Categoria: MUNDO

  • Anvisa aprova medicamento para retardar avanço do Alzheimer

    Anvisa aprova medicamento para retardar avanço do Alzheimer

    A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o registro do medicamento Kisunla (donanemabe), indicado para o tratamento de comprometimento cognitivo leve e demência leve associados à doença de Alzheimer. Segundo a entidade, trata-se de um anticorpo monoclonal que se liga a uma proteína chamada beta-amiloide.

    “Na doença de Alzheimer, aglomerados de proteína beta-amiloide formam placas no cérebro. O donanemabe atua ligando-se a esses aglomerados e reduzindo-os, retardando assim a progressão da doença”, explica a Anvisa.

    Ainda de acordo com a agência, o donanemabe foi avaliado em estudo envolvendo 1.736 pacientes com doença de Alzheimer em estágio inicial, que apresentavam comprometimento cognitivo leve, demência leve e evidências de patologia amiloide.

    O estudo analisou alterações na cognição e na função cerebral dos pacientes. Eles receberam 700 miligramas (mg) de donanemabe a cada quatro semanas nas três primeiras doses e, em seguida, 1.400 mg a cada quatro semanas (para 860 pacientes) ou placebo (uma infusão simulada para 876 pacientes), por até 72 semanas.

    “Na semana 76 do estudo, os pacientes tratados com donanemabe apresentaram progressão clínica menor e estatisticamente significativa na doença de Alzheimer em comparação aos pacientes tratados com placebo”, destacou a Anvisa.

    Contraindicação

    O uso de donanemabe é contraindicado em pacientes que estejam tomando anticoagulantes, incluindo varfarina, ou que tenham sido diagnosticados com angiopatia amiloide cerebral (AAC) em ressonância magnética antes de iniciar o tratamento. Os riscos nesses pacientes, segundo a agência, são considerados maiores que os benefícios.

    Reações

    As reações adversas mais comuns listadas pela Anvisa são relacionadas à infusão, que pode causar febre e sintomas semelhantes aos da gripe, além de dores de cabeça.

    “Como acontece com qualquer medicamento, a Anvisa irá monitorar a segurança e a efetividade do donanemabe sob rigorosa análise. Serão implementadas atividades de minimização de risco para o donanemabe em conformidade com Plano de Minimização de Riscos aprovado.”

    Alzheimer

    O Ministério da Saúde define a doença de Alzheimer como um transtorno neurodegenerativo progressivo e fatal que se manifesta pela deterioração cognitiva e da memória, comprometimento progressivo das atividades de vida diária e uma variedade de sintomas neuropsiquiátricos e de alterações comportamentais.

    A doença se instala quando o processamento de certas proteínas do sistema nervoso central começa a dar errado. Surgem, então, fragmentos de proteínas mal cortadas, tóxicas, dentro dos neurônios e nos espaços que existem entre eles.

    Como consequência dessa toxicidade, ocorre perda progressiva de neurônios em regiões do cérebro como o hipocampo, que controla a memória, e o córtex cerebral, essencial para a linguagem e o raciocínio, memória, reconhecimento de estímulos sensoriais e pensamento abstrato.

    “A causa ainda é desconhecida, mas acredita-se que seja geneticamente determinada. A doença de Alzheimer é a forma mais comum de demência neurodegenerativa em pessoas de idade, sendo responsável por mais da metade dos casos de demência nessa população”, detalha o ministério.

    No Brasil, centros de referência do Sistema Único de Saúde (SUS) oferecem tratamento multidisciplinar integral e gratuito para pacientes com Alzheimer, além de medicamentos que ajudam a retardar a evolução dos sintomas.

    “Os cuidados dedicados às pessoas com Alzheimer, porém, devem ocorrer em tempo integral. Cuidadores, enfermeiras, outros profissionais e familiares, mesmo fora do ambiente dos centros de referência, hospitais e clínicas, podem encarregar-se de detalhes relativos à alimentação, ambiente e outros aspectos que podem elevar a qualidade de vida dos pacientes.”

  • Voepass pede recuperação judicial para reestruturar finanças

    Voepass pede recuperação judicial para reestruturar finanças

    A Voepass Linhas Aéreas anunciou nesta quarta-feira (23) ter entrado na Justiça com um plano de reestruturação para reorganizar seus compromissos financeiros e fortalecer sua estrutura de capital. Segundo a empresa, o pedido de recuperação judicial foi protocolado na terça-feira (22) junto ao Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, que confirmou a informação.

