Autor: Gabriela Cordeiro

  • Brics reforça compromisso com a paz e o multilateralismo no Oriente Médio e Norte da África

    Brics reforça compromisso com a paz e o multilateralismo no Oriente Médio e Norte da África

    A resolução pacífica de conflitos, o fortalecimento do multilateralismo e o respeito ao direito internacional estiveram no centro das discussões do grupo MENA (sigla em inglês para se referir ao Oriente Médio e ao Norte da África). Vice-ministros das Relações Exteriores e enviados especiais do Brics para a região aprovaram uma declaração conjunta sobre a atual situação dos conflitos da região, em Brasília, entre os dias 27 e 28 de março.

    “O MENA Brics é um esforço que o grupo faz desde 2011, para se dedicar a essa região, que tem diversos conflitos e situações bastantes diversas e especiais”, afirmou o Vice-Ministro para África e Oriente Médio do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, o embaixador Carlos Duarte”.

    Um dos pontos principais da reunião é o conflito entre Israel e Palestina, explicou Duarte. “Atualmente, estamos vendo um rompimento do cessar-fogo, um recrudescimento de ataques israelenses à Faixa de Gaza. Essa é uma situação que gera grande preocupação, devido à situação humanitária em Gaza e às outras implicações desse conflito”, declarou.

    Resolução Pacífica de Conflitos

    Este é o 11º encontro do grupo e reiterou a necessidade de garantir “a resolução de conflitos por meios pacíficos, incluindo político-diplomáticos, com base no pleno respeito ao direito internacional”, conforme assinala a declaração. “Buscamos sempre se basear em princípios da Carta das Nações Unidas, como a resolução pacífica de controvérsias e a autodeterminação dos povos, que é um ponto importante no caso do conflito da Palestina, que tem tanto impactado as populações locais quanto afetado a região e o mundo”, pontua Duarte.

    Yasser Elwy, assistente do Ministro das Relações Exteriores do Egito, reforça a importância do MENA, devido à influência regional e global para a resolução pacífica de conflitos na região. Além do fim do conflito israelo-palestino, o grupo apoiou o fim das guerras no Líbano, Yemên e no Sudão, e a segurança marítima, especialmente no Mar Vermelho. A declaração conjunta “é um passo em direção à construção de um consenso mais amplo sobre questões muito importantes para o mundo atual”, declara Elwy.

    Fortalecimento do Multilateralismo

    Na declaração, o grupo afirma que o fortalecimento do multilateralismo é um dos meios de promover e de assegurar a paz, a estabilidade e o desenvolvimento da região. “O multilateralismo é condição necessária para que o sistema internacional funcione, sistema esse que representa a maioria das pessoas do planeta”, afirma Yasser Elwy, assistente do Ministro das Relações Exteriores do Egito. Uma governança global representativa e democrática, que inclua as vozes do Sul Global, é fundamental para a região e para o mundo, conclui.

    Em dissonância com o multilateralismo promovido pelo grupo, os países do BRICS expressaram preocupação com as medidas unilaterais promovidas na região, em forma de sanções econômicas unilaterais contrárias ao direito internacional, com graves implicações para os direitos humanos e o desenvolvimento da região. Para Bhawana Kumari, representante do ministério das Relações Exteriores indiano, “é por meio do multilateralismo que podemos chegar a uma conclusão comum para que a paz, a estabilidade e o desenvolvimento regional sejam promovidos”.

    Além disso, Kumari destacou a importância de escutar as vozes regionais nesse grupo, “quando estamos discutindo uma região, se os países dessa região específica estiverem presentes para compartilhar seus pontos de vista, a abordagem será sempre inclusiva”.

    Em 2023, o agrupamento do BRICS teve uma expansão de países, que passou a incluir Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã. Essa ampliação tem impacto no esforço da reunião dedicada ao Oriente Médio e ao Norte da África, justamente pelo ingresso de países dessa região, possibilitando ampliar o diálogo sobre diversos temas da região, como o desenvolvimento regional, a segurança marítima e o repúdio ao terrorismo, pontua Duarte.

    Promoção da paz e estabilidade regional

    Na declaração conjunta do MENA Brics, os países ressaltaram o papel vital da UNIFIL (Força Interina das Nações Unidas para o Líbano) na promoção da estabilidade regional e condenaram qualquer ataque contra instalações e pessoal da missão — atos que violam o direito internacional e resoluções do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas). Reiteraram ainda a necessidade de garantir a segurança e a liberdade de movimento de todas as forças da ONU na região.

  • MDIC realiza segunda edição do estudo sobre a participação de mulheres no comércio exterior

    MDIC realiza segunda edição do estudo sobre a participação de mulheres no comércio exterior

    As mulheres estão conquistando mais espaço no comércio exterior brasileiro, mas ainda enfrentam desafios para alcançar maior equidade. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), divulga nesta segunda-feira (31/3), a segunda edição do estudo Mulheres no Comércio Exterior – Uma análise para o Brasil , que mostra que a participação feminina tem crescido mais entre empresas exportadoras e importadoras do que entre as empresas que atuam apenas no mercado doméstico.

