Autor: Redação Direto de Brasília

  • Sancionada lei que torna Canguçu (RS) Capital Nacional da Agricultura Familiar

    Sancionada lei que torna Canguçu (RS) Capital Nacional da Agricultura Familiar

    Foi publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira (26) a Lei 14.638, que confere ao município de Canguçu, no Rio Grande do Sul, o título de Capital Nacional da Agricultura Familiar. A norma sancionada na terça-feira (25) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva decorre de projeto (PL 5.018/2019) aprovado pelo Senado em 28 de junho de 2023. A matéria foi aprovada pela Comissão de Educação (CE) em 2019, relatada pelo então senador Lasier Martins. O texto original (PLC 6408/2016) foi apresentado pelo deputado Afonso Hamm (PP-RS), aprovado pela Câmara dos Deputados em junho de 2019.

    Canguçu fica na Serra dos Tapes e tem 3.525 km² de área. Atualmente, 63,4% da sua população de 55 mil habitantes moram no meio rural e são responsáveis por uma produção diversificada, que inclui frutas, hortaliças, soja, milho, feijão, batata, entre outros produtos. Há também rebanho bovino e ovino, além da produção de tabaco.

    Afonso Hamm destacou que Canguçu é o município com o maior número de minifúndios do Brasil, pois possui cerca de 14 mil propriedades rurais, sendo que a maioria delas, algo em torno de 9 mil, tem de 5 a 25 hectares.

    “É nesta terra de solo fértil, de gente dedicada ao campo, reconhecida como Capital Nacional da Agricultura Familiar, que se distingue uma economia próspera baseada na agricultura familiar”, destacou.

  • Laudelina Melo tem o nome inscrito no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria

    Laudelina Melo tem o nome inscrito no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria

    O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, sancionou a Lei 14.635, que inscreve o nome de Laudelina de Campos Melo no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. A lei, que foi publicada nesta quarta-feira (26) no Diário Oficial da União, tem origem no PL.1795/2021, relatado pelo senador Esperidião Amin (PP-SC) e aprovado na Comissão de Educação (CE) no último dia 20 de junho. Como o projeto foi aprovado em caráter terminativo, seguiu direto para sanção da Presidência da República, sem a necessidade de votação em Plenário.

    A autora da proposta, a então deputada federal e atual vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão, justificou a matéria ao exaltar a atuação de Laudelina de Campos Melo como pioneira na luta por direitos das trabalhadoras e dos trabalhadores domésticos. Nascida em Poços de Caldas (MG) em 12 de outubro de 1904, neta de escravizados, Laudelina abandonou a escola aos 12 anos, quando o pai faleceu em acidente de trabalho, passando a cuidar dos cinco irmãos mais novos. Já aos 16 anos se sobressaiu, sendo eleita presidente do Clube 13 de Maio, que promovia atividades recreativas para a população negra de sua cidade.

    A partir de 1936, Laudelina teve uma atuação marcante em movimentos populares reivindicatórios e políticos, filiando-se ao Partido Comunista Brasileiro, ao mesmo tempo em que militava na Frente Negra Brasileira, também um partido político. Nesse mesmo período ela fundou, em Santos (SP), a Associação das Empregadas Domésticas, primeira entidade voltada à defesa e representação dos trabalhadores domésticos no Brasil. Durante a Segunda Guerra Mundial, inconformada com o nazifascismo, Laudelina se alistou para trabalhar como voluntária nas forças de defesa do país. Ela ainda ajudou a fundar a Associação Profissional Beneficente das Empregadas Domésticas de Campinas (SP). Laudelina morreu em 1991, aos 86 anos.

  • Sancionado crédito suplementar à Justiça Federal e ao Ministério Público da União

    Sancionado crédito suplementar à Justiça Federal e ao Ministério Público da União

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou na terça-feira (25) a Lei 14.630, que destina crédito suplementar de R$ 5,381 milhões para a implementação de programas da Justiça Federal e do Ministério Público da União (MPU). Os recursos serão usados em obras e no pagamento de despesas com auxílio-moradia.

    Na Justiça Federal, o crédito de R$ 3,3 milhões será usado na conclusão do projeto de construção do edifício-sede da Subseção Judiciária de Juína (MT), que atualmente funciona em um prédio alugado. Também serão empregados recursos na finalização da reforma do edifício-sede da Justiça Federal em Uberaba (MG). A parte restante será usada para o pagamento de despesas com o auxílio-moradia dos Tribunais Regionais Federais da 1ª Região e da 6ª Região.