    “Com todo o cenário enfrentado pela companhia nos últimos meses, esta foi a única saída para realizar uma reestruturação completa e garantir que a Voepass volte a oferecer um serviço essencial para o desenvolvimento do Brasil”, disse José Luiz Felício Filho, CEO da Voepass Linhas Aéreas, em nota.

    Este é o segundo pedido de recuperação judicial da empresa, que já havia entrado com um processo entre 2012 e 2017. Neste período, a companhia disse ter conseguido reestruturar suas operações e finanças, chegando a transportar mais de 2,7 milhões de passageiros nos últimos três anos.

    “Caso o [novo] pedido de recuperação judicial seja deferido pela Justiça, todos os passivos da Voepass serão congelados e negociados com base em um plano detalhado que será elaborado para atender a todos os credores”, escreveu a Voepass.

    Por meio de nota, a companhia explicou que a medida é uma “continuidade do processo de reestruturação financeira” iniciado em fevereiro deste ano e tem “o propósito de garantir sustentabilidade financeira” para que ela consiga seguir com o seu compromisso de conectar o interior do país aos grandes pólos.

    Neste pedido, não estão englobados os processos indenizatórios ligados ao acidente ocorrido em agosto de 2024 em Vinhedo, no interior de São Paulo. Ao todo, 62 pessoas morreram no desastre aéreo. A companhia aérea ressaltou que esses processos estão sendo “realizados diretamente pela seguradora”.

    A empresa acrescenta que sua iniciativa ocorre em um contexto desafiador para o setor aéreo regional, que passa por uma diminuição da oferta de acesso ao transporte aéreo no interior do Brasil.

    Atividades suspensas

    Desde o início de março deste ano, a Voepass está com suas atividades suspensas por decisão da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Com isso, ela não pode voar. “A suspensão vigorará até que se comprove a correção de não conformidades relacionadas aos sistemas de gestão da empresa previstos em regulamentos”, decidiu a Anac.

    Em resposta, a companhia informou que pretende retomar suas atividades o mais breve possível. “Desde a notificação recebida pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) em março, a Voepass vem atuando de maneira colaborativa e transparente com o órgão regulador, apresentando todas as comprovações técnicas e operacionais exigidas, com foco na segurança e na retomada das atividades o mais breve possível”, escreveu.

    Latam

    No pedido de recuperação, a Voepass também cita a Latam como uma das responsáveis por sua crise financeira. As duas empresas tinham um acordo de codeshare, que é o compartilhamento de voos ou de venda de bilhetes de uma companhia aérea em voos operados por outra.

    “Em que pese o resultado positivo de algumas negociações, as requerentes foram surpreendidas com a decisão da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que suspendeu por tempo indeterminado todos os seus voos, o que acabou por agravar sua situação financeira, já afetada substancialmente pelos inadimplementos da Latam e por sua ingerência nas atividades das requerentes, tendo em vista que, sem geração de caixa, o Grupo Voepass conseguiu apenas manter os pagamentos de algumas de suas obrigações essenciais, aumentando, em consequência, o seu passivo”, alega a companhia em seu pedido.

    Procurada pela Agência Brasil, a Latam informou que o encerramento da parceria com a Voepass foi motivado pelo acidente ocorrido no ano passado e também pela proibição da companhia em operar voos.

    “A Latam Airlines Brasil reforça que o término da parceria comercial com a Voepass foi motivado principalmente pelo acidente ocorrido no voo 2283, operado pela Voepass em 9 de agosto de 2024. A Latam ressalta também que a VoePass não possui Certificado de Operador Aéreo (COA), conforme suspensão determinada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Essa suspensão a impede de operar voos de transporte de passageiros, o que reforça as justificativas da rescisão contratual”, escreveu a Latam.

  • Lançado exame para avaliar a formação médica no Brasil

    Lançado exame para avaliar a formação médica no Brasil

    O Ministério da Educação (MEC) lançou, nesta quarta-feira (23/4), o Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica (Enamed) que tem por finalidade estabelecer um instrumento unificado de avaliação da formação médica no Brasil e seus resultados poderão ser utilizados para acesso a programas de residência médica. O Exame será conduzido pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) em colaboração com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).

