Categoria: CLIMA

  • Meteorologia prevê show de Lady Gaga sem chuva e com madrugada fria

    Meteorologia prevê show de Lady Gaga sem chuva e com madrugada fria

    O dia do show da cantora Lady Gaga na Praia de Copacabana, no próximo sábado (3), deve contar com temperaturas amenas e céu claro e parcialmente nublado. Segundo a previsão do Sistema Alerta Rio, da Prefeitura do Rio de Janeiro, não há previsão de chuva.

    Nos últimos dias, a cidade do Rio de Janeiro registrou queda de temperatura e as menores mínimas do ano. Para este fim de semana, estão previstas mínimas de 14 graus Celsius (ºC) no sábado (3) e de 15 ºC no domingo (4). Isso significa que as madrugadas devem ser frias, o que se soma à previsão de vento fraco a moderado na cidade.

    Já as máximas podem chegar a 31ºC nos dois dias, temperatura que costuma ocorrer entre o fim da manhã e o início da tarde.

    São esperadas mais de 1,6 milhão de pessoas no show, e a orientação do poder público para o deslocamento é dar preferência ao transporte público, em especial o metrô, para entrar e sair de Copacabana.

    O bairro terá o acesso de carros e ônibus fretados bloqueado segundo o esquema operacional divulgado pela prefeitura.

    Outras orientações são para que o público se hidrate, consuma alimentos leves e não entre no mar durante a noite, devido ao risco de afogamento aumentado no período noturno.

    A Secretaria Municipal de Saúde recomenda que se aumente a ingestão de água, leve medicações de uso contínuo, use roupas leves e carregue um documento de identificação com telefone de contato de emergência.

    A cantora se apresenta a partir das 21h45, em um palco montado na areia da Praia de Copacabana, em frente ao Copacabana Palace, mas a festa começa às 17h30, com DJs.

  • Seca deste ano foi mais branda no Norte e Centro-Oeste, revela monitor

    Seca deste ano foi mais branda no Norte e Centro-Oeste, revela monitor

    O período recente de seca, entre fevereiro e março, foi mais brando em estados das regiões Norte e Centro-Oeste, segundo registro do monitor das secas da Agência Nacional de Águas e Saneamentos Básico (ANA). Ao mesmo tempo, a seca foi mais intensa no Nordeste, Sudeste e Sul do país.

    Para o monitor, com a continuidade das chuvas acima da média, a seca melhorou na Região Norte. O destaque ficou por conta da estiagem no centro do Amazonas e da seca fraca no Acre e Rondônia, que ficaram parcialmente livres do fenômeno.

    Além disso, em fevereiro e março, o Amapá e o Pará ficaram livres da seca.

    Em relação ao Centro-Oeste, o monitor aponta que, em razão das “anomalias negativas de precipitação”, a seca moderada avançou em Goiás e no leste de Mato Grosso. E por conta da melhora nos indicadores, a seca fraca recuou no oeste mato-grossense e noroeste goiano.

    Na Região Nordeste, com a piora nos indicadores, houve expansão da área com seca moderada na Bahia e em Pernambuco, além do agravamento do período de estiagem, que passou de moderada a grave no sudeste do Piauí, sul de Pernambuco, oeste de Alagoas e de Sergipe e no sudoeste e nordeste baiano.

    Recuo da estiagem

    Em contrapartida, o monitor das secas destaca que as chuvas acima da média levaram a um recuo da estiagem fraca no centro do Ceará e norte do Maranhão.

    Na Região Sudeste, com chuvas abaixo da média e piora nos indicadores, houve avanço da seca moderada em São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

    Na Região Sul, em decorrência da persistência de chuvas abaixo da média, anotou-se avanço da seca moderada no Rio Grande do Sul e da seca fraca no leste e norte de Santa Catarina e no leste e centro-sul do Paraná.

