Categoria: DIRETO DE BRASÍLIA

  • Trancada pela MP da Liberdade Econômica, pauta do Plenário inclui PECs e projeto em favor do idoso

    Trancada pela MP da Liberdade Econômica, pauta do Plenário inclui PECs e projeto em favor do idoso

    A pauta do Plenário da próxima semana está trancada pela medida provisória da Liberdade Econômica (MP 881/2019). A proposta, aprovada na Câmara dos Deputados como Projeto de Lei de Conversão (PLV) 21/2019, tem validade até o próximo dia 27 e é o primeiro item da pauta do Plenário na próxima terça-feira (20).

    O texto busca reduzir a burocracia para os negócios da iniciativa privada, ao estabelecer garantias para o livre mercado e prever isenção de alvarás e licenças para startups, entre outras medidas. A proposição também estabelece alterações na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT – DL 5452, de 1943) e permitirá o trabalho aos domingos, com folga a cada quatro semanas, sem aval do sindicato por acordo coletivo. O governo argumenta que a MP vai gerar 3,7 milhões de empregos em 10 anos.

    A mudança trabalhista gerou controvérsias e divide parlamentares. Enquanto alguns defendem a matéria, dizendo que o texto moderniza a economia nacional, outros apontam a perda de direitos dos trabalhadores por meio da medida.

    Em audiência na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) na última terça-feira (13), vários especialistas criticaram a MP. A diretora legislativa da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), Viviane Maria Leite de Faria, disse entender que o texto viola a Constituição de 1988 por buscar suprimir direitos. Ela também considera ilegais os termos da medida que excluem da proteção laboral os trabalhadores que recebem mais do que 30 salários mínimos. Outros debatedores apontaram que a MP está, na verdade, fazendo uma nova reforma trabalhista.

    Propostas de Emenda

    Também consta na pauta a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 82/2019, que disciplina os pedidos de vista nos tribunais. A PEC, aprovada na última quarta-feira (14) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), tem o senador Oriovisto Guimarães (Pode-PR) como primeiro signatário. O relator, senador Esperidião Amin (PP-SC), explica que a proposta restringe o poder de decisão individual de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e de outros tribunais, impondo limites a pedidos de vista, que terão duração máxima de quatro meses.

    A PEC 19/2014, que inclui a mobilidade e a acessibilidade entre os direitos e garantias fundamentais, também está na pauta do Plenário. Autor da proposta, o senador Paulo Paim (PT-RS) argumenta que, embora a legislação e os tratados internacionais dos quais o Brasil é signatário deixem implícito o direito de locomoção, não há no texto constitucional menção explícita ao direito de mobilidade e acessibilidade. Incluir esses termos é, segundo Paim, a garantia para cobrar a devida infraestrutura que permitirá ao cidadão realizar atividades corriqueiras com agilidade, como ir de casa ao trabalho, a locais de estudo, hospitais e centros de lazer.

    Direito do idoso

    Outro item previsto para votação em Plenário é o projeto que Institui o Programa Cidade Amiga do Idoso (PL 402/2019). A matéria tem a finalidade de incentivar os municípios a adotar medidas para o envelhecimento saudável e aumentar a qualidade de vida da pessoa idosa. Os municípios que aderirem ao programa terão prioridade no recebimento dos recursos do Fundo Nacional de Apoio ao Desenvolvimento Urbano. Aqueles que conseguirem implantar ações que melhorem transporte, moradia e outros aspectos na vida dos idosos receberão o título de Cidade Amiga do Idoso. A relatora do projeto é a senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP).

  • Senado prepara nova PEC para incluir estados e municípios na Reforma da Previdência

    Senado prepara nova PEC para incluir estados e municípios na Reforma da Previdência

    O senador Wellington Fagundes (PR) explicou que as alterações que deverão ser promovidas pelo Senado na Reforma da Previdência serão incluídas em uma proposta de emenda à Constituição (PEC) paralela à matéria já aprovada pela Câmara dos Deputados. A inclusão de estados e municípios será tratada neste novo texto.

    “O que já está definido é que o Senado irá trabalhar duas reformas: a tributária, que eu julgo ser a mais importante, acho inclusive que o Governo deveria ter começado por ela; e a previdência, que já foi aprovada na Câmara. O entendimento é de que aquilo que foi votado lá, o Senado não mexe, para não ter que voltar o texto e até para não atrapalhar a tributária. Algumas coisas pontuais, como a inclusão de estados e municípios, serão feitas numa PEC paralela de iniciativa do Senado”, esclareceu o parlamentar.