    A primeira edição do estudo, lançada em 2023, trouxe diagnóstico inédito sobre o tema no país. A segunda edição ampliou a abordagem do estudo ao investigar novos aspectos da relação entre gênero e comércio, incluindo dados de liderança.

    “O MDIC está atento à evolução da participação feminina no comércio exterior. E, por isso, investe no estudo para identificar políticas públicas que estimulem a maior diversidade no setor”, afirmou o vice-presidente e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin.

    No período avaliado pelo estudo, o percentual de mulheres nas empresas exportadoras subiu de 29,2% para 31,8%, e nas importadoras, de 32,5% para 34,7%. No mercado interno, o crescimento foi mais modesto, passando de 40% para 40,6%. Apesar do avanço, apenas 14,5% das exportadoras têm maioria feminina no quadro societário, e somente 2% do total exportado pelo Brasil vêm de empresas lideradas por mulheres.

    “A redução das barreiras enfrentadas por mulheres empreendedoras e trabalhadoras pode impulsionar a diversificação das exportações brasileiras, aumentar a competitividade das empresas e fortalecer o crescimento econômico sustentável”, destacou a secretária de Comércio Exterior, Tatiana Prazeres. “Ao trazer novos dados e análises sobre a inserção feminina no comércio exterior, o estudo contribui para o desenho de políticas públicas que ampliem a equidade de gênero no setor”, completou.

    O novo estudo foi feito com base em microdados da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e da Receita Federal do Brasil (RFB). Em 2022, último ano da série histórica com dados de emprego disponíveis, cerca de 3 milhões de mulheres trabalhavam nas empresas exportadoras ou importadoras brasileiras.

    O estudo também revelou que as empresas que atuam no comércio exterior pagam salários mais elevados às mulheres em comparação com as firmas que atuam apenas no mercado interno, mas a desigualdade salarial ainda é significativa. Embora as empresas exportadoras e importadoras paguem, em média, salários mais altos, as mulheres ainda recebem de 23% a 27% menos que os homens nessas firmas. Para cargos de direção, a diferença salarial é menor no comércio exterior (26%) do que no mercado doméstico (53%).

    O estudo mostrou ainda que a presença de mulheres em cargos de liderança nas exportadoras (22,5%) e importadoras (22,6%) é inferior à observada nas empresas voltadas ao mercado interno (38,6%). Justamente nesse espírito, o MDIC tem promovido ações para fortalecer a presença feminina no comércio exterior. Em parceria com a ApexBrasil, lançou o programa Elas Exportam, que incentiva o empreendedorismo feminino nas exportações. O tema também foi incluído na agenda do G20 sob a presidência brasileira em 2024 e também foi contemplado no acordo Mercosul-União Europeia, concluído em dezembro de 2024, reforçando o compromisso do Brasil com a equidade de gênero no comércio internacional.

    Algumas alterações no estudo foram necessárias em função de mudança metodológica feita pelo MTE na apuração dos dados da RAIS.

     

  • Finep amplia acesso a R$ 100 milhões para bioeconomia na Amazônia

    Finep amplia acesso a R$ 100 milhões para bioeconomia na Amazônia

    Finep amplia acesso a R$ 100 milhões para bioeconomia na Amazônia

    A Finep alterou a Chamada Finep Amazônia – Bioeconomia e Desenvolvimento Regional, que destina R$ 100 milhões em recursos de subvenção econômica do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) para projetos de empresas com sede ou filial na Amazônia Legal. Entre as mudanças, foi eliminada a exigência de faturamento mínimo de R$ 4,8 milhões para as proponentes, permitindo a participação de empresas de todos os portes. Além disso, o valor mínimo financiado pela Finep foi reduzido de R$ 3 milhões para R$ 2 milhões.

    O objetivo da alteração é ampliar o apoio à região, que abrange nove estados brasileiros e representa 59% do território nacional, destacando-se por sua vasta sociobiodiversidade e importância ambiental. Apesar de possuir ecossistemas essenciais para a regulação do clima e dos ciclos hidrológicos, a Amazônia enfrenta desafios como desmatamento, baixa infraestrutura e dificuldades na implementação de tecnologias sustentáveis.

    Aberta em fluxo contínuo no site da Finep, a chamada busca impulsionar o desenvolvimento sustentável da Amazônia, promovendo não apenas avanços tecnológicos, mas também práticas de conservação, remoção de barreiras para as comunidades locais e valorização da sociobiodiversidade. Dessa forma, a iniciativa visa fomentar uma bioeconomia inclusiva e inovadora.

