Autor: Gabriela Cordeiro

  • Saúde bucal: entenda importância e cuidados com cremes dentais

    Saúde bucal: entenda importância e cuidados com cremes dentais

    A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou, na última quinta-feira (27), uma resolução que suspendia todos os lotes do Creme Dental Colgate Total Clean Mint. Segundo a Anvisa, a medida era preventiva e temporária, com o intuito de proteger a saúde da população.

    A suspensão teria duração de 90 dias, período no qual a Anvisa conduziria investigações sobre reações adversas notificadas e relacionadas ao produto. No mesmo dia da publicação da resolução, entretanto, a agência suspendeu a interdição do creme dental, após apresentação de recurso pela empresa.

    Ainda assim, a Anvisa emitiu um alerta sobre a possibilidade de ocorrência de reações indesejáveis diante do uso de cremes dentais que contenham fluoreto de estanho na formulação. Este é o primeiro alerta de segurança emitido no Brasil sobre reações adversas associadas ao uso de cremes dentais contendo fluoreto estanoso.

    Cremes dentais

    De acordo com o Conselho Federal de Odontologia (CFO), a escovação com creme dental fluoretado é uma estratégia comprovadamente eficaz, segura e apontada como a principal razão para o declínio das lesões de cárie observado no Brasil e no mundo desde a década de 1970.

    O Ministério da Saúde destaca que a pasta de dente com fluoreto é importante para diminuir a prevalência de cárie dentária. Todas as pessoas, segundo a pasta, apresentam, em algum grau, perdas de minerais ou desmineralização dos dentes devido aos ácidos liberados pelas bactérias na presença de alimentos açucarados.

    “Entretanto, o indivíduo que não escova os dentes com pasta de dente fluoretada e não tem uma alimentação adequada, ingerindo com frequência alimentos e bebidas açucaradas e produtos ultraprocessados (que contêm excesso de sal, gordura e açúcar), apresenta muito mais probabilidade de desenvolver cárie dentária.”

    “Por isso, é importante que se utilize pasta fluoretada pelo menos duas vezes ao dia durante a limpeza da boca. É possível também usar água fluoretada e creme dental fluoretado, pois não há incompatibilidade entre eles”, completou o ministério.

    Dosagem correta

    No momento da escovação, a orientação do ministério é que seja usado creme dental fluoretado com no mínimo 1 mil partes por milhão (ppm) de flúor. Para checar a dosagem, basta observar no verso da embalagem a concentração do flúor.

    “O mais importante é a frequência diária de uso da pasta e não a quantidade de pasta colocada na escova”, destacou o ministério.

    Anvisa

    Já a Anvisa refere-se aos cremes dentais como produtos de higiene oral de venda livre que, quando usados corretamente, ajudam a manter os dentes limpos e saudáveis. Segundo a agência, os que são formulados com fluoreto estanoso têm reconhecidas propriedades antimicrobianas e anticárie.

    “No entanto, estudos científicos têm descrito reações adversas a cremes dentais contendo fluoreto estanoso, incluindo dor, ulceração, vermelhidão, sensação de queimação, bolhas na boca, entre outros sintomas”, destacou.

    No Brasil, dados oficiais de cosmetovigilância da Anvisa, somados a relatos em mídias sociais, plataformas de reclamações de consumidores e reportagens da imprensa, evidenciam um padrão crescente de reações adversas a esses cremes dentais.

    O alerta, segundo a agência, tem como objetivo informar profissionais de saúde e consumidores sobre riscos potenciais desse tipo de produto, além de destacar a importância de relatar as reações adversas à Anvisa e fornecer orientações para um uso mais seguro e consciente.

    Recomendações

    A Anvisa pede que profissionais de saúde monitorem sinais de alterações bucais, orientem seus pacientes sobre possíveis reações adversas advindas de cremes dentais e recomendem alternativas para indivíduos sensíveis.

    “Consumidores devem estar atentos a sinais de irritação, interromper o uso do produto e procurar um dentista ou médico em caso de desconforto persistente”, destacou a agência.

    A Anvisa acrescenta que os fabricantes têm que fornecer na rotulagem informações claras sobre possíveis reações adversas e instruções de uso adequadas, além de orientar sobre possíveis grupos de consumidores sensíveis.

    Em caso de dúvida, a recomendação é buscar órgãos locais de vigilância sanitária ou entrar em contato diretamente com a Anvisa pela internet, acessando o formulário eletrônico do Fale Conosco, ou pelo telefone 0800 642 9782.

  • O Brasil Quilombola: dados que contam histórias e construções ancestrais

    O Brasil Quilombola: dados que contam histórias e construções ancestrais

    No último dia 27 de março, a Fundação Cultural Palmares foi cenário de um encontro marcante. O evento “O Brasil Quilombola” reuniu lideranças quilombolas, representantes institucionais e pesquisadores para celebrar o lançamento da publicação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com os dados do primeiro Censo da População Quilombola. A divulgação desses números representa um avanço histórico no reconhecimento dessas comunidades, que há séculos lutam para afirmar sua existência no país.

