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  • Mato Grosso: PL da Pesca é aprovado com 15 votos favoráveis e oito contrários

    Mato Grosso: PL da Pesca é aprovado com 15 votos favoráveis e oito contrários

    Com 15 votos favoráveis e oito contrários, a Assembleia Legislativa de Mato Grosso aprovou em plenário, durante sessão ordinária nesta quarta-feira (28), o Projeto de Lei 1363/2023, a mensagem governamental 80/2023, que proíbe o armazenamento, transporte e a venda de peixes nos rios de Mato Grosso por cinco anos.

    Contra a matéria do Governo do Estado votaram os deputados Wilson Santos (PSD), Lúdio Cabral (PT), Valdir Barranco (PT), Thiago Silva (MDB), Drº João (MDB), Sebastião Rezende (União), Elizeu Nascimento (PL) e Faissal (Cidadania). Dos contrários ao projeto, os deputados que mais utilizaram a tribuna foram Wilson Santos (PSD) e Lúdio Cabral (PT).

    Aprovado com o substitutivo integral número 1, de lideranças partidárias, o PL provocou muita discussão em plenário com as galerias lotadas de pescadores profissionais contrários à matéria, e público favorável ao PL do Governo do Estado. A votação do projeto de lei teve início com uma ordem do deputado Lúdio Cabral (PT), que arguindo o Regimento Interno, apresentou requerimento oral pedindo votação nominal da matéria por parte dos deputados, mas o pedido foi rejeitado pela maioria.

    Depois de derrubado o pedido de votação nominal, o presidente da Casa de Leis, deputado Eduardo Botelho, convocou o deputado Júlio Campos (União), presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR), para parecer oral sobre a legalidade do projeto, que foi aprovado na comissão, rejeitando as emendas de 1 a 14.

    “Nunca vi um projeto tão mal feito e mal elaborado como esse”, disse o deputado Wilson Santos (PSD). O parlamentar recordou que o governo já havia mandado essa proposta há quatro anos, mas que por conta de um acordo, na ocasião, retirou o texto. “Teve todo esse tempo para fazer um estudo e aí nos manda algo sem estudo técnico nenhum. Se me apresentarem um agora, com estudo técnico, eu voto a favor”, desafiou o parlamentar em plenário. “É um absurdo e o Ministério da Pesca vai agir. O propósito, na verdade, é tirar os pescadores para encher as bacias do estado com hidrelétricas”, disse.

    “Não há sentido naqueles que estão defendendo o projeto em nome da pesca esportiva e do turismo. Os interesses que estão por trás desse texto são outros e eles irão se revelar ao longo do tempo. A Assembleia Legislativa tem o dever de corrigir propostas equivocadas que são encaminhadas pelo governador”, afirmou o deputado Lúdio Cabral (PT).

    O deputado estadual Carlos Avallone (PSDB) fez questão de destacar que da forma como a proposta foi apresentada pelo governo, não votaria favorável.  “O projeto que chegou na Casa não dava para ser aprovado e, por isso, retiramos o regime de urgência e fizemos todas as audiências públicas. Esse texto é diferente do que foi apresentado em 2019 e fizemos alterações significativas na proposta”, declarou.

    O líder de governo no Parlamento, deputado Dilmar Dal Bosco (União), disse que o projeto do governo passou por extensa análise. “O projeto nunca foi de afogadilho. Passou por um processo de análise, fizemos acordo com as lideranças e ouvimos todos os deputados. Cada colega fez a sua colocação, participou do debate, mudamos e colocamos um salário mínimo e tiramos impedimentos para que os pescadores recebessem esses valores. O projeto vai dar condição de melhorar a pesca no Estado e a população pesqueira de Mato Grosso”, observou.

    Favoráveis à matéria voltaram os deputados Dilmar Dal Bosco (União), líder de Governo no Parlamento, Diego Guimarães (Republicanos), Beto Dois a Um (PSB), Gilberto Cattani (PL), Drº Eugênio (PSB ), Cláudio Ferreira (PTB), Silvano Amaral (MDB), Walmir Moreto (Republicanos ), Walter Mioto (MDB), Fabinho Tardin (PSB), Júlio Campos (União), Max Russi (PSB), Paulo Araújo (PP) e Reck Júnior (PSD).

  • Governo de Mato Grosso prevê arrecadar R$ 29 bilhões em impostos

    Governo de Mato Grosso prevê arrecadar R$ 29 bilhões em impostos

    O governo de Mato Grosso encaminhou à Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO/1999-2024). O projeto foi lido pela Mesa Diretora durante a sessão ordinária do dia 2 de junho. Para o próximo ano, o governo estima uma receita corrente líquida de R$ 29,042 bilhões, um aumento nominal de 9,65%, comparado com o de 2023, que foi projetado em R$ 26,486 bilhões.

    De acordo com a justificativa do PLDO/2024, as diretrizes ora definidas estão em sintonia com os cenários político, econômico e social. “O Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2024 resulta da realidade econômica e financeira do Estado, considerando estimativas de receitas, de despesas e de metas fiscais em função da política fiscal vigente”, diz trecho da mensagem 84.

    A proposta é um demonstrativo regionalizado para as renúncias de receita por tributo, para o exercício de 2024, em R$ 11,8 bilhões. Desse montante, o governo pretende abrir mão de R$ 10,7 bilhões de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), de R$ 448 milhões de IPVA, R$ 113 milhões de ITCD (Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação de Quaisquer Bens ou Direito), de 30 milhões de taxas e R$ 455 milhões de juros e penalidades.

    O percentual previsto pelo governo para o Reajuste Geral Anual (RGA-2024) é de 5,86%. Ele está atrelado ao o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de 2023. O impacto previsto à folha de pagamento é da ordem de R$ 657,3 milhões. O reajuste passa a valer a partir de janeiro de 2024.

    Vale lembrar que antes de o PLDO-2024 ser colocado à votação em Plenário, a Assembleia Legislativa deve realizar pelo menos duas audiências públicas em conjunto com a equipe econômica do Governo do Estado. Uma sob o comando da Comissão de Fiscalização e Acompanhamento da Execução Orçamentária e a outra pela Comissão de Constituição e Justiça e Redação (CCJR).