  • Mais de 40 tipos de frutas foram adquiridas pelo PAA em fevereiro

    Mais de 40 tipos de frutas foram adquiridas pelo PAA em fevereiro

    Uma lista variada de frutas foi adquirida pelo Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), em fevereiro, por meio da modalidade Compra com Doação Simultânea, efetuada pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), diretamente com prefeituras e governos estaduais. Ao todo, foram aplicados cerca R$ 12,5 milhões em recursos federais, pagos direta e individualmente, nas contas de agricultoras e agricultores familiares, fornecedores do PAA, no mês de fevereiro. O recurso garantiu a compra de 1,75 mil toneladas de alimentos, distribuídos a instituições que atendem pessoas em situação de insegurança alimentar, habilitadas ao Programa.

    Com mais de 200 tipos diferentes, a lista de itens alimentícios adquiridos no período reflete a diversidade da produção da agricultura familiar. “O PAA é fundamental para garantir a qualidade dos alimentos ofertados para quem mais precisa acessar uma alimentação saudável. Não é por acaso que o PAA é um dos principais programas que estão ajudando o Brasil a sair, novamente, do Mapa da Fome. O objetivo do Governo Federal é alcançar essa meta, definitivamente, pois somos grandes produtores de alimentos, com uma agricultura familiar capaz de atender essa demanda”, afirma a secretária nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do MDS, Lilian Rahal.

    Variedade

    Entre as frutas entregues com maior volume no mês estão a banana (190 mil kg), melancia (156 mil kg), manga (37 mil kg), limão (37 mil kg), mamão (33 mil kg), laranja (32 mil kg), abacate (29 mil Kg), coco (23 mil Kg) e abacaxi (20 mil kg). Também foram adquiridas frutas da sociobiodiversidade local de várias regiões, como bacuri, murici, pupunha, tucumã, cajá, uxi, pequi, bacaba, entre outros.

    O objetivo central do programa é, com o mesmo real investido, fortalecer a produção local da agricultura familiar e garantir a distribuição de alimentos saudáveis para comunidades em situação de vulnerabilidade. Os alimentos adquiridos pelo PAA estão alinhados com as diretrizes da Cesta Básica de Alimentos do Governo Federal, contidas no Decreto da Cesta Básica, reforçando o compromisso com o direito à alimentação adequada e saudável.

    “Esse instrumento tem sido um importante orientador de políticas públicas de segurança alimentar e nutricional para que possamos definir as compras governamentais, priorizando itens essenciais para uma alimentação saudável, com base em produtos da cultura local Brasil afora”, observa a secretária.

    A variedade de itens é organizada em grupos alimentares que atendem a todas as necessidades nutricionais, desde frutas frescas (como banana, abacaxi, laranja, mamão, manga, goiaba, acerola e uva) até hortaliças e verduras (alface, tomate, couve, cenoura, repolho, beterraba, rúcula, brócolis e agrião).

    Além disso, destacam-se os grãos e cereais (feijão, milho, arroz, fava e canjica de milho), raízes e tubérculos (mandioca, batata doce, inhame, cará e mandioquinha), e proteínas de origem animal (ovos, peixes, como pirarucu e tambaqui, carnes bovina, suína, ovina e caprina, além de frango e galinha).

    O PAA desempenha papel importante na Estratégia Alimenta Cidades . Em 2024, o MDS destinou R$ 15,5 milhões, por meio da Portaria nº 85/2024, para atender 27 das 60 cidades prioritárias da estratégia. A seleção dos municípios considerou critérios como adesão ao Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sisan) e a ausência de recursos do PAA em execução, garantindo que os recursos cheguem a locais com maior necessidade.

  • Entregadores de aplicativos protestam contra precarização do trabalho

    Entregadores de aplicativos protestam contra precarização do trabalho

    Entregadores fazem paralisação nesta segunda-feira (31), em São Paulo, em protesto contra a precarização do trabalho em serviços de entrega dos principais aplicativos do país. Eles realizam atos em alguns pontos da Grande São Paulo.

    A paralisação está prevista para continuar amanhã (1º), como forma de pressionar as plataformas por melhores condições de trabalho. Eles reivindicam reajuste dos valores pagos à categoria.

    Taxa mínima por corrida

    Segundo o Sindicato dos Mensageiros Motociclistas, Ciclistas e Mototaxistas do Estado de São Paulo (SindimotoSP), os entregadores pedem:

    • a definição de uma taxa mínima de R$ 10 por corrida até quatro quilômetros;
    • aumento do valor para R$ 2,50 por km;
    • limitação das entregas por bicicletas a um raio máximo de três quilômetros;
    • o pagamento integral de taxa em cada um dos pedidos, mesmo em entregas agrupadas na mesma rota.

    “O sindicato dos motoboys de São Paulo vem a público manifestar total apoio a essa luta dos trabalhadores diante da exploração desenfreada das empresas de aplicativo, que promovem a pior precarização trabalhista da história do motofrete, explorando os entregadores e tornando-os verdadeiros escravos em pleno século 21”, divulgou, em nota, o SindimotoSP.

