Os policiais rodoviários federais Rafael Pinto Alvim, superintendente da PRF no Rio de Janeiro, e Marcos Antonio de Souza Prado, chefe da 2ª Delegacia PRF (Niterói), foram agraciados com a Medalha Exército Brasileiro. A cerimônia de congratulação aconteceu no Comando Militar do Leste (CML), no Rio de Janeiro, na sexta-feira (30).
A medalha tem a finalidade de premiar cidadãos, instituições civis, militares das Forças Armadas e auxiliares, assim como estrangeiros, que tenham praticado ação destacada e serviço relevante em prol do interesse e bom nome do Exército Brasileiro.
Rafael Alvim e Marcos Prado agradeceram a honraria entregue pelo Exército Brasileiro e destacaram o papel da instituição na defesa da pátria, além do papel social importante que desenvolve em todo o país, apoiando missões de paz, de saúde, de segurança, entre outras, as quais contribuem para desenvolvimento nacional e o bem-estar social.
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) publicou no dia de ontem, 26/11, no “Diário Oficial da União” o extrato de licitação para contratar uma empresa de engenharia especializada para a execução dos serviços de construção do prédio da Sede Administrativa da Superintendência Regional de Policia Rodoviária Federal no Piauí.
RDC eletrônico Nº 00002/2018
Objeto: Objeto: Contratação de empresa de engenharia especializada para a execução dos serviços de reconstrução do prédio da sede administrativa da Superintendência de Polícia Rodoviária Federal no Piauí.
Edital a partir de: 26/11/2018 das 09:00 às 12:00 H e das 13:00 às 17:00 H.
Endereço: Av. Joao XXIII, N° 1516, bairro Dos Noivos – Teresina (PI)
Telefone: (0xx86) 33026321.
Entrega da Proposta: 26/11/2018 às 09:00Hs
A obra de RECONSTRUÇÃO do prédio da Sede Administrativa da Superintendência da Polícia Rodoviária Federal no Piauí, conforme especificações constantes no edital e anexos, custará R$ 22.626.416,14 (vinte e dois milhões, seiscentos e vinte e seis mil, quatrocentos e dezesseis reais e quatorze centavos)
Pretende-se com essa obra melhorar as condições de trabalho dos servidores, além de resultar em um melhor atendimento à sociedade.
Na última segunda-feira (26) o Diretor-Geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Renato Dias, se reuniu com o Ministro das Cidades, Alexandre Baldy, no Edifício-Sede da PRF, para tratar de assuntos de segurança pública e mobilidade urbana.
O Sistema Policial Indicativo de Abordagem – SPIA, desenvolvido pela PRF, foi um dos focos da apresentação. O SPIA reúne a tecnologia de videomonitoramento e a expertise policial, aplicadas à segurança pública.
O Diretor-Geral, PRF Renato Dias, apresentou o panorama atual da PRF e expôs os expressivos resultados operacionais da instituição obtidos com investimentos em tecnologia e sistemas de inteligência artificial policial, mesmo com o baixo efetivo. De acordo com Renato “a PRF tem planos de expandir o sistema SPIA para todo Brasil, pois ele possibilita o acompanhamento de ocorrências em tempo real, dando uma vantagem para o policial”.
O integrante do Escritório Regional de Gestão Estratégica da PRF no Ceará e um dos responsáveis pelo desenvolvimento do SPIA, Aloísio Neto, explicou que a ferramenta tecnológica age por meio de sensores espalhados pelo malha viária do estado e tem auxiliado na localização e recuperação de veículos roubados ou furtados. “Somente em 2018, o SPIA contribuiu para uma redução de 33,5% dos índices de crimes violentos contra o patrimônio; e de 30,9% em roubos de veículos em todo o estado do Ceará. Em relação ao índice de recuperação de veículos, o aumento foi de 43% entre 2017 e o ano anterior”, destacou.
A 43ª etapa da Operação Fiscalização Preventiva Integrada (FPI), que está sendo realizada em municípios da região de Bom Jesus da Lapa, oeste da Bahia, encerra a sua primeira semana com diversas ocorrências registradas.
