Categoria: CLIMA

  • Inmet divulga alerta de baixa umidade em três estados do Centro-Oeste

    Inmet divulga alerta de baixa umidade em três estados do Centro-Oeste

    O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu hoje (16) um alerta de baixa umidade em áreas dos estados de Mato Grosso, Goiás e do Tocantins, na Região Centro-Oeste. Com grau de severidade “grande perigo”, o aviso diz que o horário mais crítico é a partir das 14h desta segunda-feira.

    A previsão é a umidade relativa do ar ficar abaixo de 12% nas seguintes regiões: centro, leste, norte, noroeste e sul goiano; nordeste e norte mato-grossense; e ocidental e oriental do Tocantins.

    O Inmet também emitiu um alerta de perigo de baixa umidade, com a umidade relativa do ar variando entre 20% e 12%, nesta segunda-feira, para o sudeste do Pará; nordeste mato-grossense; partes oriental e ocidental do Tocantins; leste, oeste e centro maranhense; sudeste, sudoeste e centro-norte piauiense; sertões cearenses, extremo oeste baiano; centro, leste e sul goiano; triângulo mineiro, alto Paranaíba, noroeste, norte e central de Minas Gerais, além do Distrito Federal.

    O Inmet também lançou para esta segunda um aviso de perigo potencial de baixa umidade, variando entre 30% e 20%. Além do Pará, Mato Grosso, Goiás, Distrito Federal, Tocantins, Maranhão, Piauí, Ceará, o alerta também vale para o Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco.

    A baixa umidade causa ressecamento da pele, desconforto nos olhos, boca e nariz. Entre as recomendações estão beber bastante líquido, evitar exposição ao sol nas horas mais quentes do dia, evitar a prática de atividades físicas. Também são recomendados o uso hidratante para pele e umidificar o ambiente.

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  • Alertas de desmatamento na Amazônia caem 10,6% em agosto

    Alertas de desmatamento na Amazônia caem 10,6% em agosto

    Os alertas de desmatamento na Amazônia Legal tiveram queda de 10,6% em agosto deste ano, comparados ao mesmo mês de 2023, e de 69,7% em relação a agosto de 2022. “É o menor índice para o mês desde 2018 e o segundo ano consecutivo com redução significativa”, informou o governo federal, em comunicado divulgado na noite desta sexta-feira (13).

    Em agosto de 2023, o sistema registrou 563,09 quilômetros quadrados (km²) sob alerta de desmatamento na Amazônia Legal. Já no mês passado, foram 503,65 km². A queda é bem maior quando comparada a agosto de 2022, quando houve alertas de desmatamento em 1.661,02 km² na região.

    Nove estados compõem a Amazônia Legal: Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.

    Os dados são do sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter-B), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), desenvolvido para informar rapidamente aos órgãos de fiscalização sobre novas alterações na cobertura florestal. O Deter-B identifica e mapeia desmatamentos e demais alterações na floresta com área mínima próxima a um hectare.

    Já a taxa anual de desmatamento por corte raso na Amazônia Legal brasileira é fornecida, desde 1988, pelo Programa de Cálculo do Desmatamento da Amazônia (Prodes). As imagens utilizadas são do satélite Landsat, com maior resolução, que detecta exclusivamente desmatamentos tipo corte raso superiores a 6,25 hectares.

    Sistemas de monitoramento

    O Deter e o Prodes formam o conjunto de sistemas para monitoramento e acompanhamento dos biomas brasileiros, que tem como ano referência sempre de agosto de um ano a julho do ano seguinte.

    De agosto de 2023 a julho de 2024, os alertas de desmatamento na Amazônia – detectados pelo Deter – caíram 45,7% em relação ao período anterior. O número de 4.314,76 km² desmatados é o menor da série histórica iniciada em 2016.