    A proposta deve ser encaminhada, anualmente, até 30 de maio, para a discussão e votação pelos parlamentares na Assembleia Legislativa. De acordo com a Constituição estadual, a sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação do projeto de lei de diretrizes orçamentárias.

    Esse instrumento define as metas e prioridades do governo para o próximo ano. É a lei que estabelece as regras para a formatação da Lei Orçamentária Anual e alcance das metas e desenvolvimento das ações previstas no PPA. Sua principal finalidade é orientar a elaboração dos orçamentos fiscal, da seguridade social e de investimento do Poder Público.

  • Audiência pública discute critérios para implantação de programas habitacionais em MT

    Audiência pública discute critérios para implantação de programas habitacionais em MT

    A Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) realizou, nesta quinta-feira (15), audiência pública para debater o mecanismo de criação e implantação de programas habitacionais em Mato Grosso. A audiência foi requerida pelo deputado estadual Diego Guimarães (Republicanos).

    O déficit habitacional atinge quase 65 mil famílias de baixa renda em 23 dos 141 municípios mato-grossenses. Somente em Cuiabá 22 mil famílias carentes não possuem casa própria. Em Várzea Grande são mais de 7,5 mil. Os dados são da Associação Comunitária de Habitação do Estado de Mato Grosso (ACDHAM) e abrangem os municípios onde a entidade está presente.

    Emídio de Souza, presidente da Associação, apontou a redução da destinação de recursos do Fundo de Transporte e Habitação (Fethab) para a habitação e a falta de sensibilidade dos gestores municipais e estaduais como alguns dos principais fatores que dificultam a redução do déficit habitacional.

     

    “Esse fundo era 50% para a habitação e os governantes foram reduzindo, reduzindo e chegou determinado ano de investir 5% em habitação, isso em contrapartida para algumas moradias que sequer foram inauguradas. Agora nessa segunda gestão do governador Mauro Mendes, ele colocou 10% para a habitação, então aumentou um pouco e vai poder construir 40 mil unidades habitacionais para Mato Grosso. Isso já nos anima mais um pouco de poder ir nas bases, levantar as demandas e protocolar nos órgãos públicos para a tomada de providência”, declarou.

     

    Helena Vitorina da Cruz, moradora do bairro Grande Terceiro, afirma que já fez inscrição em vários programas habitacionais, mas nunca foi contemplada, e ainda aguarda a chance de realizar o sonho da casa própria. Hoje, ela mora de aluguel, que paga com muita dificuldade, com recursos que ganha trabalhando em uma pequena lanchonete. “Eles pedem muitos documentos, é muito complicado, muito difícil, eu não entendo. Acho que tinha que ser mais fácil”, relatou.

    O presidente do bairro Grande Terceiro, Paulo Peixe, chamou a atenção para a ocorrência de fraudes nos processos de cadastramento e distribuição de casas, que acabam beneficiando pessoas que menos precisam, em detrimento dos mais necessitados.

    O defensor público Camilo Fares pediu que os cidadãos comuniquem a Defensoria Pública caso tenham conhecimento de situações que estejam em desacordo com a lei, no que se refere às prioridades para recebimento de moradias por meio de programas governamentais.

    Grasielle Bugalho, secretária de estado de Assistência Social e Cidadania (Setasc), explicou que o programa Ser Família Habitação foi instituído pela lei estadual 11.587/2021 e pelo decreto 1.398/2022 e é executado em duas frentes. Uma delas, realizada em parceria da Setasc com a Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Sinfra), para construção de casas para famílias que se encontram em situação de extrema pobreza (faixa zero).

    Conforme explicou, o programa conduzido pela Pasta prevê investimentos de cerca de R$ 279 milhões e a parceria do Governo com os municípios é celebrada por meio de convênios Segundo ela, 79 municípios mato-grossenses aderiram ao programa e Cuiabá não está neste rol.

    Grasielle Bugalho informou ainda que as casas já estão sendo construídas e está prevista a entrega de 3.688 unidades nos 79 municípios que aderiram ao programa.

     

    “Essas casas não têm contrapartida da pessoa, são casas para entrega. Não há previsão de sorteio. O decreto e a lei estabelecem os critérios. São definidas, por exemplos, as prioridades. A primeira delas são pessoas de baixíssima renda, mulheres chefes de família com filhos até cinco anos, pessoas com deficiência física, entre outros fatores”, ressaltou.

     

    Conforme a lei 11.587/2021, famílias com renda mensal de até sete salários mínimos são atendidas pelo programa Ser Família Habitação, por meio da MT Participações e Projetos S.A. (MT-PAR) e de parceria entre o Governo de Mato Grosso, os municípios e a Caixa Econômica Federal.

    “Já temos convênios firmados com 27 municípios. A meta é entregar 40 mil unidades em todo o estado. Nós acreditamos que ao menos 10 mil moradias deverão ser lançadas até dezembro deste ano”, informou o presidente da MT-PAR, Wener Santos.

    A não adesão do município de Cuiabá ao programa habitacional do governo do estado foi criticada por líderes comunitários e vereadores presentes, além do deputado Diego Guimarães (Republicanos), que presidiu a audiência pública.

    O parlamentar citou a habitação como uma das principais políticas públicas que contemplam a família em sua totalidade e destacou a importância de debater o tema com todos os entes envolvidos, bem como da participação do Legislativo Estadual no processo.

     

    “Nós não estamos falando aqui de políticas públicas apenas para a mulher, apenas para o homem, apenas para as crianças, mas contempla toda a família. É dar moradia às pessoas, é dar dignidade. A Assembleia Legislativa precisa ser esse catalizador, ser esse vetor, unir principalmente as entidades que podem dar solução a isso, o Governo do Estado, a Caixa Econômica, os municípios, falar da realidade vivida pela população. Nós precisamos saber qual é o cronograma que está pré-fixado, os programas que estão previstos, quando eles começam a ser implementados. Com isso em mãos, vamos fiscalizar para que o compromisso seja cumprido”, frisou.

  • Assembleia Legislativa de MT realiza audiência pública para discutir Projeto de Lei que tipifica o narcocídio

    Assembleia Legislativa de MT realiza audiência pública para discutir Projeto de Lei que tipifica o narcocídio

    A Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) realizou nesta quinta-feira (15), no Plenário das Deliberações “Deputado Renê Barbour”, audiência pública para debater o Projeto de Lei nº 3.786/2021, de autoria do senador Jayme Campos (União Brasil, que tipifica o narcocídio (assassinato relacionado ao tráfico de drogas). O encontro reuniu representantes dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário de Mato Grosso e de outros estados.