  • Ameaças “insistem em sobreviver”, diz Lula sobre golpe de 64

    Ameaças “insistem em sobreviver”, diz Lula sobre golpe de 64

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta segunda-feira (31), que ameaças autoritárias, “infelizmente, ainda insistem em sobreviver”. Em publicação nas redes sociais, alusiva ao golpe civil-militar de 1964, Lula reforçou a importância da defesa da democracia, dos direitos humanos e da soberania do povo para escolher seus líderes por meio do voto.

    “Não existe, fora da democracia, caminhos para que o Brasil seja um país mais justo e menos desigual. Não existe um verdadeiro desenvolvimento inclusivo sem que a voz do povo seja ouvida e respeitada. Não existe justiça sem a garantia de que as instituições sejam sólidas, harmônicas e independentes”, escreveu.

    O golpe civil-militar de 1964, que completa 61 anos nesta terça (1º), marcou o início de uma ditadura comandada por generais no Brasil que durou 21 anos, período no qual eleições diretas foram suspensas e a liberdade de expressão e oposição política restringidas.

    “Nosso povo, com muita luta, superou os períodos sombrios de sua história. Há 40 anos, vivemos em um regime democrático e de liberdades, que se tornou ainda mais forte e vivo com a Constituição Federal de 1988. Esta é uma trajetória que, tenho certeza, continuaremos seguindo. Sem nunca retroceder”, acrescentou o presidente.

    No ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) julgou ser inconstitucional empregar dinheiro público para comemorar o golpe militar de 1964. Hoje, a Corte publicou, em seus perfis oficiais nas redes sociais, uma mensagem sobre o golpe, que deve ser lembrado “para que nunca se repita”, diz o texto.

    No dia 18 de março, o Senado Federal também realizou sessão solene para lembrar os 40 anos da redemocratização do país, com uma homenagem ao ex-presidente José Sarney, o primeiro presidente do Brasil após o fim da ditadura, que prevaleceu entre 1964 e 1985. Na ocasião, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, destacou que o evento no Plenário firma o compromisso da Casa com a democracia.

    Anistia

    Em publicação nas redes socias, a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, lembrou que, no período da ditadura, direitos e garantias foram cerceadas e opositores ao regime militar foram presos, perseguidos e mortos. “Foram mais de duas décadas de resistência e sacrifício para a restauração da democracia”, escreveu, defendendo que não haja anistia para quem, hoje, atenta contra a democracia.

    “É importante recordar esse período nos dias de hoje, em que estão sendo levados a julgamento os comandantes de uma nova tentativa de golpe, incluindo um ex-presidente da República tornado réu. A responsabilização penal dos golpistas, na vigência plena do estado de direito e das garantias constitucionais que tentaram abolir, é um dever histórico em defesa da democracia, hoje e para sempre”, destacou a ministra.

    Na semana passada, o STF abriu a ação penal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete aliados, denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR), por tentativa de golpe de Estado. O plano teria sido colocado em prática entre os anos de 2021 e 2023 e culminado com os ataques às sedes dos Três Poderes, em Brasília, em 8 de janeiro de 2023.

    Mesmo antes da abertura da ação, aliados do ex-presidente Bolsonaro já articulavam no Congresso um projeto de lei que concede anistia aos golpistas condenados pelo 8 de janeiro, com a extinção das punições. Juristas ouvidos pela Agência Brasil consideram que anistiar crimes contra a democracia é preocupante.

    O ministro da Casa Civil, Rui Costa, também se posicionou contra a anistia e afirmou que é preciso relembrar os eventos da ditadura “para não repetir”. “O Golpe Militar aconteceu há 61 anos, mas hoje ainda precisamos lutar firmemente em defesa da democracia, contra o extremismo e pela justiça. Ditadura nunca mais. Democracia sempre. Sem anistia”, escreveu em postagem nas redes.

    No mês passado, o STF também decidiu, por unanimidade, que irá rever seu entendimento sobre a Lei da Anistia, sancionada em 1979 pelo general João Baptista Figueiredo, último ditador do regime militar. Os ministros deverão discutir se a anistia ampla e irrestrita, conforme determinada pela lei, se aplica a casos de crimes continuados como o de sequestro e ocultação de cadáver.

    A reabertura da discussão sobre a Lei da Anistia foi feita nos recursos que tratam da Guerrilha do Araguaia, maior movimento armado de resistência rural ao regime militar, e sobre o desaparecimento do deputado Rubens Paiva, que foi sequestrado e morto por agentes da ditadura.

  • Presidente da COP 30 defende novas formas de financiamento climático

    Presidente da COP 30 defende novas formas de financiamento climático

    O embaixador André Corrêa do Lago, presidente da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que será realizada em novembro deste ano em Belém, defendeu nesta segunda-feira (31) que é preciso pensar em novas formas para se financiar a agenda ambiental.

    “O Brasil está dando uma ajuda imensa para encontrar caminhos para outras formas de financiar. Existem discussões sobre taxação para transporte marítimo, petróleo, classe executiva de avião. A gente vai olhar para tudo para chegar a US$ 1,3 trilhão em 2035. Precisamos ampliar a discussão sobre financiamento climático e pensar além dos mecanismos tradicionais”, disse ele durante o evento Soluções Baseadas na Natureza: Oportunidades de Escala e Perspectivas de Financiamento, promovido pelo Nature Investment Lab (NIL).

