Autor: Redação Direto de Brasília

  • PF realiza operação de combate a crimes ambientais

    PF realiza operação de combate a crimes ambientais

    Cruzeiro do Sul/Acre – A Polícia Federal deflagrou, nesta sexta-feira (14), a Operação Timber Trading, que investiga madeireiras nos Municípios Acreanos de Feijó e Tarauacá. A investigação gira em torno de crimes ambientais e lavagem de dinheiro cometidos pelas empresas e seus sócios. Essas madeireiras atuam na clandestinidade, operando sem as devidas licenças ambientais e demais documentos necessários à exploração e manejo da flora.

    A operação também cumpriu mandados de busca e apreensão na residência dos sócios proprietários nos Estados do Mato Grosso, Rio de Janeiro e Rondônia. Ao todo foram cumpridos sete mandados (dois em Tarauacá, dois em Feijó, um em Cuiabá, um em Angra dos Reis e um em Ji-Paraná).

    Os investigados poderão responder pelos crimes de venda, depósito e transporte de madeira sem autorização da autoridade competente, além dos crimes de Associação Criminosa e Lavagem de Capitais.

    O nome da operação (Timber Trading), em uma tradução livre, significa “comércio de madeira”. Uma alusão ao comércio ilegal de madeiras perpetrado nos Municípios do Acre.

  • Marcos Rogério defende análise da reforma tributária em mais comissões

    Marcos Rogério defende análise da reforma tributária em mais comissões

    O senador Marcos Rogério (PL-RO) afirmou, em pronunciamento no Plenário na quarta-feira (12), que é preciso ampliar o debate sobre a reforma tributária. O parlamentar defendeu que a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) também analise a proposta de Emenda à Constituição (PEC) 45/2019, além da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

    — A reforma não é do governo ou da oposição. Precisamos de uma reforma que interesse a todo o país, ainda que não alcancemos de pronto o ponto ideal que almejamos. Mas é preciso estar focado em pelo menos três pilares nessa reforma tributária: simplificação, a descentralização e a redução do peso dos impostos — afirmou.

    Segundo o senador, é preciso olhar com cuidado o impacto pontual dessa reforma sobre cada setor da economia, citando o exemplo da taxação zero na cesta básica e o aumento da agricultura. Ele explicou que alguém terá que pagar essa conta e que estados como Rondônia, com grande participação na produção de alimentos, dependem de uma política tributária moderada que estimule o desenvolvimento econômico.

    Marcos Rogério ressaltou também a importância da distribuição dos tributos, defendendo um equilíbrio entre a União, os estados e os municípios, com uma visão municipalista, para que os serviços públicos cheguem de forma mais efetiva para quem precisa.

    — Somos favoráveis a uma boa reforma, que implemente mais justiça fiscal sem prejudicar nenhum setor da economia e sem trazer prejuízos para a população. Criticar a reforma não significa ser contra a reforma. As críticas servem justamente para aprimorar, para aperfeiçoar a reforma tributária — observou.

  • Girão critica encerramento do programa de escolas cívico-militares

    Girão critica encerramento do programa de escolas cívico-militares

    O senador Eduardo Girão (Novo-CE) criticou, em pronunciamento no Plenário nessa quarta-feira (12), o encerramento do programa de escolas cívico-militares, decisão anunciada pelos Ministérios da Educação e da Defesa. Segundo o senador, a medida é “uma maldade” que demonstra atitude de “vingança e revanchismo” do atual governo contra uma das principais bandeiras de gestão do governo passado.

    — É uma vergonha! Isso está acontecendo neste momento em que vai ficar faltando essa oportunidade para as pessoas que querem […]. Mostra apenas que o viés ideológico está acima dos interesses da população brasileira, que não vai ter o direito de escolha, a liberdade para definir o método, definir a forma, mesmo com toda a orientação do MEC — disse.

    O parlamentar ressaltou que as filas de espera por uma vaga nas escolas cívico-militares em todo o país são prova do sucesso do programa. Ele mencionou a visita que fez a uma escola no Rio Grande do Norte, onde observou o impacto positivo do método de ensino em uma comunidade carente.

    — Um modelo de sucesso absoluto, de êxito, que tem colocado pessoas nas filas, porque querem mais. Tem poucas escolas no Brasil, e estão tirando esse direito na marra, acabando com esse programa no Ministério da Educação […]. Lá no Rio Grande do Norte, eu fiquei encantado: numa comunidade carente, com a questão da segurança difícil, num dos bairros mais violentos, a Escola Maria Ilka […]. Impressionante a autoestima das crianças, impressionante a satisfação dos pais com quem eu tive a oportunidade de conversar[…]. No Ceará, nós temos ótimos exemplos, especialmente em Maracanaú — afirmou.

    Girão disse também que o valor gasto com a manutenção do programa das escolas cívico-militares é “insignificante” em comparação com o orçamento total destinado à educação. De acordo com ele, o fechamento das 216 escolas no país vai afetar cerca de 85 mil alunos. Para o senador, não há justificativas que respaldem a decisão de fechamento, uma vez que já foi aprovado reforço de R$ 56 milhões no Orçamento para o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). O senador pediu apoio do Parlamento para barrar a decisão.