    O PL trata de homicídio relacionado à produção, distribuição e venda de drogas ilícitas. A pena prevista é de 20 a 30 anos de prisão, com multa a ser estipulada pelo juiz. De acordo com o autor do projeto, senador Jayme Campos, a criação do “narcocídio” é uma prerrogativa de política criminal, que deve ser conduzida pelos legisladores ao identificarem a necessidade de superação de problemas no âmbito da segurança pública.

    “Além dessa proposta, consta no PL também mais um requisito para a configuração do chamado tráfico privilegiado. Isto é, a diminuição de pena no tráfico será restringida á pequena quantidade da droga, desde que seja primário e tenha bons antecedentes. Esse projeto foi construído a várias mãos com o suporte de renomados especialistas e operadores do direito e busca criar os meio sociais para mitigar danos causados pelo crime de produção e tráfico de drogas, aos indivíduos, as famílias e ao contribuinte no estado”, apresentou o senador Jayme.

    De acordo com pesquisa das Nações Unidas sobre drogas e Crime (Unodoc), publicada em 2021, apresentada durante a audiência pública, no Brasil, quase 30 milhões de pessoas têm alguém que é dependente químico. Ainda segundo o estudo, a cocaína está entre as substâncias mais consumidas entre os jovens.

    Foi apresentado também um levantamento do Instituto IPSOS, divulgado essa semana, sessenta por cento dos brasileiros já viram ou escutaram relatos sobre o tráfico de drogas perto de sua casa. Um resultado considerado por especialistas bem acima da média geral em relação a outros países. Na Colômbia, por exemplo, o percentual foi de vinte nove por cento.

    Andréas Felipe Arango Lopez, advogado especializado em matéria penal na Colômbia, foi um dos três colombianos convidados para audiência pública. Ele explicou que a legislação colombiana vem combatendo a criminalidade prevista no sistema penal com penas bastantes representativas para castigar esse tipo de delito. “Nós viemos compartilhar com os brasileiros alguns aspectos. A diferença nosso para o Brasil é que temos aplicações mais severas. Somos países irmãos e estamos todos focados em problemas que não é só da nossa região sul-americana, mas mundial e as experiências nos tornam ainda mais fortes no combate ao tráfico de drogas”.

    O autor do requerimento da audiência pública, primeiro-secretário da ALMT, deputado Max Russi, disse que a discussão tem como com o objetivo apresentar a experiência colombiana na repressão dos homicídios derivados do tráfico de drogas, em relação ao PL nº 3786, do senador Jayme Campos, que altera a Lei Antidrogas (Lei 11.343, de 23 de agosto de 2006), criando o que o senador denominou “narcocídio” — o homicídio relacionado à produção, distribuição e venda de drogas ilícitas e que qualificou como uma “lacuna” da legislação atual e trata de temas importantes como a figura do tráfico privilegiado.

    Consta na proposta do PL uma nova redação para o § 4º do art. 33 da Lei 11.343/2006, para que, por exemplo, a conduta da “mula”, que transporta pequenas quantidades de drogas não seja equiparada à do piloto, que transporta uma grande carga de entorpecentes. O PL trata ainda do resultado lesão grave ou morte no tráfico e condutas afins para diferenciar de outras formas de lesão corporal grave e homicídio, figura que o senador Jayme Campos apelidou de “narcocídio”. A terceira inovação é uma alteração do procedimento dos arts. 55 a 57 e 62-A da Lei 11.343/2006, tornando o rito processual mais célere e racional.

    “Atualmente o projeto tramita na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, desde 28/10/2021, quando lá chegou, e nosso intuito aqui é contribuir com essa discussão, até porque esse é um problema que afligi a todos os brasileiros e não é diferente em nosso estado, infelizmente. É uma discussão polêmica, mas muito importante e o senador Jayme merece nossos aplausos por ter a coragem de propor melhorias à legislação vigente”, enfatizou o deputado.

    O primeiro-secretário da ALMT, Max Russi, citou ainda dados de raio x dos problemas envolvendo o uso de drogas no Brasil. Os estudos, denominado “3º Levantamento Nacional sobre o Uso de Drogas Pela População Brasileira”, realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com apoio de diversas outras instituições, mostrou a dimensão dessa verdadeira agrura, que ceifa vidas e destrói famílias. “Esse estudo, concluído em 2019, mostrou que 3,2% dos brasileiros usaram substâncias ilícitas nos 12 meses anteriores à pesquisa, o que equivale a 4,9 milhões de pessoas. Como era de se esperar, até pela inexperiência e maior curiosidade, entre a população jovem o percentual é maior, de fato, mais que dobra: 7,4% dos entrevistados entre 18 e 24 anos declararam terem consumido drogas ilícitas nos 12 meses anteriores à entrevista”.

    Segundo dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), órgão vinculado ao Ministério da Saúde, mostram que somente em 2020, último ano com estatísticas disponíveis, a cada dia, 25 mortes são registradas em todo o País decorrentes do uso de drogas, lícitas ou não. Em todo o país, foram registradas 11.071 mortes. Uma alta de 24,2% na comparação com 2019, quando o país havia anotado 8.917 óbitos desse tipo.

    O PL conta com o apoio da Comissão Especial sobre Drogas Ilícitas do Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso (TJMT), liderado pelo desembargador Marcos Machado. “Formamos essa comissão para identificar” os pontos fortes e fracos da atuação jurisdicional de controle sobre drogas, porque há uma tendência mundial de legalização e discriminação do uso do consumo e não podemos confundir isso. Nós estamos aqui trazendo uma discussão sobre a comercialização. Temos o apoio de membros Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), Delegados de Polícia, OAB e de outras instituições ligadas ao combate desses crimes. Nesse contexto, contamos com experiência de todos e acreditamos na contenção dessa sangrenta violência na adoção de modelos que estão de alguma forma dando resultados e se tornando mais eficazes”, declarou o desembargador.

