Autor: Gabriela Cordeiro

  • Chikungunya: em surto, município de SC registra segundo óbito

    Chikungunya: em surto, município de SC registra segundo óbito

    No dia 14 de fevereiro, o município de Xanxerê (SC) registrou seu primeiro caso de chikungunya este ano. Cerca de um mês depois e em meio a um surto da doença, a cidade de pouco mais de 50 mil habitantes já contabiliza duas mortes provocadas pelo vírus.

    O último boletim epidemiológico divulgado pela Prefeitura de Xanxerê, e atualizado até as 14h desta segunda-feira (17), indica 107 casos confirmados de chikungunya, sendo 107 autóctones, quando a infecção acontece dentro do próprio município, ou seja, não foi trazida de fora.

    A segunda morte pela doença foi confirmada no início da semana. Trata-se de uma mulher de 85 anos de idade que estava internada na unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital Regional São Paulo desde o dia 9 de março.

    “A vítima era moradora do bairro Tonial. A coleta de material para exame foi feita no dia 10 de março, o qual deu positivo para chikungunya. A paciente apresentava comorbidades”, informou a prefeitura em nota.

    “A vigilância epidemiológica reforça a importância dos cuidados por parte de toda população, mantendo seus ambientes limpos e sem água parada. Além disso, é imprescindível o uso de repelente”, alerta o comunicado.

    Entenda

    A chikungunya é uma arbovirose transmitida pela picada de fêmeas infectadas do gênero Aedes. No Brasil, até o momento, o vetor envolvido na transmissão do vírus é o Aedes aegypti, o mesmo transmissor da dengue.

    O vírus chikungunya foi introduzido no continente americano em 2013, quando provocou uma importante epidemia em diversos países da América Central e ilhas do Caribe.

    No segundo semestre de 2014, o Brasil confirmou, por métodos laboratoriais, a presença da doença nos estados do Amapá e da Bahia. Atualmente, todos os estados registram transmissão da doença.

    De acordo com o Ministério da Saúde, em 2023 ocorreu uma importante dispersão territorial do vírus no país, sobretudo em estados da Região Sudeste. Até então, as maiores incidências de chikungunya observadas no Brasil concentravam-se no Nordeste.

    As principais características clínicas da infecção são edema e dor articular incapacitante. Também podem ocorrer manifestações extra articulares. Os casos graves de chikungunya podem demandar internação hospitalar e evoluir para óbito.

    O vírus também pode causar doença neuroinvasiva, caracterizada por agravos neurológicos como encefalite, mielite, meningoencefalite, síndrome de Guillain-Barré, síndrome cerebelar, paresias, paralisias e neuropatias.

    Sintomas

    O Ministério da Saúde lista como principais sintomas da chikungunya:

    •  febre;
    •  dores intensas nas articulações;
    •  edema nas articulações (geralmente as mesmas afetadas pela dor intensa);
    •  dor nas costas;
    •  dores musculares;
    •  manchas vermelhas pelo corpo;
    •  coceira na pele, que pode ser generalizada ou localizada apenas nas palmas das mãos e plantas dos pés;
    •  dor de cabeça;
    •  dor atrás dos olhos;
    •  conjuntivite não-purulenta;
    •  náuseas e vômitos;
    •  dor de garganta;
    •  calafrios;
    •  diarreia e/ou dor abdominal (manifestações do trato gastrointestinal são mais presentes em crianças).

    A pasta destaca ainda que a doença pode evoluir em três fases:

    • febril ou aguda, com duração de cinco a 14 dias;
    •  pós-aguda, que tem um curso de 15 a 90 dias;
    •  crônica, que acontece caso os sintomas persistam por mais de 90 dias. Em mais de 50% dos casos, a artralgia (dor nas articulações) torna-se crônica, podendo persistir por anos.
  • Faturamento da indústria cresce 3,3% em janeiro

    Faturamento da indústria cresce 3,3% em janeiro

    Embalada pelo aquecimento da produção e do consumo, o faturamento real (descontada a inflação) da indústria de transformação cresceu 3,3% em janeiro, divulgou nesta sexta-feira (14) a pesquisa Indicadores Industriais, da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Em relação a janeiro do ano passado, o faturamento subiu 12,8%.

    Segundo a CNI, a demanda por bens industrializados continua alta, o que se reflete no faturamento. A entidade, no entanto, adverte que será difícil manter esse ritmo por causa da desaceleração da economia provocada pelo aumento dos juros.

    O número de horas trabalhadas na produção cresceu 1,9% em janeiro na comparação com dezembro, revertendo a queda de 1,4% nos dois meses anteriores. Em relação a janeiro de 2024, o indicador acumula alta de 5,4%.

    A utilização da capacidade instalada (UCI) manteve-se em 78,2% em janeiro na comparação com dezembro, na série livre de efeitos sazonais (sem oscilações típicas da época do ano). Em relação a janeiro do ano passado, a UCI caiu 0,8 ponto percentual.

    O bom desempenho da indústria, no entanto, não se reflete com tanta intensidade no mercado de trabalho. Em janeiro, o número de postos de trabalho ativos no setor cresceu apenas 0,1%. A massa salarial caiu 0,3%, e o rendimento médio do trabalhador industrial caiu 0,8%. Segundo a CNI, a expectativa é de interrupção da alta do emprego industrial por causa do aumento dos juros.