    O Enamed será realizado anualmente, com início em 2025, e unificará as matrizes de referência e os instrumentos de avaliação no âmbito do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) para os cursos de medicina e da prova objetiva de acesso direto do Exame Nacional de Residência (Enare). O novo exame possui relevância estratégica nacional, no escopo da avaliação da formação médica no Brasil, e seus resultados impactam diretamente o Sistema Único de Saúde (SUS) e o ingresso de novos médicos no mercado de trabalho.

    O MEC prospecta um ciclo de fortalecimento mútuo entre os exames. Para o ministério, o Enamed impulsionará o engajamento dos estudantes no Enade, tendo em vista que a nota deste poderá servir como meio de ingresso em programa s de residência médica de acesso direto , o que também impacta positivamente o Enare, visto que todos os concluintes dos cursos de medicina passarão a fazer a prova anualmente;

    Confira os objetivos do Enamed :

    • Avaliação da formação médica : verificar se os concluintes dos cursos de medicina adquiriram as competências e habilidades exigidas pelas Diretrizes Curriculares Nacionais ( DCNs ).
    • Apoio à melhoria dos cursos : fornecer insumos para o aprimoramento das graduações em medicina, contribuindo para a qualidade da educação médica no Brasil.
    • Aprimoramento da seleção para a residência médica : unificar a avaliação do Enade e a prova objetiva do Enare , otimizando o acesso à residência médica de acesso direto.
    • Fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) : garantir que os futuros médicos estejam preparados para atuar de maneira qualificada no SUS.
    • Unificação e transparência: criar um modelo padronizado de avaliação, democratizando o ingresso nos programas de residência médica de acesso direto.

    Como funcionará – O Enamed organiza-se como um instrumento unificado de avaliação da formação médica no Brasil, na forma de um Exame “guarda-chuva”, tendo como base a aplicação do Enade. O exame atenderá a dois públicos específicos :

    1. Estudantes de medicina inscritos no Enade, que indicarão seu interesse em utilizar a nota da prova no processo seletivo do Enare ; e
    1. médicos interessados em participar do processo seletivo de programas de residência médica de acesso direto do Enare , inscritos no Ena med , no período a ser estabelecido no edital do E xame .

    Inscrição – As inscrições para o Enamed devem ser abertas no mês de julho . O Enamed é obrigatóri o para todos os estudantes de medicina concluintes . A aplicação da prova está prevista para outubro e a divulgação dos resultados individuais para dezembro. Para utilizar os resultados do Enamed para o Enare, é necessário se inscrever no Enare e pagar uma taxa de inscrição (exceto casos de isenção previstos em Edital) . Os estudantes que farão Enade e que não pretendem utilizar os resultados da prova para ingressar na residência, via Enare, estão isentos de taxa.

  • Confira quais são os municípios beneficiados pela nova portaria do Minha Casa, Minha Vida

    Confira quais são os municípios beneficiados pela nova portaria do Minha Casa, Minha Vida

    O Programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) destinará 3% das moradias subsidiadas pelo Fundo de Arrendamento Residencial (FAR) a pessoas em situação ou trajetória de rua. Segundo o ministro das Cidades, Jader Filho, o imóvel será gratuito, assim como os processos de acompanhamento e reinserção social dos beneficiários.

    A expectativa é de que cerca de 1 mil unidades habitacionais sejam destinadas a este público neste primeiro leva. Inicialmente, essa vertente do MCMV vai priorizar 38 municípios, abrangendo, além de todas as capitais, cidades com mais de mil pessoas cadastradas como “sem moradia” no CadÚnico.

    “Essas cidades têm a obrigação de distribuir, no mínimo, 3% de todos os empreendimentos do Minha Casa Minha Vida [a serem lançados nos municípios] aos moradores que estão em situação de rua. Veja bem: isso não é o limite, mas o piso a ser atendidos nessas 38 cidades”, disse nesta quarta-feira (23) Jader Filho durante o programa Bom Dia, Ministro, produzido pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

    Essas cidades foram selecionadas por meio de levantamentos feitos por várias pastas ministeriais, tendo por base cidades com maior concentração de pessoas em situação ou em trajetória de rua.