    O promotor de Justiça do Ministério Público de São Paulo, Aluísio Antônio Maciel Neto, fez uma apresentação sobre o poder do narcotráfico e a violência no Brasil, que segundo ele, é o principal país na rota do tráfico da América Latina. Ele mostrou também que o PCC esta entre as maiores organizações criminosas do mundo e movimenta mais de 1 bilhão de reais e que o Brasil é o 8º pais mais violento do mundo e o 1º em números absolutos.

    O senador Vanderlan Cardoso (PDT/GO) relator do PL destacou a importância dessa audiência pública, e poe ela estar sendo debatida no Estado do autor do projeto, no caso o senado Jayme Campos.“Esse projeto foi muito bem elaborado e se tiver emendas serão muito poucas, ouvimos aqui diversas ideias e experiências que poderão ser acopladas também ao projeto, que depois de passar pela CCJR da Câmara Federal, poderemos fazer outras audiências como essa, anunciou o relator.

    O governador Mauro Mendes (União Brasil) participou da audiência pública e falou sobre o quanto é importante esse projeto. “Nos últimos 30 anos, se olharmos os indicativos de combate ao crime organizado eles pioraram, embora todos os esforços que temos feito. Nós precisamos reorganizar o sistema de combate ao crime organizado. Só para termos uma ideia, uma organização criminosa conta com 20 mil pessoas cadastradas, enquanto a nossa força de segurança é de 15 mil. Portanto á uma inversão de valores, pois estamos perdendo a guerra para o crime. Discussões como essas podem nos ajudar nas diretrizes para o combate desses crimes” declarou o governador.

  • Comissão aprova projetos para incentivo a atletas, combate à pedofilia e inclusão nas escolas

    Comissão aprova projetos para incentivo a atletas, combate à pedofilia e inclusão nas escolas

    A Comissão de Educação, Ciência, Tecnologia, Cultura e Desporto da Assembleia Legislativa de Mato Grosso apreciou 18 projetos de lei durante reunião ordinária realizada na tarde desta terça-feira (6).

    Entre as propostas analisadas, está o PL 873/2023, aprovado nos termos do substitutivo integral nº 01, de autoria do deputado Fábio Tardin – “Fabinho” (PSDB), que garante às atletas, paratletas e atletas-guia, gestantes ou puérperas, no âmbito da Bolsa-Atleta, o respeito à maternidade e aos direitos que as protegem.

    “Quando a atleta está gestante, não consegue participar das competições e o Estado acabava não arcando com esses custos e isso fazia com que muitas perdessem o incentivo para continuar e acabavam desistindo de suas carreiras. Então, esse projeto vai corrigir uma distorção que tínhamos na lei. Trata-se de uma pequena alteração, mas que vai fazer uma grande diferença para as atletas e para o esporte mato-grossense”, ressaltou Tardin.

    O deputado também é autor dos projetos de lei 1060/2023, que institui nas escolas públicas e privadas do Estado de Mato Grosso a Campanha de Esclarecimento e Combate à Pedofilia, e 1170/2023, que cria o Programa de Orientação Psicológica Voluntária nas Escolas Públicas de Mato Grosso. Ambos tiveram pareceres favoráveis aprovados pelos membros da comissão.

    Projetos que tratam do tema inclusão também tiveram pareceres favoráveis aprovados pela comissão, como o PL 67/2023, que dispõe sobre a inclusão e reserva de vagas na rede pública e privada de educação para crianças e jovens com síndrome de Down, e o PL 125/2023, que institui o selo “Escola Amiga da Educação Inclusiva”, que será conferido às escolas públicas e privadas do Estado de Mato Grosso, que adotem medidas para a implantação de um sistema educacional inclusivo de pessoas com deficiência em todos os níveis de ensino. Ambos são de autoria do deputado Thiago Silva (MDB).

    “Esse é um tema que a gente tem debatido muito aqui na comissão, a inclusão na educação, nas escolas, tanto no que se refere a investimento, quanto à estrutura das nossas escolas e também a políticas pedagógicas. Então, nós apresentamos esses dois projetos, primeiro para garantir vagas para crianças com síndrome de Down, que é um desafio muito grande, e também a criação do selo para as escolas que adotarem as melhores políticas, os melhores projetos, como forma de incentivo para que elas se aprimorem e, assim, a Secretaria Estadual de Educação também amplie esses projetos na educação inclusiva”, frisou o parlamentar.

    Também foram aprovados pareceres favoráveis aos projetos de lei 194/2023, 266/2023, 461/2023, 495/2023, 627/2023, 663/2023, 765/2023, 845/2023, 961/2023, 1197/2023, 329/2019, nos termos do substitutivo integral nº 01 e 511/2021, sendo rejeitado o substitutivo integral. O PL 869/2022 teve parecer contrário à aprovação.

    O deputado Cláudio Ferreira (PTB) pediu vistas dos PL’s 104/2021, 863/2023 e 1205/2023. Já Thiago Silva solicitou vistas dos PL’s 638/2023, 668/2023 e 703/2023.

  • Nova lei vai  fomentar o empreendedorismo em produção agroecológica em Mato Grosso

    Nova lei vai fomentar o empreendedorismo em produção agroecológica em Mato Grosso

    A alimentação saudável está muito além do prato. Do campo até a mesa, fatores ambientais, culturais, sociais e econômicos compõem o processo de produção daquilo que nos alimenta. Não basta ser livre de agrotóxico, a produção de alimentos orgânicos requer a otimização do uso dos recursos naturais e socioeconômicos disponíveis e o respeito à integridade cultural das comunidades rurais.

    Para fomentar esse sistema produtivo sustentável, a Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) propôs e o Governo do Estado sancionou a Lei 12.100/2023, que institui a Política Estadual de Incentivo e Fomento às Feiras Livres de Produtos Orgânicos em Mato Grosso. Uma iniciativa que visa estimular a comercialização desses produtos e, dessa forma, contribuir com o empreendedorismo e o cooperativismo dos produtores, ao mesmo tempo em que promove a segurança alimentar e nutricional e o direito humano à alimentação adequada e saudável.

    Uma iniciativa necessária. Mato Grosso, principal produtor de grãos e de carne bovina no Brasil, é um dos estados com menor número de produtores no Cadastro Nacional de Produtores de Orgânicos (CNPO). Dos 24 mil produtores registrados no CNPO, somente 246 estão em Mato Grosso, ou seja, menos de 1%.