    O censo surge como resposta a uma demanda antiga dos movimentos sociais e das lideranças quilombolas, que sempre reivindicaram visibilidade para suas histórias, modos de vida e demandas específicas. Júnia Quiroga, representante do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), trouxe ao evento uma reflexão que simbolizou esse momento: “Exu matou um pássaro ontem com uma pedra que só jogou hoje.” A metáfora expressa o longo percurso de luta para alcançar direitos e reconhecimento. As conquistas atuais resultam de processos históricos que, por vezes, permanecem ocultos sob o peso da invisibilidade. Para as comunidades quilombolas, a publicação do censo é um ato de afirmação, um passo importante para transformar histórias de resistência em políticas concretas.

    Um retrato inédito da população quilombola

    Os dados apresentados pelo IBGE rompem com a ausência de informações oficiais sobre uma parcela significativa da população brasileira. Mais de 1,3 milhão de quilombolas vivem em cerca de 1.700 municípios. Pela primeira vez, essas comunidades são mapeadas com precisão, o que permite dimensionar sua presença no território nacional. Marta Antunes, diretora de pesquisa do IBGE, ressaltou a relevância desse registro: “O censo nos permitiu ver o que antes não tinha forma oficial. Agora sabemos quantos são, onde estão e como vivem. Isso muda a forma de pensar as políticas para essas comunidades.”

    Esse conhecimento concreto abre novas possibilidades para a construção de políticas públicas mais alinhadas com a realidade quilombola. Até então, a ausência de dados dificultava a criação de iniciativas específicas e adequadas às demandas dessas populações. Ao registrar números e transformá-los em informações acessíveis e úteis, a publicação fortalece o protagonismo das comunidades e assegura que seus direitos não permaneçam apenas no discurso.

    Luta por reconhecimento e direitos

    O coordenador da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ), Arilson Ventura, afirmou que o censo não apenas registra a presença quilombola, mas também reforça a luta por direitos. “Ter esses números é um passo fundamental para cobrarmos que as políticas públicas finalmente contemplem as demandas dos quilombolas. A resistência que herdamos de Zumbi dos Palmares está viva. E agora temos mais um instrumento para seguir em frente”, declarou.

    Ventura destacou que, embora o levantamento seja uma conquista, ainda há um longo caminho pela frente. A realidade quilombola permanece marcada por dificuldades no acesso à terra, saúde, educação e infraestrutura. O reconhecimento estatístico se mostra fundamental, mas precisa se traduzir em ações concretas que garantam dignidade às comunidades. Ao registrar a presença quilombola, o censo também documenta a dívida histórica que o Estado brasileiro ainda precisa enfrentar.

    Compromisso com a história e o futuro

    Para o presidente da Fundação Cultural Palmares, João Jorge Rodrigues, o censo representa uma reparação simbólica e prática. Ele destacou que o Brasil, ao reconhecer a população quilombola em seus números oficiais, dá um passo necessário para corrigir uma lacuna histórica. “O Brasil sempre teve uma relação ambígua com sua ancestralidade negra. Ter esses números registrados não é apenas estatística; é uma declaração de que essas comunidades existem, resistem e têm direito a políticas que atendam suas necessidades reais”, afirmou.

    A publicação lançada pelo IBGE, disponível em formato PDF, oferece um panorama abrangente sobre a distribuição geográfica dos quilombolas, além de dados sobre faixa etária, divisão por gênero e condições sociais e econômicas. Organizado de forma clara e acessível, o documento dialoga com quem busca compreender as realidades quilombolas e, sobretudo, promover mudanças a partir dessas informações.

    O evento “O Brasil Quilombola” não se limitou à celebração de um marco estatístico. Refletiu um movimento coletivo para transformar visibilidade em direitos, presença em políticas públicas e história em dignidade. As lideranças quilombolas presentes destacaram que os dados do censo fortalecem suas vozes e que, a partir desse reconhecimento, esperam que o Estado brasileiro finalmente cumpra seu papel de garantir condições de vida dignas às comunidades.

  • Inalação do vapor de gasolina causa câncer e ameaça frentistas

    Inalação do vapor de gasolina causa câncer e ameaça frentistas

    A inalação do vapor de gasolina automotiva causa câncer de bexiga e leucemia mieloide aguda em pessoas adultas, segundo estudo publicado pela Agência Internacional para Pesquisa em Câncer (IARC) na revista The Lancet Oncology.

    A exposição a esse gás afeta principalmente os que trabalham diretamente com o combustível, seja na produção, transporte e reabastecimento de automóveis. Entre os profissionais de maior risco, estão os frentistas dos postos de combustíveis, e a Federação Nacional dos Empregados em Postos de Serviços de Combustíveis e Derivados de Petróleo (Fenepospetro) reivindica que é urgente a adoção de medidas eficazes para proteger a saúde desses trabalhadores.

    Em nota, o secretário de saúde da entidade, Eduardo Silva, diz que os trabalhadores têm se mobilizado para que os postos de combustíveis adotem sistemas de recuperação de vapores nas bombas, para reduzir a inalação de vapores tóxicos. E que tanto a Fenepospetro quanto os sindicatos dos frentistas do país têm lutado em defesa da saúde e da segurança dos trabalhadores.

    “É urgente que sejam reforçadas políticas públicas e normas de segurança ocupacional para minimizar os riscos à saúde dos frentistas e da população em geral. A divulgação dessa nova classificação pela IARC deve servir como um alerta para a necessidade de medidas mais rígidas de prevenção e fiscalização”, publicou Eduardo.