    >>Brasil fecha 2024 com saldo positivo perto de 1,7 milhão de empregos

    Na comparação com janeiro do ano passado, o desempenho do mercado de trabalho na indústria é melhor. O total de postos de trabalho ativo subiu 2,4%. No entanto, a massa salarial real (descontada a inflação) recuou 1,8%, e o rendimento médio real do trabalhador industrial caiu 4%.

    Realizada desde 1992 em parceria com as Federações Estaduais das Indústrias, a pesquisa Indicadores Industriais identifica, mensalmente, a evolução de curto prazo da atividade da indústria de transformação. Os estados pesquisados respondem a mais de 90% do produto industrial brasileiro.

  • Mau humor e falta de foco podem indicar distúrbios do sono

    Mau humor e falta de foco podem indicar distúrbios do sono

    Sensação de cansaço constante, dificuldade para dormir ou agitação são sintomas que impactam a qualidade de vida de 72% dos brasileiros, de acordo com estudos da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Nesta sexta-feira (14), é celebrado o Dia Mundial do Sono, com o tema Faça da Saúde do Sono uma Prioridade, enfatizando a necessidade de ter uma boa saúde de sono para uma boa qualidade de vida. A primeira comemoração da data foi feita em 2008, com o propósito de promover a saúde do sono e conscientizar a população.

    O tratamento de distúrbios do sono pode ser feito por diferentes profissionais da saúde, como psicólogos, psiquiatras, otorrinolaringologistas, neurologistas entre outros profissionais. A necessidade de recorrer a algum profissional varia de acordo com o motivo da falta de sono do paciente. O médico otorrinolaringologista, Edilson Zancanella, coordenador do Conselho de Administração da Academia Brasileira do Sono e atual representante da Sociedade Mundial do Sono na América Latina, explica como o comportamento diurno é importante para analisar quais sinais de alerta para distúrbios do sono.

    “A pessoa que passa a ficar esquecida, fica mal-humorada, passa a ter problemas em manter a atenção, além de ter sono durante o dia. Também é comum despertar com a sensação de que está cansado e que o sono não deu conta da sua necessidade”, elenca o médico.

    De acordo com Zancanella, outro sinal importante é o ronco. “Esses são os sinais de alerta que a gente sempre tenta salientar e são características que o paciente consegue perceber”, complementa.

    O especialista também fala sobre a importância de manter hábitos saudáveis de higiene do sono para melhorar a qualidade de vida, a concentração e a produtividade durante o dia.

    “É importante ter regularidade no horário de deitar e no horário de levantar, tentando criar um hábito que seja adequado, ou seja, a preparação para dormir. É aquilo que você faz 30 minutos antes de deitar na cama, como desligar o celular, pôr o pijama, escovar os dentes, criar um ritual. É bom que esse ritual tenha um horário regular. O nosso organismo funciona muito bem com regularidade. E quando a gente não tem um horário fixo para deitar e para dormir, isso sempre vai atrapalhar e vai criar demandas diferentes daquilo que o organismo necessita.”

    Entre os distúrbios do sono mais conhecidos, está a paralisia do sono. Ao acordar, muitas vezes o paciente com essa condição não consegue falar ou realizar movimentos simples do corpo.

    É o caso da estudante Jackie Viana (20). Ela tem episódios frequentes desde os 12 anos de idade, quando foi diagnosticada com o distúrbio. Como a condição interfere negativamente na qualidade de vida dela, a estudante passou a usar estratégias para dormir melhor.

    “Normalmente, utilizo sons que me acalmam ou, em alguns casos, recorro a remédios para dormir. Para me acalmar, gosto de ler antes de dormir, pois isso me ajuda a relaxar e desacelerar a mente.”

    Outros distúrbios são a insônia e a apneia do sono, que têm picos de diagnósticos algumas idades mas podem aparecer em qualquer faixa etária, de acordo com Zancanella.

    “A insônia é mais frequente em mulheres pós-menopausa, influenciada por alterações hormonais relacionadas ao climatério. Já a apneia do sono é mais frequente em homens a partir dos 45 anos com sobrepeso. Mas a apneia do sono pode acontecer desde a infância, e a insônia também pode acontecer na adolescência”, explica o especialista.

    Dicas para melhorar a qualidade do sonho

    • Ter regularidade no horário de deitar e no horário de acordar
    • Apostar em alimentação saudável e leve antes de dormir
    • Diminuir ruídos e manter o ambiente escuro à noite
    • Evitar o uso de telas por pelo menos uma hora antes de dormir

    *Estagiária sob supervisão de Marcelo Brandão.

  • IRPF 2025: confira calendário de pagamento de restituições

    IRPF 2025: confira calendário de pagamento de restituições

    O Ministério da Fazenda publicou, nesta quinta-feira (13), no Diário Oficial da União (DOU), as regras e o calendário de restituições do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física (IRPF) referentes  ao exercício de 2025 (ano-base 2024).

    De acordo com o documento, as restituições serão efetuadas em cinco lotes, no período de maio a setembro de 2025, conforme as seguintes datas:

    • primeiro lote: 30 de maio;
    • segundo lote: 30 de junho;
    • terceiro lote: 31 de julho;
    • quarto lote: 29 de agosto;
    • quinto e último lote: 30 de setembro.

    Em 2025, será dada maior prioridade para quem, simultaneamente, utilizou a declaração pré-preenchida e optou pelo recebimento da restituição via Pix. Até 2024, a prioridade era definida apenas com base na utilização de uma das duas ferramentas.

