Autor: Gustavo

  • Movimentação nos portos apresenta melhor resultado da história para o mês de fevereiro

    Movimentação nos portos apresenta melhor resultado da história para o mês de fevereiro

    Os portos brasileiros movimentaram 12,4 milhões de toneladas de contêineres em fevereiro deste ano, o melhor já registrado no mês. O valor representa crescimento de 9,26% em relação ao mesmo período de 2024. Cerca de 70% da carga, o que equivale a 8,6 milhões de toneladas, foi movimentada em longo curso, outros 30%, 3,7 milhões, seguiram por cabotagem. No mesmo período, a carga geral movimentou 5,1 milhões de toneladas, com alta de 6,54% na comparação com fevereiro do ano anterior.

    Com 55,5 milhões de toneladas, os granéis sólidos tiveram redução de 5,72%. A queda dos granéis líquidos foi de 10,91%, com 24 milhões de toneladas. Os dados fazem parte do relatório divulgado nesta quarta-feira (9) pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).

    Entre os produtos, os destaques do mês ficaram com milho, bauxita e fertilizantes, que tiveram altas expressivas no período. Com elevação de 41,5% no segundo mês do ano, o milho apresentou o melhor resultado. Foram 1,2 milhão de toneladas do produto escoados pelos complexos portuários. Bauxita, com 2,7 milhões de toneladas movimentadas e crescimento de 13,09%, e fertilizantes, com movimentação de 3,2 milhões de toneladas e variação positiva de 13,05%, fecharam a lista dos três itens mais movimentados em fevereiro.

    Alex Ávila, secretário Nacional de Portos, destacou que o Ministério de Portos e Aeroportos possui um planejamento estratégico para atender à demanda que os portos brasileiros terão nos próximos anos. “Para ampliar o escoamento dos produtos brasileiros nos nossos portos, nós estamos com uma carteira robusta de empreendimentos. Nos próximos dois anos, vamos leiloar 44 terminais nos principais portos brasileiros. Com investimento da ordem de R$ 15,4 bilhões, que vai gerar desenvolvimento econômico e social”, indicou.

    Desempenho portuário

    No segundo mês do ano, os portos públicos movimentaram 35,5 milhões de toneladas de cargas em fevereiro de 2025. O número representa uma oscilação inferior de 0,48% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Entre os 20 complexos portuários públicos que mais movimentam no país, o Porto de Fortaleza (CE) cresceu 55,8% em fevereiro, período em que a movimentação registrou 0,4 milhão de toneladas.

    Terminais Privados

    Já nos terminais privados, a movimentação foi 7,18% inferior aos dados apurados em fevereiro do ano passado. O setor movimentou 61,6 milhões de toneladas de cargas. Entre os principais portos autorizados que mais movimentaram no segundo mês do ano, o Terminal Aquaviário De São Francisco Do Sul (SC) obteve o maior crescimento no indicador, com alta de 37,44%. A instalação portuária movimentou 0,9 milhão de toneladas de cargas.

  • Crise climática pode provocar nova extinção em massa, diz pesquisador

    Crise climática pode provocar nova extinção em massa, diz pesquisador

    Se a humanidade não conseguir reverter os efeitos das mudanças climáticas, a Terra pode sofrer uma extinção em massa, semelhante à do Período Permiano (entre 299 e 251 milhões de anos atrás), quando cerca de 90% das espécies não conseguiram sobreviver às condições drásticas. O alerta é do pesquisador Hugh Montgomery, diretor do Centro de Saúde e Desempenho Humano da University College London, na Inglaterra, e um dos autores do relatório de 2024 sobre saúde e mudanças climáticas da publicação científica The Lancet.

    O estudioso abriu a programação do Forecasting Healthy Futures Global Summit, evento internacional sobre saúde e clima, que começou nesta terça-feira (8) no Rio de Janeiro. O Brasil foi escolhido para sediar a conferência porque vai receber a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), em novembro.