    A edição de uma PEC paralela foi idealizada durante o Fórum de Governadores, realizado em Brasília, na semana passada. Mauro Mendes (DEM), que participou do encontro, segue firme na defesa da extensão das novas regras previdenciárias, que serão adotadas pelo Governo Federal, a todos os entes federativos.

    A proposta original, de autoria do Governo, previa a inclusão de servidores estaduais e municipais na reforma. O ponto foi retirado da PEC para evitar desgaste político entre os deputados e facilitar a aprovação do texto na Câmara.

    A PEC que trata da reforma na Previdência chega ao Senado esta semana, quando começará a ser discutida na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa. O texto ficará sob a relatoria de Tasso Jereissati (PSDB-CE).

    A expetativa é de que Tasso apresente o relatório no dia 28 de agosto. Depois de apreciada na CCJ a matéria precisa passar por dois turnos de votação no plenário da Casa onde para ser aprovada precisa de 49 dos 81 votos de senadores em cada turno.

  • Votação em 2º turno da reforma da Previdência abre nesta semana segundo semestre da Câmara

    Votação em 2º turno da reforma da Previdência abre nesta semana segundo semestre da Câmara

    Segundo turno da votação da reforma da Previdência fica para o início de agosto

    A Câmara dos Deputados inicia nesta semana o segundo semestre legislativo com a votação do segundo turno da reforma da Previdência.

    Na primeira semana de trabalhos na Casa, na volta do recesso informal, os deputados vão retomar a análise da proposta de emenda à Constituição (PEC) em pelo menos oito sessões, de terça (6) a quinta-feira (8).

    Enviada pelo governo em fevereiro, a proposta foi aprovada em primeiro turno em 10 de julho, por 379 votos a 131. A votação foi concluída em 12 de julho, com mudanças em relação ao texto enviado pela comissão especial.

    As seguintes mudanças foram aprovadas:

    • flexibilização das exigências para aposentadoria de mulheres;
    • regras mais brandas para integrantes de carreiras policiais;
    • redução de 20 anos para 15 anos do tempo mínimo de contribuição de homens que trabalham na iniciativa privada;
    • regras que beneficiam professores próximos da aposentadoria.

    Governo prevê economia de R$ 933,5 bilhões, em dez anos, com reforma da Previdência

    Jornal das Dez

    Governo prevê economia de R$ 933,5 bilhões, em dez anos, com reforma da Previdência

    A votação de propostas de emenda à Constituição em dois turnos é uma exigência da própria Constituição.

    Na votação em segundo turno, os deputados devem seguir a mesma dinâmica da votação em primeiro turno:

    • discussão;
    • votação do texto principal;
    • votação dos destaques (propostas para mudar a redação).

    O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), já informou que a votação da reforma da Previdência em segundo turno vai começar no dia 6 de agosto.

    Ainda na fase de discussão sobre a proposta, porém, parlamentares de oposição devem manter a estratégia do primeiro turno, tentando obstruir a votação.

    A obstrução, conforme o jargão legislativo, ocorre quando um grupo de deputados (contrário a um projeto) tenta adiar a votação. A estratégia não é irregular.

    Os parlamentares podem pedir, por exemplo, leitura da ata da sessão; retirada do projeto da pauta; adiamento da discussão; e votação nominal.

    Concluída a fase de apresentação de requerimentos, começará a discussão da proposta em segundo turno. Serão chamados deputados favoráveis e contrários à reforma.

    Se os deputados favoráveis ao texto quiserem acelerar a votação, poderão solicitar o encerramento da discussão, desde que:

    • o requerimento conte com a assinatura de pelo menos 26 deputados;
    • o requerimento seja apresentado após discursos de pelo menos 4 deputados.

    Encerrada a discussão, começa a fase de votação. Os deputados contrários ao texto, porém, ainda podem pedir, nesse instante, o adiamento da votação. O requerimento, se apresentado, será colocado em votação.

