podem desenvolver dor crônica nas articulações.

  • Vacina contra gripe: mitos e verdades que você precisa saber

    Vacina contra gripe: mitos e verdades que você precisa saber

    A campanha de vacinação contra a gripe começou na última segunda-feira (7), nas regiões Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul, com o objetivo de imunizar 90% do público-alvo, composto principalmente por idosos, crianças de idades entre 6 meses e 6 anos, gestantes e puérperas.

    O Ministério da Saúde convoca esses grupos e os demais aptos a se vacinar procurem a proteção o mais rápido possível em unidades de saúde de seus municípios, porque o vírus causador da gripe circula com mais força no outono e no inverno nessas regiões. No segundo semestre, será a vez da Região Norte ser imunizada, para cobrir o “inverno amazônico”, período de chuvas de dezembro a maio.

    Mas um obstáculo importante que a sociedade brasileira precisa superar para atingir a meta de vacinação são as muitas informações falsas circulando nas redes sociais. A presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Monica Levi, alerta que o maior risco são os grupos vulneráveis acreditarem na desinformação e correrem riscos, inclusive de morte, sem a proteção.

    “Informação falsa, às vezes, é mais letal do que a própria doença. Essa é uma das grandes ameaças à saúde humana”, avisa . “Algumas pessoas podem deixar de se vacinar, acreditando em histórias falsas e consequentemente vão continuar vulneráveis, o que pode até levar ao óbito”, ela complementa.

    De acordo com o Ministério da Saúde, o imunizante é capaz de evitar entre 60% e 70% dos casos graves e dos óbitos relacionados à doença.

    Dando inicio a campanha nacional de Vacinação contra influenza o Ministro de Estado e da Saúde, Alexandre Padilha, e a médica do Presidente Dra. Ana Helena Germoglio realizam a vacina no Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva e no Vice-Presidente da República, Geraldo Alckmim, durante a visita e cerimônia de inauguração da Fábrica da Novo Nordisk. Fábrica da Novo Nordisk, Montes Claros - MG. Foto: Ricardo Stuckert / PR

    Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, é vacinado contra a gripe Ricardo Stuckert / PR

    Saiba o que é verdade e o que é fake news

    Veja abaixo as explicações da presidente da SBIm que desmentem algumas das informações falsas que mais circulam contra a vacina da gripe e colocam em risco a vida das pessoas:

    MENTIRA: “A vacina pode fazer algumas pessoas pegarem a gripe”

    VERDADE: De acordo com a especialista, essa é a época do ano em que mais circulam o rinovírus, o metapneumovírus, o vírus sincicial respiratório, entre outros vírus, mas as pessoas chamam qualquer quadro respiratório de gripe. Mesmo que a pessoa tenha febre, dor de garganta e tosse, pode ser outro vírus respiratório, como o da covid, por exemplo. Além disso, se a pessoa já tiver sido infectada, e estiver incubando o vírus, os sintomas podem aparecer depois que ela tomou a vacina. E é preciso duas semanas, no mínimo, para desenvolver a proteção. Nesse período, a pessoa continua vulnerável, inclusive à gripe, como quem não foi vacinado.

    MENTIRA: “A vacina contra a gripe não é segura e pode provocar a morte de pessoas mais velhas”

    VERDADE: Essa é uma vacina extremamente segura, tanto que os grupos prioritários escolhidos para tomar a vacina são os que têm maior comprometimento da imunidade. Uma pessoa que faz um transplante de medula óssea, a primeira vacina que ele tem que tomar, três meses pós-transplante, é a vacina contra a gripe. Por que ela é segura? Porque é uma vacina inativada, ou seja, o vírus é morto, fracionado e você só usa uma fração dele na produção de anticorpos.  Então, em qualquer pessoa, seja imunocompetente ou imunocompromtida, seja uma pessoa que tenha alguma comorbidade, ela vai ser extremamente segura.