    No âmbito do Ministério Público da União, os recursos, no total de R$ 2 milhões, serão usados na execução da segunda etapa da obra de construção do edifício-sede da Procuradoria da Justiça Militar no Rio de Janeiro.

    A lei tem origem no PLN 7/2023, relatado pelo deputado Benes Leocádio (União-RN) e aprovado no Congresso em 12 de julho. Os recursos do crédito suplementar serão decorrentes da anulação de dotações orçamentárias.

  • Incra terá R$ 40 milhões extras para atender famílias afetadas por seca no Sul

    Incra terá R$ 40 milhões extras para atender famílias afetadas por seca no Sul

    O Diário Oficial da União publicou nesta quarta-feira (26) a sanção presidencial à lei que abre crédito suplementar de R$ 40.355.174 no Orçamento de 2023 para operações do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).  A Lei 14.632 tem origem no PLN 9/2023, aprovado pelo Congresso em 12 de julho na forma do parecer favorável do senador Irajá (PSD-TO).

    Os recursos de crédito serão oferecidos na modalidade “apoio oficial” a famílias assentadas em municípios em situação de emergência ou calamidade pública atingidos pela estiagem no Rio Grande do Sul. De acordo com a programação da lei, outras dotações de valor equivalente serão anuladas sem que se ultrapasse o limite de 20% de cada uma.

    O Incra é uma autarquia federal, cuja missão prioritária é executar a reforma agrária e realizar o ordenamento fundiário nacional. O instituto é vinculado ao Ministério do Desenvolvimento Agrário.

  • Lula sanciona lei que libera R$ 807 mil para Justiças Eleitoral e do Trabalho

    Lula sanciona lei que libera R$ 807 mil para Justiças Eleitoral e do Trabalho

    O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, sancionou a Lei 14.629, que abre crédito especial de R$ 807,9 mil no Orçamento deste ano em favor das Justiças Eleitoral e do Trabalho. Publicada nesta quarta-feira (26) no Diário Oficial da União, a lei tem origem no PLN 6/2023, relatado pelo senador Eduardo Gomes (PL-TO) e aprovado pelo Congresso Nacional no último dia 12 de julho.

    Segundo a exposição de motivos do governo, R$ 707, 9 mil irão atender despesas com a recuperação estrutural dos imóveis dos Cartórios Eleitorais de Sousa e de Jacaraú, na Paraíba. Os R$ 100 mil restantes serão empregados na elaboração dos projetos executivos e complementares de construção do edifício-sede do Fórum Trabalhista de Santa Rosa, no Rio Grande do Sul.

  • Organização do governo, Lei Geral do Esporte e mais entre os 23 vetos em pauta

    Organização do governo, Lei Geral do Esporte e mais entre os 23 vetos em pauta

    O Congresso Nacional inicia o segundo semestre com 23 vetos para deliberação. Desses, 22 estão sobrestando a pauta, o que impede a deliberação de demais matérias pelos congressistas. Vetos “trancam” a pauta após 30 dias do recebimento pelo Congresso e a não apreciação dentro desse prazo.

    A maior parte — 14 vetos — é referente a normas aprovadas em 2023. Sete vetos são de 2022 e apenas dois, de 2021. Quatro projetos de lei enviados para sanção foram totalmente vetados, sendo dois pelo atual governo e dois pelo governo passado. Acordo entre governo e oposição garantiu a deliberação de apenas cinco vetos na última sessão do Congresso, ocorrida em 12 de julho.

    Minha Casa, Minha Vida

    Apenas o VET 18/2023, que trata de 11 dispositivos vetados na Lei 14.620, de 2023, referente ao Programa Minha Casa, Minha Vida, não estourou o prazo regimental e, por isso, não tranca a pauta.

    Entre os trechos vetados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva está o item que obrigava as distribuidoras a comprar o excedente de energia produzida pelos painéis solares instalados nas casas populares. Para o governo, haveria problemas na execução da compra de energia.

    Também foram vetados trechos que previam o seguro estruturante e descontos em taxas cobradas pelos cartórios em operações com recursos do FGTS. Outro item não sancionado é o que previa a obrigatoriedade de estados, Distrito Federal e municípios, quando produzissem novas habitações de interesse social, promoverem dentro de 180 dias a inserção completa dos dados das famílias no cadastro para registro das informações dos contratos de financiamento habitacional, ativos e inativos, firmados no âmbito do Sistema Financeiro da Habitação e dos programas habitacionais e sociais do governo federal.