    O monitor apontou, ainda, um agravamento da seca, que passou de fraca para grave no nordeste gaúcho e Região Serrana de Santa Catarina, e de fraca para moderada no oeste catarinense e sudoeste paranaense.

    “Considerando as cinco regiões geopolíticas acompanhadas pelo Monitor de Secas, o Sudeste teve a condição mais branda do fenômeno em março, enquanto o Sul teve a situação mais severa, com 22% da sua área com estiagem grave. Entre fevereiro e março, no Centro-Oeste e no Norte o fenômeno se abrandou, enquanto no Nordeste, Sudeste e Sul a seca se intensificou nesse período”, informou a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico.

    Estados

    No período entre fevereiro e março, os estados da Bahia, Paraná e Santa Catarina registraram aumento da área sem chuvas. No Acre, Amazonas, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Piauí, Rondônia, Roraima e Tocantins houve diminuição da área sob estiagem.

    A situação permaneceu estável em 11 estados e no Distrito Federal: Alagoas, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, São Paulo e Sergipe. Entre fevereiro e março, o Amapá seguiu sem seca e o Pará ficou livre do fenômeno em março.

  • Mais milho, menos impacto: Brasil lidera exportações e inova produção sustentável

    Mais milho, menos impacto: Brasil lidera exportações e inova produção sustentável

    Em 24 de abril, no Dia Internacional do Milho, o Brasil celebra seu protagonismo na cultura do milho, com estimativa de 122,7 milhões de toneladas na safra 2024/25, segundo a Conab.

    Brasil no pódio mundial e líder em exportações

    Embora seja o terceiro maior produtor — atrás apenas da China e dos EUA —, o país liderou as exportações na última safra, enviando 34 milhões de toneladas de milho para mais de 140 nações.

    Crescimento eficiente: +250% em duas décadas

    Nos últimos 20 anos, a produção de milho aumentou cerca de 250%, saltando de 35 para 122 milhões de toneladas, enquanto a área plantada só dobrou para 21 milhões de hectares. Esse avanço reflete a adoção de biotecnologia e inovações agrícolas.

    Práticas sustentáveis e integração de culturas

    • Biotecnologia: maior produtividade com uso reduzido de químicos.
    • Sucessão soja-milho: fixação de nitrogênio pela soja e palhada de milho como fertilizante natural.
    • Legislação rigorosa: normas ambientais que garantem o manejo sustentável.

    3º Congresso Abramilho: Sustentabilidade e Inovação

    Em 14 de maio, Brasília recebe o 3º Congresso Abramilho, reunindo cerca de 400 produtores, empresários e especialistas para discutir desafios econômicos, políticos e ambientais da cultura do milho.

    Principais temas

    • Reciprocidade ambiental entre países
    • Cenário de inflação de alimentos
    • Demandas sustentáveis do mercado internacional
    • Impactos do recente tarifaço dos EUA

    Participe e descubra como o milho brasileiro equilibra desenvolvimento econômico e preservação ambiental.

  • Chuva de meteoros Líridas ficará mais intensa nos próximos dias

    Chuva de meteoros Líridas ficará mais intensa nos próximos dias

    A incidência de meteoros cortando os céus do país está cada vez maior desde o dia 14 de abril, data em que o planeta Terra começou a atravessar uma região do espaço por onde passou o Cometa Tatcher (C/1861 G1), deixando um rastro de poeira e detritos.

    Trata-se da chuva de meteoros Líridas (Lyrids), que anualmente brinda os amantes da astronomia com visualizações de objetos que literalmente são de outro planeta. O ápice das aparições está previsto para a noite entre 21 e 22 de abril.

    “A melhor visibilidade será durante o pico, na madrugada de 22 de abril, por volta das 2h da manhã (horário de Brasília). Nesse horário, o radiante da chuva — ponto no céu de onde os meteoros parecem se originar — estará mais alto, proporcionando melhores condições de observação”, explicou à Agência Brasil o astrônomo parceiro do Observatório Nacional Marcelo De Cicco.