    Montgomery ressaltou que essa extinção já vem ocorrendo ─ “a maior e mais rápida que o planeta já viu, e somos nós que estamos causando isso”, frisou. Entretanto, a morte de espécies pode chegar a níveis catastróficos se o aumento da temperatura média global chegar a 3 graus Celsius (ºC) acima dos níveis pré-industriais. Em 2024, alcançamos um aumento recorde de 1,5º C, e cientistas estimam que se as ações atuais foram mantidas, especialmente no que se refere a emissão de gases do efeito estufa, esse aumento deve chegar a 2,7 °C até 2100.

    “Se continuarmos golpeando a base dessa coluna instável sobre a qual estamos apoiados, a própria espécie humana estará ameaçada. No ano passado, emitimos 54,6 bilhões de toneladas de CO₂ equivalente na atmosfera — um aumento de quase 1% em relação ao ano anterior. A concentração atmosférica de CO₂ não só está aumentando, como está aumentando de forma cada vez mais acentuada”, explicou o especialista.

    E, de acordo com Montgomery, outras consequências drásticas poderão afetar a Terra bem antes disso. “Se alcançarmos, mesmo que temporariamente, um aumento entre 1,7 °C e 2,3 °C, teremos um colapso abrupto das camadas de gelo do Ártico. Sabemos que isso também vai causar uma desaceleração significativa da Circulação Meridional do Atlântico, da qual depende o nosso clima, nos próximos 20 ou 30 anos, provocando uma elevação do nível do mar em vários metros, com consequências catastróficas”.

    Ele chama atenção para outras causas do aquecimento global, como a emissão de metano, gás com potencial danoso 83 vezes maior do que o dióxido de carbono, liberado principalmente durante a exploração de gás natural. O cientista inglês também argumentou que ações imediatas de despoluição são essenciais para a própria economia mundial, que, prevê ele, deve reduzir em 20% ao ano, ou 38 trilhões de dólares, a partir de 2049, por causa dos efeitos das mudanças climáticas.

    Hugh Montegomery avalia que é importante pensar em medidas de adaptação a mudanças no clima, porque elas já estão afetando a saúde da população hoje, “mas isso não pode ser feito em detrimento de uma redução drástica e imediata nas emissões, porque não faz sentido focar apenas no alívio dos sintomas quando deveríamos estar buscando a cura”.

  • BNDES, Butantan e Finep investirão R$ 200 milhões em startups de saúde

    BNDES, Butantan e Finep investirão R$ 200 milhões em startups de saúde

    Três instituições públicas de referência vão investir pelo menos R$ 200 milhões em micro, pequenas e médias empresas inovadoras na área de saúde. A parceria foi anunciada nesta segunda-feira (7) pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e a Fundação Butantan, responsável pela gestão de recursos do Instituto Butantan.

    O esforço conjunto será para a criação de um Fundo de Investimento em Participação (FIP) que vai mirar em startups, empresas com potencial de inovação e grande uso de tecnologia. A intenção é o fortalecimento e adensamento tecnológico do ecossistema de inovação do Complexo Econômico-Industrial da Saúde no Brasil, que faz parte da Nova Indústria Brasil (NIB), política de fomento industrial do governo federal.

    Com o investimento, as três instituições buscam fortalecer a cadeia de suprimentos do Sistema Único de Saúde (SUS). Um edital de chamada pública foi lançado para a seleção do gestor e a estruturação do fundo de investimento.

    Aportes

    O BNDES, banco público de fomento ligado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), deve aportar de R$ 50 milhões a R$ 125 milhões no FIP. O investimento será por meio da BNDES Participações S.A. (BNDESPar), subsidiária que atua como sócia em empresas.

    A Finep, empresa pública ligada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTI), destinará até R$ 60 milhões ao FIP.

    O Butantan ─ maior produtor de vacinas e soros da América Latina ─ é ligado ao governo de São Paulo e aportará ao menos R$ 50 milhões.

    O fundo poderá contar ainda com mais investidores interessados no setor. De acordo com o BNDES, a criação do FIP é uma forma de levar recursos a micro, pequenas e médias empresas que, “costumeiramente, têm acesso mais restrito a capital de risco”.

    Ainda de acordo como banco de fomento, por serem geridos por gestores especializados, os FIPs podem contribuir para o crescimento sustentável dessas companhias por meio do fortalecimento das estruturas de governança corporativa e introdução de melhores práticas de gestão.