    Essa pequena adesão dos produtores mato-grossenses chama mais atenção quando são analisados os dados de uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), que entrevistou consumidores e produtores rurais de todo o estado. De acordo com a professora doutora Rafaella Felipe, 99% dos consumidores entrevistados disseram ter interesse em adquirir alimentos orgânicos e 98% dos produtores manifestaram interesse em produzir esses alimentos.

    De acordo com a pesquisadora, existe um conceito de que produzir produtos orgânicos é caro e difícil. “Quando se analisa a agricultura orgânica como uma mera substituição ao convencional, é caro e pode dificultar a vida de quem está produzindo. Porém, quando se trabalha com base agroecológica, que vem sendo produzida de forma isolada, todas as condições do sistema são melhoradas, a saúde do solo, das plantas, os resíduos são tratados de forma adequada. A agroecologia não é um sistema mais caro e nem mais difícil, ele inclusive pode se tornar mais barato do que a agricultura convencional”, afirma a professora.

    Se existe demanda do mercado consumidor, produtores interessados e metodologia acessível, qual a dificuldade?

    O secretário-executivo da Comissão da Produção Orgânica no Estado de Mato Grosso – (CPOrg/MT), Cleiton Souza, explica que existem inúmeros pontos que podem ser melhorados para ampliar a produção de orgânicos no estado, mas que a assistência técnica é o fator chave.

    “A falta de técnicos qualificados para agricultura orgânica é o principal entrave. Não há profissionais sendo formados para atender esse segmento. Na Empaer [Empresa Mato-Grossense de Assistência e Extensão Rural], por exemplo, não tem um núcleo de agroecologia. Nos últimos quatro anos, as políticas públicas foram atravessadas, cortes de recursos, suspensão dos conselhos. Nossa expectativa é que a política nacional de agroecologia seja retomada”, afirma Cleiton.

    Margarete Rodrigues, produtora de orgânicos em Cuiabá, afirma que a falta de incentivos e de assistência dificultam a produção, principalmente por ser uma cultura que requer mais tempo e, por isso, às vezes perde competitividade.

    Para Rafaella Felipe, as políticas públicas são desarticuladas e não chegam até os produtores lá na ponta. “Faltam investimentos para que as informações cheguem até às famílias. Estamos à disposição para debater isso, ajudar na construção de políticas para que os produtores da agricultura familiar não saiam do campo, não cedam espaços para a monocultura. Existem formas de conciliar a agricultura em larga escala e a agricultura familiar.”.

    Se por um lado ainda faltam políticas públicas, por outro algumas iniciativas buscam auxiliar aqueles que desejam agregar valor à sua produção, como é o caso do “Sustentabilidade para Pequenos Negócios”, um núcleo do Sebrae que auxilia pequenos produtores a fazer um diagnóstico da propriedade, as adequações necessárias e a auditoria necessária para certificar a produção.

    De acordo com Valéria Pires, coordenadora de Competitividade do Sebrae-MT, com a consultoria e certificação, os produtores podem melhorar o desempenho do seu negócio. “Quando um produtor se insere na agricultura orgânica, ele pode acessar mais mercados e consegue valorizar a produção em até 50% em relação à produção convencional”, explica Valéria.

    Para além da economia – Quando Margarete Rodrigues, 47, chega na feira para montar sua mesa de produtos, seus clientes já estão esperando e vão se aproximando para ajudar a descarregar as verduras e acomodar os ovos. Margô, como é carinhosamente chamada, produz hortaliças, verduras e ovos numa pequena propriedade localizada no Distrito de Água Açu, na Baixada Cuiabana. Ela e o marido, Leonel Marques, 46, participam toda semana das feiras realizadas no Centro Político Administrativo (CPA).

    É das feiras que ela tira dinheiro para fazer os investimentos na propriedade, é o extra. Além da venda direta, Margarete também vende para a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

    Cleiton Souza, da Comissão de Produção Orgânica, afirma que as feiras são importantíssimas. “As feiras têm papel fundamental na comercialização desses produtos e são nelas que se cria a relação de confiança para o funcionamento do mecanismo de controle social. O indivíduo que está comprando se aproxima do produtor, muitas vezes vai até a propriedade para conhecer como é o sistema. Sem falar que a feira é a humanização do agricultor, é onde eles se tornam o protagonista e se sente reconhecido não só pelas pessoas que compram e elogiam, mas pelo estado. Ele começa a se sentir um cidadão ao ter um espaço para expor seu trabalho. É muito importante pelo fator social e comercial”, afirma Cleiton.

    Valéria Pires, do Sebrae, destaca que as feiras vão muito além da economia local, movimentam o campo, abrem espaço para exposição gastronômicas e culturais. “As feiras podem ser eventos, alguns municípios possuem um calendário para que expositores e a comunidade possam se organizar e participar”.

    Os noivos Grazielly Monteiro Silva, 26, e Gonçalo Victor, 30, iniciaram um negócio próprio depois que Grazielly foi diagnosticada com bornout, doença psíquica provocada pela exaustão no trabalho. Como sempre gostou de produtos naturais e não pode consumir nada com alto teor de sódio, eles decidiram produzir temperos naturais com matéria-prima proveniente da agricultura orgânica. Eles participaram de duas capacitações no Sebrae que trouxeram mais conhecimento sobre a área financeira e sobre distribuição.

    Desde que iniciaram a participação em feiras, o casal viu o faturamento da empresa aumentar, assim como o alcance da marca. “Temos contato direto com o cliente, ouvimos o feedback, e nossas vendas cresceram”.

    O deputado Wilson Santos (PSD), autor da Lei 12.100/2023, explica que os efeitos da Política vão além do estímulo à produção, mas chegam inclusive à qualidade de vida da população. “A Política poderá fortalecer os circuitos curtos de comercialização e apoiar a produção local. Consequentemente aquecerá a economia, fazendo com que os recursos financeiros circulem nos diversos setores dessas microeconomias. Outra consequência positiva é o favorecimento do acesso a alimentos sadios, bons, limpos e justos à população. E a população bem alimentada resultará em menos gastos aos governos com os serviços de saúde”, afirma o deputado.