    Ao considerar as prioridades determinadas por lei, o pagamento das restituições seguirá a seguinte ordem:

    • idade igual ou superior a 80 anos;
    • idade igual ou superior a 60 anos, pessoas com deficiência e pessoas com doença grave;
    • pessoas cuja maior fonte de renda seja o magistério;
    • pessoas que utilizaram a declaração pré-preenchida e que optaram por receber a restituição por Pix;
    • pessoas que utilizaram a declaração pré-preenchida ou optaram por receber a restituição por Pix.

    Confira, a seguir, o cronograma completo do IRPF 2025:

    • 13 de março: liberação do programa gerador da declaração para preenchimento;
    • 17 de março: início das transmissões pelo programa gerador;
    • 1º de abril: liberação do programa de preenchimento e entrega on-line e por dispositivos móveis pelo aplicativo Meu Imposto de Renda;
    • 1º de abril: liberação da declaração pré-preenchida.
  • A cada 17 horas, ao menos uma mulher foi vítima de feminicídio em 2024

    A cada 17 horas, ao menos uma mulher foi vítima de feminicídio em 2024

    A cada 17 horas, uma mulher morreu em razão do gênero em 2024 em nove estados monitorados pela Rede de Observatórios da Segurança: Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pará, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro e São Paulo. Os dados apontaram um total de 531 vítimas de feminicídios no ano passado.

    Em 75,3% dos casos, os crimes foram cometidos por pessoas próximas. Se considerados somente parceiros e ex-parceiros, o índice é de 70%.

    O novo boletim Elas Vivem: um caminho de luta, divulgado nesta quinta-feira (13), foi produzido pela Rede de Observatórios da Segurança, uma iniciativa do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC) dedicada a acompanhar políticas públicas de segurança, fenômenos de violência e criminalidade em nove estados.

    Segundo o estudo, a cada 24 horas ao menos 13 mulheres foram vítimas de violência em 2024 nos nove estados. Ao todo, foram registradas 4.181 mulheres vitimadas, representando um aumento de 12,4% em relação a 2023, quando o estado do Amazonas ainda não fazia parte deste monitoramento. O estado juntou-se à Rede em janeiro do ano seguinte.

    “Continuamos chamando atenção, ano após ano, para um fenômeno muito maior do que essa amostragem, que foi normalizado pela sociedade e pelo poder público como apenas mais uma pauta social. E por isso os números seguem aumentando, enquanto as políticas de assistência estão sendo fragilizadas”, observa a organização.

    “Apesar de importantes avanços ao longo dos anos com a institucionalização dos mecanismos de proteção às mulheres, como as Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAMs), a Lei Maria da Penha e a tipificação do feminicídio como crime – que deveriam estar mais consolidados e dotados de melhores condições de funcionamento –, a violência contra mulheres e o feminicídio continuam sendo uma realidade alarmante em nosso país”, disse a pesquisadora Edna Jatobá, que assina o principal texto desta edição do relatório.

    Confira o número de vítimas de violência e de feminicídios em cada estado em 2024:

    Estado Vítimas de violência Feminicídios Amazonas  604 33 Bahia 257 46 Ceará 207  45 Maranhão 365  54 Pará 388 41 Pernambuco 312 69 Piauí 238 36 Rio de Janeiro 633 63 São Paulo 1.177 144 Total 4.181 531 Brasília (DF) 11/02/2025 – O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) assinou, nesta terça-feira (11), acordo de cooperação com a plataforma de entregas iFood para combater a violência contra a mulher. Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

    Brasília (DF) 11/02/2025 –  Foto: Joédson Alves/Agência Brasil – Joédson Alves/Agência Brasil

    Veja a situação em cada estado monitorado, segundo o boletim Elas Vivem

    Amazonas

    O estado aparece pela primeira vez no monitoramento da Rede de Observatórios. Com 604 casos, fica atrás apenas de São Paulo e do Rio de Janeiro em números de violência, superando estados mais populosos, como Bahia e Pernambuco. Foram registrados 33 feminicídios no estado, 15 deles por parceiros ou ex-parceiros.

    No Amazonas, 84,2% das vítimas de violência sexual em 2024 tinha de 0 a 17 anos. Além disso, 97,5% não tiveram identificação de raça/cor. O estado registrou dois casos de transfeminicídio.

    Bahia

    O estado apresentou redução de 30,2% nos eventos de violência em um ano (de 368 para 257). Em 73,9% dos casos as vítimas não tiveram raça ou cor identificada. Entre os 46 feminicídios, 34 não tiveram essa informação.

    A capital baiana, Salvador, foi a que mais registrou eventos, com 68 no total. A Bahia também teve 96 mortes de mulheres (feminicídio e homicídio). Nenhum transfeminicídio foi registrado.

    Ceará

    Os 207 casos registrados fizeram de 2024 o pior período em sete anos com relação à violência contra mulheres no Ceará. Em comparação com 2023, o aumento foi de 21,1%. Os feminicídios também aumentaram: de 42 para 45.

    A maioria dos casos ocorreu com mulheres entre 18 a 39 anos. Parceiros e ex-parceiros cometeram 56 das violências. O estado também registrou um caso de transfeminicídio.

    Maranhão

    O Maranhão cresceu quase 90% na violência de gênero. O estado passou de 195 para 365 eventos violentos, sendo 151 cometidos por parceiros e ex-parceiros. Foram 54 assassinatos, sendo que 31 delas tinham entre 18 e 39 anos.

    Quase 100% dos crimes não tiveram identificadas raça e cor (93,7% das ocorrências).