    Organização dos Ministérios

    Outro importante veto em análise é o VET 17/2023, referente a quatro dispositivos da Lei 14.600, de 2023, que trata da organização básica dos órgãos da Presidência da República e dos ministérios.

    Foram vetados pontos polêmicos e debatidos no Congresso: o que colocava sob competência do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional a gestão de recursos hídricos, assim como a Política Nacional de Recursos Hídricos e a Política Nacional de Segurança Hídrica. Outro veto retirou do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), da Presidência da República, a competência de coordenar as atividades de inteligência federal.

    Também não passou pela caneta do presidente da República o item que estabelecia como competência do Ministério das Cidades o “planejamento, coordenação, execução, monitoramento, supervisão e avaliação das ações referentes ao saneamento e às edificações nos territórios indígenas, observadas as competências do Ministério dos Povos Indígenas”.

    Exame toxicológico

    Nove dispositivos vetados na Lei 14.599, de 2023, que trouxe mudanças ao Código de Trânsito Brasileiro, serão analisados por meio do VET 16/2023.

    A norma, que inicia nova contagem de prazo para a obrigatoriedade de exame toxicológico de motoristas a cada 2 anos e 6 meses a partir da obtenção ou renovação da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) nas categorias C, D ou E, foi aprovada pelo Congresso em maio deste ano.

    O presidente Lula vetou itens como a penalidade caso o motorista não faça o exame toxicológico no prazo de 30 dias, em caso de renovação da CNH. Também não foi sancionado dispositivo que previa impedimento de dirigir qualquer veículo ao motorista que testasse positivo, até a obtenção de resultado negativo em novo exame.

    Lei Geral do Esporte

    Com 397 dispositivos vetados, a Lei Geral do Esporte (Lei 14.597, de 2023) é uma das matérias que mais demandará trabalho dos parlamentares. Sancionada em junho de 2023, a norma tinha como objetivo substituir todas as leis que tratam do esporte. Contudo, com os vetos, dispositivos da Lei Pelé (Lei 9.615, de 1998) e da Lei de Incentivo ao Esporte (Lei 11.438, de 2006) continuam valendo.

    Com cerca de 40% do texto vetado, o governo justificou haver insegurança jurídica e vício de iniciativa em alguns dispositivos, como a previsão de criação de órgãos do Executivo, como a Autoridade Nacional para Prevenção e Combate à Violência e à Discriminação no Esporte (Anesporte).

    LOA 2023

    A lista de vetos inclui 38 dispositivos da Lei Orçamentária Anual (LOA) para este ano (Lei 14.535, de 2023). Ao sancionar a norma em janeiro deste ano, o presidente Lula vetou R$ 4,2 bilhões em despesas propostas, assim como o provimento de 512 cargos federais.

    Grande parte dos recursos vetados (R$ 4,1 bilhões) estavam destinados ao Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). Também não passaram R$ 60 milhões para o Ministério da Economia, para fomento ao associativismo e ao cooperativismo, e verbas destinadas ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária — Incra (R$ 15 milhões); ao Fundo Geral de Turismo — Fungetur (R$ 8 milhões); e ao Fundo Penitenciário Nacional — Funpen (R$ 250 mil).