    A votação da PEC da Previdência em segundo turno deve ser dividida da seguinte maneira:

    • votação do texto principal;
    • votação dos destaques

    A primeira fase, de votação do texto principal, será da seguinte maneira:

    • encaminhamento de votação (dois deputados favoráveis e dois deputados contrários à PEC subirão à tribuna para discursar – esta etapa dura 20 minutos);
    • orientação de bancada (cada líder partidário terá um minuto para manifestar a posição da legenda em relação à PEC);
    • votação (nominal e eletrônica, ou seja, o voto de cada deputado ficará registrado);
    • proclamação do resultado (o painel da Câmara informará os votos favoráveis e contrários à proposta, além das abstenções).

    Por se tratar de emenda à Constituição, o texto será aprovado se tiver os votos favoráveis de pelo menos 308 dos 513 deputados. No primeiro turno, a proposta foi aprovada por 379 votos a 131.

    A votação dos destaques será a etapa seguinte. Os destaques são propostas apresentadas com o objetivo de modificar o texto-base. Cada destaque deve ser analisado separadamente e, geralmente, trata de temas polêmicos, que não geraram acordo por parte dos parlamentares.

  • Mato Grosso teme que recesso do Senado prejudique empréstimo de US$ 250 milhões

    Mato Grosso teme que recesso do Senado prejudique empréstimo de US$ 250 milhões

    A Procuradoria Geral do Estado (PGE) teme que o recesso do Senado, previsto
    para o período entre 18 e 31 de julho, prejudique a conclusão do empréstimo de US$ 250 milhões junto ao International Bank for Reconstruction and Development (BIRD). Mato Grosso corre para concretizar a transação até o mês de setembro.

    O recesso é um dos motivos para a PGE acionar a União no Supremo Tribunal Federal (STF) buscando decisão com o objetivo de impor rapidamente garantias ao empréstimo.

    O contrato negociado com o BIRD objetiva conferir condições para quitação de um antigo pacto de operação de crédito externo firmado com o Bank of America.

    A quitação possibilitará, segundo o Poder Executivo, um incremento de no fluxo de caixa na ordem de R$ 780 milhões em curto prazo, já que procederá ao alongamento da dívida, a qual, atualmente, obriga o Estado de Mato Grosso a proceder ao pagamento de parcelas semestrais no importe de US$ 38,8 milhões. A próxima parcela vence justamente em setembro.

    Além da garantia da União, faltam as seguintes etapas procedimentais: realização de parecer pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) a respeito dos limites e condições da operação; submissão do processo ao Secretário Especial de Fazenda; encaminhamento à Presidência da República; encaminhamento ao Senado Federal; encaminhamento dos autos à PGFN para elaboração de um segundo parecer; encaminhamento ao Secretário Especial de Fazenda para autorização da assinatura do contrato; por último, assinatura do contrato.

    Manifestação da União

    O Tesouro Nacional, que deve atuar como garantidor, já se manifestou afirmando que não há possibilidade de a União participar. O motivo seria o estouro na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) em relação a despesas com pessoal, que ultrapassou o limite de 60%.

  • Juiz não pode ser um mero homologador das colaborações premiadas, destaca Selma Arruda

    Juiz não pode ser um mero homologador das colaborações premiadas, destaca Selma Arruda

    Durante audiência pública de terça-feira (4) para debater o Projeto de Lei 1.864/2019, que integra o projeto anticrime e altera 13 leis e decretos com medidas contra a corrupção, a senadora Juíza Selma (PSL-MT) defendeu a necessidade de alterações na legislação referente à colaboração premiada. A congressista, que foi juíza por 22 anos, destacou que da forma como tem sido feita a delação premiada tem perdido o seu objeto, uma vez que os acordos promovidos estão muito distantes de equiparar o dolo promovido pelos réus beneficiados.

    A Lei 12.850/2013, lei das organizações criminosas, em seu artigo 4º versa sobre a delação premiada, mas sem dar muita autonomia para atuação efetiva dos juízes, aponta a senadora. “Eu tenho uma preocupação muito grande com esses acordos de delação premiada. Eu vivi isso, essa situação, enquanto juíza. Conseguimos desbaratar duas grandes organizações criminosas. Uma que era formada pelo ex-presidente da Assembleia e pessoas do lado do legislativo. E outra formada pelo governador e seus secretários. Ele foi preso e resolveu fazer um acordo de delação premiada e indicou um ex-ministro como parte dessa organização”, disse a senadora.