    Pará

    O Pará também registrou um crescimento alarmante sobre os eventos de violência: alta de 73,2% (de 224 para 388). A motivação dos casos majoritariamente não teve registro (81,3%), mas 63,4% dos crimes foram cometidos por parceiros ou ex-parceiros.

    As agressões registradas com uso de arma de fogo somaram 96 e com facas e objetos cortantes foram 95.

    Pernambuco

    O estado teve uma redução de 2,2% (de 319 para 312) nos casos de violência contra as mulheres. No entanto, Pernambuco ficou atrás apenas de São Paulo nas mortes de mulheres (feminicídio, transfeminicídio e homicídio), com 167 eventos.

    Foi o segundo estado, entre os nove, com mais casos de feminicídio: 69 casos.

    Piauí

    O estado registrou crescimento de 17,8% nos crimes ligados a gênero (de 202 casos para 237). Teresina teve, disparadamente, o maior número de casos (101), seguida por Parnaíba (14). Foram 57 tentativas de feminicídios e 36 feminicídios.

    A exemplo de outras regiões, o Piauí também teve problemas de transparência dos dados:  52,7% dos casos ficaram sem registro de motivações e 97,2% sem os marcadores social e étnico-racial, informações necessárias à compreensão do fenômeno e para o direcionamento de políticas públicas.

    Rio de Janeiro

    No Rio, os casos de violência de gênero cresceram de 621 para 633 em um ano – aumento de 1,9%. Do total, 197 crimes foram cometidos por parceiros ou ex-parceiros. Feminicídios e tentativas também registraram altos números: 63 e 261, respectivamente.

    Foram registrados 103 casos de violência sexual/estupro. Do total de 64 eventos violentos, 13 foram cometidos por agentes da segurança pública.

    São Paulo

    São Paulo é a única região monitorada com mais de 1 mil eventos violentos contra mulheres em 2024. Foram 1.177 casos, um aumento de 12,4% em relação ao ano anterior.

    A capital do estado teve os maiores números de casos: foram 149, seguida de São José do Rio Preto, com 66, e Sorocaba, com 42.

    Entre as vítimas de violência com registro etário, 378 mulheres tinham de 18 a 39 anos – 422 não tiveram essa informação disponibilizada.

    Foram registrados 144 feminicídios no estado, sendo 125 cometidos por parceiros ou ex-parceiros.

  • Guia sobre uso de telas traz recomendações a pais e professores

    Guia sobre uso de telas traz recomendações a pais e professores

    O governo federal lançou, na tarde desta terça-feira (11), a publicação Crianças, Adolescentes e Telas: Guia sobre Uso de Dispositivos Digitais, com o objetivo de construir um ambiente digital mais seguro, equilibrado e saudável.

    A publicação também oferece recomendações aos pais e responsáveis para combater o excesso de tempo em frente às telas em geral – celulares, tablets, computadores e televisão –, estimular o acompanhamento familiar deste público; além de dar instruções a professores e educadores.

    De forma remota, a ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, comentou os impactos do uso excessivo das telas na saúde mental, segurança online e cyberbullying.

    “O excesso de tempo no ambiente digital pode causar ansiedade, depressão, sedentarismo, autolesões e possibilitar violações de direitos”.

    A ministra adiantou que o guia foi elaborado “com base em evidências científicas e na escuta das pessoas mais interessadas: crianças, adolescentes, suas famílias, educadores” e que ele será permanentemente atualizado pelo governo federal.

    A secretária-executiva do ministério Janine Mello avalia que o combate à exposição excessiva às telas enfrenta dificuldades maiores na atualidade, se comparado aos tempos de videogames e da televisão das gerações anteriores.

    “[Atualmente] o uso é basicamente individual, muito fácil, a qualquer momento, em qualquer lugar, o que dificulta a supervisão de adultos, que não têm, exatamente, a noção do que está sendo acessado e que tipo de conteúdo está à disposição daquela criança e adolescente naquele momento. A aliado a isso, temos a produção de conteúdos voltada para gerar engajamento”, contextualizou Janine Mello.

    Em entrevista ao programa Repórter Brasil, da TV Brasil, o secretário de Políticas Digitais da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), João Brant, destacou que o guia vem para ajudar as famílias a lidar com a aceleração digital ocorrida nos últimos anos, principalmente em decorrência da pandemia.

    “Precisamos trabalhar na forma de pacto, como a gente valoriza o uso positivo dos dispositivos digitais ao mesmo tempo que a gente evita os usos negativos. Para isso, é preciso ter informação na mão para que possa atuar e estabelecer limites para crianças e adolescentes”, disse.

    Recomendações

    O novo guia pode ser acessado aqui. O documento explica, entre outras coisas, como funciona o modelo de negócios das plataformas digitais, já que muitas ferramentas foram desenvolvidas para maximizar o engajamento das pessoas nas plataformas.

    Há também explicação sobre o valor econômico de informações coletadas massivamente em relação ao comportamento e aos padrões de uso dos usuários.

    Além disso, o guia traz recomendações sobre usos de dispositivos digitais:

    • não usar telas para crianças com menos de 2 anos, salvo para contato com familiares por videochamada;
    • não disponibilizar celular próprio para crianças antes dos 12 anos;
    • o uso de dispositivos digitais deve se dar aos poucos, conforme a autonomia progressiva da criança ou adolescente;
    • o acesso a redes sociais deve observar a classificação indicativa;
    • o uso de dispositivos eletrônicos, aplicativos e redes sociais durante a adolescência (12 a 17 anos) deve ter acompanhamento familiar ou de educadores;
    • o uso de dispositivos digitais por crianças ou adolescentes com deficiência, independentemente de faixa etária, deve ser estimulado para permitir a acessibilidade e superação de barreiras;
    • escolas devem avaliar criteriosamente o uso de aparelhos para fins pedagógicos na primeira Infância e evitar o uso individual pelos estudantes.