    Veja abaixo a lista completa de vetos

    Vetos

    Assunto

    VET 18/2023 – Parcial (11 dispositivos vetados)Programa Minha Casa, Minha Vida (Lei 14.620, de 2023)
    VET 17/2023 – Parcial (4 dispositivos vetados) Organização básica dos órgãos da Presidência da República e dos Ministérios (Lei 14.600, de 2023)
    VET 16/2023 – Parcial (9 dispositivos vetados)Exigência do exame toxicológico para obtenção e renovação da CNH (Lei 14.599, de 2023)
    VET 15/2023 – Total Dedução do IR de despesa com “royalties” de semente transgênica
    VET 14/2023 – Parcial (397 dispositivos vetados) Lei Geral do Esporte (Lei 14.597, de 2023)
    VET 13/2023 – Parcial (13 dispositivos vetados)Regularização ambiental (Lei 14.595, de 2023)
    VET 12/2023 – TotalPensão especial aos ex-integrantes do Batalhão Suez
    VET 10/2023 – Parcial (7 dispositivos vetados) Quadros de pessoal efetivo do Ministério Público da União (Lei 14.591, de 2023)
    VET 9/2023 – Parcial (1 dispositivo vetado) Áreas de Reserva Legal (Lei 14.590, de 2023)
    VET 8/2023 – Parcial (3 dispositivos vetados)Remuneração dos cargos da Agência Nacional de Mineração (ANM) e dos militares e bombeiros dos ex-territórios e do antigo estado da Guanabara (Lei 14.563, de 2023)
    VET 6/2023 – Parcial (1 dispositivo vetado) Campanha Nacional de Prevenção da Exposição Indevida ao Sol (Lei 14.539, de 2023)
    VET 5/2023 – Parcial (38 dispositivos vetados)LOA 2023 (Lei 14.535, de 2023)
    VET 3/2023 – Parcial (5 dispositivos vetados) Política Nacional de Educação Digital (Lei 14.533, de 2023)
    VET 1/2023 – Parcial (1 dispositivo vetado)Localização de doadores de medula óssea (Lei 14.530, de 2023)
    VET 65/2022 – Parcial (3 dispositivos vetados)Autocontrole agropecuário (Lei 14.515, de 2023)
    VET 58/2022 – TotalSurdez unilateral 
    VET 57/2022 – Parcial (62 dispositivos vetados)Fundo Geral de Turismo — Novo Fungetur (Lei 14.476, de 2022)
    VET 39/2022 – Parcial (3 dispositivos vetados) Reembolso de eventos cancelados na pandemia (Lei 14.390, de 2022)
    VET 34/2022 – TotalMetodologias alternativas nas escolas do campo
    VET 33/2022 – Parcial (5 dispositivos vetados)Renegociação de dívidas do Fies (Lei 14.375, de 2022)
    VET 30/2022 – Parcial (2 dispositivos vetados)Despacho gratuito de bagagem (Lei 14.368, de 2022)
    VET 67/2021 – Parcial (38 dispositivos vetados) Marco legal das ferrovias (Lei 14.273, de 2021)
    VET 46/2021 – Parcial (8 dispositivos vetados)Lei de Segurança Nacional e Crimes contra o Estado Democrático de Direito (Lei 14.197, de 2021)
  • CPI das ONGs recebe jornalista e deputada na retomada dos trabalhos

    CPI das ONGs recebe jornalista e deputada na retomada dos trabalhos

    Autor do livro Máfia Verde: o Ambientalismo a Serviço do Governo Mundial, o jornalista Lorenzo Carrasco deverá ser ouvido na primeira reunião da CPI das ONGs do segundo semestre, agendada para terça-feira (1º), às 11h. O autor do requerimento de oitiva, senador Marcio Bittar (União-AC), justificou que, ao esclarecer a forma de atuação de ONGs e organizações da sociedade civil de interesse público (Oscips), o livro de Carrasco relata como essas organizações “atuam internamente nos países para promover uma agenda de atores externos que são contrárias ao interesse nacional”.

    Os membros da CPI também ouvirão a deputada federal Silvia Waiãpi (PL-AP), convidada para prestar informações sobre a atuação de ONGs e Oscips na região amazônica. O convite atende a requerimento do senador Plínio Valério (PSDB-AM), presidente da comissão de inquérito. A justificação do requerimento menciona o “conturbado processo de demarcação” do território da nação Waiãpi, no Amapá, que considera “alvo constante de conflitos motivados por interesses externos”. Silvia Waiãpi já foi ouvida pela CPI em 27 de junho, quando denunciou a influência de governos europeus e organismos multilaterais na exploração dos indígenas.

    Dinheiro público

    Instalada em junho, a comissão tem 130 dias para investigar atividades de organizações não-governamentais financiadas com dinheiro público na região da Amazônia. A CPI das ONGs já realizou quatro reuniões, sendo três oitivas. Entre outras denúncias, os senadores ouviram relatos de falta de transparência no trabalho das ONGs e de exploração de indígenas na colheita de sementes usadas na indústria de cosméticos. A comissão também ouviu o ex-deputado federal e ex-ministro Aldo Rebelo, que criticou a atuação das ONGs na Amazônia.

    Com a retomada dos trabalhos legislativos, a comissão planeja ouvir representantes de organizações não-governamentais, antropólogos, pesquisadores, integrantes do governo e ex-ministros. O colegiado já aprovou 96 requerimentos, incluindo as convocações da presidente do Conselho Diretor da ONG Instituto Socioambiental, Déborah de Magalhães Lins, e do presidente da Natura, João Paulo Brotto Gonçalves Pereira.