    O encontro, realizado hoje, na capital paulista, reuniu líderes do setor financeiro, de instituições públicas e multilaterais e organizações do ecossistema de impacto para discutir os avanços do Nature Investment Lab, iniciativa liderada pelo setor privado e que foi lançada em setembro do ano passado para superar desafios legais e financeiros, desenvolver modelos de negócios replicáveis e criar estruturas financeiras inovadoras para projetos sustentáveis no Brasil.

    De acordo com o embaixador, o financiamento da “agenda de ação” é uma das prioridades do governo brasileiro, além do fortalecimento do multilateralismo e da criação de oportunidades de negócio, buscando tornar viáveis os projetos voltados ao combate à mudança climática.

    “Não podemos achar que apenas a negociação de mudança climática e o Acordo de Paris vão resolver a questão climática. O Acordo e a Convenção do Clima são ambientes bons para negociar soluções, mas a implementação depende mais de bancos de desenvolvimento, do FMI [Fundo Monetário Internacional], para que o que está sendo discutido se torne uma realidade no campo. O financiamento depende de outros órgãos”, comentou o embaixador.

    “A COP tem uma dimensão muito formal, das negociações, e delas só podem participar os 196 países do Acordo de Paris. Quem vai levar isso adiante são instituições desses países, mas também governos subnacionais, setor privado, academia, que não participam das negociações. O que vocês estão fazendo pode servir como base para outros países, onde é muito mais difícil. O mundo em desenvolvimento tem grande esperança de que venham do Brasil ideias como as que vocês estão desenvolvendo”, acrescentou.

  • Firjan e Unicef vão combater violência contra crianças e adolescentes

    Firjan e Unicef vão combater violência contra crianças e adolescentes

    A Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) assinaram nesta segunda-feira (31) um memorando de entendimento para combater a violência contra crianças e adolescentes no estado. Além de promover ações de prevenção e respostas a situações de violência, a intenção é que as empresas possam abrir mais oportunidades, oferecendo, por exemplo, estágios aos jovens e empregos dignos às mães, pais e responsáveis.

    Segundo as entidades, a garantia dos direitos das crianças e adolescentes passa pelo mundo do trabalho, seja porque os familiares e cuidadores estão trabalhando nesses locais, seja porque os próprios jovens passam pelas empresas. A garantia de direitos passa também por formação e educação.

    Os empregadores devem saber como lidar quando identificam que os funcionários passam por situações de violência, seja acionando os órgãos competentes, seja oferecendo apoio em situações específicas quando, por exemplo, funcionários não tiverem com quem deixar os filhos porque tiroteios fecharam a escola. Além disso, o setor privado pode atuar para prevenir essas violências e garantir direitos, oferecendo formações e oportunidades.

    “A gente quer trabalhar com a Firjan para capacitar todas as empresas filiadas à Federação em como tratar os casos de violência”, diz a representante Adjunta do Unicef no Brasil, Layla Saad.

    “A Firjan tem uma capilaridade dentro do estado muito grande e tem um alcance que a gente, como Unicef, nunca conseguiria realmente chegar em um público tão grande”, complementa.

    Compromisso

    O memorando de entendimento foi assinado no evento Para cada criança e adolescente, uma vida protegida por inteiro: Diálogos com Unicef, Firjan e empresas do Rio de Janeiro, que reuniu, na sede da Firjan, no Centro do Rio de Janeiro, lideranças dos setores privado e filantrópico para discutir ações e investimentos em projetos de responsabilidade social.

    Entre os objetivos comuns firmados entre as entidades estão:

    • Mobilizar empresas, organizações, escolas e territórios de atuação para disseminação e articulação de ações de prevenção e resposta às violências contra crianças e adolescentes no estado do Rio de Janeiro;
    • Promover ações de treinamento sobre prevenção, reconhecimento de sintomas de violência e o encaminhamento de casos de crianças e adolescentes vítimas;
    • Colaborar nas ações de empregabilidade de jovens em situação de vulnerabilidade, especialmente de meninos e meninas negras.

    De acordo com Saad, com a aproximação das entidades, a expectativa é que mais empresas passem a fazer parte da iniciativa Um Milhão de Oportunidades (1MiO). Liderada pelo Unicef, 1MiO é uma aliança multissetorial de empresas, sociedade civil e governos promover oportunidades de formação profissional e trabalho decente para adolescentes e jovens entre 14 e 29 anos que se encontram em situação de vulnerabilidade.

    O presidente da Firjan, Luiz Césio Caetano, destacou ações que já são desenvolvidas pelo setor como o SESI [Serviço Social da Indústria] Cidadania, principal programa de investimento social da Firjan. O programa desenvolve ações e projetos em territórios com vulnerabilidade social nas áreas de educação, esporte, lazer, cultura e empreendedorismo. Está presente em 33 locais no Rio de Janeiro, Duque de Caxias e São Gonçalo.