    Brasília (DF) 23/04/2025 - O ministro das Cidades, Jader Filho, participa do programa Bom Dia, Ministro Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
    Brasília (DF) 23/04/2025 – O ministro das Cidades, Jader Filho, participa do programa Bom Dia, Ministro. Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

    Portaria

    A portaria interministerial que destina este mínimo de 3% das moradias foi assinada na terça-feira (22). O texto define critérios para escolha e priorização dos beneficiários, que inclui famílias com crianças e adolescentes, mulheres, pessoas trans, grávidas, indígenas, pessoas idosas e pessoas com deficiência.

    “As casas serão doadas, a partir do MCMV com orçamento da União. Terá também acompanhamento e trabalho prévio com as famílias, de forma a inseri-las no mercado de trabalho; de colocar as crianças na escola”, disse o ministro.

    “E vamos sempre verificar quais são os equipamentos que precisam estar por perto dessas famílias”, acrescentou referindo-se, especialmente, a equipamentos de saúde e educação, bem como aos processos de avaliação e acompanhamento social que será feito junto às famílias.

    Peso do setor

    Jairo Filho lembrou que o MCMV é responsável por mais de 50% dos lançamentos imobiliários feitos no Brasil. “Isso nos dá ideia do peso que esse setor tem para o emprego e para a economia”.

    Segundo o ministro, o programa superará as metas estabelecidas pelo governo. “A meta inicial era a de o programa alcançar 2 milhões de contratos. Já estamos chegando a 1,5 milhão. Ampliamos então a meta para 2,5 milhões, mas devemos chegar perto de 3 milhões de unidades habitacionais contratadas pelo governo federal”, complementou.

    PAC

    O ministro reiterou que não faltarão recursos para o Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). “Quero dar um recado aqui a prefeitos, prefeitas, governadores e governadoras: não haverá falta de recurso para as obras do PAC. Isso é um compromisso do governo do presidente Lula”, disse.

    “Podem ficar tranquilo. Toquem as obras; avancem com elas. Pode ser que alguns empresários tenham receio. Mas eles podem avançar porque não haverá falta de recurso. Pelo contrário: precisamos na verdade acelerar ainda mais esse processo para entregar obras à sociedade brasileira”, complementou.

    Confira abaixo a lista dos municípios beneficiados pela nova portaria do Minha Casa, Minha Vida:

    1. Aracaju (SE);
    2. Belém (PA);
    3. Belo Horizonte (MG);
    4. Boa Vista (RR);
    5. Brasília (DF);
    6. Campinas (SP);
    7. Campo Grande (MS);
    8. Cuiabá (MT);
    9. Curitiba (PR);
    10. Feira de Santana (BA);
    11. Florianópolis (SC);
    12. Fortaleza (CE);
    13. Foz do Iguaçu (PR);
    14. Goiânia (GO);
    15. Guarulhos (SP);
    16. João Pessoa (PB);
    17. Joinville (SC);
    18. Juiz de Fora (MG);
    19. Macapá (AP);
    20. Maceió (AL);
    21. Manaus (AM);
    22. Natal (RN);
    23. Osasco (SP);
    24. Palmas (TO);
    25. Porto Alegre (RS);
    26. Porto Velho (RO);
    27. Recife (PE);
    28. Rio Branco (AC);
    29. Rio de Janeiro (RJ);
    30. Salvador (BA);
    31. Santos (SP);
    32. São José do Rio Preto (SP);
    33. São José dos Campos (SP);
    34. São Luís (MA);
    35. São Paulo (SP);
    36. Teresina (PI);
    37. Uberlândia (MG); e
    38. Vitória (ES).
  • Água da chuva pode estar contaminada por agrotóxico, diz estudo

    Água da chuva pode estar contaminada por agrotóxico, diz estudo

    Estudo feito por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) mostra que a água da chuva pode estar contaminada por agrotóxicos e que o uso desta água para fins de abastecimento da população deve ser feito com cautela. As informações são da Revista Fapesp.

    A pesquisa, publicada no periódico científico Chemosphere, coletou e examinou amostras de três cidades paulistas: Campinas, Brotas e a capital São Paulo. Nos três locais, a água da chuva estava contaminada com agrotóxicos. A coleta ocorreu no período de agosto de 2019 a setembro de 2021.

    Campinas apresentou a maior concentração de agrotóxicos (herbicidas, fungicidas e inseticidas), com 701 microgramas por metro quadrado (µg/m²), seguindo-se Brotas, com 680 µg/m2, e São Paulo, com 223 µg/m².