    Especialista em ciências planetárias e coordenador do projeto brasileiro de pesquisa de meteoros Exoss, Cicco diz que quem estiver em lugar escuro, longe da poluição luminosa das cidades e nos horários de menor luminosidade lunar, poderá ver até 18 meteoros por hora.

    “Basta olhar predominantemente para o norte. Mais especificamente para o quadrante Norte, próximo à estrela Vega”, sugere o astrônomo.

    Ele explica que a chuva de meteoros Líridas ocorre anualmente entre 14 e 30 de abril.

    Para facilitar o reconhecimento dos pontos cardeais, o observador que não tiver uma bússola deverá estender o braço direito para o local onde o Sol nasce (leste) e o braço esquerdo para o local onde o Sol se põe (oeste). Dessa forma, ele estará de frente para o norte.

    Pequenos corpos celestes que se deslocam no espaço e entram na atmosfera da Terra, os meteoros queimam parcial ou totalmente devido à ablação com a atmosfera terrestre e ao contato com moléculas de oxigênio.

    Esse fenômeno deixa um risco luminoso no céu, popularmente chamado de “estrela cadente”.

    Estudar chuvas de meteoros ajuda a estimar a quantidade e o período de maior incidência de detritos provenientes de correntes de meteoroides que a Terra atravessa periodicamente.

    Assim, missões espaciais e centros de controle de satélites podem aprimorar estratégias de proteção para suas naves e equipamentos em órbita próxima à Terra e Lua.

    As chuvas de meteoros também ajudam a compreender a formação do nosso Sistema Solar, pois ao investigar as propriedades dos detritos, é possível entender mais sobre os cometas e até mesmo fragmentos lunares e marcianos, resultantes de impactos antigos, assim como NEOS (Near Earth Objects), objetos próximos à órbita terrestre com atividade.

  • Feriadão deve ter chuva e queda de temperatura no centro-sul do país

    Feriadão deve ter chuva e queda de temperatura no centro-sul do país

    O feriado prolongado de Páscoa e Tiradentes deve ser de chuvas intensas nos estados de Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Bahia, informou o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Além disso, informou o órgão, a passagem de uma frente fria pelo oceano deve impactar algumas áreas da região sul do país.

    Hoje (18), pancadas de chuva com trovoadas são esperadas para a região centro-sul de Mato Grosso do Sul. Em São Paulo, as chuvas mais significativas devem ocorrer no oeste e centro-norte do estado entre hoje e amanhã (19). No litoral paulista, as chuvas devem ser mais moderadas. No domingo, algumas localidades de São Paulo devem apresentar queda de temperatura.

    No Sul, a chegada de uma nova frente fria que começou a se deslocar hoje pelo oceano deve provocar instabilidades na região. O centro-norte do Rio Grande do Sul será o primeiro a ser atingido, com o avanço do sistema previsto para amanhã (19) e domingo (20). O oeste de Santa Catarina e do Paraná também devem ser atingidos. A previsão é de chuvas moderadas na região.

    A partir do final de semana, a massa de ar frio deve favorecer a formação de geada fraca no sul do país.

    Alertas

    Hoje (18), o Inmet lançou dois alertas laranja sobre o risco de chuvas intensas. O alerta laranja é o segundo de maior gravidade na escala, abaixo somente do alerta vermelho, e significa situação de perigo.

    O primeiro alerta vale até amanhã (19) e atinge as regiões do Vale do Rio Doce, Vale do Mucuri, região norte e Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, a região noroeste do Espírito Santo e sul e centro-sul da Bahia. Nestas áreas estão previstas chuvas entre 30 a 60 mm/h ou entre 50 a 100 mm/dia.