    Segundo a Juíza Selma, após a inclusão do ex-ministro, que à época ainda exercia o cargo, o processo foi parar no Supremo Tribunal Federal (STF), corte que julga os processos de pessoas com foro privilegiado. “Os ministros e o Ministério público acabaram concordando com um acordo que foi um verdadeiro absurdo, que foi um dos motivos que me fez sair da magistratura. Acusado de desviar em torno de um bilhão de reais, o sujeito conseguiu fazer um acordo de delação premiada, para devolver R$ 63 milhões, sendo que R$ 43 milhões em quinquilharias e R$ 20 milhões ele levou prazo de 10 anos pra pagar”, destacou a parlamentar.

    Selma Arruda informou que irá propor um projeto para corrigir essa brecha. “Agora ele já está livre e com um império com mais de 70 emissoras de rádio e televisão. Isso tudo por que o acordo de colaboração premiada foi celebrado, ele cumpriu a parte dele em tempo recorde e hoje está nababescamente vivendo. Por isso acredito que deva ter mais participação do judiciário nesses acordos. O juiz não pode ser um mero homologador. A gente precisa ter uma efetiva participação”,  afirmou a senadora.

    A audiência aconteceu na reunião da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) feita a pedido do relator do projeto 1.864/2019, senador Marcos do Val (Cidadania-ES) e teve a participação de profissionais que são referência na área jurídica, sendo eles: procuradora da República, Raquel Branquinho; especialista em Direito Processual Penal, Gustavo Badaró; procurador regional da República, Bruno Calabrich; juiz federal do Rio Grande do Norte, Ivan Carvalho; procurador da República, Douglas Fischer e o representante da Ordem dos Advogados do Brasil, Eduardo Toledo.

     

    https://www.cenariomt.com.br/2019/06/04/mp-871-nao-e-apenas-combater-fraudes-mas-de-tornar-o-inss-mais-eficiente-afirma-juiza-selma/

  • Medida provisória é importante para moralizar INSS, diz Wellington Fagundes

    Medida provisória é importante para moralizar INSS, diz Wellington Fagundes

    A aprovação da Medida Provisória (MP) 871/2019, que combate irregularidades em benefícios previdenciários, é extremamente importante para moralizar o INSS, analisou o senador Wellington Fagundes (PL-MT) nesta segunda-feira (3), em Plenário.

    O parlamentar defendeu a MP, principalmente, porque, na visão dele, ela cria ferramentas para melhorar e agilizar o atendimento do INSS aos segurados nas concessões de benefícios. Atualmente, não há perito suficiente para atender a população brasileira, criticou.

    — A medida provisória cria o benefício para que os médicos peritos do INSS recebam um adicional por processo analisado além do horário de trabalho. Acho que isso é extremamente importante. Se não tem número suficiente, vamos incentivar aqueles peritos para que eles possam estender o seu horário e atender a todos que necessitam — disse.

  • STF determina que ação contra senador por compra superfaturada de ambulâncias seja enviada para Justiça Federal de MT

    STF determina que ação contra senador por compra superfaturada de ambulâncias seja enviada para Justiça Federal de MT

    A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Rosa Weber determinou que a ação em que o atual senador Wellington Fagundes (PR) figura como réu no caso que ficou conhecido como “Máfia das Ambulâncias” seja encaminhada à 7ª Vara Federal de Mato Grosso.

    Por meio de nota, a assessoria do senador afirmou que “há 12 anos, por esse mesmo fato, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região rejeitou integralmente a denúncia apresentada pelo Ministério Publico, considerando não existir relação entre os fatos e a atuação do parlamentar. Ou seja: quando deputado, o senador Wellington Fagundes jamais apresentou qualquer emenda orçamentária ligada ao caso”.

    A decisão, conforme a ministra, é devido ao fato de que na época da Operação Sanguessuga, que investiga a compra de ambulâncias com preço superfaturado em inúmeras cidades do país, principalmente em municípios mato-grossenses, Wellington Fagundes ocupava o cargo de deputado federal e, portanto, não tinha foro por prerrogativa de função.

    “No caso em exame, os fatos típicos denunciados foram praticados por Wellington Fagundes entre os anos de 2001 e 2005, durante o terceiro e o quarto mandatos de deputado federal por ele exercidos e estão relacionados às funções parlamentares desempenhadas à época. O réu deixou o cargo de deputado federal em 31 de janeiro de 2015, estando em exercício do mandato de senador da República desde então”, afirmou a procuradora-geral da República, Raquel Dodge.