    Segundo a Revista Fapesp, as análises indicaram uma associação direta entre a proporção de agrotóxicos encontrados e a extensão dos cultivos agrícolas, que ocupam quase metade dos 795 quilômetros quadrados (km²) do município de Campinas, 30% dos 1.101 km² de Brotas e 7% dos 1.521 km² da capital paulista.

    Entre os 14 agrotóxicos identificados, o herbicida atrazina, apesar do uso ser proibido, foi detectado em todas as amostras das três cidades.

    “A ideia de que a gente, ao tomar água de chuva, nós estamos tomando uma água limpa, ela não é de toda verdade. Eu acho que isso que o estudo acaba trazendo um pouco: de levantar esse alerta com relação a essa questão ou a esse uso”, destacou a coordenadora do estudo, Cassiana Montagner à Revista Fapesp.

  • Operação da PF investiga descontos irregulares em benefícios do INSS

    Operação da PF investiga descontos irregulares em benefícios do INSS

    A Polícia Federal (PF) e a Controladoria-Geral da União (CGU) deflagraram nesta quarta-feira (23) a Operação Sem Desconto para combater um esquema de descontos associativos não autorizados em aposentadorias e pensões. O cálculo é que entidades investigadas tenham descontado de aposentados e pensionistas cerca de R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024. Seis servidores públicos foram afastados de suas funções.

    Cerca de 700 policiais federais e 80 servidores da CGU cumprem 211 mandados judiciais de busca e apreensão, ordens de sequestro de bens no valor de mais de R$ 1 bilhão e seis mandados de prisão temporária nos seguintes estados: Alagoas, Amazonas, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, São Paulo e Sergipe, além do Distrito Federal.

    Operação Sem Desconto investiga sequestro de bens no valor de R$ 1 bilhão

    Brasília (DF), 22/04/2025  -  A Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União deflagraram hoje (23/4) a Operação Sem Desconto, com o objetivo de combater um esquema nacional de descontos associativos não autorizados em aposentadorias e pensões. Fotos Polícia Federal.
    Polícia Federal.

    Em nota, a PF informou que as investigações identificaram a existência de irregularidades relacionadas aos descontos de mensalidades associativas aplicados sobre benefícios previdenciários, principalmente aposentadorias e pensões, concedidos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

    “Até o momento, as entidades cobraram de aposentados e pensionistas o valor estimado de R$ 6,3 bilhões, no período entre 2019 e 2024”, destacou a corporação. Os investigados poderão responder pelos crimes de corrupção ativa, corrupção passiva, violação de sigilo funcional, falsificação de documento, organização criminosa e lavagem de capitais.

  • Caseiro é morto por ataque de onça-pintada no Pantanal de Mato Grosso do Sul

    Caseiro é morto por ataque de onça-pintada no Pantanal de Mato Grosso do Sul

    Em uma trágica ocorrência no Pantanal de Mato Grosso do Sul, um caseiro de 60 anos perdeu a vida após ser atacado por uma onça-pintada. O corpo da vítima foi encontrado às margens do Rio Miranda, na região de Aquidauana, nesta segunda-feira (21).

    A Polícia Militar Ambiental (PMA) confirmou o ataque do felino, evidenciado por pegadas e rastros de sangue encontrados na propriedade, desde a casa até a beira do rio, onde partes dos restos mortais foram localizados. Durante a operação de resgate, a equipe da PMA também foi surpreendida pela onça, que chegou a atacar um dos membros, atrasando o trabalho de remoção do corpo, realizado com o apoio da perícia.

    Dias antes do incidente, o caseiro havia registrado vídeos mostrando a presença constante de onças na área, incluindo registros de brigas entre os animais. A Polícia Civil agora investiga se a onça responsável pelo ataque ainda permanece na região.

    Segundo relatos, o ataque ocorreu na madrugada, por volta das 5h30, quando a vítima preparava café. Há indícios de que ele tentou fugir em direção ao rio, mas foi alcançado próximo à água. Moradores da área relatam ser comum a presença de onças na localidade.

  • Portal da Transparência lança página sobre recursos federais voltados aos povos indígenas

    Portal da Transparência lança página sobre recursos federais voltados aos povos indígenas

    Neste sábado (19), o Portal da Transparência do Governo Federal, administrado pela Controladoria-Geral da União (CGU), lança uma página com informações sobre recursos federais voltados à defesa, manutenção e proteção dos povos indígenas. A iniciativa, que ocorre em celebração ao Dia dos Povos Indígenas, visa dar maior visibilidade ao investimento em políticas públicas relacionadas à área.