    Celulares nas escolas

    O governo avalia que o guia pode servir de base para a construção de políticas públicas nas áreas de saúde, educação, assistência social e proteção.

    A publicação chega no início do ano letivo de 2025, logo após a publicação da Lei nº 15.100/2025, que restringe o uso de celulares, por estudantes, nas escolas públicas e privadas da educação básica de todo o território nacional, durante as aulas, inclusive no período do recreio e nos intervalos entre as aulas.

    Durante o lançamento do guia em Brasília, a secretária de Educação Básica do Ministério da Educação, Kátia Schweickardt, afirmou que o MEC tem realizado encontros virtuais para a formação de gestores de escolas no sentido de orientar sobre o uso deste novo material nas reuniões pedagógicas com a comunidade escolar (famílias e os responsáveis pelos alunos) com o objetivo de esclarecer, chamar atenção e estimular o debate em casa sobre a restrição e, também, o uso positivo das telas, com fins educacionais.

    “Estamos tendo a grande oportunidade de refazer um pacto social em prol de ter uma sociedade menos doente, mais sustentável, mais feliz, com interações positivas”.

    A secretária avalia que apesar de uma pequena resistência inicial dos estudantes adolescentes, chamados de nativos digitais, a nova lei que restringe o uso de celulares no ambiente escolar tem sido benéfica para os processos de aprendizagem.

    Para ela, o guia vem somar neste processo. “A mensagem não é proibir por proibir, é restringir o uso e a gente potencializar boas interações. O guia traz muitas sugestões do que fazer fora das telas e o que fazer com as telas.”

    Tema transversal

    A elaboração do guia foi coordenada pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom/PR), com participação de outros seis ministérios: a Casa Civil, os ministérios da Educação, da Saúde, da Justiça e Segurança Pública, dos Direitos Humanos e da Cidadania, e do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome.

    Para Tiago César dos Santos, da secretaria-executiva da Secom, o novo guia defende o futuro do país diante do excesso de exposição às telas.

    “Essa é uma dor familiar que não se esconde e está exposta, sentada no sofá da sala de cada um de nós, que está dentro de todas as casas, de famílias de todas as categorias socioeconômicas, que está na zona rural e nas grandes cidades e compromete toda a nossa perspectiva de futuro”.

    Dados

    De acordo com a pesquisa TIC Kids Online Brasil 2024, sobre o uso da internet por crianças e adolescentes no Brasil, 93% da população de 9 a 17 anos é usuária de internet no país, o que representa atualmente cerca de 25 milhões de pessoas.

    O levantamento aponta que, aproximadamente, 23% dos usuários de internet de 9 a 17 anos reportaram ter acessado a internet pela primeira vez até os 6 anos de idade. Em 2015, essa proporção era de 11%.

  • Acesso à educação profissional e à superior é reforçado

    Acesso à educação profissional e à superior é reforçado

    Estudantes pertencentes a grupos historicamente excluídos e aqueles em situação de vulnerabilidade social ganham novas possibilidades de ingresso na educação profissional e na educação superior. O Ministério da Educação (MEC) apresenta, nesta segunda-feira, 10 de março, o Programa Nacional de Promoção de Igualdade de Oportunidades para Acesso de Estudantes da Rede Pública de Ensino à Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Partiu IF), que pretende preparar 78 mil estudantes do 9º ano do ensino fundamental para o ingresso na Rede Federal até 2027; e a Rede Nacional de Cursinhos Populares (CPOP), que busca apoiar 324 cursinhos populares, preparando jovens para o ingresso no ensino superior até 2027.

    O lançamento das iniciativas ocorre a partir das 11h (horário de Brasília), em Natal (RN), pelo ministro da Educação, Camilo Santana. Ele estará acompanhado por representantes da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão (Secadi) do MEC. Já no período da tarde, a partir das 15h, o ministro seguirá ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN), acompanhado por representantes da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec). Além da solenidade de recondução ao cargo do atual reitor, o professor José Arnóbio de Araújo Filho, a agenda contempla ainda o anúncio da construção do novo restaurante estudantil do Campus Natal-Central do IFRN.

    O objetivo do Partiu IF é que estudantes da rede pública, especialmente aqueles em situação de vulnerabilidade, acessem o ensino de excelência oferecido pela Rede Federal. Assim, o programa vai oferecer aulas e atividades de reforço educacional a estudantes selecionados que desejam ingressar nos cursos técnicos integrados ao ensino médio oferecidos pelos institutos federais, centros federais de educação tecnológica (Cefets) e Colégio Pedro II, instituições que integram a Rede Federal.

    Planejado para ser oferecido em dois ciclos, o primeiro segue até o fim de 2025 com um investimento de R$ 115 milhões e a preparação de 26 mil estudantes do 9º ano do ensino fundamental. Ao final do segundo ciclo, que vai até 2027, o Partiu IF deverá beneficiar o total de 78 mil estudantes, com um investimento de R$ 463 milhões. O programa será integralmente financiado pelo MEC, por meio da Secadi.