    Mais doenças

    Segundo a pesquisa, há também evidências, mesmo que limitadas, de que a ocorrência de outros tipos de doenças podem ser relacionadas a essa intoxicação: linfoma não-Hodgkin (incluindo leucemia linfocítica crônica), mieloma múltiplo, síndromes mielodisplásicas (um grupo de doenças que afeta a produção de células sanguíneas na medula óssea), além de cânceres de estômago e rim em adultos. Além de leucemia linfoblástica aguda em crianças.

    A gasolina é formada por uma mistura complexa de hidrocarbonetos e pode conter aditivos químicos, para melhorar o desempenho do combustível, reduzir as emissões de poluentes e aumentar a octanagem (a resistência à detonação do combustível).

    Cinco desses aditivos foram identificados como tóxicos e cancerígenos: benzeno, cumeno, xileno, tolueno e etilbenzeno. ETBE (Éter etil terciário-butílico) e MTBE (Éter metil terc-butílico) apresentam evidências científicas limitadas quanto ao potencial de causar câncer em humanos. Já os compostos DIPE (éter di-isopropílico), TAME (Éter terc-amilmetílico) e TBA (Álcool terc-butílico foram classificados como não cancerígenos.

    Proteção

    Por meio de sua área técnica Ambiente, Trabalho e Câncer, da Coordenação de Prevenção e Vigilância, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) indica algumas atitudes para minimizar a exposição dos frentistas e outros trabalhadores do setor ao vapor da gasolina. Fernanda Nogueira, que responde pelo setor, listou as principais medidas:

    • O abastecimento dos veículos deve ser limitado pelo sistema automático. Isto é, não se deve encher após o limite programado pela bomba. Pare ao ouvir o “click”;
    • A inalação de produtos da gasolina é prejudicial à saúde. Nunca cheire a tampa do veículo antes de abastecer;
    • O uniforme molhado de combustível pode intensificar a absorção de compostos nocivos presentes na gasolina. Comunique imediatamente ao seu empregador para que tome as providências necessárias para que o trabalhador troque sua vestimenta;
    • Os trabalhadores devem ter sua saúde constantemente monitorada, por meio da realização de exames médicos periódicos (clínico e bioquímico – sangue e urina) a fim de se avaliar precocemente possíveis alterações nos órgãos sugestivas de câncer;
    • Utilizar adequadamente os equipamentos de proteção fornecidos pela empresa: luvas impermeáveis e máscaras são essenciais durante a coleta da amostra de combustível, retirada do caminhão-tanque, e, nos casos do uso da régua, para leitura manual dos tanques do subsolo.

    Em relação às empresas que controlam os postos de combustíveis, as orientações do INCA são:

    • Instalar sistema estruturado de recuperação de vapores nos bicos de abastecimento das bombas de combustíveis líquidos que contêm benzeno. Esse sistema capta e direciona os vapores para o próprio tanque de combustível do posto ou para um equipamento de tratamento de vapores.
    • Atender à legislação vigente quanto à segurança e saúde dos trabalhadores, principalmente no que se refere a NR 20 e a NR 09;
    • Realizar a manutenção periódica do bico automático das bombas de abastecimento;
    • Implementar a utilização de peças protetoras contra respingo nas bombas de abastecimento e realizar a sua manutenção periódica. A utilização de paninho ou flanelas para contenção de respingos é proibida por lei;
    • Implementar o leitor eletrônico nos tanques do subsolo, para eliminar a leitura manual com o uso da régua;
    • Garantir aventais e luvas impermeáveis para os lavadores de carro;
    • Garantir e monitorar o uso de luvas impermeáveis e proteção respiratória são essenciais durante a coleta da amostra de combustível, retirada do caminhão-tanque, e nos casos do uso da régua, para leitura manual (quando for o caso) dos tanques do subsolo;
    • Oferecer curso de capacitação para todos os funcionários quanto aos riscos das atividades e às normas de segurança a serem adotadas no ambiente de trabalho;
    • Fornecer gratuitamente uniforme completo (luvas, avental) e calçados de trabalho fechados, impermeáveis e adequados aos riscos, bem como garantir a higienização desses semanalmente.

    A reportagem da Agência Brasil entrou em contato com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) para saber se algum procedimento ou norma de segurança será atualizado depois da publicação do estudo e das recomendações do INCA. Mas ainda aguarda resposta.

  • Gabarito preliminar da primeira etapa do Revalida 2025 está disponível

    Gabarito preliminar da primeira etapa do Revalida 2025 está disponível

    As versões preliminares do gabarito da prova objetiva da primeira etapa do Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituição de Educação Superior Estrangeira (Revalida) de 2025 estão disponíveis na página do participante no Sistema Revalida no portal do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

    A instituição responsável pela aplicação das provas também publicou o padrão de resposta da prova discursiva, aplicada no último domingo (23).

    Para visualizar os gabaritos, os candidatos devem acessar obrigatoriamente a conta Gov.br, com Cadastro de Pessoa Física (CPF) e senha cadastrados.

    A prova teórica tem 100 questões de múltipla escolha. Os participantes que discordarem das respostas preliminares divulgadas no gabarito têm até 1º de abril para interpor recursos.