    MENTIRA: “A vacina não evita totalmente o contágio, logo, não tem eficácia”

    VERDADE: A vacina contra a gripe é eficaz principalmente para proteger contra a doença grave e suas complicações e contra o óbito. Dependendo da faixa etária e do grau de resposta imunológica da pessoa vacinada, ela pode ter uma menor eficácia contra o contágio pelo vírus, mas ela continua sendo muito importante para prevenir a forma grave da doença. Por isso, a recomendação é que as pessoas que são mais vulneráveis se vacinem todos os anos para não correr esse risco.

    MENTIRA: “A gripe é uma doença comum, sem gravidade. Por isso, não é importante se vacinar”

    VERDADE: A gripe é uma doença potencialmente grave. Nem todos casos vão ser assim, tem gente que vai ter sintomas, por mais ou menos uma semana, sem consequências. Mas algumas pessoas vão desenvolver pneumonia, vão desenvolver uma descompensação de outras doenças, como, por exemplo, diabetes, cardiopatia ou doença pulmonar obstrutiva crônica. Por isso que essa é uma vacina muito importante na faixa etária dos idosos, porque eles apresentam mais quadros graves, com mais internação e mais óbitos. Depois, as pessoas com comorbidades e as crianças pequenas são as mais atingidas pelas formas graves.

    MENTIRA: “Os profissionais de saúde estão misturando a vacina da gripe com a vacina da covid”

    VERDADE: Não se faz alquimia com nenhuma vacina. Cada uma tem os seus ingredientes, o seu volume, o seu conteúdo e jamais, nunca houve essa história de vacinas serem misturadas. O que existe são vacinas combinadas, que protegem contra várias doenças, mas elas já são fabricadas assim pelo próprio laboratório, com todas as quantidades e excipientes de cada um dos componentes, calculados, testados, com estudos clínicos e a aprovação de órgãos regulatórios. Mas isso não feito com a vacina da gripe e a vacina da covid.

    Vacina atualizada

    Todos os anos, a vacina é atualizada para proteger contra os três tipos do vírus influenza com maior circulação, por isso, o imunizante que está sendo aplicado previne contra a influenza A H1N1 e H3N2 e contra a Influenza B.

    Por isso, para se manter protegido, é necessário receber a vacina todo ano.

    Quem deve se vacinar contra a gripe

    •  Idosos
    •  Crianças de 6 meses a menores de 6 anos
    •  Gestantes e puérperas
    •  Povos indígenas
    •  Pessoas em situação de rua
    •  Pessoas com doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais
    •  Pessoas com deficiência permanentes
    •  População privada de liberdade, incluindo adolescentes e jovens
    •  Profissionais das Forças Armadas e das áreas de saúde, educação, segurança pública, salvamento, unidades prisionais, transporte rodoviário coletivo e de carga e portos.

  • Governo estima vacinar 30 milhões de estudantes

    Governo estima vacinar 30 milhões de estudantes

    O governo federal vai iniciar uma campanha de vacinação em mais 5,5 mil municípios de todo o país com o objetivo ampliar a cobertura vacinal de crianças e jovens de até 15 anos. Um pronunciamento dos ministros Camilo Santana (Educação) e Alexandre Padilha (Saúde), veiculado em cadeia nacional de rádio e televisão, nesta sexta-feira (11), anunciou detalhes da iniciativa.

    “O Brasil está dando a volta por cima e vamos, de novo, ser campeões do mundo na vacinação. Para isso, a gente vai contar com uma grande mobilização nos estados e municípios, nas escolas da rede pública, que começa na próxima segunda-feira, dia 14, e vai até o dia 25 deste mês. É a ação Saúde na Escola”, destacou Padilha.

    A meta, segundo Camilo Santana, é vacinar quase 30 milhões de estudantes em mais de 110 mil escolas.

    “Nós estamos mobilizados, todo o Governo Federal, para que cada escola pública do nosso país, em cada município brasileiro, receba as vacinas que vão garantir mais saúde para os nossos estudantes. E, para isso, nós contamos com os estados e municípios, que estarão conosco nesse esforço”, disse o ministro da Educação.