    Além do reforço escolar, será oferecido apoio psicopedagógico aos estudantes da rede pública, com um objetivo final de reduzir desigualdades educacionais. Isso porque o programa será voltado para jovens de grupos prioritários (negros, quilombolas, indígenas e pessoas com deficiência). Os estudantes ainda precisam ter renda familiar per capita de até um salário mínimo.

    De acordo com o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), há desigualdades raciais e sociais na proficiência em matemática e língua portuguesa, além de desafios na aprendizagem de ciências da natureza – um cenário que dificulta o ingresso no ensino técnico. Assim, para enfrentar esses desafios e ampliar a representatividade de estudantes negros, indígenas e quilombolas nos institutos federais, o Partiu IF se apresenta como uma oferta justa de suporte acadêmico e social.

    Para isso, o programa conta com a adesão de instituições da Rede Federal, que passarão a oferecer cursos para os estudantes selecionados. O Partiu IF terá duas frentes de formação: no ciclo básico, estarão língua portuguesa, matemática e ciências da natureza. Já na formação suplementar, oficinas de redação, acompanhamento psicopedagógico e orientação acadêmica. A carga horária total será de 320 horas, e cada campus da Rede Federal que aderiu ao projeto terá uma turma inicial de 40 estudantes. A ajuda de custo para permanência será de R$ 200 por mês, durante 8 meses.

    Com a formação, o MEC pretende, por meio da Secadi, ampliar as oportunidades educacionais de acesso e permanência na educação profissional técnica de nível médio.

    Cursinhos populares – Já a CPOP visa garantir suporte técnico e financeiro para a preparação de estudantes da rede pública que buscam ingressar no ensino superior, especialmente por meio do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

    Com um investimento inicial de R$ 24,8 milhões para o ciclo 2025-2026, a rede apoiará 108 cursinhos já no primeiro ano, beneficiando 4.320 estudantes do Brasil. Até 2027, o valor global chega a R$ 74,5 milhões, com 324 cursinhos populares apoiados. Poderão participar do programa jovens e adultos oriundos da rede pública, com uma renda per capita de até um salário mínimo. Os beneficiados, preferencialmente estudantes egressos da escola pública e de baixa renda, negros, indígenas, quilombolas e pessoas com deficiência, receberão um auxílio financeiro de R$ 200 mensais para apoio à permanência nos estudos. Eles ainda terão acesso a recursos didáticos com metodologias preparatórias para o Enem e outros vestibulares. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), pretos e pardos com diploma universitário equivalem a menos de 50% de pessoas brancas com a mesma formação.

    Os cursinhos populares serão selecionados por meio de edital. A eles, será oferecido um apoio financeiro de até R$ 230 mil por turma de até 40 alunos (valor que inclui auxílio aos estudantes); materiais didáticos gratuitos para a preparação dos estudantes; e formação e capacitação de professores e gestores. Haverá ainda um comitê gestor de monitoramento e avaliação da CPOP, com participação de representantes dos cursinhos, e um Encontro Nacional da Rede de Cursinhos.

    Prêmio – Um valor extra de R$ 200 mil será concedido aos cinco cursinhos que apresentarem os melhores desempenhos nos seguintes itens: efetividade no controle da evasão de alunos; número de estudantes aprovados em instituições de ensino superior; e número de alunos aprovados em cursos de licenciatura com notas no Enem acima de 650 pontos. Nesse sentido, a CPOP também contribui para a retomada do interesse do jovem brasileiro pelo Enem: em 2022, o exame recebeu 3.476.105 inscrições; em 2023, houve um aumento de 13% nas inscrições, passando para 3.444.171; e, em 2024, 4.325.960 fizeram o exame.

    Atuação em rede – A CPOP articula-se à outras ações do Governo Federal, fortalecendo trajetórias educacionais da população desfavorecida e estimulando a participação em outros programas do MEC, como a Lei de Cotas, o Prouni, o Sisu e o Fies.

    A CPOP tem como objetivo cumprir o estabelecido na Lei nº 10.558, de 13 de novembro de 2002, que criou o Programa Diversidade na Universidade. Assim, será uma das estratégias voltadas a melhorar a performance dos estudantes socialmente desfavorecidos, especialmente dos afrodescendentes negros e dos indígenas brasileiros, para acesso ao ensino superior.

    Educação profissional e tecnológica

    No período da tarde, a partir das 13h30, o ministro da Educação, Camilo Santana, faz uma visita ao Campus Central da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e ao Instituto Metrópole Digital (IMD). Em seguida, às 15h, participa da solenidade de recondução do professor José Arnóbio de Araújo Filho ao cargo de reitor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN). O evento será na Reitoria do instituto. Na ocasião, ainda será assinada uma ordem de serviço para a construção do novo restaurante estudantil da unidade. A obra terá um investimento de mais de R$ 1 milhão, por meio do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC). A área do salão aumentará em 320m², passando de 305m² para 625m². A quantidade de cadeiras do salão também aumentará em 294 assentos, passando da atual capacidade de 200 para 494 pessoas.

    Consolidação – O investimento integra ações de consolidação da rede federal, previstos pelo Novo PAC. Para o IFRN, são R$13,6 milhões de investimentos na ação de consolidação: em 2023 e 2024 foram repassados R$9,7 milhões; este ano, já foi repassado R$640 mil; e até 2026, estão previstos ainda R$3,2 milhões. O IFRN conta com mais de 43 mil estudantes matriculados em 22 campi, sendo 7,7 mil somente no Campus Natal-Central.

    Com um recurso total de R$ 1,4 bilhão, a consolidação visa os campi que ainda não têm infraestrutura completa. As prioridades de investimento são a construção de restaurantes estudantis, bibliotecas, blocos de salas de aula, laboratórios, quadras poliesportivas e unidades em instalações definitivas.