A PRF participa, desde o último dia 19, da FPI, ação que chega à sua 43ª edição sob a coordenação do Ministério Público (MP) da Bahia, através do Núcleo de Defesa da Bacia do São Francisco (Nusf), em parceria com o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco.
A FPI (Fiscalização Preventiva Integrada) é composta por diversas frentes de trabalho divididas em temas específicos, sendo a Equipe Fauna uma delas. Esse grupo é composto pela PRF (Polícia Rodoviária Federal), pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), pelo Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV/BA), além de equipes de biólogos e veterinários da ONG Animallia.
Nesta primeira semana de FPI, já foram resgatados pela equipe Fauna um total de 373 animais silvestres vivos, deles, 362 aves, além 15 animais silvestres abatidos. Os exemplares vivos são retirados dos cativeiros, triados e tratados por biólogos e veterinários. Aqueles que têm condições de serem reinseridos na natureza são soltos em seus habitats ainda durante a operação. Os demais recebem alimentação adequada e medicamentos sendo encaminhados para o CETAS – Centro de Triagem de Animais Silvestres para que, assim que reúnam as condições necessárias, voltem à natureza.
Durante as ações, o grupo apreendeu oito armas de fogo, 180 munições de diversos calibres, 400 espoletas e 209 estojos de munições deflagradas. No município de Malhada, um servidor público aposentado foi preso em flagrante, conduzido e apresentado na Delegacia da cidade, por posse ilegal de arma de fogo e pelos crimes ambientais de caça predatória e manter ilegalmente animais silvestres em cativeiro. Ele foi ouvido e, após pagamento de fiança, foi liberado. Além de responder pelos crimes, o caçador também foi ainda autuado pelo IBAMA sendo lavrada multa no valor de R$7.500,00.
Ao tomar conhecimento da presença das equipes, um traficante de animais que reside na zona rural do município de Riacho de Santana tentou burlar a fiscalização escondendo dezenas de gaiolas no meio da vegetação. Após buscas no local, foram localizadas 42 animais silvestres em péssimas condições. Foi lavrado um Termo Circunstanciado de Ocorrência e o traficante responderá pelos crimes ambientais tipificados nos artigos 29 e 32 da Lei 9.605/98 (caçar ou manter em cativeiro e maus tratos, respectivamente).
Também durante a operação, foram localizados e destruídos 40 fornos irregulares utilizados para a produção ilegal de carvão. Os equipamentos foram encontrados no povoado de Gameleira e o proprietário da carvoaria foi multado em R$ 50 mil. Aproximadamente 85 m³ de carvão e 120 m³ de madeira também foram apreendidos.
Até o momento, 15 pessoas já foram presas em flagrante por crimes ambientais.
Uma fábrica de laticínios, em Bom Jesus da Lapa, foi interditada pela Superintendência Regional do Trabalho na Bahia, órgão ligado ao Ministério do Trabalho. Fiscais identificaram situações de riscos de acidente, com possibilidade de lesões graves aos trabalhadores, que exerciam suas funções em caldeira e em caminhões-tanque sem os equipamentos necessários.
Também foi realizada uma interdição em uma fábrica de laticínios clandestina, em Serra do Ramalho. O local funcionava de forma irregular, sem o Selo de Inspeção Municipal (SIM) e sem a permissão do departamento de inspeção de produtos de origem animal, liberado pela ADAB. Na ação foram apreendidos queijos e iogurtes fabricados sem as devidas condições higiênicas, o que torna os produtos impróprios para o consumo. O proprietário foi multado em R$ 10mil.
As atividades da 43ª etapa da FPI continuam até a próxima semana culminando com a apresentação de resultados e encaminhamentos das ações, em uma audiência pública, na sexta-feira (30), em Bom Jesus da Lapa.
Os laudos do Instituto Médico legal (IML) não puderam afirmar detalhes da morte do jogador Daniel Corrêa, assassinado no dia 27 de outubro, após participar de uma festa na casa da família Brittes, em São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba (PR).