    Para a ministra Rosa Weber, em casos análogos, a jurisprudência do STF, ao menos no âmbito da Primeira Turma, vem se firmando no sentido de que o foro por prerrogativa de função no Supremo Tribunal Federal não se perpetua quando os fatos criminosos imputados estejam relacionados com um determinado cargo e o imputado obtém reeleição para cargo diverso.

    “No caso em análise, o réu já não ocupa, desde dezembro de 2014, o cargo de deputado federal, tendo sido eleito Senador da República, cargo distinto que, segundo a jurisprudência que se consolida, não justifica a manutenção da competência desta Suprema Corte para julgamento do feito. Neste cenário, não mais subsiste o foro por prerrogativa de função a provocar a alteração da competência, com a consequente remessa dos autos para o Juízo competente”, determinou a ministra.

  • ‘Sem a reforma da Previdência, estamos fadados ao fracasso’, afirma presidente do Senado

    ‘Sem a reforma da Previdência, estamos fadados ao fracasso’, afirma presidente do Senado

    Nesta quarta-feira (15), ao participar do Lide Brazilian Investment Forum, em Nova York, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, voltou a defender a reforma da Previdência (PEC 6/2019) e o empenho dos parlamentares na aprovação da proposta. Ele falou sobre “O desafio do Legislativo para a retomada do crescimento” a um grupo de empresários e investidores estrangeiros e brasileiros.

    — Sem a reforma da Previdência, todos nós estamos fadados ao fracasso no Brasil — disse Davi ao destacar que os parlamentares estão comprometidos com a votação da matéria.

    O presidente do Senado reforçou a importância da comissão especial de senadores que acompanha a tramitação da reforma da Previdência  na Câmara dos Deputados. Segundo ele, o conhecimento prévio do texto vai permitir celeridade na votação quando a proposta chegar ao Senado.

    — A reforma da Previdência é, sem dúvida, a mais importante reforma que todos nós poderemos ter em mente neste momento, para a gente dar a tranquilidade fiscal e dar a condição para que os investidores possam confiar no Brasil, para dar a segurança jurídica capaz de fazer a roda da economia girar e a gente construir o melhor programa social que qualquer governo possa ter, que é a geração de emprego — enfatizou Davi.

    Para o presidente do Senado, o investimento do setor privado é o melhor aliado para a melhoria da economia brasileira no curto prazo e a aprovação da reforma é uma sinalização para o mercado e para os brasileiros de que é possível confiar no desenvolvimento do país.

    — O setor privado tem a capacidade de fazer o que o setor público não tem. A gente acredita que só o recurso do privado pode fazer a nossa economia girar a curto prazo. E nós vamos fazer a reforma da Previdência, porque ela é importante para um Estado brasileiro, não para um governo. A reforma da Previdência vai dar a garantia para, no curto prazo, os investidores confiarem no Brasil e levarem os recursos necessários para o Estado brasileiro — argumentou.

    Lide Brazilian Investment Forum

    Realizado anualmente em Nova York, o Fórum reúne empresários norte-americanos e brasileiros para gerar negócios e alavancar investimentos no Brasil. O Lide é um grupo de líderes empresariais fundado no Brasil, em 2003, com o objetivo de fortalecer a livre iniciativa e o desenvolvimento econômico e social. O grupo conta com 33 unidades regionais e internacionais.

    Da Assessoria de Imprensa da Presidência do Senado

  • Toffoli muda voto, e Supremo estende imunidade de prisão a deputados estaduais

    Toffoli muda voto, e Supremo estende imunidade de prisão a deputados estaduais

    Com a mudança do voto do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, nesta quarta-feira (8), o plenário da Corte decidiu por maioria (6 votos a 5) estender a possibilidade de imunidade de prisão a deputados estaduais.

    Segundo a decisão, as assembleias estaduais podem reverter ordem de prisão dada pelo Judiciário contra parlamentares estaduais. Com isso, deputados estaduais seguirão a mesma regra prevista na Constituição para deputados federais e senadores: só poderão ser presos em flagrante e em casos de crimes inafiançáveis (como estupro e tortura).

    O entendimento vale automaticamente para os três estados que já tinham a regra: Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e Mato Grosso. Outros estados podem aprovar textos semelhantes e, se houver prisões preventivas de deputados em outros estados que não sejam em flagrante, eles também poderão pedir a aplicação da decisão.