    Expansão – O IFRN também está recebendo novas unidades do plano de expansão dos 100 novos institutos federais, anunciados em março de 2024. Estão sendo investidos R$ 75 milhões para a construção de três novos campi, nos municípios de Touros, Umarizal e São Miguel.

    Serviço

    Lançamento do Partiu IF e da CPOP
    Data: 10 de março, segunda-feira
    Horário: 10h
    Local: Natal (RN)
    Endereço: Centro de Convenções de Natal
    Transmissão: Canal do MEC no YouTube

    Visita ao Campus Central da UFRN e ao Instituto Metrópole Digital (IMD)
    Data: Segunda-feira, 10 de março
    Horário: 13h30
    Local: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
    Endereço: Av. Senador Salgado Filho, 3000, Lagoa Nova. Natal (RN)

    Solenidade de recondução ao cargo de reitor do IFRN
    Data: 10 de março, segunda-feira
    Horário: 15h
    Local: Reitoria do IFRN, Natal (RN)
    Endereço: Rua Dr. Nilo Bezerra Ramalho, 1692, Tirol
    Transmissão: Canal do MEC no YouTube

  • Prouni: convocados da 2ª chamada devem confirmar dados até dia 17

    Prouni: convocados da 2ª chamada devem confirmar dados até dia 17

    Os mais de 86 mil pré-selecionados na segunda chamada do Programa Universidade para Todos (Prouni), referente ao primeiro semestre de 2025, deverão apresentar os documentos que comprovem as informações prestadas no momento da inscrição até 17 de março. Os documentos devem entregues à instituição de educação superior.

    O candidato pode consultar online o resultado da segunda chamada, publicada pelo Ministério da Educação (MEC), na última sexta-feira (28), no Portal Único de Acesso ao Ensino Superior do ProUni. O acesso é por meio da conta do Gov.br.

    O programa oferece bolsas integrais (100%) e parciais (50%) sobre o valor da mensalidade de cursos em instituições privadas de educação superior.

    Em 2025, a política pública completa 20 anos de existência, com mais de 3,4 milhões de estudantes beneficiados entre 2005 e 2024.

    Documentação

    A instituição de ensino superior deve definir como é feita a entrega dos documentos: de forma presencial, diretamente na unidade, ou virtual/eletrônico. Não pode ser cobrada nenhuma taxa.

    O candidato tem a responsabilidade de verificar, nas faculdades, os horários e o local de comparecimento para a verificação das informações.

    A perda do prazo ou a não comprovação dos dados implicará, automaticamente, na reprovação do candidato.

    Algumas instituições podem submeter os pré-selecionados a um processo seletivo próprio. Neste caso, o MEC determina que os critérios de aprovação não podem ser mais rigorosos do que os aplicados aos pré-selecionados nos processos seletivos regulares.

    Edição de 2025

    Nesta edição do programa, foram ofertadas 338.444 bolsas em 403 cursos de 1.031 instituições privadas por todo o país. Dessas bolsas, 203.539 são integrais e 134.905 parciais.

    O programa recebeu quase 1,5 milhão de inscrições para o Prouni 2025/1. Na primeira chamada do processo seletivo, divulgada no início de fevereiro, 197.080 estudantes haviam sido pré-selecionados.

    Cronograma Prouni 2025/1

    O candidato não contemplado nas duas chamadas do Prouni 2025 poderá participar da lista de espera do Prouni.

    A manifestação de interesse em ingressar na fila deve ser feita nos dias 26 e 27 de março pelo Portal Único de Acesso ao Ensino Superior.

    Em 1º de abril, será disponibilizado o resultado da lista de espera no mesmo site.

  • Trabalhadores aproveitam Carnaval para movimentar economia

    Trabalhadores aproveitam Carnaval para movimentar economia

    O Carnaval no Brasil vai além da folia. A festa aquece a economia e garante renda para milhares de brasileiros. Desde grandes empreendedores e redes de comércio até pequenos comerciantes, ambulantes e autônomos que veem no evento uma oportunidade para alavancar seus negócios. O período impulsiona o consumo de vestuário, adereços, alimentação e bebidas, além de fortalecer o turismo, transporte e entretenimento.

    Na movimentada região da 25 de Março, em São Paulo, epicentro do comércio popular, as lojas ficam lotadas de foliões à procura das fantasias perfeitas. O entusiasmo dos consumidores aquece as vendas, impulsionando pequenos e grandes negócios. Samuel, que é paraense, mas mora em São Paulo, é um dos clientes que garantiu seu traje.

    “Para mim, o Carnaval é a maior expressão da brasilidade, é quando a gente realmente vive. Uma vez por ano, nos liberamos de tudo – e é isso que faz a festa ser tão especial. Vou me fantasiar de Morena, da novela Salve Jorge, e vai ser divertido demais!”.

    Os números evidenciam o peso da festa na economia nacional. Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a festa deve movimentar R$ 12 bilhões em faturamento no Brasil em 2025, representando um aumento de 2,1% em relação ao ano anterior. O Ministério do Turismo estima que mais de 53 milhões de pessoas devem participar das festividades em todo o país, um crescimento de 8% em relação a 2024.

    Entre os setores mais beneficiados, ainda conforme a CNC, estão bares e restaurantes, com arrecadação estimada em R$ 5,4 bilhões, transporte de passageiros (R$ 3,31 bilhões) e hospedagem (R$ 1,28 bilhão). Juntos, esses segmentos representarão 83% do total gerado pelo turismo durante a folia.