    “Esse compromisso que nós assumimos com a indústria fluminense, com o apoio do Unicef, fortalece todo um trabalho que nós realizamos ao longo das últimas décadas. O compromisso é mobilizar as empresas e os organismos do estado no apoio ao combate à violência, à pobreza, à falta de inclusão dos jovens que vivem nas periferias, que estão fora do mercado de trabalho, estão fora de uma perspectiva”, diz.

    A importância da escuta

    Quem passou por situações de vulnerabilidade e de privação de direitos também compartilhou as experiências no evento.

    A assistente de projetos especiais da Firjan SESI Talita Rodrigues da Silva, foi uma das participantes do Programa ViraVida da Firjan SESI, voltado para formar jovens para o mundo do trabalho. Atualmente, ela cursa pedagogia na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e mora na Rocinha, na zona sul do Rio. É a caçula de seis filhos e pais analfabetos, sendo a mãe diarista e o pai já falecido. É a primeira da família a entrar em uma universidade e a segunda a terminar o ensino médio.

    Silva participou de uma das mesas do evento. Ela contou que o que fez diferença na própria vida foi ser ouvida. “Tive muita rede de apoio e foi importante ser ouvida e validada. Isso fez com que eu começasse a tomar espaços que jamais teria pensando que poderia ter antes”, diz.Para ela, é importante que as empresas ouçam os funcionários.

    À plateia de empresários ela fez um pedido: “Quando vocês pensarem em contratar um jovem, que vocês contratem o jovem”, diz. “A gente precisa ser ouvido e é preciso entender que a gente pode discordar de vocês, pode falar que é interessante ir por outros caminhos”.

    A empreendedora social e fundadora do Instituto Educar+ no Complexo do Chapadão, Carol Santos, participou da mesma mesa. O Complexo do Chapadão na zona norte da cidade é considerado um dos territórios com altos índices de violência. Ela diz que isso impacta diariamente a vida da população local.

    Desde cedo, ela sonhava em mudar essa realidade. “Ali no meus 15 anos, eu via que a minha comunidade já vivia situações de vulnerabilidade, como falta de encaminhamento básico, falta de oportunidade, e também lidando com a violência do tráfico de drogas”, diz e conta que fez uma apresentação que compartilhou nas redes sociais ‘Não custa sonhar. Um dia eu vou começar um projeto no meu território’”.

    E foi o que ela fez. Hoje, o Instituto Educar+ que promove educação, cultura e tecnologia já atendeu a mais de 1 mil crianças e adolescentes no Complexo do Chapadão. Ela também teve a oportunidade de participar da iniciativa 1MiO.

    “Viver com a violência e com a violação dos direitos todos os dias no Chapadão é muito difícil. Não é algo que um dado vai trazer para vocês a dimensão do que é perder um familiar por uma violência. Eu sei que a gente tem empatia, a gente pode se colocar no lugar do outro. Espero muito que vocês possam fazer isso, mas não tem como eu não me emocionar e falar sobre como a oportunidade de trabalho pode salvar a vida de um jovem”, afirmou.

  • Petrobras comprará R$ 450 milhões em créditos de carbono na Amazônia

    Petrobras comprará R$ 450 milhões em créditos de carbono na Amazônia

    Uma parceria entre a Petrobras e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) pretende criar um mercado de ao menos R$ 450 milhões em crédito de carbono, com o objetivo específico de restauração florestal na Amazônia.

    O protocolo de intenção entre as duas instituições foi assinado nesta segunda-feira (31) na sede da Petrobras, no Rio de Janeiro, entre os presidentes da companhia, Magda Chambriard, e do BNDES, Aloizio Mercadante. A iniciativa recebeu o nome ProFloresta+.

    O valor inicial de R$ 450 milhões corresponde ao que a Petrobras vai desembolsar comprando os créditos de carbono. O BNDES terá o papel de conceder empréstimos para projetos que se dediquem ao restauro de áreas amazônicas.

    O empréstimo é com recursos do Fundo Clima, em que a taxa de juros é de 1% ao ano. Para efeito de comparação, a taxa básica de juros do país, a Selic, que serve de parâmetro para operações de empréstimos, está em 14,25% ao ano.

    O BNDES é um banco público ligado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e atua no fomento de iniciativas de desenvolvimento, muitas vezes financiando projetos com juros mais em conta.

    25 milhões de árvores plantadas

    Os R$ 450 milhões iniciais são destinados a projetos de restauração de, no mínimo, 3 mil hectares. A Petrobras busca apoiar cinco projetos, totalizando 15 mil hectares e contratação de 5 milhões de créditos de carbono. Isso representa cerca de 25 milhões de árvores plantadas. Na estimativa da empresa, os projetos representarão a geração de 1,7 mil empregos.

    Para a presidente da empresa, o lançamento do programa é “prova viva” da preocupação da Petrobras com o meio ambiente.

