Autor: Celso Ferreira Nery

  • Embrapa e Ufersa disponibilizam cultivar de porta-enxerto de maracujá resistente à fusariose

    Embrapa e Ufersa disponibilizam cultivar de porta-enxerto de maracujá resistente à fusariose

    A Embrapa e a Universidade Federal Rural do Semiárido (Ufersa) apresentaram na última quarta-feira (30), em Mossoró (RN), cultivar de porta-enxerto de maracujazeiro resistente à fusariose e tolerante a estresses hídrico e salino: a UFERSA BRSRM 153, validada no Rio Grande do Norte e na Bahia em condições do Semiárido e Cerrado. O evento foi realizado no auditório da Reitoria da Ufersa. Ao final do evento, foi realizada uma visita técnica na área de maracujá enxertado localizada na Fazenda Raio de Sol (Baraúna/RN).

    O pesquisador Fábio Faleiro, chefe de TT da Embrapa Cerrados, participou do evento e destacou a relevância da parceira e do estudo para a fruticultura brasileira. “Muitos produtores desistem do maracujá por causa da fusariose. Por isso, o desenvolvimento dessa cultivar de maracujá silvestre, para uso como porta-enxerto, representa um marco importante para a cultura no País”, afirmou. Segundo ele, a tecnologia já está sendo validada e adotada em vários estados da região nordeste e centro-oeste.

    Segundo o professor Eudes Cardoso, da Ufersa, responsável pela pesquisa na instituição de ensino, o novo porta-enxerto representa uma solução sustentável. “Hoje é um dia ímpar na minha vida profissional. Poder, após vários anos de pesquisa, entregar ao produtor de maracujá do Brasil uma planta resistente, tolerante, que ele pode plantar em áreas afetadas pela fusariose, é extremamente gratificante”, afirmou.

    Características da cultivar

    A cultivar foi obtida por meio do melhoramento genético convencional a partir de acessos e populações da espécie de maracujá silvestre Passiflora foetida L, conhecido popularmente como maracujá de estalo. Um ponto relevante para o processo de obtenção e lançamento da cultivar de porta-enxerto foi a busca de uma solução tecnológica para amenizar o sofrimento de produtores de maracujá com a fusariose em seus pomares na região da Caatinga e do Cerrado.

    De acordo com o pesquisador Fábio Faleiro, as principais características desta cultivar trabalhadas no melhoramento genético foram a alta produtividade e germinação de sementes, a resistência à fusariose, a compatibilidade do porta-enxerto com cultivares copa de maracujazeiro azedo e o desempenho agronômico das mudas enxertadas em relação às mudas obtidas por sementes.

    A validação da resistência à fusariose foi realizada em condições de laboratório, campos experimentais e plantações comerciais na região Nordeste e a validação está sendo realizada em outras regiões do Brasil com histórico de ocorrência da fusariose para a extensão da recomendação. Com base nos resultados positivos do desempenho agronômico, a cultivar foi registrada (RNC Nº 54598 de 18/07/2023) no Ministério da Agricultura e Pecuária.

    Origem do nome

    A denominação da cultivar de porta-enxerto UFERSA BRSRM 153 presta uma homenagem aos fatos históricos que ocorreram em Mossoró, RN. O termo RM 153 (Resistente de Mossoró) faz uma alusão aos 153 homens que resistiram à invasão do bando do cangaceiro Lampião a Mossoró, no dia 13 de junho de 1927. Neste dia, em uma batalha conhecida como “Batismo de Fogo de Mossoró”, os cangaceiros encontraram uma trincheira montada em frente à Igreja de São Vicente, localizada no Centro de Mossoró. Dessa forma, Mossoró foi a primeira cidade a resistir ao rei do cangaço.

    Esse ato heroico marca o começo de uma história que iria se espalhar por todo o Nordeste e marcar o início da queda do rei do cangaço. “Fazendo um paralelo com a fusariose do maracujá, a cultivar UFERSA BRSRM 153 marca o início de uma luta contra uma doença que é um verdadeiro pesadelo para os produtores de maracujá no Nordeste e em outras regiões do Brasil”, afirmou Faleiro.

    Como ter acesso ao material

    Os interessados em mudas enxertadas podem entrar em contato com o Viveiro CitroSol (84 99998 3120) que é parceiro da pesquisa no ajuste do sistema de produção de sementes da cultivar UFERSA BRSRM 153 e de produção de mudas enxertadas. Esse viveiro também é parceiro no processo de ampliação da validação da cultivar em outras regiões do Brasil com produção de maracujá e histórico de ocorrência da fusariose. O trabalho no momento está sendo conduzido no sentido de ampliar essas regiões de validação da cultivar e acertar a logística de produção de sementes e mudas.