    O Inep divulgará os resultados definitivos da prova objetiva e os provisórios da discursiva em 9 de maio. O resultado final da 1ª etapa será publicado no dia 3 de junho.

    A participação na segunda etapa, com as provas práticas, depende da aprovação na primeira.

    Edição de 2025

    A primeira etapa do Revalida 2025/1 contou com a participação de 93,63% dos 17.778 inscritos no exame, no domingo (23),

    O Inep aplicou as provas em 11 capitais: Belo Horizonte, Brasília, Campo Grande, Curitiba, Porto Alegre, Porto Velho, Recife, Rio Branco, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.

    Revalida

    O Revalida avalia profissionais formados em medicina fora do Brasil que querem exercer a profissão em território nacional. O objetivo do exame é garantir a qualidade do atendimento médico prestado no Brasil, tanto por estrangeiros como por brasileiros que estudaram medicina no exterior.

    Desde 2011, o Inep aplica o exame que autoriza aos aprovados obter o diploma revalidado no Brasil. A revalidação é de responsabilidade das universidades públicas do Brasil que aderiram ao exame.

    Anualmente, as provas são divididas em duas etapas (teórica e prática), que abordam, de forma interdisciplinar, as cinco grandes áreas da medicina: clínica médica, cirurgia, ginecologia e obstetrícia, pediatria, e medicina da família e comunidade (saúde coletiva).

    A segunda e última etapa, a da prova prática, avaliará as habilidades clínicas em cenários de prática profissional, como atendimento de atenção primária, ambulatorial, internação hospitalar, pronto-socorro para casos de urgência e emergência, além da medicina comunitária, com base na Diretriz Curricular Nacional do Curso de Medicina, nas normas e na legislação profissional.

    Para mais informações sobre o Revalida, o Inep tem o site.

  • Novo presidente do TRE-RJ diz que quer garantir lisura nas eleições

    Novo presidente do TRE-RJ diz que quer garantir lisura nas eleições

    O desembargador Peterson Barroso Simão tomou posse, nesta quarta-feira (26), como presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ).  Durante a cerimônia, o desembargador Claudio de Mello Tavares assumiu a vice-presidência do tribunal e corregedor regional eleitoral.

    O desembargador Peterson Barroso Simão, em seu discurso de posse, considerou como uma de suas principais metas a de buscar garantir a lisura nas eleições, através do voto consciente do eleitor.

    “Não podemos aceitar que o nosso voto seja um objeto de negócio. Queremos contar com um exemplar comportamento daqueles que ascendem a seus cargos em razão do voto livre, consciente, afastando, para sempre, a influência de traficantes de drogas e de organizações criminosas. A nossa missão no TRE é justamente eliminar o mal, trazer o bem e trabalhar por eleições com lisura para que tenhamos representantes que cumpram as leis eleitorais”, disse.

    Eleito vice-presidente e corregedor eleitoral do TRE-RJ, o desembargador Claudio de Mello Tavares destacou a importância de combater às interferências na liberdade do voto do cidadão.

    “É nossa missão garantir que o direito ao voto seja exercido sem interferências ou constrangimentos. Trabalharemos, incansavelmente, para que esse direito fundamental seja garantido a todos. Quando protegemos a integridade do voto, protegemos a própria essência da esperança democrática. Estimularemos campanhas, diálogos e iniciativas para que cada eleitor compreenda a força, o poder e a importância do seu voto,” explicou.

    A cerimônia de eleição e posse da nova administração do TRE fluminense foi realizada no plenário do Fórum Central do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.

  • Grande nome do rock brasileiro, Renato Russo celebraria hoje 65 anos

    Grande nome do rock brasileiro, Renato Russo celebraria hoje 65 anos

    Se estivesse vivo, Renato Russo, músico que, para muitos, é considerado o maior poeta do rock brasileiro, completaria nesta quinta-feira (27) 65 anos.

    Sua morte precoce em 1996, aos 36 anos, encerrou um legado artístico que certamente seria ainda maior, caso ele não tivesse sido mais uma, entre as tantas vítimas da aids naqueles anos.

    Aproveitando a data de hoje, tão importante para os fãs do artista quanto para a cena musical brasileira, a Agência Brasil conversou com algumas pessoas que conviveram com Renato Russo, na expectativa de imaginar como ele estaria e o que estaria fazendo aos 65 anos, caso estivesse vivo.

    “Meu irmão já teria largado a música”

    Uma pista sobre como estaria Renato Russo, caso estivesse presente neste aniversário, é dada pela própria irmã do músico, Carmen Teresa.

    “Na minha opinião, acho que ele já teria largado a música há muito tempo. Acho que ele estaria fazendo outra coisa”, disse à Agência Brasil a irmã de Renato Russo.

    “[Renato] já vinha se sentindo cansado desse sistema mercadológico todo; da pressão dos contratos; dos shows, das turnês e do palco, onde ele sentia um certo desconforto de estar porque tinha medo, apesar de, depois, quando começava o show, ele realmente se sentir bem”.

    Novos Horizontes

    Amigo de longa data de Renato Manfredini Júnior, nome que consta da certidão de nascimento de Renato Russo, Marcelo Beré, integrante do premiado Circo Teatro Udi Grudi, diz acreditar que, do ponto de vista profissional, o poeta roqueiro teria ampliado seus horizontes para outras áreas, caso ainda estivesse vivo. Em especial, para a literatura e o cinema.