    O segundo alerta vale somente para hoje, e atinge o Paraná, Mato Grosso do Sul e algumas regiões do interior paulista como Presidente Prudente, Assis e Marília. Nestas áreas, as chuvas podem atingir até 100 milímetros por dia e pode haver ventos intensos entre 60 e 100 quilômetros por horas.

  • Clima: Inmet emite alerta laranja para chuva e vento forte em SP, RJ e ES

    Clima: Inmet emite alerta laranja para chuva e vento forte em SP, RJ e ES

    O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu nesta quinta-feira (10) um alerta laranja para chuvas e ventos intensos em algumas regiões dos estados de São Paulo, do Rio de Janeiro e do Espírito Santo. O alerta laranja é o segundo de maior gravidade na escala utilizada pelo Inmet, abaixo somente do alerta vermelho, e significa situação de perigo.

    Segundo o Inmet, o alerta foi emitido porque as chuvas poderão atingir até 100 milímetros e os ventos podem chegar até 100 quilômetros por hora. O alerta vale até as 23h59 de hoje (10) principalmente para as regiões sul e central do Espírito Santo, a região metropolitana e o litoral paulista, o Vale do Paraíba (SP) e regiões noroeste, central, sul e norte fluminense.

    São Paulo

    A Defesa Civil do Estado de São Paulo informou que as regiões do litoral norte e a faixa leste paulista podem enfrentar temporais hoje, com risco de alagamentos, deslizamentos e quedas de árvore. Já para amanhã (11) e sábado (12) a previsão é de diminuição das instabilidades.

    Na tarde de hoje, diversas cidades paulistas enfrentaram fortes chuvas. Um alerta severo chegou a ser emitido pela Defesa Civil para as cidades de Mauá, Taboão da Serra, Santa Isabel, Jacareí e São Paulo.

    Em Itaquaquecetuba, informou a Defesa Civil de São Paulo, houve queda do muro de uma escola municipal, que atingiu alguns veículos que estavam estacionados, sem registro de vítimas. Já em Guaratinguetá, houve um ponto de deslizamento na estrada rural da colônia do Piagui e transbordamento do Córrego dos Pilões.

  • Crise climática pode provocar nova extinção em massa, diz pesquisador

    Crise climática pode provocar nova extinção em massa, diz pesquisador

    Se a humanidade não conseguir reverter os efeitos das mudanças climáticas, a Terra pode sofrer uma extinção em massa, semelhante à do Período Permiano (entre 299 e 251 milhões de anos atrás), quando cerca de 90% das espécies não conseguiram sobreviver às condições drásticas. O alerta é do pesquisador Hugh Montgomery, diretor do Centro de Saúde e Desempenho Humano da University College London, na Inglaterra, e um dos autores do relatório de 2024 sobre saúde e mudanças climáticas da publicação científica The Lancet.

    O estudioso abriu a programação do Forecasting Healthy Futures Global Summit, evento internacional sobre saúde e clima, que começou nesta terça-feira (8) no Rio de Janeiro. O Brasil foi escolhido para sediar a conferência porque vai receber a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), em novembro.

    Montgomery ressaltou que essa extinção já vem ocorrendo ─ “a maior e mais rápida que o planeta já viu, e somos nós que estamos causando isso”, frisou. Entretanto, a morte de espécies pode chegar a níveis catastróficos se o aumento da temperatura média global chegar a 3 graus Celsius (ºC) acima dos níveis pré-industriais. Em 2024, alcançamos um aumento recorde de 1,5º C, e cientistas estimam que se as ações atuais foram mantidas, especialmente no que se refere a emissão de gases do efeito estufa, esse aumento deve chegar a 2,7 °C até 2100.

    “Se continuarmos golpeando a base dessa coluna instável sobre a qual estamos apoiados, a própria espécie humana estará ameaçada. No ano passado, emitimos 54,6 bilhões de toneladas de CO₂ equivalente na atmosfera — um aumento de quase 1% em relação ao ano anterior. A concentração atmosférica de CO₂ não só está aumentando, como está aumentando de forma cada vez mais acentuada”, explicou o especialista.