  • Relatora prevê 'dias intensos' na CPMI do 8 de Janeiro

    Relatora prevê 'dias intensos' na CPMI do 8 de Janeiro

    A relatora da CPMI do 8 de Janeiro, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), disse nesta semana que o colegiado terá “dias absolutamente intensos” a partir de agosto — a próxima reunião será já no primeiro dia do mês, às 9h. Segundo a parlamentar, documentos sigilosos encaminhados à comissão parlamentar mista de inquérito nas últimas semanas abrem novas frentes de investigação.

    — No período de recesso, recebemos um volume muito grande de documentos sigilosos, que vão respaldar tanto as oitivas quanto a apresentação de requerimentos para novas quebras de sigilo. Nas próximas semanas, teremos reconvocações e acareações, de forma que possamos chegar aos autores intelectuais e aos financiados do 8 de Janeiro, um ato terrível contra a democracia brasileira — afirmou.

    Eliziane Gama não antecipou quais testemunhas ou investigados devem ser reconvocados ou submetidos a acareação a partir de agosto. Desde o início dos trabalhos, a CPMI ouviu oito pessoas. Entre elas:

    • Mauro César Barbosa Cid, tenente-coronel do Exército e ex-ajudante-de-ordens do então presidente Jair Bolsonaro;
    • Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal;
    • George Washington de Oliveira Sousa, preso por tentativa de atentado próximo ao aeroporto de Brasília;
    • Jean Lawand Junior, coronel do Exército, pelas mensagens de conteúdo golpista que trocou com Mauro Cid; e
    • Jorge Eduardo Naime, coronel e ex-chefe do Departamento Operacional da Polícia Militar do Distrito Federal.

    Pelas redes sociais, o deputado Rogério Correia (PT-MG) afirmou que “além dos financiadores da tentativa de golpe, muitas ‘lavanderias’ serão reveladas. Muita coisa virá à tona”.

    General GDias

    Para o senador Eduardo Girão (Novo-CE), os primeiros dois meses de trabalho da CPMI foram marcados pela tentativa de aliados do governo de “blindar os poderosos”. Em entrevista à Agência Senado, o parlamentar defendeu a convocação do general Marco Edson Gonçalves Dias. Conhecido como GDias, o militar comandava o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) em 8 de janeiro e foi gravado em vídeo ao lado de manifestantes dentro do Palácio do Planalto.

    — Foram dois meses de trabalho e, infelizmente, só se olhou um lado e se blindou completamente o outro. Nesses 60 dias, só se buscou reforçar uma narrativa goela abaixo, com oitivas que nada têm a ver com o dia 8 de janeiro. A gente não está conseguindo investigar pelo sequestro da CPMI que foi feito pelo governo Lula. O interesse é apenas blindar os poderosos. Mas a população está acompanhando, e acredito que essas narrativas vão ser quebradas — disse Girão.

    O segundo vice-presidente da CPMI, senador Magno Malta (PL-ES), também afirmou que espera que a comissão tenha “equilíbrio e bom senso”. Assim como Girão, Magno defendeu a convocação de GDias.

    — Eu espero que tenhamos uma reunião da diretoria, da mesa da CPI, com o [presidente, deputado] Arthur Maia [União-BA]. Tenho proposto isso a ele, com a relatora Eliziane e o vice [senador] Cid Gomes [PDT-CE], para que possamos delinear de maneira que haja um equilíbrio. Nós esperamos que a gente comece a ouvir, que haja, na visita que propus, a divisão de dois grupos para visitar as cadeias e falar com as pessoas — disse em entrevista à Agência Senado.

    Novos requerimentos

    A próxima reunião da CPMI do 8 de Janeiro está marcada para a terça-feira, 1º de agosto, às 9h. Senadores e deputados devem ouvir Saulo Moura da Cunha, que ocupava o cargo de diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no dia dos ataques às sedes dos Três Poderes.

    A comissão parlamentar mista de inquérito tem 819 requerimentos pendentes de votação. A maior parte deles sugere novos depoimentos: são 504 pedidos de convocação e 31 convites. A oposição quer ouvir sete ministros do presidente Lula:

    • Flávio Dino, da Justiça e da Segurança Pública;
    • José Múcio Monteiro, da Defesa;
    • General Marcos Antonio Amaro dos Santos, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
    • Rui Costa, da Casa Civil;
    • Alexandre Padilha, da Secretaria de Relações Institucionais;
    • Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação Social; e
    • Márcio Costa Macêdo, da Secretaria-Geral da Presidência da República.