    “Renato escrevia compulsiva e compulsoriamente, uma vez que o terapeuta dele o instruiu a escrever pelo menos uma página por dia em seu diário. Ele, no entanto, escrevia bem mais do que isso, e dizia que tinha a intenção de fazer um livro.”

    Em tom de brincadeira, Beré chega a dizer que “certamente o Renato estaria entre os candidatos à Academia Brasileira de Letras ou algo do tipo”, caso tivesse dado continuidade à ideia de se tornar escritor. “Não tenho dúvida de que ele estaria fazendo algo relacionado à escrita”, disse.

    “Nas últimas oportunidades em que conversamos, ele falava também sobre sua vontade de escrever para o cinema, o que é muito curioso, já que algumas de suas músicas acabaram virando filme”, lembrou.

    Festivais de cinema

    Assim como Beré, Eduardo Paraná, o primeiro guitarrista da Legião Urbana, imagina que Renato poderia estar hoje envolvido com literatura e cinema. Eduardo Paraná,  que atualmente adota o nome artístico de Kadu Lambach, acha que, aos 65 anos, o amigo estaria bem recluso em sua casa e em seu universo, lendo e interpretando esse mundo em que a gente vive.

    “Estaria ligado em algumas tecnologias. Ele ia ficar ali bem quietinho, participando escondido das redes sociais. Certamente, interpretando o mundo e traduzindo ele em músicas e em cinema”, diz o parceiro musical de Renato Russo.

    Autor do livro Música Urbana: O Início de uma Legião, com o jornalista André Molina, Kadu Lambach diz que o vínculo de Renato com o cinema era antigo.

    “Ele sempre estava ligado nos festivais de cinema da cidade”, lembra o músico, ao citar festivais como os promovidos em Brasília pela Caixa Econômica Federal, pela Cultura Inglesa, onde Renato chegou a dar aula, e por embaixadas como as da Índia, da Alemanha, da Espanha e da antiga União Soviética.

    Cineasta de mãos cheias

    Segundo Lambach, Renato fazia isso porque se incomodava em ver as pessoas da turma, muitas delas mais novas do que ele, sem ter o que fazer, em uma cidade que, na época, de fato, não tinha muitas alternativas culturais.

    “Realmente acredito que, caso o Renato ainda estivesse vivo, certamente estaria vinculado e focado no cinema. A meu ver, ele teria se tornado um cineasta de mão cheia. Um roteirista maravilhoso Não tenho dúvida sobre isso. Usaria da sétima arte para transformar muitas histórias em filmes maravilhosos.”

    O músico também não duvida de que Renato Russo estaria, de alguma forma, atuando na área jornalística. “Talvez escrevendo artigos, ensaios de teatro e de cinema, e, talvez, na escrita literária. Provavelmente até mais do que na música”, concluiu.

    Antifascista

    Marcelo Beré diz ter certeza de que Renato teria um posicionamento muito claro com relação ao atual cenário político brasileiro. “Ele era um cara extremamente antifascista, até o último fio de cabelo e até a última célula de seu corpo. Era radicalmente contra qualquer tipo de autoritarismo e extremamente libertário, com princípios democráticos muito claros”, disse Beré à Agência Brasil.

    “Com toda certeza, ele estaria do lado das pessoas que querem ver o [ex-presidente] Bolsonaro preso; que querem democracia no país; que querem ver as coisas esclarecidas. E jamais apoiaria anistia para golpistas”, acrescentou.

    A afirmação do artista circense tem por base diversas situações pelas quais passou junto com Renato. Algumas situações envolviam conflitos com os chamados skinheads, grupos de carecas nacionalistas de extrema direita, simpatizantes do fascismo, que, na época, disputavam espaços com os punks da capital federal.

    “Certa vez, quando estava a caminho da minha casa, Renato foi agredido por um grupo de skinheads fascistas na 504 Sul [quadra localizada no Plano Piloto, em Brasília]. O bando partiu para cima dele e de alguns amigos. Renato chegou lá em casa pálido, chorando e muito emocionado, revoltado com a violência desses grupos”, lembrou Beré.

    Extremamente humanista

    Outra pessoa que se considera privilegiada por ter convivido com Renato Russo é Militão Ricardo, professor universitário, jornalista e integrante de bandas brasilienses durante os anos 80.

    “Não imagino que, se ainda estivesse vivo, o Renato fosse se deixar encantar por jargões e histórias de correntes ideológicas e populistas que vemos no atual cenário político do país, tanto da direita quanto da esquerda. Ele tinha uma visão extremamente humanista e não se deixava levar por coisas rasas”, diz o professor de Produção Multimídia do UniSenac, no Rio Grande do Sul.

    Militão conheceu Renato em 1981, durante a Expoarte, evento artístico organizado pelos alunos da Faculdade de Arquitetura da Universidade de Brasília (UnB). “A partir dali, começamos a nos encontrar principalmente em shows e bares. A gente gostava muito de conversar, porque, a exemplo dele, eu também fazia jornalismo e era muito interessado em história do rock”, lembra Militão.