    Já os dados consolidados de desmatamento do Prodes de 2023/2024 são divulgados no fim do ano. No período de agosto de 2022 a julho de 2023, o desmatamento na Amazônia Legal alcançou 9.001 km², o que representa queda de 22,3% em relação ao ano anterior (2021/2022).

    No bioma Cerrado, o Deter-B verificou aumento de 9% de supressão da vegetação de agosto de 2023 a julho de 2024, em relação ao período anterior, chegando a 7.015 km² de área sob alerta. No caso do Pantanal, a área sob alerta está em 1.159,98 km². Como essa medição começou em agosto do ano passado, ainda não é possível o comparativo.

    Mesmo com a retomada das políticas ambientais pelo atual governo – que resultaram em sucessivas reduções de desmatamento na Amazônia – a degradação também é uma preocupação e afeta uma área três vezes maior que o desmatamento. Camuflados por frágeis vegetações, distúrbios ambientais causados pelo homem avançam sobre a biodiversidade, longe do alcance das imagens de satélite e do monitoramento governamental.

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  • Força Nacional do SUS reforça apoio a estados afetados por queimadas

    Força Nacional do SUS reforça apoio a estados afetados por queimadas

    A Força Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) vai ampliar a atuação nos estados e municípios afetados pelas queimadas. A partir desta segunda-feira (16), serão realizadas visitas de equipes nos estados do Acre, Amazonas e Rondônia. A mobilização é uma demanda do Ministério da Saúde e tem como objetivo avaliar a situação e apoiar gestores estaduais e municipais.

    De acordo com nota divulgada neste sábado pelo ministério, o apoio da Força Nacional ocorrerá em três níveis. O primeiro deles envolve a orientação e organização da rede assistencial, reforçando os serviços, especialmente nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), onde a maior parte dos problemas pode ser resolvida.

    O segundo nível de apoio inclui a expansão da oferta a partir de pontos de hidratação. Já o terceiro nível, se necessário, prevê o uso de estruturas maiores, com espaços otimizados dentro das próprias Unidades Básicas de Saúde ou a partir de estruturas externas, como hospitais de campanha, caso a rede colapse, o que não é o cenário atual.

    São Paulo

    Na sexta-feira (13), a ministra da Saúde, Nísia Trindade, e a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, participaram de reunião com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, para tratar da crise climática que atinge o estado.

    Técnicos da Secretaria de Atenção Especializada em Saúde (SAES) do Ministério da Saúde foram para Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, para apoiar os gestores na construção de planos de ação.

    De acordo com Nísia Trindade, tanto o Ministério da Saúde quanto o Ministério do Meio Ambiente têm a palavra prevenção como chave. “Iremos trabalhar junto com o governo de São Paulo e com outros governos para ações mais estruturantes para o plano de adaptação, mitigação e mesmo de transformação na linha que o presidente Lula vem externando”, ressaltou a ministra.

    Sala de situação

    Em julho, foi criada a Sala de Situação Nacional de Emergência Climática em Saúde do Ministério da Saúde, juntamente com representantes de estados e municípios e do Distrito Federal, além de instituições de saúde e meio ambiente.

    Além das orientações para a população, os informes já publicados pelo Ministério trazem as recomendações de ações a serem implementadas pelos profissionais da vigilância em saúde ambiental. Uma das iniciativas foi a publicação de orientações para a proteção e monitoramento da saúde dos brigadistas florestais.

    O Ministério da Saúde mantém monitoramento das áreas afetadas pelas queimadas e incêndios florestais por meio da Vigilância em Saúde Ambiental e Qualidade do Ar (VigiAr). A qualidade da água também é monitorada através do VigiÁgua, e em colaboração com outros órgãos orienta as áreas afetadas em relação ao provimento de água potável.

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  • Seca e queimadas exigem mais cuidados com saúde; confira orientações

    Seca e queimadas exigem mais cuidados com saúde; confira orientações

    As condições atuais de seca, queimadas e altas temperaturas em boa parte do país levou o Ministério da Saúde a reforçar orientações para a proteção dos brasileiros.