    Para crianças menores de cinco anos, do Ensino Infantil, serão oferecidas as vacinas contra febre amarela, tríplice viral e tríplice bacteriana. E para maiores de cinco anos e menores de 15 anos, os imunizantes serão contra:

    • Febre amarela
    • Tríplice viral
    • Tríplice bacteriana
    • Meningite
    • HPV

    Uma das novidades anunciadas pelos ministros é a Caderneta de Vacinação Digital, que pode ser baixada no celular.

    “Com a Caderneta Digital, você vai poder monitorar todas as vacinas, ficar sempre em dia com a imunização e acompanhar todas as informações das consultas e da saúde dos seus filhos. E, agora, a Caderneta Digital vai alertar você quando chegar a hora de tomar uma nova vacina ou uma dose de reforço”, disse o ministro da Saúde.

    Os alunos da rede pública serão vacinados por profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS) na própria escola onde estudam ou serão levados até a Unidade Básica de Saúde de referência, sempre com o consentimento dos pais.

  • Avanços no tratamento da doença de Parkinson: tecnologia e esperança para pacientes no SUS

    Avanços no tratamento da doença de Parkinson: tecnologia e esperança para pacientes no SUS

    Jozivan de Sousa, 43 anos, de Entre Rios (BA), recebeu o diagnóstico de doença de Parkinson aos 36 anos, durante um exame para obtenção da habilitação. A doença impactou seu trabalho devido às dificuldades motoras e, até mesmo para dormir, ele precisava de ajuda para realizar a simples tarefa de virar na cama. Apesar das limitações, Jozivan carregava um sonho: sabia que a doença não tinha cura, mas conhecia um procedimento capaz de melhorar sua qualidade de vida. Esse sonho se tornou realidade no dia 13 de fevereiro deste ano.

    Ele foi o primeiro paciente do Hospital Universitário Professor Edgard Santos, da Universidade Federal da Bahia (Hupes-UFBA/Ebserh) a passar pela cirurgia de implante de eletrodos de estimulação cerebral profunda ( DBS- Deep Brain Stimulation ) para o tratamento da doença de Parkinson. O procedimento representou um avanço significativo para a unidade hospitalar, consolidando sua capacidade de realizar intervenções de alta tecnologia na Bahia e trazendo benefícios para o Sistema Único de Saúde (SUS).

    No dia 11 de abril, celebra-se o Dia da Conscientização da doença de Parkinson. De acordo com as estimativas globais da OMS, mais de 8,5 milhões de pessoas em todo o mundo são diagnosticadas com a patologia. Com o aumento da expectativa de vida e o envelhecimento da população, esse número tende a aumentar.

    A Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), por meio de seus hospitais universitários, tem feito a diferença na vida de pacientes de todo o país. “Já fui pela terceira vez ao hospital receber a carga (estímulo). Posso dizer que já apresentei melhoras. Minha voz melhorou, já consigo escovar os dentes, tomar banho. Tudo isso vejo como uma vitória”, comemora Jozivan.

    Segunda doença degenerativa mais frequente do sistema nervoso central

    Roberta Kauark, preceptora da residência de Neurologia do Hupes, explica que a doença de Parkinson é a segunda patologia neurodegenerativa mais comum, ficando atrás apenas da doença de Alzheimer. “A prevalência varia conforme a faixa etária e a região, mas, em geral, estima-se que afete cerca de 1 a 2% da população acima de 60 anos e até 4% dos idosos com mais de 80 anos”, relata.

    A neurologista explica que a doença é progressiva e afeta a qualidade de vida de diferentes formas, podendo ter um prejuízo motor, que afeta a mobilidade e a independência funcional, impactando o manuseio de instrumentos e o autocuidado; o não motor que pode causar dor, constipação intestinal e sintomas psiquiátricos como depressão e ansiedade; e o social por conta do tremor, lentidão e alteração de equilíbrio.