Edison Brittes Júnior confessou ser o autor do crime, mas se recusou a contar o que aconteceu no dia do assassinato. Daniel foi encontrado morto sem o órgão genital e com o pescoço cortado.
Por isso, segundo destaca o UOL, quase um mês depois e mesmo tendo os relatórios periciais anexados ao inquérito, os fragmentos do órgão mutilado serão mantidos pelas autoridades como possível contraprova no decorrer do processo.
O inquérito está em análise pelo Ministério Público e o pênis mutilado é uma parte importante para as investigações, pois as circunstâncias da mutilação podem ajudar a determinar por quais crimes e seus qualificadores os suspeitos serão condenados ou não.
A perícia não encontrou a arma usada para matar Daniel e, portanto, baseou suas conclusões na análise apenas do órgão do jogador.
O pênis de Daniel foi encontrado cinco dias após a localização do corpo do jogador em cima de uma árvore, próximo ao local onde o corpo da vítima foi colocado. A degola e o corte do pênis foram feitos por um objeto extremamente afiado, segundo concluiu a perícia.
Ainda de acordo com o UOL, partes do órgão devem ser mantidas no IML e podem ser analisadas novamente no curso do processo. Os outros fragmentos serão restituídos à família do jogador ou, se não houver interesse, descartados de maneira apropriada.
“O órgão vai sofrer o mesmo processo do corpo do Daniel. Vai ser avisada a família se quiser dar o destino normal, como uma parte do corpo. O que precisávamos de provas dele já extraímos fragmentos que estão armazenados no IML”, disse Paulino Pastre, diretor do Instituto Médico Legal de Curitiba.
A cronologia do crime e das agressões são importantes para determinar em que momento a vítima teve seu órgão genital cortado (se antes ou depois da morte) e definir se o assassinato houve “meio cruel”, que segundo o Código Penal, é causar sofrimento desnecessário à consumação do homicídio.
O advogado de defesa da família Brittes, Cláudio Dalledone Júnior, afirmou que contratará períca particular para uma nova análise dos laudos anexados ao inquérito.
O advogado da família de Daniel, Nilton Ribeiro, afirma que os laudos comprovam a tortura. “Os elementos da coautoria estão presentes e isso soma às denúncias. Isso vai somar à sentença com a elevação da sentença. O laudo eu já tive oportunidade de dar uma lida e não deixa dúvida com relação à tortura. As fotos do rosto do Daniel, o rosto deformado. Isso foram agressões antes da morte. Isso vem somar com o que vimos: um crime bárbaro e cruel”, comentou.
Policiais rodoviários federais apreenderam por volta das 19h30 de terça-feira(20), na BR 101 em São João do Sul/SC, cerca de 540 mil maços de cigarros contrabandeados do Paraguai. Com mais este flagrante, a PRF já se aproxima de 17 milhões de maços aprendidos em 2018 somente em Santa Catarina.
Os agentes receberam informações de que uma carreta-baú estaria indo para o Rio Grande do Sul provavelmente carregada de cigarros. A pouco mais de cinco quilômetros da divisa com o estado gaúcho, eles abordaram um Volvo/FH 12 de Assis/SP, que tracionava um semi-reboque de Ibitinga/SP semelhante ao veículo denunciado.
Inicialmente o condutor falou que carregava carga de papel higiênico, cal e água sanitária. Contudo, após vistoria no baú, foram localizadas escondidas atrás do suposto carregamento cerca de 1.080 caixas de cigarros de origem estrangeira.
O motorista, de 37 anos, foi detido e encaminhado juntamente com o veículo e a carga, avaliada em mais de um milhão de reais, para a Polícia Federal de Criciúma.
Às 3h20 da madrugada de hoje (segunda), policiais rodoviários federais apreenderam 446,550 kg de maconha, na BR 282 em São Miguel do Oeste. Um carro com suspeita de clonagem foi recolhido.