    — Eu espero que o líder do governo, senador Jaques Wagner [PT-BA], que ouviu de todo mundo, e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que ouviu as manifestações voluntárias dos senadores aqui, tentem intermediar com o ministro da Educação ou com o Presidente da República para que possa continuar esse programa — concluiu.

  • Projeto cria bolsa para estudantes do ensino médio

    Projeto cria bolsa para estudantes do ensino médio

    Estudantes de baixa renda matriculados em escolas públicas poderão ter direito a bolsa de estudo mensal. É o que estabelece o projeto de lei apresentado pelo senador Astronauta Marcos Pontes (PL-SP) que aguarda deliberação na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).

    PL 3.166/2023 institui o Programa Bolsa Estudantil do Ensino Médio, que será limitado a estudantes que integrem famílias inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) e beneficiárias do Bolsa Família. A permanência no programa dependerá de frequência regular e não reprovação do aluno, e o beneficiário que for aprovado em instituição de ensino superior contará com prioridade nos programas de assistência estudantil.

    Pontes, ao justificar sua proposição, citou estudos que destacam a importância de incentivos suplementares para manter os jovens no ensino médio. Para ele, a bolsa de que trata o projeto “pode contribuir para diminuir a evasão escolar e, por conseguinte, aumentar o acesso educacional da população de baixa renda, de forma a promover a equidade educacional e o desenvolvimento social e econômico do país”.

    O senador Mecias de Jesus (Republicanos-RR) apresentou emenda destinada a assegurar benefícios fiscais para pessoas físicas e jurídicas que fizerem doações para a manutenção do Programa Bolsa Estudantil do Ensino Médio. O parlamentar ressalta que vários programas sociais adotam esse modelo, como no incentivo a doações ao Fundo Nacional do Idoso (Lei 12.213, de 2010), à Lei do Audiovisual (Lei 8.685, de 1993) ou aos fundos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA – Lei 8.069, de 1990). Mecias acrescentou artigos destinados a regulamentar a declaração, no Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), do montante de renúncia fiscal decorrente da lei.

    Depois de votado na CAE, o projeto será analisado na Comissão de Educação (CAE), cuja decisão é terminativa. Em caso de aprovação, se não houver recurso para ir ao Plenário, o texto seguirá para a Câmara dos Deputados.

  • CPMI aciona Justiça por silêncio abusivo de Mauro Cid

    CPMI aciona Justiça por silêncio abusivo de Mauro Cid

    Diante do silêncio do tenente-coronel Mauro Cid na oitiva de terça-feira (11), a CPMI do 8 de Janeiro decidiu acionar a 10ª Vara da Justiça Federal de Brasília contra o ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. Na representação protocolada nesta quinta-feira (13) por meio da Advocacia do Senado, o colegiado aponta que o militar abusou do direito ao silêncio e, portanto, teria cometido o delito de “calar a verdade como testemunha”. 

    De acordo com o artigo 4º, II, da Lei 1.579/52, constitui crime fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, tradutor ou intérprete, perante a Comissão Parlamentar de Inquérito. Uma cópia do documento foi enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF), com um pedido de adoção de providências adicionais à Corte. 

    Mauro Cid compareceu à CPMI amparado por um habeas corpus que lhe garantia o direito de silenciar em situações que pudessem produzir provas contra ele. Mas, de acordo com parlamentares, ele abusou desse direito ao se negar a responder assuntos alheios aos fatos que poderiam incriminá-lo.

    “Assim, se de um lado, como cidadão tem o direito de se valer das garantias inerentes à não incriminação, por outro lado, tem o dever reforçado de, como testemunha, depor à Comissão Parlamentar de Inquérito fatos alheios a essa cláusula e de que, eventualmente, tenha conhecimento em razão de sua investidura em elevadas funções públicas que exerceu concomitantemente aos fatos sob investigação”, aponta a justificativa do documento protocolado. 

  • Pacheco critica declaração de Barroso, mas aposta na pacificação institucional

    Pacheco critica declaração de Barroso, mas aposta na pacificação institucional

    O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, em entrevista coletiva nesta quinta-feira (13), classificou como “inadequada, inoportuna e infeliz” declaração do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso, que, em congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), disse que “derrotamos o bolsonarismo”. Pacheco declarou seu empenho na pacificação institucional, criticou a presença de Barroso em evento de caráter político e disse esperar uma reflexão e uma retratação do ministro.

    — A arena política se resolve com as manifestações políticas e a ação dos sujeitos políticos. O ministro do Supremo Tribunal Federal deve se ater ao cumprimento constitucional de julgar o que lhe é demandado — afirmou.

    Segundo Pacheco, a declaração de Barroso, que discursou no evento da UNE na noite de 12 de julho, provocou reações indignadas de parlamentares, que cobraram uma posição oficial do Senado sobre a questão. Pacheco salientou que sempre defendeu a institucionalidade do STF como pilar da democracia e a legitimidade dos magistrados e, por respeito ao Supremo, já tinha se solidarizado com Barroso quando foi atacado pelo então presidente Jair Bolsonaro.