    A cultivar UFERSA BRSRM 153 da espécie P. foetida desenvolvida em parceria com a UFERSA se junta às cultivares BRS Terra Nova (P. nitda) e BRS Terra Boa (P. alata) desenvolvidas em parceria com a Coopernova e a BRSRJ MD (P. phoenicea) em parceria com a Pesagro-Rio e Instituto Federal Fluminense.

  • Ferramenta da Embrapa facilita a gestão ambiental da produção agrícola

    Ferramenta da Embrapa facilita a gestão ambiental da produção agrícola

    Uma ferramenta digital desenvolvida pela Embrapa Meio Ambiente promete facilitar o trabalho de pesquisadores e técnicos interessados em medir os impactos ambientais de produtos agrícolas. Trata-se da ICVCalc-Embrapa, um sistema que organiza e processa dados para a construção de inventários ambientais, base dos estudos de Avaliação do Ciclo de Vida (ACV).

    De acordo com Marilia Folegatti, pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente e uma das idealizadoras, a ACV é um método que quantifica os potenciais impactos ambientais de produtos ou serviços, considerando todas as entradas e saídas de material e energia ao longo do seu ciclo de vida — da extração de matérias-primas até o descarte de resíduos. Essa análise é feita em quatro etapas: definição de objetivo e escopo, análise de inventário, avaliação de impactos e interpretação dos resultados.

    A ICVCalc-Embrapa atua justamente na segunda fase, a chamada Análise do Inventário do Ciclo de Vida (ICV). É nesse momento que são levantados dados como consumo de energia e materiais, e emissões para a atmosfera, para corpos hídricos e resíduos sólidos gerados ao longo do processo produtivo. A ferramenta permite registrar essas informações de forma sistemática, com planilhas específicas para cada tipo de dado, incluindo metadados, entradas de insumos e estimativas de emissões.

    “Os parâmetros de entrada se referem quase exclusivamente ao consumo de insumos e energia, explica a pesquisadora. Inicialmente desenvolvida em planilhas do Excel, a versão atual da ICVCalc-Embrapa é um sistema web. Ela contabiliza insumos agrícolas e tecnológicos, além dos produtos, coprodutos e resíduos gerados, permitindo construir inventários compatíveis com o banco de dados ecoinvent — a principal referência internacional em ACV. Os dados podem ser exportados em formato CSV para uso em softwares especializados na avaliação de ciclo de vida”, destaca Folegatti, uma vez que a ICVCalc tem embutidos bancos de dados e estrutura de cálculo, que converte os dados de entrada e um inventário de ciclo de vida do processo agrícola, por unidade de área ou de massa e esse inventário é processado em software de ACV, que gera o perfil ambiental do produto r aplica-se a culturas agrícolas temporárias, semiperenes ou perenes.

    A ICVCalc facilita a construção do inventário, a fase mais complexa de um estudo de ACV de produtos agrícolas pois traz modelos ambientais adequados para a agricultura brasileira. “Ela pode servir como ferramenta para gestão ambiental de empreendimentos agrícolas, assim concorrendo para o aumento da sustentabilidade da agricultura brasileira pois o inventário do processo agrícola traz a contabilidade das emissões de Gases de Efeito Estufa – informação crítica para o acesso a mercados de carbono”, enfatiza a pesquisadora.

    O desenvolvimento da ferramenta é resultado do trabalho da equipe temática de ACV da Embrapa Meio Ambiente, que buscou criar uma solução prática e adaptada à realidade da agricultura brasileira. A expectativa é que a ICVCalc-Embrapa contribua para ampliar o uso da ACV no campo, oferecendo informações detalhadas que podem embasar desde estudos acadêmicos até decisões de políticas públicas e estratégias empresariais mais sustentáveis.

    Para produção animal, a ferramenta adequada é a Calculadora para a Pegada de Carbono da Pecuária, em fase final de desenvolvimento pelas unidades Pecuária Sudeste, Gado de Corte e Meio Ambiente.