Os agentes realizavam ronda na BR 282, em Iraceminha e solicitaram a parada de um GM/Vectra com placas de Barueri/SP. O condutor desobedeceu à ordem, acelerando o veículo para fugir da abordagem.
A equipe da PRF realizou o acompanhamento do automóvel e, após 19 quilômetros, já em São Miguel do Oeste, seu motorista abandonou o carro às margens da rodovia e correu em direção à vegetação, não sendo localizado até o momento.
Dentro do Vectra, que teve seus bancos traseiros removidos provavelmente para ter mais capacidade de carga, os policiais encontraram centenas de tabletes do entorpecente. O carro ainda contava com um rádio comunicador clandestino e apresentou adulteração em seus sinais identificadores.
O veículo e a droga foram encaminhados para a Delegacia de São Miguel do Oeste, que fará nova vistoria no Vectra para confirmar sua placa verdadeira.
Mesmo sabendo que a probabilidade de ganhar na loteria é bem pequena, algumas pessoas não deixam de tentar acertar os números sorteados e mudar o patamar de vida. Alguns sonham com a compra de imóveis, outros planejam ajudar os familiares, e há até quem é mais ousado e já pensa em como seria estampar o nome em uma aeronave própria.
E, por mais que o apostador tente ficar milionário “fazendo uma fé” nos números que sonhou na noite anterior, homenageando os filhos marcando na cartela a data de nascimento das crianças, ou até mesmo riscando os algarismos aleatoriamente, o prêmio insiste em não vir.
De acordo com matemáticos, a chance da premiação sair em um jogo como a Mega-Sena, por exemplo, é uma em cinquenta milhões — número maior do que o do prêmio, muitas vezes. Deu pra perceber que ficar rico através de jogos na loteria não é uma das tarefas mais fáceis nessa vida, mas há técnicas para melhorar um pouco a onda de erros; com um pouco de planejamento e racionalidade, as chances ainda continuam pequenas, mas bem maiores do que antes. Confira 5 dicas:
DATA DE ANIVERSÁRIO
Apostar na data de nascimento da esposa, do melhor amigo, do primogênito, ou até na própria, definitivamente não é uma das coisas mais indicadas a se fazer. Isso porque os dias do mês são limitados, vão apenas de 01 até 31 — e sai bastante nos jogos algarismos acima de trinta e um.
NÚMEROS EM SEQUÊNCIA
Algumas pessoas gostam de jogar em dezenas sequenciais, como 11, 22, 33… A tática, no entanto, é fugir dessa aposta, já que poucas vezes a tentativa mostrou efeitos práticos na vida financeira do apostador.
PARES E ÍMPARES
Uma boa ideia pode ser equilibrar os números entre pares e ímpares; para a Mega-Sena, por exemplo, o recomendado é que sejam escolhidos, no máximo, quatro dezenas ímpares ou quatro pares em uma aposta com seis. Se analisarmos os resultados da Mega da Virada — maior premiação de loteria do país — nos últimos três anos, podemos observar o equilíbrio das dezenas: 2015 ( 02 – 18 – 31 – 42 – 51 – 56),2016 ( 05 –11 –22– 24– 51 –53), 2017 (06 – 37 – 34 – 10 – 03 – 17).
INVISTA EM UM BOLÃO
Se jogando sozinho a premiação não sai, talvez apostando em um bolão a situação melhore. A matemática é simples: quanto mais apostas, maior a chance de acerto. Se em um bilhete a chance de êxito é de uma em cinquenta milhões, concorrer com doze dezenas na cartela da Mega leva a probabilidade de acerto para 1 em pouco mais de 54 mil.
OS AZARADOS
É interessante observar os números que menos costumam sair nos sorteios, sempre há os azarados: 01, 02, 03, 11, 22, 44, 48, 55, 57 são dezenas que não dão as caras na maior parte do tempo da Mega-Sena; apostar neles, portanto, fica a critério (e coragem) de cada um.