    Certificação – O Brasil é exemplo mundial em mecanismo de garantia de qualidade orgânica. Essa qualidade é garantida de três diferentes maneiras: com a Certificação, os Sistemas Participativos de Garantia (SPG) e o Controle Social para a Venda Direta sem Certificação. Juntos, a Certificação e os Sistemas Participativos de Garantia formam o Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica – SisOrg e são realizados por Organismos de Avaliação da Conformidade Orgânica.

    A certificação é realizada por meio de auditoria. Esse modelo tem um custo que vai variar de acordo com o tipo de produção, uma vez que orgânicos não se restringem a agricultura, produtos de origem animal e processados também podem ser orgânicos.

    Os Sistemas Participativos de Garantia (SPG) são realizados por grupo de produtores que, de forma coletiva, formados por pequenos produtores, agricultores familiares, projetos de assentamento e outros grupos formados por ribeirinhos, quilombolas, indígenas e extrativistas que possuam uma organização e estrutura suficientes para assegurar um Sistema de Controle Interno dos procedimentos regulamentados.

    A terceira alternativa, a Organização de Controle Social pode ser formada por um grupo, associação, cooperativa ou consórcio de agricultores familiares. Mas para que a organização seja reconhecida pela sociedade e ganhe credibilidade, é preciso que entre os participantes exista uma relação de organização, comprometimento e confiança. Neste caso, a certificação é válida apenas para vendas diretas.

    “O orgânico é um grande mercado, inclusive para os grandes produtores. Às vezes há uma confusão ideológica que tenta vincular o orgânico somente aos pequenos e a produtos de feira. Há uma diversificação muito grande da produção orgânica, mas a maioria ainda vem da região centro-sul do país”, afirma Cleiton Souza.

    Para a professora Rafaella Felipe, da UFMT, a agricultura orgânica de base agroecológica é essencial. “A agricultura convencional, além de ter um alto custo de produção, tem adoecido e muito os nossos agricultores, tem deixado a vida deles mais difícil do que já é. A gente precisa disseminar isso. O único caminho para agricultura familiar em Mato Grosso é a agricultura orgânica de base agroecológica”.

  • Deputados entregam relatório sobre divisa MT/Pará a ministro do STF

    Deputados entregam relatório sobre divisa MT/Pará a ministro do STF

    Os deputados Júlio Campos (União Brasil e Ondanir Bortolini ((PSD), o Nininho, participaram de uma reunião no dia 31 de maio, em Brasília (DF), com o ministro Supremo Tribunal Federal (STF), Luis Roberto Barroso, para entregar o relatório de um estudo inédito de 214 páginas que demonstra os prejuízos causados pelos impactos socioeconômicos envolvendo nove municípios mato-grossenses na divisa com o estado do Pará.

    Para elaborar o documento, a Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) contratou uma empresa de consultoria que utilizou 20 profissionais especializados tratando da questão da agrimensura, cartografia, análise em impacto econômico e antropológico.

    “Confio na imparcialidade do ministro Barroso, que é reconhecido por sua vasta experiência jurídica. A expectativa é de que o STF analise cuidadosamente o relatório, contribuindo para uma solução justa e equilibrada dessa questão fronteiriça”, comentou o presidente da Comissão de Agropecuária, Desenvolvimento Florestal e Agrário e Regularização Fundiária da Assembleia Legislativa, deputado Nininho.

    Durante a reunião com o ministro Barroso, que também contou com as presenças dos procuradores da Assembleia Legislativa, Bruno Willames Cardoso Leite e Ricardo Riva, e os prefeitos de, Paranaíta, Osmar Mandacaru (Patriota) e de Alta Floresta, Chico Gamba (PSD), os parlamentares fizeram um resumo do relatório tendo como base três eixos temáticos.

    O primeiro deles é denominado “Agrimensura, Cartografia e Geoprocessamento”, e envolve o acidente geográfico denominado Salto das Sete Quedas que, segundo parecer defendido pela Comissão da Assembleia Legislativa, encontra-se posicionado mais ao Norte e não ao Sul, como levou-se a concluir erroneamente a Justiça.

    O segundo eixo, é denominado “impactos econômicos” e mostra que a região mais desenvolvida está próxima de Mato Grosso e não do Pará. Por isso, a falta da revisão dessa faixa de fronteira traria impactos negativos para todo território nacional e o próprio PIB até 2030, pois envolve a pecuária de corte.

    O terceiro eixo é o de “análise antropológica”, e também demonstra que a população dessa região indicada com um mero polígono geográfico, na verdade tem um sentido de “pertencer mato-grossense” e não como paraense.

    “A recepção foi acima do esperado, a reunião com o ministro durou cerca de 40 minutos. Ele prometeu reestudar o assunto e até ir a Mato Grosso para verificar in loco o problema.  Ele também orientou a todos os prefeitos interessados a entrar no processo, como partes”, diz Júlio Campos.

    O procurador da Assembleia, Bruno Leite, disse que foi uma reunião produtiva com o ministro para discutir o imbróglio da área de mais de 2,4 milhões de hectares. “Vale destacar que esse encontro com o ministro foi marcado em razão de um pedido de liminar do Estado, proposta no dia 10 de maio deste ano, que objetiva suspender os efeitos do acórdão da ação cível originada nº 714”, falou Leite.

    A princípio, segundo o procurador, “o motivo da reunião foi evidenciar para o ministro as razões que tinham sido apontadas na peça principal das ações rescisórias para suspender os efeitos do acórdão. Entregamos uma cópia de todo laudo técnico realizado pela empresa ao ministro, e conseguimos demonstrar de forma evidente”, afirmou ele.

    De acordo com Bruno Leite, o ministro sinalizou que vai dar atenção a esse caso, porque, “ele já tem experiência com o litígio que julgou entre os estados do Paraná e Santa Catarina. Comentou ainda que vai conversar com os demais colegas, antes de tomar uma decisão definitiva sobre o caso. A Assembleia vai acompanhar o desenrolar da decisão, que deve sair nas próximas semanas”, calcula o procurador.

    Pesquisas – As análises aconteceram entre os dias 21 e 22 de abril de 2023. Entre as principais preocupações da população ouvida estava a falta de aparelhos públicos – principalmente de saúde – na porção do Pará da área de litígio e se a mudança definitiva de Estado os impedirá de continuar sendo assistidos pelos aparelhos públicos do estado de Mato Grosso, como postos de saúde, que estão mais próximo principalmente na região do município de Guarantã do Norte.