  • CNA reforça atenção às datas do vazio sanitário e da semeadura da soja para a safra 25/26

    CNA reforça atenção às datas do vazio sanitário e da semeadura da soja para a safra 25/26

    Para a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a definição das datas do vazio sanitário e do calendário de semeadura da soja para a safra 2025/2026 é fundamental para orientar o planejamento da safra e o cumprimento das normas fitossanitárias em todo o país.

    As medidas estão em uma portaria publicada pelo Ministério da Agricultura publicada na segunda (5), no Diário Oficial da União.

    “Essas medidas são importantes para interromper a chamada ponte verde entre as safras, que é justamente o que permite a sobrevivência do fungo causador da ferrugem asiática da soja no período de entressafra”, destaca Tiago Pereira, assessor técnico da CNA.

    O vazio sanitário é o período em que é proibida a existência de plantas vivas de soja no campo, em qualquer fase de desenvolvimento, inclusive voluntárias, com o objetivo de quebrar o ciclo da ferrugem asiática e reduzir a pressão da doença na safra seguinte.

    Já o calendário de semeadura define os prazos em que é permitido iniciar e encerrar o plantio da cultura nos estados e regiões produtoras.

    Segundo o técnico da CNA, os calendários de vazio sanitário e de semeadura são construídos de forma participativa, com envolvimento das Secretarias Estaduais de Agricultura, entidades representativas do setor agropecuário e órgãos estaduais de defesa sanitária vegetal.

    Essas instituições podem encaminhar propostas de alteração até o dia 31 de dezembro do ano anterior à safra.

    Pereira acrescenta que as sugestões devem estar tecnicamente fundamentadas, considerando aspectos como condições climáticas regionais, estratégias de manejo da ferrugem asiática e impacto sobre o cultivo de culturas em sucessão. Após a análise técnica pelos órgãos estaduais, as propostas são encaminhadas ao Ministério da Agricultura e Pecuária, que publica os calendários oficiais por meio de portaria.

    “É importante reforçar que o processo é técnico e colaborativo. A participação das Federações e instituições estaduais é fundamental para garantir que os calendários reflitam a realidade produtiva de cada região, sem comprometer a sanidade das lavouras”, reforça Pereira.

    As datas completas, com todas as subdivisões regionais e especificidades por estado, podem ser consultadas na íntegra na Portaria SDA/MAPA nº 1.271/2025, disponível em in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-sda/mapa-n-1.271-de-30-de-abril-de-2025-627009485

  • Trigo registra maiores preços do ano com oferta restrita, mas liquidez segue baixa

    Trigo registra maiores preços do ano com oferta restrita, mas liquidez segue baixa

    O mercado interno de trigo apresentou alta nos preços durante o mês de abril, impulsionado principalmente pela oferta restrita típica do período de entressafra. Conforme levantamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), as médias mensais registradas nos estados acompanhados foram as mais altas de 2025 até o momento, mesmo com a baixa liquidez das negociações.

    No Rio Grande do Sul, o valor médio foi de R$ 1.469,93 por tonelada, o maior desde setembro de 2024, considerando os dados deflacionados pelo IGP-DI. Em Santa Catarina, a média chegou a R$ 1.478,46/t, a mais elevada desde novembro passado. Já no Paraná, o preço médio foi de R$ 1.564,46/t, o mais alto desde outubro. Em São Paulo, o trigo foi negociado a R$ 1.669,45/t, maior patamar desde setembro de 2024.

    Apesar das cotações firmes, o Cepea destaca que o mês foi marcado por poucas negociações. Isso se deve ao foco dos produtores nas atividades de campo, aproveitando a janela ideal para semeadura, e à postura cautelosa dos compradores, que se mantiveram relativamente afastados do mercado, alegando estoques ainda confortáveis.

    A expectativa para os próximos meses depende do avanço da safra e do comportamento da demanda, tanto no mercado interno quanto externo.

  • Colheita intensa derruba preços da cenoura em São Gotardo e desanima produtores

    Colheita intensa derruba preços da cenoura em São Gotardo e desanima produtores

    A safra de verão 2024/25 de cenoura em São Gotardo (MG) tem sido marcada por forte desvalorização da raiz, refletindo diretamente no ânimo dos produtores da principal região produtora do país. De acordo com levantamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), a intensificação da colheita ao longo do mês de abril pressionou os preços, levando-os a níveis considerados insustentáveis por muitos agricultores.

    A caixa da cenoura “suja” de 29 kg foi comercializada, em média, a R$ 15,25 no último mês, valor drasticamente inferior aos R$ 108,00/cx registrados em abril de 2023. A comparação, no entanto, envolve um ciclo anterior bastante atípico, em que a oferta estava extremamente limitada e a qualidade das raízes comprometida pelas chuvas excessivas desde a semeadura.