    E, de acordo com Montgomery, outras consequências drásticas poderão afetar a Terra bem antes disso. “Se alcançarmos, mesmo que temporariamente, um aumento entre 1,7 °C e 2,3 °C, teremos um colapso abrupto das camadas de gelo do Ártico. Sabemos que isso também vai causar uma desaceleração significativa da Circulação Meridional do Atlântico, da qual depende o nosso clima, nos próximos 20 ou 30 anos, provocando uma elevação do nível do mar em vários metros, com consequências catastróficas”.

    Ele chama atenção para outras causas do aquecimento global, como a emissão de metano, gás com potencial danoso 83 vezes maior do que o dióxido de carbono, liberado principalmente durante a exploração de gás natural. O cientista inglês também argumentou que ações imediatas de despoluição são essenciais para a própria economia mundial, que, prevê ele, deve reduzir em 20% ao ano, ou 38 trilhões de dólares, a partir de 2049, por causa dos efeitos das mudanças climáticas.

    Hugh Montegomery avalia que é importante pensar em medidas de adaptação a mudanças no clima, porque elas já estão afetando a saúde da população hoje, “mas isso não pode ser feito em detrimento de uma redução drástica e imediata nas emissões, porque não faz sentido focar apenas no alívio dos sintomas quando deveríamos estar buscando a cura”.

  • Marina Silva e ministro da China estreitam cooperação ambiental e climática entre países

    Marina Silva e ministro da China estreitam cooperação ambiental e climática entre países

    A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, e o ministro de Ecologia e Meio Ambiente da República Popular da China, Huang Runqiu, se reuniram na quarta-feira (2/4) em Brasília (DF). O encontro ocorreu no contexto da 11ª Reunião de Ministros de Meio Ambiente do BRICS sob a presidência brasileira.

    Na pauta, as parcerias estratégicas no grupo e na Subcomissão de Meio Ambiente e Mudança do Clima da Cosban. O diálogo tratou ainda de iniciativas de proteção à biodiversidade, combate à poluição e financiamento climático. Marcou também a 5ª reunião da Subcomissão de Meio Ambiente e Mudança do Clima da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (Cosban).

    Os ministros assinaram o Plano de Trabalho da Subcomissão para o período de 2025 a 2029, que define o escopo e as formas de cooperação entre Brasil e China nas áreas de proteção ambiental, melhoria da qualidade ambiental, enfrentamento à mudança do clima, conservação da biodiversidade e desenvolvimento sustentável.

    “No âmbito da Cosban, vamos estabelecer, além de intercâmbio de informação e de boas práticas, ações de capacitação e treinamento, consultas sobre negociações internacionais e cooperação em áreas como a criação de mecanismos inovadores para o financiamento de serviços ecossistêmicos”, destacou a ministra.

    Marina Silva convidou sua contraparte chinesa a conhecer o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês). Desenvolvido pelos ministérios do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Fazenda e Relações Exteriores, o TFFF recompensará países que comprovadamente protegem suas florestas tropicais, com base em monitoramento feito por satélites.

    O governo federal trabalha para captar US$ 125 bilhões e lançar o TFFF durante a COP30, Conferência do Clima da ONU que ocorre em Belém (PA) em novembro. Pelo menos 20% dos recursos serão direcionados a populações indígenas e povos e comunidades tradicionais que estão na linha de frente da preservação das florestas.

    Participaram da reunião com Huang o presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago ; a secretária nacional de Mudança do Clima do MMA e diretora-executiva da COP30, Ana Toni; o diretor-geral do Serviço Florestal Brasileiro, Garo Batmanjan; o secretário nacional de Meio Ambiente Urbano, Recursos Hídricos e Qualidade Ambiental do MMA, Adalberto Maluf; e a secretária nacional de Biodiversidade, Florestas e Direitos Animais da pasta, Rita Mesquita.