    Parceria

    O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, afirma que o investimento incentiva projetos de inovação, ciência e tecnologia, “transformando o resultado de pesquisas desenvolvidas no país em produtos e serviços que beneficiem a população brasileira e fortaleçam o Sistema Único de Saúde”.

    Mercadante acrescenta que a iniciativa possibilita o desenvolvimento de medicamentos, vacinas, dispositivos para saúde e soluções para pessoas com deficiência.

    O diretor executivo da Fundação Butantan, Saulo Simoni Nacif, afirmou que a parceria demonstra que a instituição se firma “como polo importante para o desenvolvimento e incentivo à inovação no Brasil”.

    Já o presidente da Finep, Celso Pansera, destaca que “a parceria com o BNDES e o Butantan fortalece ainda mais o adensamento tecnológico do ecossistema de inovação do complexo da saúde no Brasil”.

  • Campanha de vacinação contra a gripe começa nesta segunda

    Campanha de vacinação contra a gripe começa nesta segunda

    Começa nesta segunda-feira (7) a campanha nacional de vacinação contra a influenza. A meta é imunizar 90% dos chamados grupos prioritários, que incluem crianças de 6 meses a menores de 6 anos, idosos e gestantes. Também podem receber a dose:

    – trabalhadores da saúde;

    – puérperas;

    – professores dos ensinos básico e superior;

    – povos indígenas;

    – pessoas em situação de rua;

    – profissionais das forças de segurança e de salvamento;

    – profissionais das Forças Armadas;

    – pessoas com doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais (independentemente da idade);

    – pessoas com deficiência permanente;

    – caminhoneiros;

    – trabalhadores do transporte rodoviário coletivo (urbano e de longo curso);

    – trabalhadores portuários

    – funcionários do sistema de privação de liberdade;

    – e população privada de liberdade, incluindo adolescentes e jovens sob medidas socioeducativas (com idade entre 12 e 21 anos).

    Proteção

    De acordo com o Ministério da Saúde, o imunizante distribuído na rede pública protege contra um total de três vírus do tipo influenza e garante uma redução do risco de casos graves e óbitos provocados pela doença.

    Em 2025, a dose contém as seguintes cepas: H1N1, H3N2 e B. A administração, de acordo com o ministério, pode ser feita junto com outras vacinas do Calendário Nacional de Vacinação.

    Doses

    Para a vacinação deste ano, a pasta adquiriu um total de 73, 6 milhões de doses. No primeiro semestre, 67,6 milhões de doses devem ser distribuídas para as regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste. No segundo semestre, 5,9 milhões serão enviadas para o Norte.

    Inverno amazônico

    A campanha, este ano, será realizada em dois momentos:

    – primeiro semestre (março/abril): nas regiões Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul

    – segundo semestre (setembro): na Região Norte, alinhando-se ao período de maior circulação viral na região, o chamado inverno amazônico.

    Eficácia e segurança

    Ainda de acordo com a pasta, a vacina contra a gripe é capaz de evitar entre 60% e 70% dos casos graves e dos óbitos relacionados à doença.

    O imunizante é contraindicado para crianças menores de 6 meses e pessoas com histórico de anafilaxia (reação alérgica) grave após doses anteriores.

    Cobertura

    Em 2024, a cobertura vacinal contra a gripe entre os públicos prioritários foi de 48,89% na Região Norte e 55,19% nas demais regiões.

    “O Ministério da Saúde reforça a importância da vacinação e conta com a participação de toda a população. Vacinar-se é um ato de cuidado próprio e coletivo. As vacinas são seguras, eficazes e gratuitas.”

  • Termina etapa municipal para Conferência Nacional do Meio Ambiente

    Termina etapa municipal para Conferência Nacional do Meio Ambiente

    A etapa municipal da 5ª Conferência Nacional do Meio Ambiente (5ª CNMA) acabou na última semana com a realização de consultas presenciais à população em todo o território nacional. De acordo com o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima foram mobilizados 2.570 municípios nos 26 estados e no Distrito Federal.