    Os governistas, por outro lado, querem a convocação do general Augusto Heleno, ministro do GSI durante a gestão do presidente Jair Bolsonaro. Um pedido apresentado durante o recesso sugere a convocação da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. De acordo com o requerimento, após a quebra do sigilo telemático do tenente-coronel Mauro Cid foram encontrados comprovantes de depósitos em dinheiro em uma conta bancária dela.

    Os parlamentares apresentaram 158 requerimentos para a quebra de sigilos bancário, fiscal, telefônico e telemático. Uma parte dos pedidos se refere a empresas, sindicatos e pessoas físicas suspeitas de participação ou financiamento dos atos golpistas.

    Outro lote de requerimentos busca alcançar figuras públicas. Há pedidos para a transferência de dados sigilosos do ex-presidente Jair Bolsonaro, do empresário Luciano Hang, do ex-deputado federal Daniel Silveira (RJ) e da mulher do tenente-coronel Mauro Cid, Gabriela Santiago Ribeiro Cid. Também há pedidos para a transferência de sigilos do ministro da Justiça, Flávio Dino, e do general Marco Edson Gonçalves Dias.

  • CPMI do 8 de Janeiro retoma os trabalhos com depoimento de ex-diretor da Abin

    CPMI do 8 de Janeiro retoma os trabalhos com depoimento de ex-diretor da Abin

    A CPMI do 8 de Janeiro retoma os trabalhos, após recesso, na terça-feira (1º), com reunião marcada para as 9h. Na pauta, o depoimento de Saulo Moura da Cunha, ex-diretor-adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Cunha ocupava o cargo de diretor da agência no dia 8 de janeiro, quando ocorreu a depredação de prédios públicos na Praça dos Três Poderes. Ele deixou o cargo no início de março.

    Foram apresentados cinco requerimentos para a convocação de Saulo da Cunha. Um deles é o do senador Izalci Lucas (PSDB-DF). Conforme o requerimento (REQ 944/2023), o depoimento de Cunha é importante, pois a Abin “produziu diversos alertas sobre riscos de um ataque a prédios públicos de Brasília, inclusive na véspera das invasões e depredação de patrimônio público no domingo”.

    O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), autor de outro dos requerimentos (REQ 974/2023), argumenta que a presença de Cunha na CPMI colabora com a “transparência nas apurações”. Os deputados Delegado Ramagem (PL-RJ) e Pr. Marco Feliciano (PL-SP), além do senador Magno Malta (PL-ES), são os autores dos outros requerimentos.

    Composta por 16 senadores e 16 deputados, a CPMI foi criada para investigar os atos de ação e omissão ocorridos em 8 de janeiro de 2023, nas sedes dos Três Poderes da República, em Brasília. A senadora Eliziane Gama (PSD-MA) é a relatora da comissão, que tem o deputado Arthur Maia (União-BA) como presidente.

  • Projeto permite uso do FGTS em construções ou reformas

    Projeto permite uso do FGTS em construções ou reformas

    O saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) poderá ser usado pelo trabalhador para aquisição de insumos para construções ou reformas, de acordo com um projeto de lei (PL 2.550/2023) apresentado pelo senador Sérgio Petecão (PSD-AC).

    Segundo as regras atuais (Lei 8.036, de 1990), a conta vinculada do trabalhador no FGTS poderá ser movimentada em situações como despedida sem justa causa, aposentadoria, falecimento, pagamento de financiamento imobiliário, doença grave, aquisição de órtese ou prótese, ou atingimento de 70 anos de idade. Para Petecão, o estímulo ao investimento na moradia proporcionará um efeito multiplicador na economia.

    “A despeito de seu nobre fim de financiar moradias populares, a conta do trabalhador possui rendimento de apenas 3%, inferior ao rendimento da caderneta de poupança, quando não são consideradas as distribuições de resultado do fundo”, argumenta o senador na justificativa do projeto. 

    O texto ainda estabelece que o Conselho Curador do FGTS regulamentará a norma de modo a “não impactar na sustentabilidade do fundo e das políticas que estão entre as suas funções típicas”. A maior parte dos recursos do fundo (pelo menos 60%, de acordo com a lei) deve ser destinada ao financiamento de habitação popular.