    Em áreas onde há dificuldade de acesso à água potável, por exemplo, existe o risco de desidratação. E a fumaça das queimadas pode levar a quadros de doenças respiratórias.

    As orientações para a população são: aumentar a ingestão de água e procurar locais frescos; evitar atividades físicas em áreas abertas; não ficar próximo dos focos de queimadas e procurar atendimento médico em caso de náuseas, vômitos, febres, falta de ar, tontura, confusão mental ou dores intensas de cabeça, no peito ou abdômen.

    Neste sábado (14), a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia também ampliou recomendações à população dado o aumento das concentrações de poluentes no ar.

    O documento cita registros de poluição decorrentes de incêndios florestais na região Norte, principalmente nos estados do Amazonas, Rondônia e Acre; em todo Centro-Oeste, Sul e Sudeste.

    Cuidados

    A entidade explica que há aumento do risco de infecções respiratórias para os seguintes grupos: crianças de até 2 anos, idosos com 65 anos ou mais e pessoas com doenças metabólicas e cardiovasculares, e imunocomprometidas.

    Nesses casos, além da hidratação, é recomendável o uso de máscaras, se possível N95 ou PFF1, 2 ou 3, que são mais eficazes que as cirúrgicas; permanecer o maior tempo possível no interior das casas e com as janelas fechadas; além de evitar atividades físicas.

    Pessoas sem comorbidades ou fora dos grupos considerados de risco devem evitar exercícios físicos ao ar livre e o tempo da atividade não deve exceder 30 minutos; os especialistas também recomendam uso de máscara em ambientes externos.

    Para melhorar o interior das residências, umidificar o ambiente com toalhas molhadas ou umidificadores e manter o local limpo. Sempre utilizar panos úmidos ou aspiradores para a limpeza e não vassouras.

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  • Brasil concentra 71,9% das queimadas na América do Sul nas últimas 48h

    Brasil concentra 71,9% das queimadas na América do Sul nas últimas 48h

    Nos últimos dois dias, o Brasil concentrou 71,9% de todas as queimadas registradas na América do Sul. De acordo com dados do sistema BDQueimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), foram 7.322 focos de incêndio nas últimas 48 horas até a sexta-feira (13).

    Na sequência, aparecem Bolívia com 1.137 focos (11,2%), Peru com 842 (8,3%), Argentina com 433 (4,3%) e Paraguai com 271 (2,7%) focos de queimadas nas últimas 48 horas.

    Considerando o acumulado do ano, até a data de ontem, o Brasil registrou 180.137 focos em 2024, 50,6% dos incêndios da América do Sul. O número é 108% maior em relação ao mesmo período de 2023, quando foram anotados 86.256 focos entre janeiro e 13 de setembro.

    Entre os estados brasileiros, Mato Grosso lidera o ranking, com 1.379 registros nas últimas 48 horas, seguido por Amazonas, com 1.205, Pará, com 1.001, e Acre, com 513 focos. O município com o maior número de queimadas no período é Cáceres (MT), que teve 237 focos nas últimas 48 horas. Novo Aripuanã (AM) e São Félix do Xingu (PA) vêm logo atrás com 204 e 187 focos de incêndio, respectivamente.

    A Amazônia foi a região mais afetada, concentrando 49% das áreas atingidas pelo fogo nas últimas 48 horas. Na sequência, aparecem o Cerrado (30,5%), a Mata Atlântica (13,2%), o Pantanal (5,4%) e a Caatinga (1,9%).

    Ações coordenadas

    A Polícia Federal (PF) aponta que há indícios de que parte dos incêndios florestais no país pode ter ocorrido por meio de ações coordenadas.

    A hipótese de ação humana em parte das queimadas que assolam o país também já foi levantada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, que determinou medidas para o enfrentamento aos incêndios na Amazônia e no Pantanal.