A Polícia Militar prendeu, em apenas 24 horas, dez foragidos da Justiça, em Goiânia. As prisões foram efetuadas nas proximidades de comércios, bares, distribuidoras de bebidas e feiras livres. Um dos criminosos foi detido poucos instantes após furtar uma motocicleta. Ele foi preso na área do 30º Batalhão da PM.
Em seguida, um infrator foi encontrado na porta de um comércio na área do 9º BPM. As Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas (Rotam) foram responsáveis pela recaptura de um foragido que estava na porta de uma distribuidora de bebidas no Setor Garavelo Park.
Cinco criminosos foram detidos em uma única ação da PM na região do 7° BPM. Também foram presos foragidos nos bairros São José e Jardim Botânico.
Márcio Andrade Batista é mestre em Engenharia química e está terminando seu doutorado na Universidade Federal de Uberlândia. Paulista, Marcio se mudou para Barra do Garças – MT em 2010, onde ministra aulas na UFMT. Mas o que tem de diferente na história de Marcio? Bem simples, ele está concorrendo o “Global Teacher Prize”, o prêmio Nobel da Educação, Marcio é o primeiro brasileiro a ser indicado ao prêmio.
A premiação é nada mais nada menos do que US$ 1 milhão, são 50 candidatos de 29 países. O anúncio do vencedor será no mês de Março em Dubai.
Márcio nos deu uma entrevista exclusiva, da qual falou a respeito da premiação, sua carreira profissional, perspectivas para a ciência brasileira e pontos de vista a respeito da educação do nosso país.
Batista ganhou recentemente o Prêmio Novelis de Sustentabilidade, desenvolvendo um tipo de carregador de baterias de celular movido a energia solar e que pode ser acoplado a bicicletas Foto: Divulgação
Como funciona essa seleção?
É o que chamam na academia de memorial, as coisas que você fez que podem ser consideradas relevantes e contribuiu para o status da sua profissão.
Foram quantos projetos desenvolvidos até hoje?
Nossa, mais de 50 projetos. Todos os alunos que eu orientei foram indicados a prêmios, alguns foram premiados e outros se tornaram professores.
O senhor já está produzindo novos inventos?
Já, estou produzindo a melhoria da lâmpada de Mozart, o filtro bactericida de casca de barú… tem muitas coisas que estou tocando simultaneamente.
O senhor nunca comercializou algum desses inventos?
Não, eu sou professor universitário, a universidade me paga para retribuir a sociedade, e é isso que eu faço.
A sociedade é grata ao senhor?
Eu não sei, não tenho esse retorno. Falando do prêmio Global Teacher Prize, foram 8 indicados americanos ao prêmio, eles foram recebidos pelo Obama, a indicada Argentina foi recebida na casa rosada, a indicada italiana foi recebida pelo primeiro ministro da Itália…
E o senhor foi recebido pela Dilma?
Não (risos), nem um tweet. Nem em Barra do Garças, nem um vereador, nada.
Falta apoio do poder público para a ciência?
Acho que cada sociedade valoriza os seus ícones.
O Brasil valoriza o que?
Não tem glamour nenhum em ser professor, não é uma profissão de status, não é tão legal quanto ser um jogador de futebol por exemplo. Esse cara que ganhou o prêmio Puskas (gol mais bonito do ano) foi recebido em Goiânia com o aeroporto interditado, foi um golaço, mas você não vai ver essa mesma repercussão com um professor que fez um projeto bacana.
O que deve ser mudado no Brasil em relação a ciência?
Ciência é um processo de longo prazo e investimento, não adianta você pensar que vai investir hoje e daqui um ano terá resultado, estamos falando talvez de décadas de investimentos pesados em ciência. Valorização da carreira docente, valorização do pesquisador, aliás, o pesquisador não é uma profissão, não existe essa classificação aqui. Para você se tornar um pesquisador no Brasil, deve-se tornar professor universitário e aí sim você acaba fazendo pesquisa. Nos Estados Unidos você pode optar por ser pesquisador ou professor, aqui não, eu por lei sou obrigado a fazer extensão, pesquisa e ensino. Agora você acha que é fácil eu sozinho fazer tudo isso? Eu tenho que ir na sociedade enxergar os problemas que ela precisa e propor uma solução, tenho que ir no laboratório desenvolver uma pesquisa e publicar e tenho que ir para a sala de aula. Se eu pudesse focar só na pesquisa, com certeza a minha produtividade com relação a isso iria aumentar. Então nós temos um longo caminho a percorrer. O sonho mesmo seria você ver um garotinho ou uma menininha falar “quando eu crescer, quero ser cientista ou pesquisador”.