    “É um compromisso com o povo que acredita que somos capazes de entregar o que eles desejam, que é um mundo mais limpo, mundo mais ameno para nossos filhos e netos”, disse.

    Para Magda Chambriard, trata-se de uma iniciativa de muito audaciosa. “Estamos falando de uma verdadeira revolução verde. Isso é um projeto estruturante em prol do clima”, acrescentou.

    Na apresentação do ProFloresta+, a Petrobras estimou que, em 25 anos, o projeto pode chegar a 50 mil hectares (500 km²), área maior que a cidade de Curitiba (435 km²), com investimento de R$ 1,5 bilhão, capturando cerca de 15 milhões de toneladas de carbono (equivalente ao emitido anualmente por 8,94 milhões de carros movidos a gasolina).

    O ProFloresta+ trabalha com prazo de 25 anos. Até 28 de abril, empresas e interessados podem enviar contribuições. O edital de licitação de compra dos créditos de carbono está marcado para julho de 2025. Empresas interessadas precisam se manifestar por meio deste e-mail.

    Agenda ambiental

    Aloizio Mercadante citou danos ambientais provocados pelas mudanças climáticas no país e no mundo, como as chuvas no Rio Grande do Sul, há quase um ano, e a maior seca na Região Norte em 121 anos, para pedir protagonismo no Brasil no cenário internacional.

    Para o presidente do BNDES, o Brasil tem que “liderar a agenda ambiental” e fazer da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climática (COP30), a ser realizada em novembro, em Belém, “um ponto de inflexão, de reflexão e de uma agenda de compromisso mais ambiciosa para enfrentar o aquecimento global e a crise climática”.

    “Plantar árvore é uma resposta decisiva para enfrentar a catástrofe climática”, ressaltou.

    O BNDES apoia outras iniciativas para manter a floresta em pé, mas o programa lançado nesta segunda-feira é específico para restauração e aumento da cobertura vegetal nativa.

    Revolução verde

    Petroleira e banco apontam a iniciativa como uma “revolução” no mercado de carbono, fazendo com que a demanda (interesse de compra) seja indutora do interesse de projetos ambientais, inclusive atuando na formação de preços e criando parâmetros que sejam replicados em outros projetos.

    Segundo a diretora socioambiental do BNDES, Tereza Campello, até agora, interessados em fazer restauração de áreas não tinham garantia de financiamento, nem de compradores do crédito de carbono.

    “O que nós estamos fazendo hoje é inverter essa discussão, gerando uma demanda firme para o mercado. A ideia é que ter foco na demanda de crédito de carbono e, com isso, criar todo um ambiente que gere confiança e que inicie esse processo”, afirmou Tereza Campello, esclarecendo que os restauradores interessados no programa não estão obrigados a contratar empréstimos com o banco público.

    O mercado de carbono

    O dióxido de carbono (CO2), também chamado de gás carbônico, é um dos principais causadores do efeito estufa e contribui para aquecer a temperatura do planeta.

    O mercado de carbono consiste na compra e venda de créditos para compensar passivos de poluição. Por exemplo, um projeto ambiental que refloresta áreas desmatadas ou preserva a natureza contribui para evitar que o CO2 não chegue à atmosfera – é o chamado sequestro de carbono.

    Esse sequestro de carbono se transforma em crédito que pode ser negociado. Na outra ponta do mercado, empresas que mantêm atividade econômica que contribuem para a emissão de CO2 podem comprar os créditos, realizando assim uma compensação ambiental.

    Em dezembro do ano passado, foi sancionada a Lei 15.042, que regula o mercado de carbono no Brasil.

    Disruptivo

    Na opinião do diretor de Transição Energética e Sustentabilidade da Petrobras, Maurício Tolmasquim, o projeto é um “mecanismo disruptivo para o setor ambiental” e tem entre suas vantagens o fato de garantir horizonte de longo prazo para os interessados em restaurar a floresta.

    “Leva cinco, dez anos para a floresta estar pronta para gerar os créditos. Enquanto o investidor faz isso, ele não sabe o preço do crédito daqui a cinco anos. Se ele participa de um leilão, já sabe o valor e pode montar o seu fluxo de caixa”, declarou.

    Organizações da sociedade civil como o Nature Investment Lab (NIL) e o Instituto Clima e Sociedade (ICS) contribuíram para elaborar o projeto com informações técnicas.

    Mercadante disse que haverá empresa especializada para certificar a geração do crédito de carbono. “O nosso desenho é uma certificadora em parceria público e privada”, adiantou. Magda Chambriard acrescentou que, além de garantir a demanda para geração de crédito de carbono, a Petrobras espera “fazer dinheiro” com a iniciativa.

    “O crédito de carbono é como se fosse uma ação, eu posso comprar e vender”, esclareceu. “Não precisa encarteirar esse título em 25 anos. Ela entra agora, compra e, em seguida, pode vender para o interessado, porque esse mercado, se organizando, cada vez vai ter mais liquidez e mais interesse”, completou Mercadante.