    — Estamos num esforço muito grande de conciliação, de pacificação, de acabar com o ódio e com as divisões. Temos exercido isso no dia a dia para que possamos ter um país próspero, com menos ódio e mais compreensão.

    Ao entender que “todos nós temos o direito de ter uma fala infeliz em algum momento”, Pacheco acrescentou que uma retratação de Barroso pode contribuir para afastar questionamentos sobre eventual impedimento ou suspeição do ministro em ações que envolvam Bolsonaro ou seus aliados. Porém, o senador admitiu que manifestações como a de Barroso podem provocar discussões sobre limitações do Poder Judiciário e prejudicar esforços pela “reunificação do Brasil”.

    Impeachment

    Sobre a possibilidade de impeachment de Barroso, levantada por parlamentares, Pacheco disse que cada pedido deverá ser analisado com “independência” e “decência” dentro das respectivas circunstâncias. Ele citou a movimentação de senadores pela coleta de assinaturas em apoio a eventual pedido, mas classificou a legislação atual como “anacrônica” neste aspecto.

    — Já há uma proposta de modernização da Lei do Impeachment [Lei 1.079, de 1950] para que os tipos de crimes de responsabilidade sejam mais adequados aos dias de hoje.

    O presidente do Senado espera que, dentro da busca de conciliação e respeito recíproco, os Poderes da República possam encontrar um caminho alternativo à “ruptura” do impeachment, e lembrou que uma eventual negativa de sua parte à abertura do processo não representaria concordância em relação a determinadas posturas.

    Reforma tributária

    Rodrigo Pacheco também disse esperar que a reforma tributária (PEC 45/2019), já aprovada na Câmara, seja votada no Senado em dois ou três meses. Ele se mostrou confiante no empenho do Senado na tramitação de projetos de reformas importantes.

    — Nosso desejo é de que ainda este ano possa ser promulgada a emenda constitucional que dê um novo sistema tributário ao Brasil — resumiu.

  • Debatedores apontam facilidade de acesso de crianças a conteúdos pornográficos

    Debatedores apontam facilidade de acesso de crianças a conteúdos pornográficos

    Especialistas ouvidos pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS) afirmaram em audiência pública nesta quinta-feira (13) que o vício em pornografia pode ter consequências graves não só para indivíduos, mas para a saúde e a segurança pública. O debate atendeu a requerimento (REQ 14/2023) do senador Eduardo Girão (Novo-CE), que presidiu a reunião. Para o senador, o assunto é um tabu que precisa ser tratado, especialmente pela facilidade com que crianças e adolescentes têm acesso a conteúdo pornográfico. Ele salientou que a pauta não é “de direita ou de esquerda”, lembrando que o presidente da CAS, senador Humberto Costa (PT-CE), de quem diverge ideologicamente, atendeu a seu pedido e abriu a comissão para a audiência pública, dadas as questões sociais envolvidas.

    — É um vício tenebroso que está em todo lugar e está corroendo a sociedade e levando as pessoas a perderem suas energias […]. Conforme pesquisa da empresa Netskope, apenas no primeiro semestre de 2020, houve incremento de 600% de acesso a pornografia na internet. O site mais popular tem mais acessos mensais que Netflix, Amazon e Twitter juntos. É um negócio bilionário. [Esse assunto] não é ideológico, é de humanidade. Chegou a hora do Congresso Nacional tomar frente disso, legislar sobre isso — disse Girão.

    Crimes na internet

    A delegada federal Rafaella Vieira Lins Parca, que atua na coordenação de Repressão ao Crime Cibernético relacionados ao Abuso Sexual Infantojuvenil, disse que a Polícia Federal identifica a influência deste tipo de dependência sexual nas investigações destes crimes na internet.

    — Vemos aumento muito grande da quantidade de imagens de abuso sexual infantojuvenil circulando online no mundo inteiro. A gente percebe empiricamente que tem relação com o uso da pornografia. Com o consumo desses materiais, que mostram agressividade e objetificação da mulher, eles [os autores de crimes] reproduzem isso nas condutas criminosas. Como funciona essa conduta? Há o aliciamento e a extorsão para conseguir imagens de nudez de crianças. 78% dos usuários da internet têm entre 9 e 17 anos. Adultos com perfis falsos estudam essas crianças, que têm perfis [nas redes sociais] abertos, para ganhar a confiança até conseguir um ‘nude’. E usam essa imagem para ameaçá-las para que ela produza online atos libidinosos […], filmem isso e encaminhe para eles. E os pais e mães não percebem — disse Rafaella Parca.

    Presidente do Instituto Federal Kids, Clayton da Silva Bezerra fez apelo para o acompanhamento dos pais de crianças. O instituto, organizado pelo sindicato de delegados da Polícia Federal, realiza ações sociais para combater os crimes sexuais contra crianças e adolescentes.