    Até o início do julgamento, havia maioria de votos (seis) no sentido de que as assembleias não poderiam reverter a ordem de prisão dada contra deputado estadual. Porém, com a mudança de entendimento do presidente do STF, o placar virou.

    COMO VOTARAM OS MINISTROS

    A favor da revogação das prisões pelas assembleiasContra a revogação das prisões pelas assembleias
    Marco Aurélio MelloLuiz Edson Fachin
    Alexandre de MoraesRosa Weber
    Gilmar MendesLuiz Fux
    Celso de MelloCármen Lúcia
    Ricardo LewandowskiLuís Roberto Barroso
    Dias Toffoli

    Fonte: Supremo Tribunal Federal

    Reviravolta

    O julgamento havia começado em 2017 e foi suspenso porque Barroso e Lewandowski não estavam presentes. Naquele ano, o voto de Toffoli dizia que as as assembleias não poderiam reverter prisões e apenas podiam suspender ações penais.

    “A questão da prisão preventiva é vedada, portanto, pela Constituição brasileira, respeitando as óticas diferentes, única e exclusivamente aos membros do Congresso Nacional, leiam-se deputados federais, senadores da República, portanto, essa vedação de prisão diz respeito única e exclusivamente ao parlamento federal e é uma defesa da instituição e não a defesa do mandato”, disse Toffoli na ocasião.

    Com a retomada do julgamento nesta quarta, Toffoli mudou o entendimento. Ele considerou que, como a maioria não concordou que era possível fazer a separação entre imunidade de prisão e outras imunidades, ficaria com o grupo que entendeu que a imunidade é ampla.

    “Eu votei no sentido de que Constituição faz referência a congressistas em relação à prisão. Em relação a outras imunidades, fala em deputados e senadores. Ou seja, em relação à prisão, exclusiva a parlamentares. Esse voto restou isolado. Eu não vou insistir na minha posição. Na medida em que há dez colegas que não entendem diferenciação, eu me curvo àquilo que entendo estar na Constituição, que é a imunidade da prisão, a não ser em flagrante”, afirmou Dias Toffoli.

    Julgamento

    O julgamento tem como alvo as constituições estaduais do Rio Grande do Norte, de Mato Grosso e do Rio de Janeiro, que replicaram norma prevista na Constituição Federal e que estabelece que deputados federais e senadores só podem ser presos em flagrante. E que o Congresso deve decidir, após ser avisado pela Justiça em 24 horas, se mantém ou não a prisão.

    No caso das regras estaduais, cabe às assembleias reverem as prisões. Foram julgadas três ações apresentadas pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), que se posicionou contra a possibilidade de as regras serem estendidas.

    A análise do caso começou em 2017, quando nove ministros votaram: cinco para afirmar que as Constituições estaduais não poderiam replicar a norma e que, portanto, os parlamentares estaduais não tinham a imunidade de prisão; e quatro para afirmar que as regras da Constituição para parlamentares federais poderiam ser estendidas para os estados.

    Os votos desta quarta

    O caso foi retomado nesta quarta, e Barroso disse entender que nem mesmo o Congresso tem o poder de derrubar as decisões da Justiça.

    “Assembleia não tem poder de sustar processo ou prisão. Entendi que sequer o Congresso desfrutava dessa competência.”

    Para o ministro Barroso, permitir que assembleias revertam as decisões favorece a corrupção.

    “Temos um quadro de corrupção sistêmica. O intérprete da Constituição deve enfrentar disfunções que acometeram sociedade brasileira. A Constituição não quis criar regime de privilégio, para impedir que direito penal interrompa crimes. A Constituição quis assegurar separação de poderes, moralidade administrativa”, disse.

    Barroso comentou especificamente o caso do Rio de Janeiro, uma vez que em 2017 a Assembleia do estado derrubou prisões impostas a deputados em um desdobramento da Lava Jato no Rio.

    “O caso específico do Rio, em que a assembleia sustou a prisão e determinou diretamente a autoridade policial, sem sequer passar pelo Poder Judiciário a reincorporação dos parlamentares ao mandato, o quadro era dantesco”, declarou.

    “A não sustação do processo permitiu que se julgasse aquelas pessoas. Essas pessoas estariam livres e no exercício do mandato, se prevalecesse o entendimento de que a Assembleia Legislativa pode sustar o processo ou impedir a prisão. Portanto, eles poderiam continuar na prática dos crimes que envolvem achaques para recebimento de dinheiro e cada um deles, dessas pessoas, recebeu muitos milhões de reais em propinas”, completou.