    Tolmasquim

    A presidente da Petrobras comentou a situação do diretor Mauricio Tolmasquim, referência em assuntos ligados a energia, especialmente transição energética. Tolmasquim foi indicado para participar do Conselho de Administração da Eletrobras, empresa privada que atua na geração de energia.

    Perguntada se há conflito de interesses, Magda respondeu: “Vamos ver ainda”. Ela afirmou, contudo, que os investimentos na área de sustentabilidade vão continuar à risca. “Faz parte do nosso planejamento estratégico.”

    De acordo com Magda Chambriard, o orçamento para transição energética nos próximos cinco anos é de US$ 16,2 bilhões, representando 15% do capex (dinheiro reservado para investimentos) da empresa. Ela reforçou que a Petrobras espera atingir em 2050 o chamado net zero (saldo negativo de emissão de carbono) na produção de petróleo.

  • Receita do turismo internacional cresce 22% e bate recorde em fevereiro

    Receita do turismo internacional cresce 22% e bate recorde em fevereiro

    O turismo internacional segue em alta no Brasil e bateu novo recorde em fevereiro de 2025. Os turistas estrangeiros gastaram US$ 823 milhões (R$ 4,7 bilhões) no país durante o mês, um aumento de 22,2% em relação a fevereiro de 2024. No acumulado do bimestre, os valores alcançaram US$ 1,628 bilhão (R$ 9,3 bilhões), o equivalente a 10,4% de crescimento, também recorde para o período.

    No primeiro bimestre do ano, o Brasil recebeu 2,8 milhões de turistas, 57% a mais que em 2024. Os dados divulgados pelo Banco Central, na última quarta-feira (26), reforçam a tendência de crescimento do setor turístico no Brasil. Para o presidente da Embratur, Marcelo Freixo, os números demonstram o potencial do país como destino competitivo no cenário global e refletem os esforços para promover o Brasil internacionalmente.

    “O turismo internacional tornou-se um grande motor da economia do Brasil. É o setor que mais cresce e gera muitos empregos, afinal é onde 95% dos negócios são em micro, pequenas e médias empresas”, destaca Freixo.

    “Os sucessivos recordes que o país vem batendo no turismo mostram o sucesso de nossa estratégia de promoção internacional. O Brasil tá na moda, mas é graças ao trabalho conjunto dos poderes público e privado que esse interesse crescente em nos conhecer é acompanhado de crescimento da conectividade aérea e da oferta de pacotes turísticos no exterior com destino ao Brasil, o que garantiu que esses turistas conseguissem vir nos visitar”, completa o presidente da Embratur.

    O ministro do Turismo, Celso Sabino, destacou a importância do setor para o fortalecimento da economia do país. “Esse aumento expressivo mostra que o Brasil está cada vez mais preparado para receber bem os turistas estrangeiros. Estamos colhendo os frutos dos investimentos em promoção internacional, infraestrutura e qualificação. O turismo é uma poderosa ferramenta de geração de inclusão, empregos e renda para o nosso povo”, afirmou.

    Os dados são especialmente relevantes para o Brasil, pois demonstram o potencial do turismo como uma das principais fontes de entrada de divisas no país. “Além de impulsionar setores como comércio, serviços e transporte, o crescimento nos gastos de estrangeiros fortalece as economias locais, estimula novos investimentos e contribui para o desenvolvimento sustentável de diversos destinos turísticos brasileiros”, finalizou o ministro.

    Eventos internacionais

    Impulsionado por um calendário de eventos internacionais que deve atrair ainda mais visitantes ao país, o Brasil segue em crescimento. A realização da cúpula do BRICS, em julho, no Rio de Janeiro, colocará mais uma vez o país no centro das atenções globais, reunindo líderes e representantes das principais economias emergentes.

    Além do impacto econômico gerado pela chegada de delegações oficiais, a movimentação turística será reforçada pela presença de empresários, jornalistas e visitantes específicos no evento, fortalecendo a rede hoteleira, o setor gastronômico e demais serviços ligados ao turismo.

    A expectativa é que esse bom desempenho se estenda até o fim de 2025, impulsionado também pela realização da COP 30, em novembro, no estado do Pará. O encontro, que discutirá o futuro do clima global, deverá atrair a atenção do planeta para o Brasil, gerando demanda para o turismo ecológico e sustentável na região amazônica.

    Com isso, o Brasil reforça sua posição como destino chave para o turismo de eventos e negócios, ao mesmo tempo em que amplia a visibilidade de suas riquezas naturais, contribuindo para o crescimento do setor ao longo do ano.

    “Estamos trabalhando para consolidar o Brasil como um dos principais destinos do mundo. O turismo gera desenvolvimento econômico, fortalece a identidade nacional e promove intercâmbios culturais. Esse crescimento nos anima a continuar investindo na promoção do país e na melhoria da experiência dos visitantes”, ressaltou Marcelo Freixo.