    Encontros com Irã e Etiópia

    Também em paralelo à reunião de ministros de Meio Ambiente do BRICS, Marina recebeu a vice-presidente e chefe da Organização do Meio Ambiente do Irã, Shina Ansari. No encontro, foram discutidas as prioridades dos países no BRICS e na COP30 e o combate à poluição por plásticos.

    “Ter a presença do Irã no BRICS nos faz acreditar que o multilateralismo está fortalecido diante de um contexto geopolítico desafiador”, ressaltou. Também participou da agenda o secretário Adalberto Maluf.

    Na quinta-feira (3/4), durante a 11ª reunião dos ministros de Meio Ambiente do BRICS, a ministra se reuniu com a diretora-geral da Autoridade Ambiental da Etiópia, Lelise Neme. Esteve presente a secretária nacional de Povos e Comunidades Tradicionais e Desenvolvimento Rural Sustentável, Edel Moraes.

    Na oportunidade, Marina Silva enfatizou o interesse em ampliar a cooperação bilateral com o país africano nas áreas de meio ambiente e clima e reforçou a necessidade de que as nações apresentem, até a COP30, as atualizações de suas NDCs (sigla em inglês para Contribuições Nacionalmente Determinadas) em linha com a meta do Acordo de Paris de limitar o aquecimento médio do planeta a 1,5ºC em relação aos níveis pré-industriais. As NDCs são os compromissos nacionais para redução de suas emissões de gases de efeito estufa.

  • Presidente da COP 30 defende novas formas de financiamento climático

    Presidente da COP 30 defende novas formas de financiamento climático

    O embaixador André Corrêa do Lago, presidente da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que será realizada em novembro deste ano em Belém, defendeu nesta segunda-feira (31) que é preciso pensar em novas formas para se financiar a agenda ambiental.

    “O Brasil está dando uma ajuda imensa para encontrar caminhos para outras formas de financiar. Existem discussões sobre taxação para transporte marítimo, petróleo, classe executiva de avião. A gente vai olhar para tudo para chegar a US$ 1,3 trilhão em 2035. Precisamos ampliar a discussão sobre financiamento climático e pensar além dos mecanismos tradicionais”, disse ele durante o evento Soluções Baseadas na Natureza: Oportunidades de Escala e Perspectivas de Financiamento, promovido pelo Nature Investment Lab (NIL).

    O encontro, realizado hoje, na capital paulista, reuniu líderes do setor financeiro, de instituições públicas e multilaterais e organizações do ecossistema de impacto para discutir os avanços do Nature Investment Lab, iniciativa liderada pelo setor privado e que foi lançada em setembro do ano passado para superar desafios legais e financeiros, desenvolver modelos de negócios replicáveis e criar estruturas financeiras inovadoras para projetos sustentáveis no Brasil.

    De acordo com o embaixador, o financiamento da “agenda de ação” é uma das prioridades do governo brasileiro, além do fortalecimento do multilateralismo e da criação de oportunidades de negócio, buscando tornar viáveis os projetos voltados ao combate à mudança climática.

    “Não podemos achar que apenas a negociação de mudança climática e o Acordo de Paris vão resolver a questão climática. O Acordo e a Convenção do Clima são ambientes bons para negociar soluções, mas a implementação depende mais de bancos de desenvolvimento, do FMI [Fundo Monetário Internacional], para que o que está sendo discutido se torne uma realidade no campo. O financiamento depende de outros órgãos”, comentou o embaixador.

    “A COP tem uma dimensão muito formal, das negociações, e delas só podem participar os 196 países do Acordo de Paris. Quem vai levar isso adiante são instituições desses países, mas também governos subnacionais, setor privado, academia, que não participam das negociações. O que vocês estão fazendo pode servir como base para outros países, onde é muito mais difícil. O mundo em desenvolvimento tem grande esperança de que venham do Brasil ideias como as que vocês estão desenvolvendo”, acrescentou.