    Essa falta de garantia de assistência de ensino e saúde por parte do estado do Pará é a principal queixa da população.

    Outra questão levantada pelos moradores é quem arcaria com os custos da modificação de documentação das propriedades rurais e de animais, uma vez que alterar esses registros de um estado para o outro tem um custo.

    Além das preocupações econômicas, alguns moradores relataram insatisfação com a mudança por conta de laços de parentesco e amizade que estão conectados com sentido de pertencer ao estado de Mato Grosso, principalmente na região da cidade de Vila Rica.

  • Deputada anuncia formação da Comissão de Ética e Decoro durante sessão legislativa

    Deputada anuncia formação da Comissão de Ética e Decoro durante sessão legislativa

    Em sessão plenária nesta quarta-feira (31), durante a Ordem do Dia, a presidente em exercício da Assembleia Legislativa, Janaína Riva (MDB), que presidia a sessão, anunciou o encaminhamento para a formação da Comissão de Ética e Decoro da Casa de Leis. Segundo a deputada, o assunto foi debatido antes da sessão, em reunião no Colégio de Líderes.

    Janaína Riva determinou que os cinco blocos parlamentares da atual legislatura indiquem seus representantes para que a Comissão de Ética e Decoro seja instalada na Casa de Leis com o intuito de analisar o requerimento de investigação e denúncia contra o deputado estadual Gilberto Cattani (PL), feita pela Comissão das Mulheres da OAB de Mato Grosso e Defensoria Pública. Requerimento com os pedidos foram lidos em plenário.

    O requerimento para acionar a Comissão de Ética e Decoro da Casa de Leis se deve a falas e vídeos do deputado Gilberto Cattani (PL), comparando mulheres a vacas, que circulou nas redes sociais. São cinco blocos parlamentares na Casa de Leis. O bloco “Assembleia Forte”, o maior do Parlamento, é formado pelos deputados Dilmar Dal Bosco (União), Carlos Avallone (PSDB), Eduardo Botelho (União), Júlio Campos (União), Sebastião Rezende (União), Paulo Araújo (PP) e Beto Dois a Um (PSB). O líder do bloco é o deputado Dilmar Dal Bosco.

    O Bloco “Parlamentar Unidos” é formado pelos deputados Eugênio (PSB), Max Russi (PSB), Fabinho Tardin (PSB) e Valmir Moretto (Republicanos).

    No Bloco “Experiência e Trabalho”  estão os deputados Lúdio Cabral (PT), Valdir Barranco (PT), Wilson Santos (PSD), Nininho (PSD) e Diego Guimarães (Republicanos), totalizando cinco parlamentares.
    Janaina Riva (MDB), Dr. João (MDB), Juca do Guaraná Filho e Thiago Silva formam o bloco “Movimento Democrático Brasileiro”. Por fim, a Casa de Leis ainda conta com o bloco “Direita Democrática” composto por Elizeu Nascimento (PL), Faissal (Cidadania), Cláudio Ferreira (PTB) e Gilberto Cattani (PL).

    O processo por quebra de decoro pode levar a sanções disciplinares e  até a cassação do mandato. A deputada Janaína Riva informou, durante a sessão, que recebeu a presidente da Comissão da Mulher da OAB, Glaucia Amaral, que junto com outras representantes da Comissão e da defensora pública geral, Maria Luziane, protocolou os dois pedidos. A presidente em exercício da ALMT disse ainda que submeteu o requerimento à apreciação dos demais deputados durante o colégio de líderes e determinou a instalação da Comissão de Ética e Decoro para apreciação do teor das denúncias.

  • CST das Mudanças Climáticas é instala com o propósito de unir produção e conservação

    CST das Mudanças Climáticas é instala com o propósito de unir produção e conservação

    Mato Grosso é o segundo maior emissor de gases de efeito estufa per capita/ano. Paralelamente, o estado é o maior produtor de grãos e carne bovina no país. Transformar o problema em solução é um dos objetivos da Câmara Setorial Temática das Mudanças Climáticas, instalada na tarde desta segunda-feira (29), na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT). Durante seis meses, pesquisadores, ambientalistas e o setor produtivo vão trabalhar em busca de soluções legislativas para que o protagonismo produtivo e a conservação ambiental caminhem lado a lado.

    Durante a reunião de instalação da CST das Mudanças Climáticas, cientistas apresentaram pesquisas e dados que mostram a evolução do desmatamento, das emissões de gases e as consequências para a vida no planeta.

    O professor Carlos Nobre, climatologista brasileiro Carlos Nobre, membro da Academia Brasileira de Ciência e um dos primeiros estudiosos da crise climática no país abriu a reunião com a apresentação de números sobre o aquecimento do global.

    De acordo com Nobre, Mato Grosso emite uma média de 68 toneladas por habitante/ano, quase sete vezes mais do que a média brasileira de 10,5 toneladas por habitante/ano, sendo o segundo estado que mais emite. Grande parte dessas emissões, segundo o pesquisador, está ligada às atividades agropecuárias, uma vez que 86% das emissões registradas no estado estão vinculadas à mudança do uso da terra e desmatamento.

    “A emissão de gases de efeito estufa é um fenômeno natural e importante para manutenção da temperatura da terra. Por outro lado, quando há um desequilíbrio, as temperaturas ficam acima da média e os extremos climáticos começam a ser registrados com maior frequência, como é o caso das chuvas e secas intensas, incêndios florestais, quebras de safras”, afirmou o pesquisador.

    O professor da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), Bem Hur Marimon Júnior, apresentou estudos que apontam a perda de vegetação nativa no Cerrado e na Amazônia como consequência da seca e do calor extremo. Os dois pesquisadores, porém, foram enfáticos ao afirmar que a agropecuária é o problema, mas também parte da solução das mudanças climáticas.

    Carlos Nobre citou que, nos últimos anos, a produção agropecuária dobrou na região amazônica, ao mesmo tempo que o desmatamento caiu consideravelmente. Isso, segundo o pesquisador, é consequência do investimento em técnicas que permitem intensificar a produção de alimentos com a integração dos sistemas produtivos lavoura-pecuária-floresta. Outra solução apresentada por Nobre foi com relação à restauração florestal, sistema que contribui para a captação de gás carbônico e ainda tem grande potencial de gerar renda para as pessoas.