    Foram muitas trocas e empréstimos de livros e discos entre os dois amigos. “Conversávamos muito sobre a indústria fonográfica. Ele já tinha uma visão [aprofundada] do que era a indústria do disco, da importância que TV, rádio, jornais e a imprensa tinham”, recorda o professor universitário.

    “Era muito legal conversar com ele porque era um cara muito culto e inteligente, com muito estudo. Lembro de vê-lo, em uma festa na UnB, conversando em inglês, com um cara, sobre filosofia grega. Saí até de perto, porque eu não conseguia acompanhar, apesar de até falar inglês”, lembra Militão.

    Pensamento crítico

    Tendo por base não só o lado social, mas também o convívio familiar e a personalidade de Renato, Militão diz acreditar que, se estivesse vivo, Renato apresentaria “visões que surpreenderiam muita gente” no contexto atual.

    “Ele tinha um pensamento muito crítico, enxergando defeitos e virtudes não de dois, mas de todos os lados. Não era um cara dicotômico. Para ele, isso não era suficiente para explicar o mundo. Seu lastro intelectual não lhe permitia ficar no superficial das coisas. Por isso, acho que se estivesse vivo hoje, aos 65 anos, com a maturidade que a idade teria trazido,  seria um cara mais sereno, oferecendo visões e colocações muito agudas.”

    Irmã corrobora amigos

    Em termos gerais, as projeções apresentadas pelos amigos de Renato Russo à Agência Brasil – sobre novos desafios que Renato estaria encarando do ponto de vista profissional, caso estivesse vivo – são as mesmas imaginadas pela irmã do artista.

    “Acho que seria a época de ele fazer cinema, que era uma coisa que ele adorava. Renato era um cinéfilo. Um amante do cinema. Entendia muitíssimo dessa arte. E, quando chegasse aos 75 ou 80 anos – talvez até um pouco antes –, ele iria para escrita. Seria um escritor”, confirma Carmem Teresa.

     

  • Prévia da inflação de março fica em 0,64%, pressionada por alimentos

    Prévia da inflação de março fica em 0,64%, pressionada por alimentos

    A prévia da inflação oficial de março, apurada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), ficou em 0,64%. O resultado foi pressionado principalmente pelo preço do grupo alimentos e bebidas. No acumulado de 12 meses, o índice soma 5,26%, acima da meta do governo, que tolera no máximo 4,5%.

    Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) . Apesar da alta em março, o resultado mostra desaceleração ante fevereiro, quando o IPCA-15 marcou 1,23%. Em março do ano passado, o índice apontava 0,36%.

    Os nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE registraram aumento médio de preços em março. O de alimentos e bebidas teve alta de 1,09%, o que representa o maior impacto no IPCA-15: elevação de 0,24 ponto percentual (p.p.). Em fevereiro essa variação tinha sido de 0,61%.

    Especificamente a alimentação no domicílio subiu de 0,63% em fevereiro para 1,25% em março. Já a alimentação fora de casa acelerou de 0,56% para 0,66%.

    Veja os subitens alimentícios que mais pressionaram o IPCA-15 em março:

    • ovo de galinha: 19,44% | impacto: 0,05 p.p.
    • café moído: 8,53% | impacto: 0,05 p.p.
    • tomate: 12,57% | impacto: 0,03 p.p.
    • refeição: 0,62% | impacto: 0,02 p.p.
    • mamão: 15,19% | impacto: 0,02 p.p.

    A inflação dos alimentos é uma das principais preocupações atuais do governo, que tomou medidas para conter aumentos, como a redução de imposto de importação de itens como o café.

    Em entrevista ao programa Bom Dia, Ministra, produzido pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC) nesta semana, a ministra do Planejamento, Orçamento e Gestão, Simone Tebet, disse esperar recuo dos preços nos próximos 60 dias.

    Transportes

    O segundo grupo que mais pressionou a prévia da inflação foi o de transportes, que pulou de 0,44% em fevereiro para 0,92% em março. Isso representa impacto de 0,19 p.p. Alimentos e transportes representaram juntos cerca de dois terços da alta do IPCA-15.

    A principal elevação veio dos combustíveis (1,88%), com alta nos preços do óleo diesel (2,77%), do etanol (2,17%), da gasolina (1,83%) e do gás veicular (0,08%).

    Como a gasolina é o produto com mais peso na cesta de consumo dos brasileiros, a variação de 1,83% representou também o subitem (produto) com maior impacto individual em todo IPCA-15 (0,10 p.p.).

    Habitação e educação, que tinham subido mais de 4% em fevereiro, desaceleraram em março para 0,37% e 0,07%, respectivamente. No mês anterior, os resultados foram inflados pelo fim do desconto na conta de luz, proporcionado pelo Bônus Itaipu e reajuste de mensalidades.

    Veja todos o comportamento de todos os grupos pesquisados:

    • Índice Geral: 0,64%
    • Alimentação e bebidas: 1,09%
    • Habitação: 0,37%
    • Artigos de residência: 0,03%
    • Vestuário: 0,28%
    • Transportes: 0,92%
    • Saúde e cuidados pessoais: 0,35%
    • Despesas pessoais: 0,81%
    • Educação: 0,07%
    • Comunicação: 0,32%

    Acumulados

    O IBGE divulgou também o IPCA-E, que consiste no acumulado do índice em três meses, que ficou em 1,99%, acima da taxa de 1,46% registrada em igual período de 2024.