    O novo espaço reúne as principais ações do Governo Federal destinadas aos povos originários. São iniciativas finalísticas promovidas por diversos órgãos e entidades, como Funasa e Ministério da Defesa, e temas como saneamento e saúde indígena, proteção de terras, regularização fundiária, direitos culturais e sociais, entre outros.

    Além disso, a página também apresenta links para painéis dos principais órgãos e entidades federais de promoção de políticas públicas sobre a temática: Ministério dos Povos Indígenas e Funai. A seção divulga, ainda, alguns relatórios de auditoria da CGU sobre avaliação indígena e links para demais informações úteis relacionadas.

    O reconhecimento da pluralidade dos modos de vida, crenças, costumes e o respeito às formas de organização própria são pilares constitucionais. Nesse contexto, a CGU reforça o compromisso do Portal da Transparência como importante ferramenta de controle social e fortalecimento democrático, permitindo que a sociedade acompanhe e fiscalize a correta a aplicação dos recursos federais, a partir da centralização de informações e acesso a dados em linguagem cidadã.

    Povos Indígenas

    Comemorado em 19 de abril, o Dia dos Povos Indígenas tem o objetivo de relembrar a diversidade cultural desses povos no Brasil. Além disso, serve como marco de reflexão sobre a luta contra preconceitos e a manutenção dos direitos indígenas no país.

  • Maior projeto do PAC, túnel Santos-Guarujá atrai atenção de investidores internacionais em Portugal

    Maior projeto do PAC, túnel Santos-Guarujá atrai atenção de investidores internacionais em Portugal

    O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, iniciou nesta segunda-feira (21/4) o roteiro pela Europa para apresentar a empresas privadas, instituições de investimento e operadores internacionais detalhes do projeto do túnel Santos-Guarujá, o primeiro empreendimento imerso realizado no Brasil e o maior da América Latina.

    Silvio Costa Filho iniciou o roadshow internacional do túnel Santos-Guarujá em Portugal, com uma apresentação do projeto aos representantes da Mota-Engil, empresa portuguesa com larga experiência no ramo de infraestrutura. Durante sua explanação, o ministro ressaltou a importância do projeto para o país e elencou as garantias de retorno que o empreendimento trará aos investidores.

    “Estamos muito felizes em poder apresentar aos principais players globais uma obra tão aguardada pelo povo brasileiro, que vai beneficiar não apenas o Estado de São Paulo, mas todo o Brasil. O mundo olha hoje para o nosso país como quem vê uma janela de oportunidade única, porque contamos com projetos sólidos, que garantem segurança jurídica e o melhor ambiente para execução dos trabalhos. No governo do presidente Lula, lançamos o maior pacote em infraestrutura da história brasileira, com um volume de investimentos nunca antes visto”, afirmou.

    A Mota-Engil possui parceria com a China Communications Construction Company (CCCC), uma das maiores construtoras do mundo e responsável pela construção dos túneis submarinos da Baía de Dalian, de Shenzhen-Zhongshan e de Hong Kong–Zhuhai–Macau, subaquáticos mais complexos do mundo, todos localizados na Ásia. Carlos Mota Santos, CEO da empresa portuguesa, demonstrou interesse no projeto brasileiro e afirmou “querer fazer parte do empreendimento”.

    Benefícios para todos

    Com 1,5 km de extensão, dos quais 870 metros serão imersos, o túnel Santos-Guarujá contará com três faixas de rolamento por sentido, incluindo uma exclusiva para o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), além de acessos dedicados para pedestres e ciclistas. Atualmente, mais de 21 mil veículos passam diariamente entre as duas margens utilizando balsas e catraias, além de 7,7 mil ciclistas e 7,6 mil pedestres.

    “Esse empreendimento vai mudar para melhor a vida de todos, pois, além de garantir maior celeridade na travessia entre os municípios, vai aumentar a competitividade do Porto de Santos, diminuindo, por exemplo, as interferências marítimas e minimizando os impactos ambientais”, indicou o secretário Nacional de Portos, Alex Ávila.

    O presidente da Autoridade Portuária de Santos (APS), Anderson Pomini, destacou a relevância da obra para a mobilidade dos municípios e os benefícios que ela proporcionará a toda a sociedade.