    — O que você faria se seu filho aparecesse com um presente em casa? Certamente perguntaria de onde veio, o que ele fez para ganhar… Seu filho pode estar recebendo presentes virtuais caríssimos, que custam até 100 mil reais [se referindo a utensílios virtuais utilizados em jogos online de múltiplos jogadores]. Muitas vezes os pais não sabem que os filhos estão recebendo presentes de abusadores — disse Clayton Bezerra.

    “Droga virtual”

    O psicoterapeuta Mizael de Jesus Lima Cardozo Silva, vice-presidente do Instituto Infância Protegida, afirmou que há estudos segundo os quais a dependência do chamado “entretenimento adulto” pode gerar consequências psicológicas e mudanças comportamentais. Ele compartilhou ainda que, em atendimento clínico, tratou de casos de pacientes abusadores sexuais — vários deles menores de idade — que eram também viciados em pornografia, a qual teria contribuído para dessensibilizá-los. Mizael Silva também ressaltou que, na internet, a pornografia se soma a estímulos à violência sexual.

    Silva mencionou publicação de Robert V. Dindinger, da Utah Valley Psychology, nos Estados Unidos, para quem o grau de prazer obtido pelo acesso à pornografia pode superar atividades como alimentação, sexo, consumo de nicotina e de álcool e levar à diminuição de outros interesses.

    — Temos pesquisas mostrando que pessoas que acessam pornografia têm o mesmo dano cerebral de pessoas que usam cocaína. O vício é a atribuição errada no cérebro, que pode começar a reconhecer coisas como drogas e pornografia como importantes para a sobrevivência. A pessoa sente um prazer, produz dopamina, e depois passa pela dessensibilização, o cérebro não produz mais a mesma quantidade de dopamina diante do estímulo que tinha inicialmente. A dopamina produzida pela pornografia pode durar até 14 horas no cérebro, que não tem capacidade de absorver [diferente de outras atividades cotidianas]. Essa dopamina que sobra no cérebro vai começar a matar neurônios causando lesões no lóbulo pré-frontal. É um caso de saúde — afirmou Mizael Silva, referindo-se ao neurotransmissor que atua no sistema nervoso e é relacionado ao humor e ao prazer

    O senador Marcos Rogério (PL-RO) reforçou que o tema não deve ser confundido com moralismo religioso.

    — Muitos olharam para esse tipo de iniciativa [se referindo ao debate] como se fosse algo do fundamentalismo religioso… O Mizael trouxe mais conteúdo da ciência do que qualquer outra coisa — disse Marcos Rogério.

    Soluções

    Especialista em sexualidade, Leticia Amaral Balducci disse que a educação sexual nas escolas está muito aquém do ideal. Para ela, é necessário conscientizar os adultos e adolescentes sobre a sexualidade, algo que faz com palestras e cursos.

    — Temos que fazer reformulação do ensino sobre sexo, sexualidade e autoproteção emocional. Em décima posição [nos termos mais buscados de sites pornográficos] está ‘como fazer?’. Adolescentes estão procurando ensinos sobre a educação sexual em um lugar que degrada o ser humano. Não existe educação sexual nas escolas, há falta de informações científicas. Os relatos [após seus cursos] que ouço é ‘nunca aprendi sobre esses assuntos que envolvem meu corpo e minha mente’ — disse Leticia Balducci, destacando que muitos sites pornográficos trabalham com fetiches voltados às crianças e e a todo tipo de violência, especialmente contra a mulher.

    A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) destacou a importância do trabalho preventivo, mas sugeriu ações mais incisivas na questão.

    — Acho que vim para outra trincheira que é da repressão. Talvez não ter mais verba pública para quem tem parceria com sites pornográficos. É repressão mesmo. Vamos começar a encontrar as brechas da legislação… Sábado passado fiquei com a menina de 12 anos que foi sequestrada aqui [referindo-se a caso que repercutiu em Brasília de sequestro realizado para abuso sexual]. Ela foi salva por causa de uma estrutura familiar. A mãe dela sentiu falta quando ela atrasou 20 minutos. A mãe liga para um tio que é policial e disse ‘minha filha não faz isso, ela não atrasa’. [No quarto do abusador] havia uma câmera e as imagens dessa menina seriam usadas. A gente vai ter que ir pra cima da demanda [de abusos sexuais pela internet]— disse a senadora.

    Também participaram do debate a deputada Priscila Costa (PL-CE) e o diretor da Federação Espírita Brasileira (FEB), André Henrique de Siqueira.

  • Familiares criticam 'ilegalidades' na prisão dos manifestantes de 8 de janeiro

    Familiares criticam 'ilegalidades' na prisão dos manifestantes de 8 de janeiro

    A Comissão de Segurança Pública (CSP) realizou nesta quinta-feira (13) audiência pública interativa para ouvir familiares e defensores dos presos nos atos de 8 de janeiro. Eles apontaram a ocorrência de ilegalidades e de violações de direitos humanos na detenção dos manifestantes nas penitenciárias da Papuda e Colmeia [feminino], em Brasília. As irregularidades e as violações, algumas cometidas pela Polícia Federal (PF), segundo eles, afrontam os direitos mais elementares e dispositivos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, além de outros acordos e tratados internacionais sobre direitos civis e políticos dos quais o Brasil é signatário.