    Oportunidades

    No coração das escolas de samba, o impacto econômico é ainda mais evidente. O comerciante Airton Alves, que administra um bar dentro da Unidos da Vila Mariana, destaca a importância do Carnaval para os empreendedores do setor.

    “Nosso bar funciona desde 2011, e durante a festa, nossa movimentação triplica. Além das vendas diretas, realizamos shows, promovemos eventos e trabalhamos em conjunto com outros bares da escola. O Carnaval é uma grande engrenagem, onde um vai assumindo o lugar do outro. Além dos bares, a escola também abriga lojas e diversos profissionais que trabalham para manter a estrutura e a organização do espaço. Basta entrar em um ensaio para perceber: tem comerciantes vendendo pipoca, camisetas e diversos produtos relacionados à escola”, explica.

    Nas ruas, a economia criativa também floresce. Mônica, vendedora ambulante de bebidas, vê no Carnaval uma oportunidade essencial para sua renda. “Trabalho com eventos e, quando chega essa época do ano, muitas vezes não temos outras oportunidades de trabalho. Então, o Carnaval é uma segurança, uma forma de garantir um trocadinho enquanto esperamos os eventos maiores chegarem”, diz.

    William, de 27 anos, encontrou uma forma inovadora de lucrar na festa. “Vendo fotos Polaroid durante os blocos. As pessoas têm medo de levar o celular por causa de roubos, então recorrem à fotografia analógica para registrar o momento. O Carnaval é um ótimo período para vender fotos, principalmente pela quantidade de turistas”, afirma.

    Além do comércio e do turismo, a sustentabilidade também ganha protagonismo durante o Carnaval. Franciele, 44 anos, faz parte da Roça Reciclando e há cinco anos aproveita a festa para gerar renda e contribuir com o meio ambiente. “Já estou há cinco anos no Macarroça, reciclando apenas nesse bloco. Esse trabalho é essencial, pois, além de contribuir para a limpeza do evento, também gera renda para nós”, explica.

    Para o secretário de Economia Criativa e Fomento Cultural, Henilton Menezes, o Carnaval vai além de uma simples festa; é um fenômeno celebrativo que simboliza a força da economia criativa brasileira. Segundo ele, a cultura se transforma em um motor econômico e social, movimentando setores diversos e impulsionando a geração de empregos e renda.

    “Cada fantasia, adereço, bloco e iniciativa sustentável é um elo dessa cadeia que movimenta milhões, gera renda, estimula a inovação e fortalece identidades. Além disso, mostra como a criatividade pode ser aliada à responsabilidade ambiental, transformando desafios em oportunidades. Não se trata apenas de celebrar, mas de reconhecer que o setor produtivo cultura é um pilar estratégico para o desenvolvimento do país, integrando tradição, turismo e inclusão produtiva”, explica o secretário.

  • INSS paga nesta quinta-feira benefícios com finais 3, 4, 8 e 9

    INSS paga nesta quinta-feira benefícios com finais 3, 4, 8 e 9

    O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) começará a pagar a antecipação da folha de fevereiro para 15,2 milhões de aposentados, pensionistas e beneficiários de auxílios pagos pelo INSS nesta quinta-feira (6), primeiro dia útil após o Carnaval. Recebem primeiro os beneficiários com cartões finais 3, 4, 8 e 9. No dia seguinte será a vez dos finais 5 e 0 terem os créditos de fevereiro na conta.

    Para conferir o final do benefício, basta olhar no cartão o número que vem antes do dígito verificador. Por exemplo, para o benefício 999.999.993-9, o número que define o dia de pagamento é o 3, que vem antes do traço.

    Atualmente, o INSS paga 40,6 milhões de benefícios. Desse total, 25,4 milhões de pessoas terão seus benefícios creditados nesses dois dias, somando as pessoas que já receberiam normalmente nos dias 6 e 7 mais as antecipações do calendário. O total investido na folha de fevereiro somou R$ 82,2 bilhões.

    Dados da folha de janeiro (que foi paga em fevereiro) apontam que 28,5 milhões de pessoas, cerca de 70% do total dos aposentados e pensionistas, ganham o salário-mínimo (R$ 1.518). Outros 12,2 milhões de beneficiários recebem acima do piso nacional, entre esse quantitativo, 10,6 mil ganham o teto da Previdência Social.

    DATA NORMAL DATA ANTECIPADA Até um salário-mínimo Até um salário-mínimo Final 8 10/3 Final 8 6/3 Final 9 11/3 Final 9 6/3 Final 0 12/3 Final 0 7/3 Acima de um salário-mínimo Acima de um salário-mínimo Final 3 e 8 10/3 Final 3 e 8 6/3 Final 4 e 9 11/3 Final 4 e 9 6/3 Final 5 e 0 12/3 Final 5 e 0 7/3

    Extrato de pagamento

    Pelo site ou aplicativo Meu INSS, ou pela Central 135, é possível conferir quanto será creditado na conta. Após fazer o login na tela inicial, clique no serviço “Extrato de Pagamento”. É possível ter acesso ao extrato e todos os detalhes sobre o pagamento do benefício.

    O INSS informa que não houve tempo hábil para rodar uma nova folha de pagamento com as datas alteradas de 10, 11 e 12 para 6 e 7 de março. No entanto, assegura que os valores estarão creditados nas contas dos beneficiários nesta quinta e na sexta.