O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) variou 0,14% em novembro, mostrando leve aceleração em relação à taxa de 0,09% registrada em outubro. Esse é o menor resultado para um mês de novembro desde 1998, quando a taxa foi de -0,11%.
No ano, o IPCA-15 acumula alta de 2,83% e, em 12 meses, de 2,67%, abaixo dos 2,72% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em novembro de 2018, a taxa foi de 0,19%.
Período |
TAXA |
Novembro de 2019 |
0,14% |
Outubro de 2019 |
0,09% |
Novembro de 2018 |
0,19% |
Acumulado no ano |
2,83% |
Acumulado nos 12 meses |
2,67% |
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, três apresentaram deflação, com destaque para Habitação (-0,22%), responsável pela maior contribuição negativa no IPCA-15 de novembro, com -0,04 ponto percentual (p.p.). No lado das altas, destacam-se os grupos Vestuário (0,68%), Despesas Pessoais (0,40%) e Transportes (0,30%), cujo impacto no índice do mês foi de 0,06 p.p. Já Alimentação e Bebidas, após a deflação observada em outubro (-0,25%), apresentou ligeira alta (0,06%), contribuindo com 0,02 p.p. Os demais grupos ficaram entre a queda de 0,06% em Artigos de Residência e a alta de 0,20% em Saúde e Cuidados Pessoais. Veja na tabela a seguir.
Grupo |
Variação (%) |
Impacto (p.p.) |
Outubro |
Novembro |
Outubro |
Novembro |
Índice Geral |
0,09 |
0,14 |
0,09 |
0,14 |
Alimentação e Bebidas |
-0,25 |
0,06 |
-0,06 |
0,02 |
Habitação |
-0,23 |
-0,22 |
-0,04 |
-0,04 |
Artigos de Residência |
-0,21 |
-0,06 |
-0,01 |
0,00 |
Vestuário |
0,14 |
0,68 |
0,01 |
0,04 |
Transportes |
0,35 |
0,30 |
0,06 |
0,06 |
Saúde e Cuidados Pessoais |
0,85 |
0,20 |
0,10 |
0,02 |
Despesas Pessoais |
0,16 |
0,40 |
0,02 |
0,04 |
Educação |
0,09 |
0,04 |
0,01 |
0,00 |
Comunicação |
0,00 |
-0,02 |
0,00 |
0,00 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços, Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor. |
Os Transportes (0,30%) apresentaram o maior impacto entre os grupos no índice do mês, de 0,06 p.p. A gasolina e o etanol, que já haviam apresentado alta em outubro, aceleraram em novembro (de 0,76% e 0,52% em outubro para 0,80% e 2,53% em novembro, respectivamente). Os preços do óleo diesel (0,58%) e do gás veicular (0,10%) também subiram, levando o resultado dos combustíveis a uma alta de 1,07%. Ainda em Transportes, destaca-se também a alta nos preços das passagens aéreas (4,44%), após variação de 2,10% em outubro.
Após a alta de 0,14% em outubro, o grupo Vestuário acelerou para 0,68% em novembro. Destacam-se as altas observadas nos itens roupa masculina (1,15%), roupa infantil (0,65%) e roupa feminina (0,49%). Além disso, as joias e bijuterias mostraram aceleração de preços em relação ao mês anterior, passando de uma alta de 1,24% em outubro para 1,87% em novembro.
As Despesas Pessoais também aceleraram na comparação com o mês anterior, passando de 0,16% para 0,40%, influenciadas pelos subitens empregado doméstico (0,31%) e jogos de azar (2,46%), cujo resultado reflete os reajustes aplicados, vigentes a partir de 10 de novembro, nos preços das apostas.
O grupo Alimentação e Bebidas apresentou ligeira alta no índice de novembro (0,06%), após três meses consecutivos de deflação (-0,17% em agosto, -0,34% em setembro e -0,25% em outubro). A alimentação fora do domicílio passou de uma estabilidade de preços em outubro (0,00%) para uma alta de 0,12% em novembro. Esse resultado foi influenciado, principalmente, pelas altas na refeição (0,13%) e na cerveja fora (0,34%).