    Segundo a integrante da coordenação executiva da CNMA, Luciana Holanda, a retomada desse espaço de diálogo com a sociedade após quase 12 anos da realização da última conferência tem um maior significado em um ano de realização da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30) no Brasil e sob o tema Emergência Climática e Desafio da Transformação Ecológica. “A gente não tem mais tempo. Nós precisamos olhar para as mudanças climáticas agora”.

    Foram realizadas 448 conferências municipais e outras 171 conferências intermunicipais, com a participação de grupos de municípios. Mais 279 conferências livres complementaram as preparatórias para a etapa nacional, que ocorrerá de 6 a 9 de maio, em Brasília.

    O objetivo de todas as fases é promover a participação popular na formulação e implementação de políticas públicas para o enfrentamento das consequências das mudanças climáticas e o desafio da transformação ecológica. Nos diálogos foram entregues ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima 540 propostas que serão organizadas em um caderno com 100 prioridades a serem apresentadas em maio. “O processo de construção das propostas tem sido democrático, participativo e descentralizado, com espaço para diferentes formas de participação, reafirmando a importância das conferências livres”, diz Luciana.

    De acordo com Luciana, durante todo o processo de encontros regionais foram eleitos 1.100 delegados que atuarão como representantes de seus territórios na etapa nacional. “A gente também tem uma movimentação muito grande com as atividades autogestionadas, organizadas pela sociedade até a etapa nacional. Temos estimulado muito que essas atividades e que as representações eleitas nas etapas municipais sigam dialogando, mesmo com quem não foi eleito, para que se preparem da melhor forma possível para a etapa nacional”, explica.

    Entre as políticas que têm sido debatidas durante as conferências está o Plano Nacional sobre Mudança do Clima, o Plano Clima, que orientará o país até 2035 para uma economia de baixo carbono e mais sustentável. Também está em processo de consulta a atualização da Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC), que estabelece as diretrizes para o plano.

    “O mais importante é que o resultado da etapa nacional vai refletir proposições reais de quem vive as consequências da emergência climática na pele. A gente acha isso muito potente, legítimo e significativo. Sãos as pessoas que mais precisam da política discutindo e trazendo suas propostas”, conclui Luciana.

  • Certificado para exportação de ração animal está três vezes mais rápido no Brasil

    Certificado para exportação de ração animal está três vezes mais rápido no Brasil

    A emissão de certificado sanitário para exportação de ração animal está três vezes mais rápida no Brasil. Com medidas de desburocratização adotadas pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), o prazo de emissão caiu de 15 para 5 dias no último ano, gerando economia de tempo e redução de custos para exportadores de insumos destinados à fabricação de ração de pets e de animais de grande porte.

    As medidas se tornaram possíveis com o progresso na implementação do Portal Único do Comércio Exterior e envolveram o MDIC, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e a Receita Federal.

    “O que levava 15 dias, agora o exportador está fazendo em cinco dias. A emissão dos certificados sanitários está três vezes mais rápida e ao mesmo tempo mantendo todas as garantias sanitárias para os insumos que vão se transformar em comida para pets e ração para animais de grande porte”, comemorou o vice-presidente e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin. “Estamos reduzindo prazos, desburocratizando processos e facilitando a vida do setor produtivo”, acrescentou.

    Antes das medidas de desburocratização, o processo era mais demorado e envolvia vários sistemas. Para solicitar o certificado sanitário, era necessário abrir um processo no Sistema Eletrônico de Informações (SEI) do governo federal e o exportador tinha de cumprir várias etapas sequenciais, como enviar um e-mail à unidade técnica responsável pelo processo após registro no SEI. Também era preciso anexar a declaração de exportação no formato de PDF, para só então dar entrada no Siscomex, o que levava ao todo cerca de 15 dias para liberação da carga.

    “Com as facilidades implantadas pelo Portal Único de Comércio Exterior, o exportador faz todo o processo de forma automatizada no Portal, desde a solicitação do certificado até a emissão, sem a necessidade de anexar PDF. E toda a documentação está concentrada em um só lugar, com todas as informações da cadeia de suprimentos integradas, o que manteve a segurança do procedimento, mesmo reduzindo o prazo para um terço do tempo”, explica a secretária de Comércio Exterior do MDIC, Tatiana Prazeres.