    Proponente do debate, o senador Eduardo Girão (Novo-CE) expressou solidariedade aos participantes da audiência pública e disse que os manifestantes passam por situações “vexatórias” nas prisões. O senador apontou a existência de uma “inversão completa de valores” e disse que está havendo a aplicação de dois pesos e duas medidas pelo Poder Judiciário na manutenção da prisão dos manifestantes, que qualificou como “presos políticos”. Comparou o caso deles ao do ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, “condenado a 425 anos de prisão e depois de ter permanecido apenas seis anos presos, foi libertado pela Justiça para cumprir pena domiciliar”.

    Essas pessoas [os manifestantes] não estão esquecidas. O Estado Democrático de Direito precisa voltar. Nós vamos trabalhar com o limite de nossas forças para isso —prometeu Girão.

    Ao defender a justiça e o restabelecimento da democracia no Brasil, Girão comunicou que irá apresentar denúncia formal à Organização das Nações Unidas (ONU), por meio de uma comitiva de parlamentares e de advogados que irão a Nova York em 21 de julho.

    Girão, com apoio do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), também voltou a defender a instalação de processo de impeachment contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, por suposta militância política e ativismo judicial. Lembrou que pedido nesse sentido, com a assinatura de seis senadores, já foi encaminhado à presidência do Senado em novembro de 2022.

    Existe uma subserviência dessa Casa e isso está prejudicando a democracia no Brasil. Nós temos uma pseudodemocracia, já caindo aí por um campo muito perigoso de ditadura. A gente está vendo coisas inimagináveis afirmou.

    Avaliação dos senadores

    O senador Magno Malta (PL-ES) ressaltou que visitou e conviveu com os manifestantes do 8 de janeiro “de forma intensa” e apontou “a força espiritual daquela gente que ainda confia na justiça desse país e na justiça de Deus, presa pelo crime de amar a pátria, seus filhos, sua fé, seus valores e seus princípios”.

    Nosso ordenamento jurídico, se existe, está nas nuvens —avaliou.

    Emocionado, o líder da oposição, senador Rogério Marinho (PL-RN), não segurou as lágrimas. Afirmou que o Brasil vive um momento muito desafiador “que nos cobra atitude e inteligência”.

    Temos que ter resiliência, planejamento, estratégia. Precisamos desmistificar o que é colocado como lugar comum: uma estratégia deliberada de desumanizar aqueles que pensam diferente. Nós estamos relativizando a democracia, a inviolabilidade dos mandatos, a Constituição, os direitos humanos, o ordenamento jurídico, os valores. Há uma política de cancelamento das pessoas que ousam desafiar o sistema afirmou Marinho, ao lado do seu pai advogado, da OAB do Rio Grande do Norte, presente à audiência.

    O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) criticou a esquerda e a adoção de narrativas para “manietar a população”.

    No dia 8 de janeiro tivemos uma manifestação contra o governo que se instaurou, uma manifestação normal e que, lamentavelmente, terminou, por ação de alguns, num quebra-quebra. Dizer que aquilo foi uma tentativa de golpe é uma narrativa das mais extremas possíveis. O pior ainda é a história que temos visto na CPMI da minuta do golpe. Onde já se viu golpe com minuta? Esse é o escândalo do país hoje e que não podemos aceitar, temos que nos contrapor—ressaltou Mourão.

    O senador Marcos Rogério (PL-RO) apontou a ocorrência de violações nas prerrogativas da própria advocacia. Ele disse que é preciso a individualização da conduta, em cumprimento ao próprio Estado de Direito.

    Vivemos o apagão de garantias no Brasil, abusos, atropelos que, na verdade, estão se materializando de maneira mais escandalosa agora. Mas, na verdade, o que estamos vendo hoje foi a relativização diante do tempo daquilo que não se podia relativizar. Hoje não há institucionalmente uma postura de enfrentamento porque se flexibilizou na origem. Hoje estamos vivendo esse drama. Talvez o dano mais grave que estejamos presenciando agora não é o que está acontecendo com essas pessoas que estão presas, mas é o dano ao Estado de Direito. Tem alguns dizendo “a lei sou eu”, a Constituição sou eu”. O que nós estamos vendo hoje é algo que nos entristece muito, o apagão constitucional, legal, das tradições jurídicas, da segurança jurídica, do juiz natural, é o preso que não e ouvido pelo seu julgador. O que é que é isso? questionou Marcos Rogério.

    O senador Cleitinho (Republicanos-MG), disse que segue a Bíblia, segundo a qual “a verdade anda tropeçando no tribunal e a honestidade não consegue chegar até lá”.

    Está acontecendo uma injustiça total com milhares de brasileiros. Quem quebrou vai ter que pagar, o país nosso está virando de cabeça para baixo, a gente tem que afastar o errado, muito disso vem do STF. O Senado tem a competência de fiscalizar o STF afirmou.