    Neste ano, o cenário é oposto: a colheita foi favorecida pelas condições climáticas, resultando em grande volume de produção e boa qualidade, mas sem sustentação nos preços. O excesso de oferta frente à demanda atual impediu a valorização do produto, gerando preocupação entre os produtores, que agora temem os impactos da queda de rentabilidade sobre o início da safra de inverno.

    A apreensão é grande no campo, com produtores incertos sobre os próximos passos e receosos de novos prejuízos caso o mercado não apresente reação nas próximas semanas.

  • Alta nos preços do açúcar cristal branco marca início da safra 2025/26 no estado de São Paulo

    Alta nos preços do açúcar cristal branco marca início da safra 2025/26 no estado de São Paulo

    Apesar do início oficial da safra 2025/26 nas usinas paulistas em abril, os preços do açúcar cristal branco mantiveram-se em alta no mercado spot do estado de São Paulo. De acordo com pesquisadores do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), a oferta reduzida de açúcar de melhor qualidade, como o Icumsa até 180, foi insuficiente para gerar pressão de baixa nas cotações.

    A média do Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar cristal, cor Icumsa de 130 a 180, no mercado spot paulista, fechou abril em R$ 142,35 por saca de 50 kg, o que representa uma alta de 1,91% em relação ao mês de março, quando o valor médio foi de R$ 139,69 por saca.

    Segundo a Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia), o Centro-Sul do Brasil processou 16,59 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na primeira quinzena de abril, um crescimento de 3% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Apesar do avanço no volume moído, o mercado ainda não sentiu reflexos significativos no aumento da disponibilidade do açúcar cristal de melhor qualidade.

    O cenário indica que a demanda aquecida, combinada à oferta ainda restrita, sustentou os preços em patamares elevados no início desta nova temporada.

  • TJ acolhe pedido da OAB-MT e suspende Portaria que dita regras de vestimentas para ingresso aos fóruns

    TJ acolhe pedido da OAB-MT e suspende Portaria que dita regras de vestimentas para ingresso aos fóruns

    Acolhendo pedido da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT), o Tribunal de Justiça (TJ-MT) suspendeu a Portaria nº 05/2025, de 24 de abril, que visava estabelecer normas de vestimentas para servidores, estagiários, visitantes e público em geral, como requisito de ingresso aos fóruns de todas as comarcas do Estado. A decisão do presidente do TJ-MT, José Zuquim Nogueira, foi dada nesta terça-feira (6).

    Gisela Cardoso, presidente da OAB-MT, recebeu com satisfação a decisão e destacou a “sensibilidade do Presidente do TJ, que, ao ouvir os argumentos lançados pela Ordem, suspendeu a portaria”.

    A OAB-MT defendeu que é inconstitucional estabelecer regras restritivas quanto às vestimentas consideradas “inadequadas”, pois isso viola princípios fundamentais consagrados tais como a dignidade da pessoa humana e o direito de acesso à Justiça.

    Na referida petição, a OAB-MT destaca que, de acordo com o Estatuto da Advocacia, somente o Conselho Seccional tem competência para definir critérios das vestimentas do advogado e da advogada, no exercício da profissão.

    Além disso, ainda que a advocacia não esteja expressamente mencionada entre os destinatários da referida Resolução, neste caso a OAB-MT agiu como voz da sociedade, cobrando do Judiciário o zelo pela inclusividade  e razoabilidade no tratamento ao público em geral.

  • Invicto e com defesa intacta, Luverdense convoca a torcida para duelo contra o Ceilândia

    Invicto e com defesa intacta, Luverdense convoca a torcida para duelo contra o Ceilândia

    Invicto na Série D do Campeonato Brasileiro, com três vitórias em três jogos e sem sofrer nenhum gol até aqui, o Luverdense Esporte Clube vive um excelente início de competição e quer contar com o apoio em massa da torcida no confronto direto contra o Ceilândia, no próximo sábado (11), no Estádio Passo das Emas. A partida vale a liderança do grupo e promete ser um dos grandes duelos da primeira fase, já que ambas as equipes têm 100% de aproveitamento.

    Os ingressos promocionais estão à venda por R$ 20 até sexta-feira (10). No dia da partida, os valores serão de R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia). A diretoria do clube reforça o convite à população de Lucas do Rio Verde e região para lotar as arquibancadas e empurrar o Verdão do Norte em busca de mais uma vitória.