    O certificado sanitário internacional, emitido para as exportações brasileiras, atesta a conformidade sanitária de um alimento com os padrões de segurança alimentar exigidos pelo país importador.

    “Esse trabalho de eficiência gera oportunidades concretas e com rápidos resultados. É a garantia para quem produz de mais dinamismo na comercialização, investimento nas operações e geração de novos postos de trabalho, além da importante contribuição para a nossa cadeia de produção”, ressaltou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.

    Em 2024, a exportação brasileira de ração para pets teve crescimento de 14% em relação a 2023. Os principais destinos são Colômbia, Uruguai e Chile. Já para a exportação de ração para pecuária de corte, o principal destino é a Indonésia, com foco na ração para frango de abate.

    O Brasil é o terceiro maior produtor de ração animal do mundo. Além de abastecer o mercado interno, de 2023 para 2024, houve um aumento de 3% na produção de ração no Brasil, alcançado o recorde 85 milhões de toneladas.

    PORTAL ÚNICO

    O Portal Único é uma iniciativa do governo federal para reduzir a burocracia, o tempo e os custos nas exportações e importações brasileiras, e para atender com mais eficiência às demandas do comércio exterior. Sua implementação foi iniciada em 2014 e está sendo realizada de forma modular, em substituição ao Siscomex antigo. O programa já processa 100% das exportações brasileiras e até o fim do ano estará 100% implantado, contemplando também todas as importações. Com as mudanças, estima-se uma economia anual de mais de R$ 40 bilhões para os operadores privados.

     

  • Brasil conquista mercado do Vietnã para carne bovina após 20 anos de negociações

    Brasil conquista mercado do Vietnã para carne bovina após 20 anos de negociações

    Nesta sexta-feira (28), o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, acompanhou a comitiva brasileira liderada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na visita de Estado ao Vietnã. Na oportunidade, o presidente Lula anunciou a abertura do mercado do Vietnã à carne produzida no Brasil.

    A decisão veio após uma série de reuniões com os líderes dos quatro pilares do sistema político vietnamita: o presidente, Luong Cuong; o presidente da Assembleia Nacional, Tran Thanh Man; o secretário-geral do Partido Comunista, Tô Lâm, além do primeiro-ministro, Pham Minh Chính.

    “Estamos trabalhando intensamente na relação comercial dos produtos agropecuários para o Vietnã e a presença do presidente Lula foi fundamental para essa reabertura tão esperada que é o acesso da carne bovina brasileira aos consumidores vietnamitas”, explicou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.

    Desde o início desta gestão, já foram abertos quatro novos mercados no Vietnã, além da facilitação do comércio de couro brasileiro no país. Em 2025, o Vietnã já figura como quarto maior destino das exportações dos produtos da agropecuária brasileira, respondendo por 3,2% do que foi comercializado até fevereiro, atrás apenas de China, União Europeia e Estados Unidos.

    “Depois de muitos anos de tentativas, o primeiro-ministro anunciou que finalmente vai comprar a carne brasileira para o mercado do Vietnã. É uma notícia extraordinária e acho que é muito importante para o Vietnã, e é muito importante para o Brasil”, disse Lula, em vídeo postado em seu perfil nas redes sociais, ressaltando que a medida vinha sendo tentada pelo Brasil há mais de 20 anos.

    Atualmente, o país asiático importa cerca de 300 mil toneladas de carne bovina por ano e tem no Brasil seu principal parceiro comercial na América Latina, representando uma grande oportunidade para os produtores brasileiros. Fávaro ainda pondera que o consumo vietnamita privilegia cortes que são menos tradicionais para os brasileiros, o que pode aumentar, também, a competitividade da carne bovina no mercado interno.

    “A abertura do mercado vietnamita para a carne bovina brasileira atrairá investimentos de frigoríficos do Brasil para fazer deste país uma plataforma de exportação para o Sudeste Asiático”, afirmou Lula em declaração à imprensa, após as atividades da visita de Estado ao país asiático.