    “Torturas e castigos”

    Presidente da Associação dos Familiares e Vítimas de 8 de janeiro, Gabriela Fernanda Ritter, cujo pai está entre os detidos, apontou o que considera a prática de torturas, castigos e métodos tendentes a anular a personalidade dos manifestantes, assim como a gravidade de medidas cautelares aplicadas a alguns detidos, como o uso de tornozeleira eletrônica. Ela também exibiu vídeos, laudos e perícias forenses como forma de comprovar as irregularidades praticadas contra os manifestantes detidos, que incluem mães com filhos menores, idosos com comorbidades e até animais de estimação que acompanhavam seus tutores na manifestação de 8 de janeiro.

    Nossos familiares que vieram a Brasília não tinham essa intenção de vandalizar. Mas queremos que eles tenham direito à defesa, e que paguem dentro das proporções dos crimes que cometerem, não com alegação de tentativa de golpe de Estado no país. Precisa individualizar as condutas e punir quem de fato cometeu as irregularidades. Não existe nada que desabone a conduta de nossos familiares para que estejam seis meses presos. A verdade vai aparecer, como já está aparecendo nos depoimentos, e a gente se pergunta porque essas pessoas ainda continuam presas afirmou.

    Gabriela, que apresentou relatório atualizado de 53 páginas com as principais violações, ressaltou que os manifestantes presos são trabalhadores que pagam seus impostos e são pais de família, o que não poderia justificar a detenção.

    Não estou falando de pessoas perfeitas, todos nós erramos. Mas são pais de família, réus primários que nunca deveriam estar lá. A maioria não tem antecedentes criminais, não são um perigo para a sociedade, não é verdade que eles representam uma ameaça. Muitos que cometeram crimes gravíssimos e hediondos estão soltos. Nós não somos números de uma ação penal onde está tudo generalizado, somos pessoas, somos pais de família—defendeu.

    “Cenário de guerra”

    Representante dos advogados dos processados pelos atos do dia 8 de janeiro, Carolina Siebra apontou “trabalho árduo” para obtenção dos autos de prisão, os quais, segundo ela, apresentavam ausência de informações sobre os detidos. Ela também afirmou que havia um “cenário de guerra” na Colmeia, com a ocorrência de horários incertos para atendimento às clientes detidas no presidio. Denunciou também a ocorrência de “absurdos e aberrações jurídicas” nos processos a que os detidos respondem na Justiça.

    Existe uma resolução 213, de 2015, do CNJ [Conselho Nacional de Justiça] que diz que o preso tem que ser conduzido a um juiz para que ele verifique a legalidade da prisão. O assistido tem que ser ouvido pelo juiz que irá julgá-lo e não foi isso o que assistimos. No caso da minha assistida, o juiz lia um script, ele lia, nem decorou, e no final fazíamos os pedidos os mais diversos de liberação e o Ministério Público se manifestava também lendo um script. Nós temos casos em que o Ministério Público nem sequer leu, mas botou o vídeo, e a gente viu o maior absurdo, aberração jurídica, e a gente não viu a OAB falar nada afirmou.

    Carolina apontou ainda a “falta de humanização no momento das prisões” e disse que a falta de individualização das penas “faz com que a gente coloque todo mundo na mesma panela e bata aquele caldo ali e vai todo mundo nesse comboio”. A representante dos advogados dos manifestantes processados afirmou que a Constituição está sendo “ usurpada e ferida de morte”, e que a defesa dos manifestantes não está sendo ouvida pelas autoridades do Judiciário, as quais deveriam agir com “imparcialidade”.

    Até hoje a gente não tem o laudo de corpo de delito que os detidos fizeram no IML. A gente não tem acesso a isso, a gente não sabe mais o que é um ato antidemocrático, porque a gente não sabe mais o que é verdade ou mentira. Existe uma balança que pesa mais para um lado e não quero acreditar que isso seja por cunho ideológico. A Constituição está sendo usurpada, está sendo ferida de morte, ela é conhecida como Constituição cidadã porque ela veio para pôr fim ao autoritarismo, e ela está sendo rasgada—argumentou.

    “Superlotação”

    Subdefensora pública-geral do Distrito Federal, Emmanuela Saboya disse que há superlotação nos presídios “desde os primeiros dias de detenção”. Ela citou a ocorrência de “graves problemas psiquiátricos” em muitos detidos que se encontram distantes de seus familiares.

    A Defensoria Pública, por meio do Núcleo de Custódia, vai aos dois presídios desde os primeiros dias de detenção. Ela não está na defesa legal do presos porque os crimes imputados são federais e a competência é da União. Fizemos relatório com fotografias, principalmente sobre a questão da alimentação dos presos. Estive dentro do presidio feminino, existe uma superlotação desde os primeiros dias de prisão. Em cela para oitos pessoas existem 16. Elas têm que dormir no chão. Vi jovens de 30 anos, com problemas cardiorrespiratórios por alergia à alimentação, terem convulsões. A gente já viu muita coisa acontecendo lá. A Defensoria Pública busca a humanização dos presos. Eles não são números, a gente nota que a maioria deles está bastante assustada. Há muitas idosas no presidio feminino—relatou.