    O acumulado de 12 meses do IPCA-15 (5,26%) é o maior desde março de 2023, quando alcançava 5,36%. É a primeira vez em 17 meses que a marca supera 5%.

    IPCA-15 x IPCA

    O IPCA-15 tem basicamente a mesma metodologia do IPCA, a chamada inflação oficial, que serve de base para a política de meta de inflação do governo: 3% em 12 meses, com margem de tolerância de 1,5 p.p. para mais ou para menos.

    A diferença está no período de coleta de preços e na abrangência geográfica. Na prévia, a pesquisa e feita e divulgada antes mesmo de acabar o mês de referência. Em relação à divulgação atual, o período de coleta foi de 13 de fevereiro a 17 de março.

    Ambos os índices levam em consideração uma cesta de produtos e serviços para famílias com rendimentos entre um e 40 salários mínimos. O IPCA-15 coleta preços em 11 localidades do país (as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia.); e o IPCA, 16 localidades (inclui Vitória, Campo Grande, Rio Branco, São Luís e Aracaju). O IPCA cheio de março será divulgado em 11 de abril.

  • SUS vai substituir papanicolau por exame mais sensível ainda este ano

    SUS vai substituir papanicolau por exame mais sensível ainda este ano

    A partir deste ano, o teste citopatológico para a detecção do HPV, popularmente conhecido como papanicolau, deve ser gradualmente substituído, no Sistema Único de Saúde, pelo exame molecular de DNA-HPV. Com isso, o tempo de intervalo entre as coletas, quando não houver diagnóstico do vírus, passará a ser de cinco anos. Já a faixa-etária para o exame de rastreio, quando não houver sintomas ou suspeita de infecção, permanece a mesma: de 25 a 49 anos.

    A mudança faz parte das novas diretrizes para o diagnóstico do câncer do colo do útero, apresentadas nesta quarta-feira (26) pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca). O conjunto de orientações já foi aprovado pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde e pela Comissão de Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (Conitec). Resta apenas a avaliação final da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Ministério da Saúde para entrar em vigor.

    O papilomavírus humano, ou HPV, é o causador de mais de 99% dos casos de câncer decolo do útero, que é o terceiro mais incidente entre as mulheres brasileiras, com cerca de 17 mil novos casos por ano. Com altas coberturas de vacinação e de exames de rastreio organizado, especialistas acreditam que a doença pode ser erradicada em cerca de 20 anos.

    O teste molecular é recomendado como exame primário para detectar o HPV pela Organização Mundial da Saúde desde 2021, porque é mais eficaz para a redução de casos e óbitos, em decorrência da sua maior sensibilidade. Ele também permite identificar o subtipo do vírus, caso o resultado seja positivo, o que oferece uma grande vantagem, já que apenas algumas variantes têm risco de provocar lesões que podem evoluir para câncer.

    O pesquisador da Divisão de Detecção Precoce do Inca Itamar Bento explica que essas vantagens permitem um espaçamento maior entre as coletas.

    “O teste DNA-HPV tem um valor preditivo negativo muito forte, ou seja, se a pessoa tiver resultado negativo, a gente pode de fato confiar nesse resultado. E, conhecendo a história natural da doença, a evolução das lesões, é uma margem segura aguardar cinco anos para fazer um novo teste.”

    Além disso, a implementação do novo teste deverá ser combinada com a realização de rastreio organizado, quando o sistema de saúde busca ativamente as pessoas, em vez de esperar que elas procurem as unidades de saúde. “É necessário que a população alvo seja identificada e convocada ativamente e individualmente. E é preciso garantir que ela terá acesso à confirmação diagnóstica e ao tratamento das lesões havendo essa necessidade”, complementa o pesquisador do Inca.

    De acordo com dados do Sistema de Informação do Câncer, entre 2021 e 2023, apenas três estados tiveram cobertura de realização de papanicolau próxima de 50% do público-alvo. Todos os outros tiveram uma porcentagem abaixo desse patamar, e alguns não têm dados completos para análise. Além disso, há estados, como Acre, Maranhão e Mato Grosso, onde a maior parte dos resultados foi entregue após 30 dias, o que dificulta a realização de exames confirmatórios para que a paciente inicie o tratamento em até 60 dias, como determina a legislação.

    Por isso, o rastreamento organizado também prevê uma linha de conduta organizada, como explica Itamar Bento: “A pessoa faz um teste de DNA-HPV, e, se não foi detectado, ela só vai repetir o exame após 5 anos. Se foi detectado um tipo oncogênico, como o 16 e o 18, que são responsáveis por 70% das lesões precursoras de câncer, ela vai ser encaminhada diretamente à colposcopia. Se a colposcopia identificar uma doença cervical, vai seguir para condutas específicas.”

    As novas diretrizes também trazem outras duas inovações: a autocoleta do material para teste em populações de difícil acesso ou resistentes ao exame feito por profissional de saúde; e orientações para o atendimento de pessoas trangênero, não binárias e intersexuais.