    Outro assunto destacado pelo presidente no fortalecimento das relações entre Brasil e Vietnã foi a inclusão de uma parceria estratégica voltada para o setor do café. Os dois países, que são os maiores produtores mundiais do grão, se comprometeram a intensificar pesquisas conjuntas para desenvolver variedades mais resistentes aos impactos das mudanças climáticas. “Vietnã e Brasil são os dois maiores produtores mundiais de café e ambos tivemos safras recentes afetadas pela mudança do clima. Estamos determinados a ampliar nosso intercâmbio técnico para fortalecer a resiliência da cultura do café”, disse Lula.

    ASSINATURA DE ATOS BILATERAIS NO VIETNÃ

    Presidente Lula anuncia abertura do mercado vietnamita à carne brasileira

    A agenda no país asiático contou com a cerimônia de assinatura de atos bilaterais no Vietnã, com a formalização do Plano de Ação para Implementação da Parceria Estratégica. Além desse documento, também foram assinados dois acordos e dois memorandos de entendimento, ampliando a cooperação bilateral em diversas áreas.

    A oficialização do Plano de Ação ocorreu em Hanói, capital vietnamita, após uma reunião entre o presidente Lula e o presidente do Vietnã, Luong Cuong. Em declaração à imprensa, o presidente brasileiro destacou a abrangência do acordo. “Adotamos um plano de ação abrangente para o período 2025-2030, que nos ajudará a avançar em diversas áreas”, frisou Lula.

    O Plano de Ação reúne prioridades do relacionamento bilateral em assuntos como defesa, economia, comércio e investimentos; agricultura e segurança alimentar e nutricional; ciência, tecnologia e inovação; meio ambiente e sustentabilidade; transição energética e cooperação sociocultural e assuntos consulares. A Parceria Estratégica pretende aprofundar o diálogo político, reforçar a cooperação econômica, intensificar o fluxo de comércio e os investimentos, fortalecer a coordenação em temas da agenda multilateral e impulsionar novas iniciativas de cooperação.

    Com esses avanços, Brasil e Vietnã reafirmam o compromisso de expandir sua cooperação e fortalecer seus laços comerciais e diplomáticos nos próximos anos.

     

  • Valor de cargas de porto seco em Campinas equivale ao quinto maior aeroporto do país

    Valor de cargas de porto seco em Campinas equivale ao quinto maior aeroporto do país

    A estrutura de um dos portos secos de Campinas, responsável por armazenar e desembaraçar cargas de comércio exterior, movimenta o equivalente ao quinto maior aeroporto do país em termos de valor de carga, segundo Bruno Trindade Barbosa, presidente da empresa que administra a estação aduaneira. Ele recepcionou o novo superintendente de Agricultura e Pecuária no Estado de São Paulo, Estanislau Steck, na segunda-feira (24).

    Estanislau assumiu a superintendência do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) em São Paulo no dia 5 de março, cargo que era ocupado interinamente pelo auditor fiscal Fabio Paarmann. Ex-prefeito de Louveira (SP), Estanislau disse que pretende fazer uma gestão próxima dos servidores e dos produtores rurais do Estado. Na visita ao porto seco, o superintendente esteve acompanhado de Paarmann, da chefe do Serviço Técnico Operacional, Neyde Dantas, e da chefe da regional do Mapa em Campinas, Patricia Schober.

    De acordo com Bruno e com o gerente de Governança e Relações Institucionais da empresa, Clayton Rodrigues, o ranking considera o valor da carga recebida. Em 2024 a organização recebeu 2,9 bilhões de dólares em cargas na unidade. Se fosse um aeroporto, estaria em quinto lugar no ranking, ficando atrás apenas de Viracopos, Guarulhos, Galeão e Manaus.

    Os valores dos aeroportos foram extraídos do Comex Stat, um sistema do governo para extração de estatísticas do Comércio Exterior. Já o valor da empresa é obtido a partir de sistema próprio de controle aduaneiro da empresa.