    O uso do fogo para práticas agrícolas no Pantanal e na maior parte da Amazônia está proibido e é crime, com pena de dois a quatro anos de prisão.

    Segundo o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, associados a essa prática, os incêndios florestais no Brasil e em outros países da América do Sul são intensificados pela mudança do clima, que causa estiagens prolongadas em biomas como o Pantanal e Amazônia. Em 2024, 58% do território nacional são afetados pela seca. Em cerca de um terço do país, o cenário é de seca severa.

    Brasília (DF) 26/08/2024- Brasília amanhece encoberta por fumaça de queimadas. Foto: Joédson Alves/Agência Brasil
    Brasília (DF) 26/08/2024- Brasília amanhece encoberta por fumaça de queimadas. Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

    Além das consequências para o meio ambiente, o grande volume de queimadas no país tem pressionado o sistema de saúde e causa preocupação, principalmente envolvendo idosos e crianças com problemas respiratórios. Por causa dos incêndios, cidades em diversas partes do país foram atingidas por nuvens de fumaça, o que prejudica a qualidade do ar.

    As orientações para a população nessas regiões são evitar, ao máximo, a exposição ao ar livre e a prática de atividades físicas.

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  • Mato Grosso enfrenta queda na qualidade do ar nesta sexta-feira, 13 de setembro

    Mato Grosso enfrenta queda na qualidade do ar nesta sexta-feira, 13 de setembro

    Nesta sexta-feira (13), Mato Grosso amanheceu com um alerta preocupante em relação à qualidade do ar, que foi classificada como “insalubre” em várias regiões do estado. A combinação de queimadas e o clima seco, típico desta época do ano, está elevando os índices de poluição atmosférica, principalmente nas regiões Norte e Centro-Sul. A situação coloca o estado entre os mais afetados no Brasil, com um ar até 12 vezes mais tóxico do que o recomendado pelos padrões internacionais de qualidade.

    De acordo com dados do site IQAir, especializado em monitoramento da qualidade do ar, cidades como Cuiabá, Sinop e Rondonópolis registraram índices acima de 150, o que é classificado como insalubre para toda a população. Em Cuiabá, a capital mato-grossense, o índice chegou a 162, tornando o ar perigoso para grupos mais sensíveis, como crianças, idosos e pessoas com doenças respiratórias.

    Impacto da fumaça e clima seco no estado

    A fumaça oriunda das queimadas, juntamente com a baixa umidade do ar, está agravando a situação em diversas regiões de Mato Grosso. O meteorologista local, João Santos, destaca que a falta de chuvas contribui para a permanência de poluentes na atmosfera. “A ausência de precipitações impede a dispersão das partículas de poluição, o que mantém os níveis elevados de material particulado no ar,” explica o especialista.

    Os níveis de umidade relativa do ar em algumas regiões do estado estão abaixo de 20%, o que agrava a condição climática. Em resposta a essa situação, as autoridades de saúde do estado orientam a população a adotar medidas de proteção, como evitar atividades ao ar livre, principalmente nos horários de maior concentração de poluentes, e usar umidificadores de ar em ambientes fechados.

    Prevenção e cuidados recomendados

    Com a situação crítica em boa parte do estado, a Secretaria de Saúde de Mato Grosso divulgou uma série de orientações para minimizar os efeitos da poluição do ar:

    • Hidratação constante: Beba água regularmente para ajudar o organismo a lidar com a poluição;
    • Ambientes internos: Utilize umidificadores ou recipientes com água para melhorar a umidade em casa;
    • Evitar atividades ao ar livre: Principalmente em horários de pico, quando a qualidade do ar tende a ser pior;
    • Atendimento médico: Caso surjam sintomas respiratórios, como tosse persistente, falta de ar ou irritação nos olhos, procure assistência médica.