    “Ameaça à democracia”

    Representante da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) no Distrito Federal e ex-diretor de Comunicação Social do Senado, o jornalista Armando Sobral Rollemberg disse que o 8 de janeiro foi “um momento preocupante que representou ameaça clara à democracia”.

    O bojo do movimento era golpista. Tentou-se desmoralizar o sistema eleitoral brasileiro, pelos quais deputados e senadores foram eleitos. É claro que cada um pode ter opinião diferente. A Constituição de 1988, que nos rege, diz lá “a independência e a harmonia entre os Poderes”. A escolha do ministro do Supremo passa pelo Senado. Na visão da ABI, houve um momento que não podia passar em branco, tinha que haver um momento de cobrança daquilo e está tendo. Alguns podem divergir, mas o fato é que a pregação contra o regime instituído, assegurado pela Constituição, foi evidente. E me desculpe, mas houve um agente catalisador disso tudo, e o agente catalisador, por coincidência, foi o presidente da República. Ele convidou 120 embaixadores, e isso é muito grave, para desqualificar o sistema eleitoral brasileiro. As coisas estão sendo insufladas. Como é que o Exército brasileiro fica complacente com aquele acampamento sem sentido nenhum do ponto de vista das Forças Armadas brasileiras? perguntou.

    A fala de Rollemberg, a única dissonante na audiência da CSP, provocou reações furiosas do público presente, exigindo intervenção do senador Malta, que estava presidindo os trabalhos. O senador conseguiu acalmar a plateia e o representante da ABI pode continuar com a sua exposição, criticando a postura contrária dos manifestantes do 8 de janeiro ao regime democrático.

    Não houve nada na História política brasileira tão grave como isso, a não ser o golpe militar de 1964. Foi tudo articulado, foi tudo combinado, eu poderia apresentar mil imagens, mil depoimentos da turma que depredou [agindo de forma] orgulhosa. E essa história de pregar o fim do Supremo? Grande parte desses depoimentos nas redes sociais já pregava isso. A democracia tem um alicerce, um cidadão, um voto. E o voto do negro vale o mesmo que o do branco, o do evangélico vale o mesmo que do católico, e assim por diante. E o que é que precisamos na democracia? Liberdade de organização partidária, liberdade de expressão e transparência. A nossa democracia é imperfeita porque os brasileiros ainda não têm a oportunidade de ter educação de qualidade para todo mundo, saúde de qualidade para todo mundo. Estamos aqui discutindo esse fato enquanto temos 33 milhões de brasileiros passando fome. É a democracia que tem que ser aprofundada. Lamento o sofrimento dos manifestantes do 8 de janeiro, a ingenuidade de alguns, mas temos que ter responsabilidade porque é a Constituição que está em jogo, é o regime democrático que está em jogo. E quem é de bem tem que zelar pela democracia, pelo cumprimento da lei, não pode sair agora pregando, direta ou indiretamente, o golpe. Desculpem se desafinei o coro dos contentes, mas estou aqui manifestando a posição majoritaríssima dos jornalistas brasileiros afirmou.

    Resposta à ABI

    Após a fala de Rollemberg, Malta passou a palavra ao senador Flávio Bolsonaro, que contestou o representante da ABI.

    Depois de ouvi-lo, chego a conclusão que sabedoria não tem a ver com o tempo que você viveu. O senhor está tendo prova de democracia, tendo em vista que os participantes [da audiência pública] foram democratas. Falta visão para muitas pessoas enxergarem o todo. Bolsonaro sempre defendeu eleições transparentes e limpas muito antes de ser presidente da República. O senhor vir dizer que isso tudo foi planejado, um ato de golpismo. Se tivesse que dar golpe, Bolsonaro teria dado quando estava na cadeira. Ia dar golpe pelo whatsapp? Essa é a essência da esquerda brasileira, achar o que é melhor para a sua vida ou não. Hoje até cantar o hino brasileiro em sala de aula virou um ato antidemocrático. Qual foi a censura que o presidente Bolsonaro implantou? Hoje estamos vendo a censura, e a ABI não fala nada – concluiu, citando o caso da Jovem Pan

    O representante da ABI voltou a ressaltar que não defendia o atual governo, mas o regime democrático.

    O presidente Jair Messias Bolsonaro foi o agente catalisador, gerou esse paroxismo, estou aqui para defender a democracia, em nome da ABI reiterou.

    Malta contestou Rollemberg. Disse que “o catalisador era o presidente Luís Inácio Lula da Silva por estimular e abraçar ditadores, por fazer as nossas Forças Armadas dar continência para ditador, tudo tem um agente catalisador”.

  • Sancionada lei que retoma o Minha Casa, Minha Vida

    Sancionada lei que retoma o Minha Casa, Minha Vida

    A lei que retoma o programa Minha Casa, Minha Vida foi publicada no Diário Oficial da União desta sexta-feira (14). A Lei 14.620, de 2023, teve origem na Medida Provisória (MP) 1.162/2023, aprovada pelo Senado em junho. A cerimônia de sanção foi realizada no Palácio do Planalto na quinta-feira (13), com a presença do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, entre outras autoridades.