Além disso, a alimentação no domicílio, que havia apresentado queda de 0,38% em outubro, variou 0,03%. As carnes subiram 3,08% e contribuíram com 0,08 p.p. no IPCA-15 de novembro. Por outro lado, destacam-se as quedas da cebola (-18,60%), do tomate (-8,00%), da batata-inglesa (-7,92%) e do leite longa vida (-1,67%).
No lado das quedas, o grupo Habitação apresentou a maior variação negativa e o maior impacto negativo no índice do mês (-0,22% e -0,04 p.p.). Esse resultado foi influenciado pela queda observada na energia elétrica (-1,51%), cujo impacto foi de -0,06 p.p. Houve redução média de 5,30% nas tarifas residenciais de uma das concessionárias de São Paulo (-1,68%), vigente desde 23 de outubro. Em Brasília (-5,44%) e em Goiânia (-4,75%) também houve redução nas tarifas, ambas a partir de 22 de outubro: na primeira, a redução foi de 6,91% e, na segunda, de 5,08%. Cabe destacar que, em novembro, passou a vigorar a bandeira tarifária vermelha patamar 1, cujo valor da cobrança adicional foi reajustado de R$ 4,00 para R$ 4,169 a cada 100 quilowatts-hora consumidos. Em outubro, estava em vigor a bandeira amarela, em que a cobrança adicional foi de R$ 1,50 a cada 100 quilowatts-hora.
Ainda em Habitação, o subitem gás encanado apresentou variação de -0,10%, decorrente da redução de 0,60%, vigente desde o dia 1º de novembro, nas tarifas praticadas na região metropolitana do Rio de Janeiro (-0,21%). Por sua vez, o resultado de 0,31% da taxa de água e esgoto decorre do reajuste de 4,87%, vigente desde o dia 1º de outubro, nas tarifas praticadas na região metropolitana do Rio de Janeiro (2,97%) e do reajuste de 3,43%, vigente desde o dia 11 de novembro, na região metropolitana de Curitiba (0,11%).
Brasília e Recife têm deflação
No que concerne aos índices regionais, duas das onze regiões pesquisadas apresentaram deflação de outubro para novembro, conforme mostra tabela a seguir. O menor resultado foi registrado em Brasília (-0,23%), em função da queda observada na energia elétrica (-5,44%). Já o maior índice ficou com a região metropolitana de Belém (0,33%), influenciado pelas altas nas carnes (5,77%) e na roupa masculina (2,33%).
Região |
Peso Regional (%) |
Variação Mensal (%) |
Variação Acumulada (%) |
Outubro |
Novembro |
Ano |
12 meses |
Belém |
4,65 |
0,28 |
0,33 |
3,37 |
3,65 |
São Paulo |
31,68 |
0,06 |
0,29 |
3,24 |
3,03 |
Curitiba |
7,79 |
-0,07 |
0,18 |
2,11 |
1,88 |
Goiânia |
4,44 |
0,22 |
0,14 |
2,29 |
2,08 |
Rio de Janeiro |
12,46 |
0,18 |
0,11 |
2,61 |
2,49 |
Porto Alegre |
8,40 |
0,00 |
0,10 |
2,75 |
2,69 |
Fortaleza |
3,49 |
-0,08 |
0,04 |
3,55 |
3,50 |
Salvador |
7,35 |
0,20 |
0,01 |
2,79 |
2,63 |
Belo Horizonte |
11,23 |
0,15 |
0,00 |
2,80 |
2,54 |
Recife |
5,05 |
-0,07 |
-0,04 |
2,71 |
2,51 |
Brasília |
3,46 |
0,20 |
-0,23 |
1,78 |
1,47 |
Brasil |
100,00 |
0,09 |
0,14 |
2,83 |
2,67 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços, Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor. |
Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados no período de 12 de outubro a 11 de novembro de 2019 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 13 de setembro a 11 de outubro de 2019 (base). O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.