    A expectativa é de que, com a chegada das primeiras chuvas, esperadas para o final de setembro, a situação melhore em todo o estado, aliviando os efeitos da poluição e melhorando a qualidade do ar. Até lá, as recomendações de cuidado e prevenção permanecem essenciais para garantir a saúde da população.

  • Mudanças climáticas agravam insegurança alimentar, diz pesquisadora

    Mudanças climáticas agravam insegurança alimentar, diz pesquisadora

    A relação direta entre a fome e as mudanças climáticas foi debatida por pesquisadores que se reuniram na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) nesta semana, no 6º Encontro Nacional de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional, que termina nesta sexta-feira (13). Coordenadora do evento e professora do Instituto de Nutrição Josué de Castro, da UERJ, Rosana Salles da Costa explica que a insegurança hídrica, por exemplo, pode ser uma consequência das mudanças climáticas que também reduz o acesso à alimentação saudável.

    “A segurança alimentar se relaciona a diversas questões. Podemos colocar como uma delas as mudanças climáticas com, por exemplo, o prejuízo no acesso à água em quantidade e qualidade”, explicou à Agência Brasil. “Estamos debatendo no país a questão da segurança hídrica, que, com as mudanças climáticas e as queimadas que estão acontecendo, acaba prejudicando várias áreas de plantio de alimentos produzidos para o consumo nacional”.

    A professora ressalta também ser importante observar o aumento do preço dos alimentos, resultado de uma sequência de acontecimentos que dificultam o acesso à alimentação. “Uma vez que você prejudica o plantio e o cultivo de alimentos destinados ao consumo da nossa população, infelizmente, o preço também é afetado. A partir daí, temos que pensar em políticas públicas e em como reverter os efeitos das mudanças climáticas, porque elas estão presentes e temos que pensar agora em como vamos enfrentar as dificuldades relacionadas à segurança alimentar, articulando com os Governos Federal, Estaduais e Municipais medidas de redução da fome e promoção da alimentação saudável.”

    Realizado pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan), o encontro trouxe como tema “Pesquisa e políticas públicas em soberania e segurança alimentar e nutricional no enfrentamento das desigualdades, da fome e das mudanças climáticas”, reunindo pesquisadores nacionais e internacionais, alunos de graduação e de pós-graduação para debaterem as influências das mudanças climáticas no acesso à alimentação adequada pela população.

    Segurança alimentar

    Rosana Salles da Costa esclarece que segurança alimentar se relaciona ao acesso à alimentação adequada para todas as pessoas de uma família, refletindo o direito humano à alimentação adequada. Por outro lado, a insegurança alimentar se faz presente quando uma das questões relacionadas à alimentação, seja em quantidade ou qualidade, não é garantida. No Brasil, a insegurança alimentar é avaliada a partir da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA). “Os níveis de insegurança alimentar são três: insegurança alimentar leve, moderada e grave. A insegurança alimentar grave reflete a fome na nossa população, ou seja, famílias que passam o dia todo sem comer ou que fazem uma única refeição ao dia”.

    No país, conforme dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, referentes ao último trimestre de 2023, 10,8% dos lares comandados por mulheres convivem com a insegurança alimentar moderada ou grave. Considerando os lares chefiados por homens, essa porcentagem passa para 7,8%, revelando uma diferença de três pontos percentuais. Com relação à cor ou raça, 74,6% dos domicílios que enfrentam a insegurança alimentar grave são chefiados por pessoas pretas e pardas.

    “Infelizmente, temos o grupo classicamente mais afetado que são os lares chefiados por mulheres, especialmente as mulheres negras”, analisa a professora. “Esse também é um tema de debate de alguns dos painéis e de vários trabalhos do 6º EPISSAN. O encontro não debate apenas resultados, mas também é muito propositivo. Os pesquisadores presentes analisam e fazem propostas de políticas que, principalmente para os lares chefiadas por mulheres negras, são urgentes”, complementa.