    Sem causa definida

    Para Jairo Ângelos, neurocirurgião do Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão (HU-UFMA/Ebserh), a causa da doença ainda é uma pergunta a ser respondida pela ciência. “Em torno de 95% dos casos, ela surge de maneira desconhecida na população. Acredita-se, no entanto, que possa haver uma combinação entre predisposição genética e um fator externo desconhecido, que desencadeia as alterações patológicas. O desenvolvimento dos sintomas baseia-se na diminuição da dopamina, o neurotransmissor responsável pelo controle dos movimentos no corpo”.

    Ana Lucia Rosso, chefe da Unidade de Sistema Nervoso e responsável pelo Setor de Distúrbios do Movimento do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF/Ebserh), no Rio de Janeiro, ressalta que a principal medicação para tratar os sintomas motores está disponível no Brasil desde a década de 1970.

    “O princípio ativo é a levodopa associada a um inibidor da enzima dopa-descarboxilase. Outras drogas são utilizadas, mas possuem efeitos menores do que a levodopa. Atualmente, as pesquisas estão voltadas para substâncias que impedem a progressão da doença. Até hoje, não há nenhuma medicação capaz disso”, explica Ana Lucia. Ela acrescenta que os estudos indicam que os exercícios aeróbicos, como corrida, natação e dança, entre outros, podem contribuir para reduzir a progressão da doença, embora ainda não haja comprovação científica.

    Entre os principais desafios no tratamento do Parkinson, Roberta Kauark destaca: ausência de terapia modificadora da doença; a resposta diferente de cada indivíduo ao tratamento e seus efeitos colaterais; a necessidade de tratamento multidisciplinar; a presença de sintomas não motores que não respondem ao tratamento convencional com levodopa; e a dificuldade de acesso a terapias avançadas.

    Terapias avançadas na Ebserh

    A cirurgia realizada em Jozivan implanta eletrodos multidirecionais em regiões específicas do cérebro. Esses eletrodos são conectados a um gerador de impulsos, semelhante a um marca-passo, implantado sob a pele do peito. O dispositivo emite estímulo elétrico ao cérebro, ajudando a regular os sinais nervosos anormais que causam os sintomas motores da doença de Parkinson. Entretanto, os especialistas reforçam que nem todos os pacientes têm indicação para a cirurgia, cada caso é avaliado pela equipe médica e multiprofissional.

    Após dois meses do implante do DBS, Jozivan só tem motivos para comemorar. “Faço 44 anos dia 15 de abril, quatro dias depois da data que marca a conscientização sobre a doença de Parkinson. Estou muito feliz por ter tido essa oportunidade, foram muitos anos de luta e de muita dificuldade”, frisa.

    No Hupes, são atendidos, em média, de 80 a 100 pacientes por mês no ambulatório. O hospital oferece a cirurgia de implante de DBS, além da programação do dispositivo, garantindo um atendimento completo ao paciente, desde o diagnóstico até a intervenção cirúrgica.

    No HUCFF-UFRJ, os atendimentos ocorrem às quartas-feiras, com cerca de 16 a 20 pacientes por semana. São realizados diagnóstico clínico, ultrassom transcraniano, teste do olfato, avaliação para indicação de cirurgia para implante do estimulador cerebral profundo, ajuste do gerador de impulsos, aplicação de toxina botulínica para produção excessiva de saliva e posturas distônicas (contrações musculares involuntárias).

    O HU-UFMA conta com um ambulatório especializado em Distúrbios do Movimento na Neurologia, onde são oferecidas consultas médicas, aplicação de toxina botulínica e triagem para possíveis casos cirúrgicos. “O hospital já realiza a cirurgia de palidotomia, que consiste na lesão térmica de uma região do cérebro responsável pelo controle dos movimentos anormais de um lado do corpo. Além disso, está em processo de implementação da estimulação cerebral profunda”, conclui o neurocirugião Jairo.

    Sobre a Ebserh

    Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.

    Por: Danielle Morais, com edição de Danielle Campos
    Coordenadoria de Comunicação Social da Rede Ebserh