    Para o ministro, impedir punições podem transformar o Legislativo em “reduto de marginais”.

    “Se nós não entendermos que é possível punir essas pessoas, transformaríamos o Poder Legislativo em um reduto de marginais, o que evidentemente ninguém deseja, nem os parlamentares honestos e de bem que ali estão. Você tem o vídeo, o áudio, a mochila de dinheiro, você tem todas as provas e as pessoas dizem ‘Estou sendo perseguido’ , e acusam o delegado, o procurador. Ninguém reconhece erro, ninguém pede desculpas. Todo mundo está sendo perseguido.”

    Lewandowski votou na sequência e deu o quinto voto a favor de que as assembleias possam rever as decisões judiciais porque trata-se de uma medida para proteger o mandato. Segundo ele, deputados estaduais se beneficiariam mesmo em estados que não preveem a imunidade.

    “Independentemente de previsões nas constituições estaduais, tenho até dúvida da necessidade da reprodução nas mesmas. Não me impressionam as penas quilométricas aplicadas a juízes de primeiro grau a parlamentares estaduais e outros porque serão revistas pela cadeia recursal e tem sido revistas. Ninguém compactua com qualquer atentado ao erário, mas há valores aqui a sopesar.”

    Assembleia do Rio

    No início de abril deste ano, a juíza Luciana Losada, da 13ª Vara de Fazenda Pública do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, determinou a suspensão da posse de cinco deputados presos na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Eles haviam assinado o livro de posse na cadeia, sendo imediatamente afastados e dando lugar aos suplentes.

    Os eleitos foram presos em novembro de 2018, na Operação Furna da Onça, acusados de receber vantagens no esquema chefiado pelo então governador Sérgio Cabral em troca de votos favoráveis ao governo, na Alerj. Eles haviam acabado de ser reeleitos. Empossados, não receberam salário ou tinham direito a gabinete.

    Agora, eles poderão questionar a validade da prisão caso não tenha ocorrido flagrante – podem recorrer diretamente à Justiça de primeira e segunda instância ou ao Supremo.

  • Maria da Penha: Senado aprova PL que protege mulheres vítimas de violência doméstica

    Maria da Penha: Senado aprova PL que protege mulheres vítimas de violência doméstica

    O Senado aprovou na noite de hoje (9) um projeto de lei (PL) que autoriza que autoridades policiais possam determinar a aplicação de medidas protetivas a mulheres vítimas de agressão no contexto da Lei Maria da Penha. O texto segue para sanção presidencial.

    Com a aprovação do PL, delegados poderão determinar o afastamento do agressor da casa onde mora com a mulher, caso não haja juiz no município. Policiais também poderão aplicar tais medidas caso não haja delegacia disponível no momento da denúncia.

    A autoridade policial – delegado ou policial – tem 24 horas para informar o juiz da comarca mais próxima. A ideia do projeto é evitar que uma demora na decisão judicial possa determinar mais agressões contra a denunciante ou até mesmo a sua morte.

    Atualmente, a lei estabelece um prazo de 48 horas para que a polícia comunique ao juiz sobre as agressões, para que, só então, ele decida sobre as medidas protetivas. O prazo, no entanto, é considerado excessivo em alguns casos, contribuindo para que a vítima fique exposta a agressões, que podem até levá-la à morte.

    “Boa parte das mulheres não denuncia porque tem medo de ser assassinada, medo de colocar seus filhos em risco. Se ela tiver que esperar um juiz fazer o deferimento, poderemos ter mais uma tragédia”, disse a Senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA).

    A Senadora Juiza Selma (PSL-MT), relatora do projeto no Senado, pediu para que o texto fosse aprovado sem alterações em relação ao aprovado na Câmara. Para ela, qualquer alteração faria com que o projeto voltasse à Câmara e poderia levar muito tempo para uma aprovação definitiva.

    “No meu estado tem municípios que ficam a centenas de quilômetros de juiz mais próximos. E mulheres que acabaram de ser agredidas pelo marido não podem ficar sob o mesmo teto que o agressor”, disse. “Tive casos, enquanto juíza, do marido quebrar o braço da mulher no caminho do fórum. É assim que acontece”.

    *Com informações da Agência Câmara Notícias
    Edição: Fábio Massalli