    Um dos destaques do time, o volante Danilo Borges comemorou a vitória por 1 a 0 sobre o Mixto, no último sábado (04), resultado que colocou fim a uma invencibilidade de 14 jogos do adversário na temporada. “Acho que é uma vitória que valoriza muito o trabalho do grupo. O Mixto é uma grande equipe, vinha de uma longa sequência invicta, e conseguimos quebrar isso. Isso engrandece ainda mais o nosso trabalho”, avaliou o jogador, que chegou ao clube após o Campeonato Mato-grossense, onde foi campeão pelo Primavera.

    Danilo foi peça importante na partida, cumprindo uma função tática essencial. “A gente veio com a estratégia de anular o camisa 10 deles, que é o principal jogador. Fiquei encarregado da marcação individual e, graças a Deus, deu certo. No segundo tempo, com um cartão amarelo, saí mais pro jogo e conseguimos aproveitar o espaço. O Coruja foi feliz na finalização e matou o jogo”, explicou.

    Sobre o duelo contra o Ceilândia, o volante reforçou o convite à torcida. “Me sinto privilegiado em vestir essa camisa. É um clube conhecido e respeitado no cenário nacional. Por isso, convido todos os torcedores de Lucas e região para estarem com a gente no sábado. Vai ser um jogo muito difícil, que vale a liderança do grupo. Vamos fazer uma festa bonita no Passo das Emas”, disse.

    O jogador também comentou a evolução física da equipe, que teve dificuldades na estreia, mas apresentou melhora nos jogos seguintes. “Acho que era falta de ritmo, de entrosamento mesmo. A logística da estreia em Goiânia foi complicada, muitos estavam se recuperando. Mas jogo a jogo a gente vai melhorando fisicamente e tecnicamente. Ainda temos muito a crescer”, finalizou.

    O jogo entre Luverdense e Ceilândia é válido pela 4ª rodada da Série D e será importante para o futuro das duas equipes na briga pela ponta da tabela. A expectativa é de casa cheia e clima de decisão.

  • Justiça rejeita pedido de prisão domiciliar a réu por homicídio qualificado

    Justiça rejeita pedido de prisão domiciliar a réu por homicídio qualificado

    A Segunda Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) negou, por unanimidade, o pedido de habeas corpus que visava à concessão de prisão domiciliar a um acusado de homicídio qualificado. A decisão foi proferida em sessão realizada no dia 18 de março de 2025, sob a relatoria do desembargador Paulo Sergio Carreira de Souza.

    O pedido foi apresentado sob a alegação de que o acusado, preso preventivamente, seria portador de insuficiência renal crônica em estágio terminal, esquizofrenia paranoide e transtorno de ansiedade generalizado. A defesa sustentou que a unidade prisional não dispunha de estrutura adequada para garantir o tratamento necessário.

    Contudo, o Tribunal entendeu que não ficou comprovada a necessidade da prisão domiciliar. “Constatou-se que a unidade prisional dispõe de estrutura para oferecer o tratamento adequado ao paciente, incluindo escoltas regulares para hemodiálise e protocolo de atendimento emergencial”, destacou o relator no voto.

    Ainda segundo a decisão, os documentos oficiais informaram que o homem recebe acompanhamento médico contínuo e que há atendimento para as demandas emergenciais de saúde.

    O TJMT reforçou que a concessão da prisão domiciliar, conforme o artigo 318, II, do Código de Processo Penal, exige prova inequívoca da impossibilidade de atendimento médico da unidade prisional, o que não foi demonstrado no caso.

    “Em síntese, com a saúde do paciente estabilizada, a unidade prisional conta com estrutura técnica e equipe para o acompanhamento clínico necessário, não havendo margem para alegar qualquer ilegalidade na medida adotada”, concluiu o desembargador relator.

    Na fundamentação, o colegiado também lembrou que o réu responde a outras ações penais por crimes graves, o que justifica a manutenção da prisão preventiva como forma de garantia da ordem pública. “A autonomia da decisão sobre a prisão preventiva não é afastada por medida concedida no âmbito da execução penal”, consignou o Tribunal, citando precedentes do STJ e da própria corte estadual. Com isso, a ordem foi denegada e a prisão preventiva mantida.