Parte da culpa pelas nossas crianças e adolescentes não se interessarem por ciência é da mídia?
Eu gostaria de ver as grandes conquistas brasileiras aparecendo na TV, no jornal… a mídia poderia dar uma contribuição gigantesca para popularizar a ciência, a inovação e contribuir com a valorização da carreira docente e do pesquisador. Você já ouviu falar da Bianca, que ganhou o prêmio jovem cientista? Sendo a primeira Mato-grossense a ganhar o prêmio em 26 anos de história?
Não conhecia…
Foi a primeira do Mato Grosso, um prêmio que existe há 26 anos. Você não vê muito prazer pela ciência no Brasil. Se você digitar no “youtube” o nome “Kéfera”, vai ver vídeos com mais de 4 milhões de acessos, mais de 350 mil “likes” por vídeo. Se eu fizer um vídeo explicando o processo de fabricação da casca de castanha, que isso pode gerar um material de sustentabilidade, de baixo custo, de benefício… se eu tiver 100 likes é um efeito histórico. Eu assisti a entrevista do primeiro ministro de Portugal, cortaram ele para mostrar um jogador chegando no aeroporto. Eu gosto de futebol, adoro futebol, mas temos que colocar cada coisa no seu devido grau de importância.
Uma profissão sem Glamour e sem grandes retornos financeiros. O senhor sempre quis ser professor?
Sim, eu tive a influência de grandes professores que sabem muito bem o que é ciência, além de saber ensinar o que é ciência. Então eu já queria isso mesmo, eu fui apresentado a várias opções, mas escolhi ser professor.
Se fosse para escolher um país a fim de atuar como professor, qual país o senhor escolheria?
Brasil, sou brasileiro, gosto da terra, e já vou especificar, escolho a região em que estou. Sou Paulista. Fui convidado para dar uma palestra uma vez para uma turma de pós graduação da Univar (faculdade particular de Barra do Garças) e o pessoal falava assim, “Barra do Garças não tem opção”. Fiz uma experiência, fiquei uma semana na cidade, voltei e falei “gente, vocês estão em cima de uma mina de ouro, como não tem opções? A cidade tem um rio maravilhoso, você pode desenvolver a indústria pesqueira, você tem terra, você tem fruta, tem babaçu, barú, copaíba, mangaba. O que mais que precisa?” Eu olho e enxergo centenas de oportunidades nessa cidade, mas você tem que colocar a mão na massa e fazer acontecer.
A universidade remunera o senhor pelas pesquisas?
Não, pelo contrário, muitas vezes eu tiro dinheiro do meu bolso para bancar a pesquisa
O senhor gosta do conceito de universidade pública?
Gosto, mas a sociedade não sabe aproveitar a universidade. Enquanto existir o conceito de que a universidade é só para servir um grupo de pessoas que vão formar e ganhar dinheiro, nós estaremos andando por um caminho errado. A sociedade tem que dar uma despertada, por exemplo, vamos supor que eu tenho um açougue, preciso processar a carne, cortar, que tipo de embalagem eu vou colocar? Vai na universidade buscar ajuda, a universidade está lá para atender a sociedade. Em 5 anos de instituição eu nunca vi alguém bater na minha porta e dizer assim “eu sou um produtor de leite e quero agregar valor ao meu produto, me ajude a desenvolver uma bebida láctea?” Sim, é o meu papel, e eu não posso cobrar por isso, porque o estado já me paga para fazer isso. Esse tipo de coisa ainda precisa se espalhar um pouco mais.