  • Petrobras comprará R$ 450 milhões em créditos de carbono na Amazônia

    Petrobras comprará R$ 450 milhões em créditos de carbono na Amazônia

    Uma parceria entre a Petrobras e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) pretende criar um mercado de ao menos R$ 450 milhões em crédito de carbono, com o objetivo específico de restauração florestal na Amazônia.

    O protocolo de intenção entre as duas instituições foi assinado nesta segunda-feira (31) na sede da Petrobras, no Rio de Janeiro, entre os presidentes da companhia, Magda Chambriard, e do BNDES, Aloizio Mercadante. A iniciativa recebeu o nome ProFloresta+.

    O valor inicial de R$ 450 milhões corresponde ao que a Petrobras vai desembolsar comprando os créditos de carbono. O BNDES terá o papel de conceder empréstimos para projetos que se dediquem ao restauro de áreas amazônicas.

    O empréstimo é com recursos do Fundo Clima, em que a taxa de juros é de 1% ao ano. Para efeito de comparação, a taxa básica de juros do país, a Selic, que serve de parâmetro para operações de empréstimos, está em 14,25% ao ano.

    O BNDES é um banco público ligado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e atua no fomento de iniciativas de desenvolvimento, muitas vezes financiando projetos com juros mais em conta.

    25 milhões de árvores plantadas

    Os R$ 450 milhões iniciais são destinados a projetos de restauração de, no mínimo, 3 mil hectares. A Petrobras busca apoiar cinco projetos, totalizando 15 mil hectares e contratação de 5 milhões de créditos de carbono. Isso representa cerca de 25 milhões de árvores plantadas. Na estimativa da empresa, os projetos representarão a geração de 1,7 mil empregos.

    Para a presidente da empresa, o lançamento do programa é “prova viva” da preocupação da Petrobras com o meio ambiente.

    “É um compromisso com o povo que acredita que somos capazes de entregar o que eles desejam, que é um mundo mais limpo, mundo mais ameno para nossos filhos e netos”, disse.

    Para Magda Chambriard, trata-se de uma iniciativa de muito audaciosa. “Estamos falando de uma verdadeira revolução verde. Isso é um projeto estruturante em prol do clima”, acrescentou.

    Na apresentação do ProFloresta+, a Petrobras estimou que, em 25 anos, o projeto pode chegar a 50 mil hectares (500 km²), área maior que a cidade de Curitiba (435 km²), com investimento de R$ 1,5 bilhão, capturando cerca de 15 milhões de toneladas de carbono (equivalente ao emitido anualmente por 8,94 milhões de carros movidos a gasolina).

    O ProFloresta+ trabalha com prazo de 25 anos. Até 28 de abril, empresas e interessados podem enviar contribuições. O edital de licitação de compra dos créditos de carbono está marcado para julho de 2025. Empresas interessadas precisam se manifestar por meio deste e-mail.

    Agenda ambiental

    Aloizio Mercadante citou danos ambientais provocados pelas mudanças climáticas no país e no mundo, como as chuvas no Rio Grande do Sul, há quase um ano, e a maior seca na Região Norte em 121 anos, para pedir protagonismo no Brasil no cenário internacional.

    Para o presidente do BNDES, o Brasil tem que “liderar a agenda ambiental” e fazer da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climática (COP30), a ser realizada em novembro, em Belém, “um ponto de inflexão, de reflexão e de uma agenda de compromisso mais ambiciosa para enfrentar o aquecimento global e a crise climática”.

    “Plantar árvore é uma resposta decisiva para enfrentar a catástrofe climática”, ressaltou.

    O BNDES apoia outras iniciativas para manter a floresta em pé, mas o programa lançado nesta segunda-feira é específico para restauração e aumento da cobertura vegetal nativa.