  • Produção de café apresenta recuperação de 2,7% em 2025, estimada em 55,7 milhões de sacas

    Produção de café apresenta recuperação de 2,7% em 2025, estimada em 55,7 milhões de sacas

    Mesmo em ano de bienalidade negativa, a produção de café deve apresentar um crescimento de 2,7% na safra 2025 frente ao volume colhido na temporada passada, sendo estimada em 55,7 milhões de sacas. Caso o volume estimado se confirme ao final do ciclo, este será o maior já registrado para um ano de baixa bienalidade, superando em 1,1% a colheita registrada em 2023. Já a área total destinada à cafeicultura deverá registrar um aumento de 0,8%, chegando a 2,25 milhões de hectares. A área em produção deve registrar uma queda de 1,4%, estimada em 1,86 milhão de hectares, enquanto a área em formação tende a apresentar um incremento de 12,3%, movimento esperado para anos de bienalidade negativa. Os dados estão no 2º Levantamento da Safra de Café 2025, divulgado nesta terça-feira (6) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

    O bom resultado estimado na safra total de café é influenciado, principalmente, pela recuperação de 28,3% nas produtividades médias das lavouras de conilon. Com isso, a expectativa de produção para esta espécie está estimada em 18,7 milhões de sacas, um novo recorde para a série histórica da Conab. Este resultado se deve, sobretudo, à regularidade climática durante as fases mais críticas das lavouras, que beneficiaram floradas positivas, e a boa quantidade de frutos por rosetas.

    Apenas no Espírito Santo, maior produtor de conilon do país, é esperada uma produção de 13,1 milhões de sacas, crescimento justificado pelas boas precipitações verificadas no norte do estado, região que corresponde a 69% da área da espécie no país. Na Bahia, a Conab também espera uma recuperação na colheita de conilon de 28,2%, estimada em 2,5 milhões de sacas. Neste cenário, o estado baiano recupera a posição de 2º maior produtor da espécie, ultrapassando Rondônia onde a expectativa é de uma colheita de 2,28 milhões de sacas.

    Já para o café arábica, espécie mais afetada pela bienalidade, a Conab prevê uma redução de 6,6% na colheita, com previsão de uma safra em torno de 37 milhões de sacas. Em Minas Gerais, estado com maior área destinada para a produção de arábica, é esperada uma colheita de 25,65 milhões de sacas. De acordo com o levantamento, além do reflexo já esperado pelo ciclo de bienalidade da planta, entre abril e setembro do ano passado foi registrado um longo período seco e as lavouras enfrentaram instabilidade, apresentando menor vigor vegetativo, influenciando na queda de potencial produtivo dos cafezais.

    Em São Paulo, a produtividade média também foi impactada pelos efeitos fisiológicos de baixa bienalidade, acompanhados pelas condições climáticas adversas registradas nas regiões produtoras. Com isso é esperada uma queda de 3,8% no desempenho das lavouras. Por outro lado, a área destinada para a produção cresceu em 5,3%, chegando a 196 mil hectares, o que compensa a perda esperada nas produtividades resultando em um aumento na produção de 1,3%, estimada em 5,5 milhões de sacas.

    Mercado

    Após o recorde de exportação de café em 2024, quando o Brasil exportou 50,5 milhões de sacas de 60 quilos, os embarques para o exterior apresentaram uma ligeira redução no primeiro trimestre de 2025. No acumulado de janeiro a março de 2025, o Brasil exportou 11,7 milhões de sacas de 60 quilos, o que representa uma baixa de 1% na comparação com igual período do ano anterior, segundo dados consolidados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Essa redução na exportação em volume já era esperada devido à restrição dos estoques internos nos meses iniciais de 2025, influenciados pela limitação da produção nos últimos anos e exportação elevada no ano anterior.

    Mesmo com a queda no volume comercializado, o valor com as vendas internacionais apresentou aumento no primeiro trimestre de 2025, movimento favorecido pelo cenário de alta dos preços do café neste início de ano. No acumulado de janeiro a março de 2025, o Brasil exportou US$ 4,1 bilhões, o que representa um aumento de 68,9% na comparação com igual período de 2024.

    As cotações do produto no mercado internacional devem continuar pressionadas ao longo do ano, mesmo com a expectativa de aumento na produção mundial pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), visto que os estoques do grão seguem em níveis baixos possibilitando preços em patamares mais elevados.

    Os números detalhados da produção brasileira de café e as análises de mercado do grão podem ser conferidos no Boletim completo do 2º Levantamento de Café – Safra 2025, publicado no site da Companhia.