Os documentos que estão na justiça, revelaram que o Flamengo sabia da situação de grande risco do alojamento que pegou fogo e matou dez adolescentes da base rubro-negra nove meses antes do incêndio.
O dia 11 de maio de 2018 é um dos exemplos usados pela justiça, já que os responsáveis pela administração do Centro de Treinamento receberam um relatório produzido por um técnico que foi contratado pelo clube e mostrava sérios problemas em vários itens do sistema elétrico. E o mesmo relatório apontava que seria necessário um atendimento de emergência.
No dia 8 de fevereiro de 2019, um dos alojamentos do Ninho do Urubu sofreu uma pane elétrica que culminou tragicamente com a morte de Athila Souza Paixão, Arthur Vinícius de Barros, Bernardo Pisetta, Christian Esmério, Gedson Santos, Jorge Eduardo Santos, Pablo Henrique da Silva, Rykelmo de Souza, Samuel Thomas Rosa e Vitor Isaías.
Eduardo Bandeira de Mello, que era presidente do Flamengo quando houve a perícia, informou que não sabia do conteúdo dos e-mails.
“Como venho falando desde o início, esse tipo de assunto não chega à presidência do clube, e o e-mail em questão reforça isso. Em geral, são resolvidos internamente, dentro de suas pastas, nos escalões mais baixos e repassados ao financeiro em seguida para pagamento”.
De acordo com a documentação que está nas mãos da justiça, de acordo com um contrato que também está nas mãos da justiça, o Flamengo recebeu uma proposta de uma empresa para realizar os serviços de reparação. A empresa contratada chama-se “CBI Instalações” e recebeu a primeira parte do contrato que tinha valor total de 8500 reais. O pagamento está na nota fiscal do contrato.
Mesmo tendo feito o pagamento, o serviço não foi realizado. Uma outra empresa contratada pelo Flamengo após o acidente, acusa a CBI Instalações de não ter feito o serviço que poderia salvar a vida dos garotos. A Anexa Energia Serviços de Eletricidade foi chamada para fazer uma vistoria particular para o Flamengo e tinha o objetivo de identificar as causas do acidente e consertar o que poderia trazer riscos.
O laudo que foi entregue no dia 20 de março de 2019, a empresa afirma que ao vistoriar o disjuntor que atendia o módulo onde aconteceu o acidente que deu inicio ao fogo, verificou que “as instalações continuavam as mesmas de quando a inspeção fora realizada”.