  • Anvisa fará consulta pública para atualizar regulamentação sobre uso de cannabis

    Anvisa fará consulta pública para atualizar regulamentação sobre uso de cannabis

    A Diretoria Colegiada da Anvisa aprovou, nesta quarta-feira (26/3), a abertura de Consulta Pública para revisar a atual regulamentação de produtos de cannabis. A minuta de resolução ficará aberta por 60 dias e, durante este período, qualquer interessado poderá fazer contribuições à proposta de atualização da regulamentação feita pela Anvisa.

    Atualmente, os produtos de cannabis no Brasil são regulamentados pela RDC 327/2019 , que define as regras para que os produtos possam ser autorizados no país e vendidos no varejo farmacêutico.

    O voto do diretor relator do tema (anexo abaixo) trouxe uma análise detalhada do atual cenário dos produtos de cannabis no país e os motivos das atualizações que estão sendo propostas.

    Dentre os pontos da proposta estão incluídos temas como atendimento às Boas Práticas de Fabricação, vias de administração, publicidade de produtos, validade da autorização sanitária, prescrição, dispensação, importação de insumos para produção nacional, rotulagem, entre outros.

    De acordo com o diretor-presidente substituto e relator do tema, a norma é fundamental para os pacientes que utilizam este produto, pois, além do registro como medicamento, a regularização como produto de cannabis é o único caminho regulatório possível para a comprovação da qualidade mínima necessária aos produtos de cannabis. No Brasil, os produtos com derivados da cannabis podem ser regularizados em duas categorias distintas: como medicamento, seguindo as normas de comprovação de eficácia e segurança de medicamentos, ou como produto de cannabis, que tem um processo simplificado. Existem hoje no país um medicamento de cannabis aprovado e 36 produtos de cannabis regularizados.

    Os diretores também aprovaram a abertura de um processo regulatório para revisar a resolução RDC 660/2022 , que trata da importação excepcional de produtos de cannabis para uso pessoal. Os produtos importados pela RDC 660 não têm qualquer avaliação da Anvisa quanto à qualidade, segurança ou composição.

    A Consulta Pública acerca da revisão da RDC 327 será publicada no Diário Oficial da União nos próximos dias.

    Histórico

    A publicação da RDC 327/2019 foi motivada, principalmente, pela crescente demanda pela disponibilização desses produtos no mercado brasileiro. A categoria dos produtos de cannabis está sujeita a um processo mais simplificado de regularização quando comparado à via convencional de registro de medicamentos, o que não exclui a obrigatoriedade de que tais produtos sejam comprovadamente submetidos aos mesmos procedimentos de boas práticas de fabricação e controle de qualidade aplicáveis a medicamentos.

    A revisão da resolução 327/2019 não tem relação com a decisão do STJ, que recentemente emitiu decisão para que a União regulamente o plantio de cannabis e cânhamo no Brasil. As determinações do STJ referentes ao plantio de cânhamo e cannabis estão sendo coordenadas pela Advocacia-Geral da União (AGU) e envolvem outros entes da administração federal.

  • STF marca para 6 de maio julgamento do núcleo 4 da trama golpista

    STF marca para 6 de maio julgamento do núcleo 4 da trama golpista

    O Supremo Tribunal Federal (STF) marcou para os dias 6 e 7 de maio o julgamento da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) para tornar réus os acusados que pertencem ao chamado núcleo 4 da trama golpista que teria ocorrido durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

    A data do julgamento foi marcada pelo presidente da Primeira Turma da Corte, ministro Cristiano Zanin. O colegiado é responsável pelo julgamento das denúncias sobre a questão.

    De acordo com a PGR, os denunciados do núcleo 4 são acusados de organizar ações de desinformação para propagar notícias falsas sobre o processo eleitoral e ataques virtuais a instituições e autoridades.

    Fazem parte deste núcleo os seguintes investigados:

    • Ailton Gonçalves Moraes Barros (major da reserva do Exército);
    • Ângelo Martins Denicoli (major da reserva);
    • Giancarlo Gomes Rodrigues (subtenente);
    • Guilherme Marques de Almeida (tenente-coronel);
    • Reginaldo Vieira de Abreu (coronel),
    • Marcelo Araújo Bormevet (policial federal);
    • Carlos Cesar Moretzsohn Rocha (presidente do Instituto Voto Legal);

    Julgamento

    O processo será julgado pela Primeira Turma do Supremo. O colegiado é composto pelo relator da denúncia, Alexandre de Moraes, e os ministros Flávio Dino, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Luiz Fux.

    Pelo regimento interno da Corte, cabe às duas turmas do tribunal julgar ações penais. Como o relator faz parte da Primeira Turma, a acusação será julgada por este colegiado.

    Se a maioria dos ministros aceitar a denúncia, os acusados viram réus e passam a responder a uma ação penal no STF.

    Núcleos

    Até o momento, somente a denúncia contra o núcleo 1 foi julgada. Na manhã de hoje, por unanimidade, o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete acusados viraram réus.

    O núcleo 2 será julgado nos dias 29 e 30 de abril.  O grupo é composto por seis denunciados,  acusados de organizar ações para “sustentar a permanência ilegítima” de Bolsonaro no poder, em 2022.

    A análise da denúncia contra o núcleo 3 será nos dias 8 e 9 de abril. Os denunciados deste núcleo são acusados de planejarem “ações táticas” para efetivar o plano golpista. O grupo é formado por 11 militares do Exército e um policial federal.