    Estanislau conheceu os galpões onde as cargas ficam armazenadas, incluindo as inflamáveis e as refrigeradas, como vacinas. A interface do porto seco com o Mapa é bastante relevante, incluindo não apenas produtos agropecuários importados e exportados, mas também a fiscalização dos paletes de madeira usados como embalagens de produtos sem vínculo direto com o agronegócio.

    A equipe da administradora do porto seco explicou que as fiscalizações envolvem produtos do agro e todos os demais produtos que chegam acondicionados em paletes de madeira e precisam ser inspecionados. Essas mercadorias são classificadas em três categorias: verde, amarelo e vermelho. As primeiras são liberadas de forma rápida, passando apenas por fiscalização prévia no que diz respeito à madeira. As amarelas passam por análise documental no porto seco e as vermelhas exigem uma análise mais detalhada, incluindo coleta de amostras para testes laboratoriais, dependendo do caso.

     

  • Embraer acerta venda de até 20 jatos para o Japão, num montante de R$ 10 bilhões

    Embraer acerta venda de até 20 jatos para o Japão, num montante de R$ 10 bilhões

    O presidente da Embraer, Francisco Gomes Neto, e o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, detalharam nesta quarta-feira (26/3), em Tóquio, o anúncio feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva da compra de 15 jatos E-190 da empresa brasileira pela All Nippon Airways (ANA), com possibilidade de aquisição de mais cinco aeronaves. A fala do presidente ocorreu no encerramento do Fórum Empresarial Brasil – Japão, que contou, além da presença do presidente do Brasil e do primeiro-ministro do Japão, Shigeru Ishiba, de empresários de diversos setores.

    “Significa o equivalente a quase 10 bilhões de reais em investimentos que a companhia aérea japonesa está fazendo na Embraer. Esse trabalho comercial que está sendo feito hoje, do governo do presidente Lula com a Embraer, tem sido importante e estratégico para o desenvolvimento da aviação brasileira”.

    Silvio Costa Filho, ministro de Portos e Aeroportos

    “A Embraer está muito feliz com essa venda de até 20 aviões. A ANA, além de ser a maior empresa aérea do Japão, tem uma imagem muito forte no setor da aviação. Essa decisão pelos aviões da Embraer reforça e endossa o produto, e vai ser importante para a gente entrar em outras linhas aéreas, de outros países”, reforçou o presidente da Embraer, Francisco Gomes Neto.

    O presidente Lula, durante discurso aos empresários, ainda brincou ao dizer que as vendas poderiam ser ainda mais extensas. ” A Embraer tornou-se a terceira maior fabricante de jatos comerciais do mundo e tem mercado importante aqui no Japão. Posso dizer ao primeiro-ministro Ishiba que são de muita qualidade os aviões da Embraer. Quem compra 20 pode comprar um pouco mais e quem sabe todas as empresas japonesas podem voar de avião da Embraer”, disse.

    SAF – Outro ponto destacado pelo ministro Silvio Costa Filho abrange a negociação em curso para que o setor de aviação japonês possa adotar o Combustível Sustentável de Aviação (SAF) em suas operações. O SAF é o combustível alternativo ao combustível aeronáutico de origem fóssil, produzido a partir de matérias-primas e processos que atendam a padrões de sustentabilidade. Ele pode ser de diferentes fontes, como resíduos da agricultura, óleo de cozinha usado, gorduras, cana-de-açúcar, milho, entre outros, e pode ser usado puro ou misturado, conforme especificações técnicas de segurança, e o Brasil tem ampla expertise no tema.

    “Avançamos também num convênio de cooperação, num acordo de cooperação do SAF, que é o Combustível do Futuro, o combustível verde. As companhias aéreas japonesas têm total interesse em poder voar através do SAF e o Brasil tende a ser, no futuro, um grande exportador desse combustível”, frisou Silvio Costa Filho. “Além disso, a gente está trabalhando ao lado de ministros do Japão e com o primeiro-ministro para que 10% do combustível aqui no Japão possa ser fruto de etanol. Além de a gente potencializar o combustível da aviação aérea no Japão, a gente também está estimulando a indústria sucro-energética do Brasil, que dialoga com a sustentabilidade, com esse combustível do futuro que o Brasil tem apresentado ao mundo”, prosseguiu o ministro de Portos e Aeroportos.