    Revolução verde

    Petroleira e banco apontam a iniciativa como uma “revolução” no mercado de carbono, fazendo com que a demanda (interesse de compra) seja indutora do interesse de projetos ambientais, inclusive atuando na formação de preços e criando parâmetros que sejam replicados em outros projetos.

    Segundo a diretora socioambiental do BNDES, Tereza Campello, até agora, interessados em fazer restauração de áreas não tinham garantia de financiamento, nem de compradores do crédito de carbono.

    “O que nós estamos fazendo hoje é inverter essa discussão, gerando uma demanda firme para o mercado. A ideia é que ter foco na demanda de crédito de carbono e, com isso, criar todo um ambiente que gere confiança e que inicie esse processo”, afirmou Tereza Campello, esclarecendo que os restauradores interessados no programa não estão obrigados a contratar empréstimos com o banco público.

    O mercado de carbono

    O dióxido de carbono (CO2), também chamado de gás carbônico, é um dos principais causadores do efeito estufa e contribui para aquecer a temperatura do planeta.

    O mercado de carbono consiste na compra e venda de créditos para compensar passivos de poluição. Por exemplo, um projeto ambiental que refloresta áreas desmatadas ou preserva a natureza contribui para evitar que o CO2 não chegue à atmosfera – é o chamado sequestro de carbono.

    Esse sequestro de carbono se transforma em crédito que pode ser negociado. Na outra ponta do mercado, empresas que mantêm atividade econômica que contribuem para a emissão de CO2 podem comprar os créditos, realizando assim uma compensação ambiental.

    Em dezembro do ano passado, foi sancionada a Lei 15.042, que regula o mercado de carbono no Brasil.

    Disruptivo

    Na opinião do diretor de Transição Energética e Sustentabilidade da Petrobras, Maurício Tolmasquim, o projeto é um “mecanismo disruptivo para o setor ambiental” e tem entre suas vantagens o fato de garantir horizonte de longo prazo para os interessados em restaurar a floresta.

    “Leva cinco, dez anos para a floresta estar pronta para gerar os créditos. Enquanto o investidor faz isso, ele não sabe o preço do crédito daqui a cinco anos. Se ele participa de um leilão, já sabe o valor e pode montar o seu fluxo de caixa”, declarou.

    Organizações da sociedade civil como o Nature Investment Lab (NIL) e o Instituto Clima e Sociedade (ICS) contribuíram para elaborar o projeto com informações técnicas.

    Mercadante disse que haverá empresa especializada para certificar a geração do crédito de carbono. “O nosso desenho é uma certificadora em parceria público e privada”, adiantou. Magda Chambriard acrescentou que, além de garantir a demanda para geração de crédito de carbono, a Petrobras espera “fazer dinheiro” com a iniciativa.

    “O crédito de carbono é como se fosse uma ação, eu posso comprar e vender”, esclareceu. “Não precisa encarteirar esse título em 25 anos. Ela entra agora, compra e, em seguida, pode vender para o interessado, porque esse mercado, se organizando, cada vez vai ter mais liquidez e mais interesse”, completou Mercadante.

    Tolmasquim

    A presidente da Petrobras comentou a situação do diretor Mauricio Tolmasquim, referência em assuntos ligados a energia, especialmente transição energética. Tolmasquim foi indicado para participar do Conselho de Administração da Eletrobras, empresa privada que atua na geração de energia.

    Perguntada se há conflito de interesses, Magda respondeu: “Vamos ver ainda”. Ela afirmou, contudo, que os investimentos na área de sustentabilidade vão continuar à risca. “Faz parte do nosso planejamento estratégico.”

    De acordo com Magda Chambriard, o orçamento para transição energética nos próximos cinco anos é de US$ 16,2 bilhões, representando 15% do capex (dinheiro reservado para investimentos) da empresa. Ela reforçou que a Petrobras espera atingir em 2050 o chamado net zero (saldo negativo de emissão de carbono) na produção de petróleo.