    “Esse empreendimento é histórico e vai sair depois de uma espera de quase 100 anos. Vai tornar a travessia em minutos o que hoje leva quase uma hora”, apontou.

    Com décadas de experiência no setor público, especialmente no Tribunal de Contas da União (TCU), o ex-ministro da corte Raimundo Carreiro garantiu que a modelagem do túnel traz benefícios e segurança para o operador. “Esse contrato traz a segurança de que foi examinado pelos órgãos jurídicos e contábeis competentes do país. Do ponto de vista da segurança jurídica, é extraordinário”, informou.

    Destaques do projeto

    Além de assegurar uma ligação mais rápida e segura entre as duas margens, o túnel Santos-Guarujá trará benefícios também para os trabalhos do Porto de Santos, que passará a ter mais fluidez e maior movimentação de mercadorias.
    Entre outros ganhos, podemos destacar:

    • Melhoria na logística e no fluxo de caminhões;
    • Desafogo do tráfego portuário;
    • Redução de custos logísticos;
    • Aumento da competitividade do porto;
    • Menor interferência nas operações marítimas;
    • Aumento da segurança no transporte de cargas;
    • Sustentabilidade e redução do impacto ambiental.-

    Expertise global

    Com mais de 70 anos de mercado, a Mota-Engil está presente em 21 países, situados na Europa, África e América Latina.

    Posicionada como um dos 25 maiores grupos europeus de construção, o grupo atua na construção de diversas infraestruturas, como estradas, autoestradas, aeroportos, portos, barragens, edifícios, ferrovias, eletromecânica, fundações e geotecnia, serviços de mineração, além da construção e manutenção de plataformas de apoio ao segmento de Óleo e Gás.

    Próximas etapas

    Depois de Portugal, a comitiva do Governo Federal e do estado de São Paulo, segum para a Holanda. Nesta terça e quarta-feira (22 e 23), em Amsterdã, representantes dos governos Federal e do Estado de São Paulo apresentarão o projeto a empresas mundialmente experientes em empreendimentos de infraestrutura.

    A missão Europa será finalizada com encontros com investidores internacionais em Copenhague, capital da Dinamarca.

  • Defesa da ‘Ecologia Integral’ pelo papa Francisco inspirou o Acordo de Paris

    Defesa da ‘Ecologia Integral’ pelo papa Francisco inspirou o Acordo de Paris

    A presidência brasileira da COP 30, a Conferência do Climas das Nações Unidas, divulgou nesta segunda-feira (21/4) mensagem em que destaca o papel do papa Francisco na discussão de uma noiva agenda ambiental global, nos primeiro anos de seu pontificado. A mensagem destaca a importância da publicação da Encíclica Laudato Si’, em 2015, ao dos anos de gestão à frente da Igreja Católica e meses antes da realização da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, a COP 21, Na ocasião foi elaborado o Acordo de Paris, que determinaria objetivos a serem perseguidos pelos países para conter o aquecimento global.

    Confira a mensagem da presidência da COP 30

    “Não há duas crises separadas: uma ambiental e outra social; mas uma única e complexa crise socioambiental”, escreveu o Papa Francisco na Laudato si’, a primeira encíclica papal sobre meio ambiente. A resposta à mudança do clima, afirmou acertadamente o pontífice, demanda “abordagem integral para combater a pobreza, devolver a dignidade aos excluídos e, simultaneamente, cuidar da natureza”.

    Papa Francisco foi não só um exemplo de dignidade humana, respeito e acolhimento, mas um ativista climático, defensor da natureza, das florestas e dos povos indígenas e comunidades tradicionais. A Laudato si’, publicada em 2015, e sua defesa de uma ecologia integral inspiraram o consenso que, poucos meses depois, permitiu a adoção do histórico Acordo de Paris.

    A mudança do clima, como bem reconhecia Francisco, é um acelerador de pobreza, desigualdade e sofrimento — e seu combate deve ser abrangente e guiado pela solidariedade. Se nada neste mundo nos é indiferente, o futuro de nossa casa comum depende urgentemente de ação coletiva rápida, inclusiva e eficaz.

    Que os ensinamentos do Papa Francisco e sua corajosa liderança sirvam de exemplo em um momento-chave para acelerarmos a implementação do Acordo de Paris e de soluções climáticas. Seu legado nos inspirará na COP 30 e na mobilização de um mutirão global para combater a mudança do clima sem deixar ninguém para trás.