    O presidente da CST da Mudança Climática, deputado estadual Júlio Campos (União), destacou a importância de Mato Grosso assumir seu papel na discussão mundial sobre política ambiental e sobre as mudanças climáticas que vêm ocorrendo. “As mudanças climáticas trazes inúmeras consequências, não apenas para o ser humano, para a economia e para o Estado de Mato Grosso, que é um grande produtor de alimentos. Esta Câmara será constituída por vários técnicos, pesquisadores e ao final pretendemos apresentar um relatório final sobre o que pode ser feito, quais leis já existem e o que pode mudar com relação à legislação para reforçar a ação da Sema e dos órgãos e ONGs que atuam no estado”.

    A professora da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Cátia Nunes da Cunha, participou da reunião e destacou o papel de Mato Grosso na discussão sobre as mudanças climáticas. “Todos aqui chegam a um ponto comum, que é da possibilidade do estado ocupar outro espaço. É o momento de unir as forçar, ter um diálogo justo, ético, equilibrado para mudar o lugar que Mato Grosso ocupa”.

    Segunda Cátia Nunes, a Assembleia tem acesso a diferentes pontos tanto em nível estadual, federal e até internacional para propor um sistema que seja benéfico para Mato Grosso e isso inclui não apenas recursos, mas a proposição de diálogo e discurso adequado.

    A relatora da CST das Mudanças Climáticas, Josevane Reis da Fonseca, falou sobre a importância do Poder Legislativo em realizar o diagnóstico para embasar o debate que poderá resultar em propostas.

    “A comissão permanente trabalha uma proposta de lei já pronta, enquanto a câmara setorial temática tem a capacidade de fazer um estudo sobre os impactos legislativos que as propostas terão e isso é feito com base em dados científicos e técnicos e nos depoimentos das pessoas envolvidas”.

  • Mato Grosso: Lei 12.099 cria projeto “nasce uma criança, planta-se uma árvore”

    Mato Grosso: Lei 12.099 cria projeto “nasce uma criança, planta-se uma árvore”

    O Governo do Estado de Mato Grosso sancionou, no dia 9 de maio deste ano, a Lei nº 12.099/23 que institui o projeto “nasce uma criança, planta-se uma árvore”, de autoria do presidente licenciado da Assembleia Legislativa (ALMT), deputado Eduardo Botelho (União Brasil).

    Conforme a lei, o objetivo é incentivar a preservação e a educação ambiental nos municípios mato-grossenses, e consiste ainda, incentivar no plantio de uma muda de árvore, preferencialmente nativa, para cada registro de nascimento nas cidades.

    O plantio deve ser realizado pelo poder público em parceria com entidades, podendo ser de iniciativa privada e sociedade civil, que deverá doar as mudas às famílias dos bebês, até 90 dias após o nascimento.

    Segundo dados da Associação dos Notários e Registradores do Estado de Mato Grosso (Anoreg-MT), 58.394 nascimentos foram registrados no Estado durante o ano de 2022. Na capital (Cuiabá), esse número foi de 12.489. Em Várzea Grande, o número foi de 2.525 registros.

    Pelos dados da Anoreg-MT, de janeiro a maio deste ano, foram emitidos 36.119 registros de nascimentos em Mato Grosso, portanto, o Estado com dimensão territorial de 903.357 km², deveria receber quase 40 mil novas mudas de árvores espalhadas pelos 141 municípios.

    Para o autor da iniciativa, deputado Botelho, a Lei nº 12.099, busca incentivar em todo Estado a preservação e educação ambiental. “Cada município pode firmar suas parcerias para doação de mudas de árvores ao pai ou à mãe que requerer a planta, após o nascimento do bebê. E aí, ainda terão direito ao certificado “Criança Amiga da Natureza”, revelou ele.

    “Ao mesmo tempo que oferecemos uma lembrança carinhosa para a família, estimulamos maior cuidado com o meio ambiente. Uma vez que essas mudas serão plantadas em áreas públicas: urbana ou rural”, explica Botelho.

    Consta na lei que, o Poder Executivo, por meio do órgão competente, se necessário, firmará parceria com os cartórios de registro civil e de pessoas naturais para as informações referentes ao número de nascimentos ocorridos mensalmente. Vale destacar ainda que, os municípios que aderirem ao projeto serão agraciados com certificado emitido pela Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso.

    Verde Novo –Em Mato Grosso, o Juizado Volante Ambiental (Juvam), realiza o plantio de árvores desde 2017, por meio do projeto Verde Novo. De acordo com dados fornecidos pelo órgão, até o momento foram plantadas 176.108 árvores em diferentes locais de Cuiabá. Desse montante, o Juvam plantou até agora 80 árvores por dia e 2.412 por mês.

    O projeto é desenvolvido pelo Poder Judiciário de Mato Grosso juntamente com a equipe do Juizado Volante Ambiental de Cuiabá (Juvam), em cooperação com o município de Cuiabá e o Instituto Ação Verde, além de contar com a parceria de empresas do setor privado.

    “A temática do projeto é completamente voltada para a educação e conscientização ambiental em plantio de árvores. Essa lei vai proporcionar cumprir com preceitos e fundamentos constitucionais, e fazer com que o Poder Público cumprir mais uma ferramenta para tornar nosso meio ambiente mais equilibrado”, revelou assessor no Juizado Volante Ambiental de Cuiabá e Coordenador do Projeto Verde Novo do Poder Judiciário de Mato Grosso, Sérgio Savioli Resende.

    “O gesto de plantar, da Lei 12.099, vai cumprir essa tarefa constitucional e também um dever público de lutar por políticas públicas que vão trazer benefícios para a população”, complementou Savioli.

    O objetivo do projeto Verde Novo é obter o envolvimento e o engajamento dos cidadãos por meio de ações de conscientização ambiental. A iniciativa visa também dispor sobre a arborização urbana da capital e enfatiza a utilização de espécies nativas do bioma local na proporção de 70%. Dentre elas, há as frutíferas, por exemplo, pitanga, caju, pitomba, amora, tamarindo e acerola, e as arbóreas, tais como o jacarandá, ipê roxo, ipê rosa, oiti e ipê branco.