    O Fórum Empresarial Brasil-Japão é mais um importante espaço para reafirmarmos os laços econômicos entre nossos países. A relação de 130 anos entre Brasil e Japão é celebrada neste ano, com mais investimentos de montadoras japonesas no Brasil, a compra de 20 aeronaves da Embraer

    CAPACITAÇÃO – Outro ponto ressaltado por Silvio Costa Filho diz respeito ao trabalho realizado pelo Governo Federal para incentivar no Brasil a capacitação de profissionais capazes de atuar na indústria aeronáutica. “Com a venda dos aviões da Embraer pelo mundo, não só no Japão, mas em outros mercados internacionais, existe uma preocupação da Embraer e do governo para que a gente possa preparar a nossa mão de obra brasileira”, destacou. “A gente cada vez mais quer estruturar um grande plano para preparar os jovens para esse mercado que se desenha no Brasil, da aviação. Estamos fazendo um grande programa de qualificação e de capacitação para inserir os jovens. Isso vai gerar emprego, renda, movimentar a economia e é prioridade do Governo Federal”.

    SUPORTE – O presidente da Embraer lembrou que a venda dos aviões da empresa brasileira ao país asiático está amparada por um serviço de suporte técnico no Japão. “Temos suporte aqui, oficinas de aviões. Tem 50 aviões que operam aqui há mais de 15 anos e atendem a 30 cidades. Os aviões que operam aqui têm uma disponibilidade altíssima, 99,8% de disponibilidade. Ou seja: é um trabalho muito bom que é feito conjuntamente entre a Embraer e os clientes que operam os aviões”.

    A EMBRAER – Criada em 1969 com apoio do Governo Federal, a Embraer evolui para se tornar uma gigante do setor aeroviário. A empresa é hoje a 3º maior fabricante de jatos comerciais do mundo e líder absoluta no segmento de até 130 assentos. A Embraer contabiliza mais de oito mil aeronaves entregues, conta com 18 mil empregados, e, para atender demandas globais, estabelece unidades industriais, escritórios e centros de distribuição de peças e serviços nas Américas, África, Ásia e Europa.

  • Amelonado é o principal tipo de cacau produzido no Brasil

    Amelonado é o principal tipo de cacau produzido no Brasil

    Utilizado desde o tempo dos incas e astecas para consumo, o cacaueiro é originário da região Amazônica. Com o passar dos séculos, o fruto foi obtendo cada vez mais notoriedade, com seu produto farol que é o chocolate, ganhando até mesmo, um dia para chamar de seu. Neste 26 de março, é celebrado anualmente o Dia do Cacau.

    O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), por meio da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), atua no fomento da cadeia produtiva do cacau.

    Atualmente, existem dez tipos de frutos de cacau ou grupos genéticos, sendo que, no Brasil, predomina o tipo Amelonado. É a variedade mais cultivada mundialmente e possui a casca mais amarela e lisa, com um aroma mais sútil.

    A Ceplac conta com uma das mais ricas coleções de cacau do mundo, reunindo as dez variedades e, em especial, a mais diversa coleção de cacau da Amazônia – conhecida como Centro de Origem do Cacaueiro.

    O cacau usado na Ceplac serve para diversas finalidades de pesquisa, que incluem o melhoramento genético, visando à produção de tipos (ou variedades) cada vez mais produtivas, resistentes às doenças e resilientes às mudanças climáticas, e que são distribuídas para os produtores de cacau do país, assim como para estudos visando novas formulações de chocolate.

    O cacaueiro inicia a produção, em geral, aos três anos de idade e pode produzir por até 100 anos. O Brasil é o sexto maior produtor de cacau do mundo, e o cultivo brasileiro tem crescido no país, com utilização de práticas sustentáveis.

    Para incentivar as práticas sustentáveis na cadeia da cacauicultura brasileira, foi sancionada no ano passado a Lei nº 14.877/24 que cria os selos verdes Cacau Cabruca e Cacau Amazônia. Para ganhar os selos, os cacauicultores precisarão atender um conjunto de boas práticas.