    Encontro

    Além dos debates realizados, foram apresentados durante o evento dados preliminares sobre pesquisas conduzidas no país pela Rede Penssan e com apoio do App VIGISAN, aplicativo desenvolvido pela própria instituição para auxiliar na abordagem aos pesquisados que compõem, muitas vezes, grupos sociais vulnerabilizados. No encontro, também foi apresentada a plataforma FomeS, elaborada com financiamento do Ministério da Saúde (MS) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). A ferramenta agrega dados nacionais sobre mudança climática, insegurança alimentar, insegurança hídrica, saúde e estado nutricional de crianças.

    O encontro contou com patrocínio do Ministério da Saúde (MS), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).

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  • Mato Grosso em chamas: Aumento alarmante nos Incêndios de 2024 atinge 11,39 milhões de hectares

    Mato Grosso em chamas: Aumento alarmante nos Incêndios de 2024 atinge 11,39 milhões de hectares

    De janeiro a agosto de 2024, Mato Grosso foi um dos estados mais atingidos pelos incêndios no Brasil, com 11,39 milhões de hectares queimados no país, de acordo com dados do Monitor do Fogo Mapbiomas divulgados nesta quinta-feira (12). Somente no mês de agosto, o fogo consumiu 5,65 milhões de hectares, representando 49% do total deste ano.

    A maioria das áreas afetadas foram de vegetação nativa, com destaque para as áreas campestres e savânicas, que responderam por 24,7% e 17,9% do total queimado, respectivamente. No Mato Grosso, os incêndios se concentraram principalmente nas áreas de vegetação nativa e pastagens.

    O estado de Mato Grosso, juntamente com Roraima e Pará, respondeu por mais da metade da área atingida pelo fogo no Brasil, totalizando 52% da área queimada. O Pantanal, que também faz parte do estado, sofreu um aumento significativo de 249% nas áreas queimadas, comparado à média dos últimos cinco anos. Em agosto, Mato Grosso foi severamente impactado, refletindo um crescimento alarmante nos incêndios em comparação aos anos anteriores.

    Agosto de 2024 foi o pior mês da série histórica do Monitor do Fogo, com um aumento de 149% nas áreas queimadas em relação ao mesmo mês de 2023. A gravidade dos incêndios no Mato Grosso, especialmente no bioma Cerrado e na Amazônia, destacou a vulnerabilidade do estado durante a estiagem e o impacto ambiental significativo das queimadas.

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  • Entenda o que é a “chuva preta”

    Entenda o que é a “chuva preta”

    Uma névoa escura e densa paira sobre o céu de diversas cidades do Sul do Brasil. A chamada “chuva preta” tem assustado a população. A explicação para esse fenômeno, segundo o Climatempo, está na quantidade excessiva de fumaça presente no ar nesse momento.

    A chuva que cai das nuvens atravessa a atmosfera carregando o material suspenso e, quando chega ao chão, é uma mistura escura de água e fuligem.

    Como há o avanço de uma frente fria no sul do país, provocando precipitações, e um aumento da nuvem de fumaça sobre a região, a “chuva preta” pode voltar a ocorrer nos próximos dias tanto no Rio Grande do Sul quanto em Santa Catarina e Paraná, de acordo com os meteorologistas. E se essas condições persistirem, até estados como São Paulo e Mato Grosso do Sul podem ser atingidos.

    Consequências da “chuva preta” para a saúde 

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    Crédito: danimoreira.nutri/Instagram.

    A chuva preta não é apenas um fenômeno visualmente impactante, mas também representa uma ameaça à saúde e ao meio ambiente. A fuligem presente na chuva contém partículas finas que podem ser facilmente inaladas, causando problemas respiratórios, irritação nos olhos e alergias. Além disso, a deposição de material particulado no solo e na água pode contaminar o meio ambiente e afetar a biodiversidade.