    Criado em 2009, o programa habitacional havia sido extinto em 2020, pelo governo de Jair Bolsonaro, e substituído pelo Casa Verde e Amarela. Por meio da MP, o Minha Casa, Minha Vida foi retomado no início de 2023. 

    Benefícios

    O programa atenderá famílias com renda mensal de até R$ 8 mil, em áreas urbanas, e de até R$ 96 mil ao ano, na zona rural. O texto foi aprovado pela Câmara dos Deputados, também em junho, com alterações. Uma delas é a permissão do uso de recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para projetos de iluminação pública, saneamento básico, vias públicas e drenagem de águas pluviais.

    Pelo menos 5% dos recursos do programa deverão ser aplicados no financiamento para a retomada de obras paradas, na reforma ou requalificação de imóveis inutilizados e na construção de habitações em cidades de até 50 mil habitantes. Outra mudança é o desconto de 50% na conta de energia de quem for inscrito no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico).

    Operações

    A lei acaba com a exclusividade da Caixa Econômica Federal como operadora do Minha Casa, Minha Vida. Com a mudança, bancos privados, digitais e cooperativas de crédito poderão operar no programa, desde que forneçam informações sobre as transferências ao Ministério das Cidades, com identificação do destinatário do crédito, e comprovem que têm pessoal técnico especializado, próprio ou terceirizado, nas áreas de engenharia civil, arquitetura, economia, administração, ciências sociais, serviço social e direito.

    Vetos

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetou trecho da lei, incluído pelo Congresso, que obrigava as distribuidoras a comprar o excedente de energia produzida pelos painéis solares instalados nas casas populares. O governo entendeu que haveria problemas na execução da compra de energia.

    Também foram vetados trechos que previam o seguro estruturante e descontos em taxas cobradas pelos cartórios em operações com recursos do FGTS. O seguro foi incluído na Câmara dos Deputados e estabelecia que as construtoras que atuam no programa contratassem a cobertura de eventuais danos na estrutura das casas. A avaliação é que essa obrigatoriedade traria mais custos aos projetos.

    Outro trecho vetado é o que previa a obrigatoriedade de estados, o Distrito Federal e municípios, quando produzissem novas habitações de interesse social, promoverem dentro de 180 dias a inserção completa dos dados das famílias no cadastro para registro das informações dos contratos de financiamento habitacional, ativos e inativos, firmados no âmbito do Sistema Financeiro da Habitação e dos programas habitacionais e sociais do governo federal. Segundo o Executivo, essa medida criaria nova obrigação aos entes federados, sem definição de parâmetros adequados.

     

  • Laércio Oliveira defende mudanças na reforma tributária

    Laércio Oliveira defende mudanças na reforma tributária

    O senador Laércio Oliveira (PP-SE) disse, em pronunciamento no Plenário na terça-feira (11), que é imprescindível construir um consenso nacional em torno da reforma tributária. Para o parlamentar, é fundamental que se estabeleça um “diálogo efetivo e transparente entre todos os interessados, avançando na busca de soluções que tenham legitimidade e tragam benefícios para todos”.

    — A maior preocupação em relação a esta reforma é o fechamento de milhões de postos de trabalho, algo em torno de quatro milhões só no setor de serviços, visto que importantes setores da economia e as pequenas e médias empresas concentram grande parte das oportunidades de emprego no país.

    Laércio lembrou que o texto aprovado pela Câmara dos Deputados (PEC 45/2019) estabelece a substituição de dois tributos, o PIS e a Cofins, pela Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), recolhida pela União, enquanto os impostos sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) serão substituídos pelo Imposto sobre Bens e Serviços (IBS). Segundo o parlamentar, o IBS teria impactos diferenciados nos diversos setores da economia, pois permitiria à empresa “abater do seu imposto o que incidiu nos insumos das operações anteriores”.

    — Onde há muitos insumos, como na indústria, o abatimento seria expressivo, mas onde os insumos são imateriais, como no setor de serviços, o abatimento seria inexpressivo. Para impedir essa distorção, ainda como deputado federal, eu propus alíquotas diferenciadas somente para os bens intangíveis, serviços e direitos, quando destinados ao consumidor final — pessoa física ou pessoa jurídica que não tenham direito à apropriação de créditos.

    Laércio também defendeu que as diferenças de alíquotas dos impostos sejam ampliadas para todo o setor de serviços e não apenas para a educação, saúde e transporte público, como previsto no texto. O parlamentar afirmou que a ideia por trás dessa estratégia é proporcionar benefícios fiscais, aliviando a carga tributária para empresas e organizações que forneçam serviços críticos para a população. Segundo o senador, a reforma vai gerar “desemprego e informalidade” se não for modificada.

    Outra sugestão de mudança apresentada por Laércio é a compensação da folha de pagamento. O senador ressaltou que o Brasil é um dos países que mais tributa salários no mundo, com uma alíquota que alcança 45%.