    A “chuva preta” pode deixar uma camada de sujeira nas superfícies, como prédios, calçadas, veículos e demais infraestraturas, o que pode levar à degradação dos materiais e aumentar os custos de manutenção, no caso de uma exposição duradoura.

    Um sinal de alerta

    A “chuva preta” é um indicador de altos níveis de poluição atmosférica e geralmente é observada em locais próximos a áreas industriais, queimadas ou onde há intensa queima de combustíveis fósseis.

    No caso atual, o fenômeno é resultado da combinação de fatores como o aumento das queimadas em diversas regiões do país e as condições climáticas favoráveis à dispersão da fumaça.

  • São Paulo prorroga até sábado alerta de risco elevado para incêndios

    São Paulo prorroga até sábado alerta de risco elevado para incêndios

    A Defesa Civil do estado de São Paulo prorrogou o alerta de risco elevado para incêndios até o próximo sábado (14). O litoral paulista esteve de fora dos últimos alertas e é a única região do estado sem grande risco para incêndios florestais. Os alertas estão vigentes desde o começo de setembro.

    Segundo o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) estadual, as temperaturas podem chegar a 39 graus Celsius (°C), e a umidade relativa do ar (URA), a 20% em algumas regiões. Os prejuízos à agricultura atingem principalmente as lavouras de cana no centro e no norte do estado. O aviso reafirma que, nos próximos dias, São Paulo será dominado por um clima seco e estável, e que, sem previsão de chuvas, haverá elevação gradual das temperaturas, que trarão uma sensação de calor e um ambiente abafado em todo o território paulista.

    As temperaturas podem chegar aos 33 °C na região metropolitana da capital, no período mais quente do dia. No último final de semana, termômetros chegaram a marcar até 38 °C nas ruas, por volta das 13h. A umidade relativa do ar deve ficar abaixo dos 35%. Ao menos duas comunidades, uma em Osasco e outra ao sul da capital, registraram incêndios hoje, com confirmação de 13 moradias destruídas. Não houve vítimas.

    Para as regiões de São José do Rio Preto e Araçatuba, as temperaturas devem ficar na casa dos 38 °C, com umidade relativa do ar abaixo dos 20%. Em Presidente Prudente e Marília, os termômetros podem registrar temperaturas máximas de 39 ºC, com URA abaixo dos 25%. Nas regiões de Campinas, Sorocaba, Araraquara e Bauru, temperaturas máximas de 34 °C com URA abaixo dos 25%. Em Franca, Barretos e Ribeirão Preto, onde se concentraram a maior parte dos focos de queimadas desde a segunda quinzena de agosto, as temperaturas máximas podem atingir os 36 °C, com umidade abaixo dos 25%.

    A Defesa Civil e a Secretaria de Saúde recomendam cuidados que incluem hidratação constante, o uso de soro nos olhos e nariz e de proteção dos raios solares, e desaconselham a prática de atividades físicas ao ar livre nos horários mais críticos do dia. Em regiões de queimadas, como proteção adicional, os dois órgãos sugerem o uso de máscaras do tipo N95, PFF2 ou P100, que podem reduzir a inalação de partículas, em ambientes externos. As recomendações são voltadas principalmente para os grupos de risco, como crianças com menos de 5 anos, gestantes, portadores de comorbidades e idosos.

    Nesta terça-feira (10) o CGE contabiliza dez focos de incêndio em todo o território paulista. Segundo a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) um número elevado de estações apontou qualidade do ar classificada como “muito ruim” e “ruim”, em decorrência de altas concentrações de partículas inaláveis finas (poeira, fuligem e fumaça que ficam suspensas na atmosfera em função do seu pequeno tamanho). O órgão suspendeu temporariamente as autorizações de queima no estado para a despalha de cana, queima fitossanitária ou para manejo. As duas únicas exceções são para a implantação de aceiros que evitem a propagação do fogo e para casos de finalidade fitossanitária solicitados diretamente pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento.

    Edição: Juliana Andrade

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