Autor: Celso Ferreira Nery

  • Oferta restrita e demanda moderada pressionam mercado do boi gordo

    Oferta restrita e demanda moderada pressionam mercado do boi gordo

    O mercado do boi gordo tem registrado oferta limitada de animais para abate, enquanto o interesse dos compradores segue em ritmo moderado, segundo levantamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada). Nos primeiros dias desta semana, especialmente na segunda e terça-feira, a liquidez esteve baixa, com frigoríficos atuando de forma mais retraída e pressionando os preços.

    Na terça-feira, houve aumento pontual na oferta em algumas regiões, mas mesmo assim muitos frigoríficos permaneceram fora das negociações ou ofertaram valores menores, especialmente devido às escalas de abate alongadas, que já garantem parte da programação nos próximos dias.

    No atacado, os preços da carne com osso também apresentaram queda recente. Ainda assim, no acumulado de abril, as cotações encerraram o mês em alta, conforme destacaram colaboradores consultados pelo Cepea. O movimento reflete um mercado ainda volátil, influenciado por fatores como oferta restrita, comportamento cauteloso dos compradores e dinâmica das escalas de abate.

  • Preços da carne de frango sobem em São Paulo e recuam no Sul, aponta Cepea

    Preços da carne de frango sobem em São Paulo e recuam no Sul, aponta Cepea

    Os preços da carne de frango apresentaram comportamentos distintos entre as regiões do Brasil ao longo de abril, segundo levantamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada). No estado de São Paulo, as cotações subiram, impulsionadas pelo aquecimento das vendas e pela menor oferta no mercado interno, reflexo da redução nos dias de abate causada pelos feriados do mês.

    Já no Sul do País, principal região produtora de carne de frango, o cenário foi de recuo nos preços. De acordo com o Cepea, a queda se deve à menor liquidez observada no mercado local, com ritmo mais lento de comercializações e menor demanda.

    Pesquisadores explicam que a diferença entre as regiões reflete a dinâmica específica de cada praça, influenciada por fatores como logística, consumo regional e escalas de abate. O movimento evidencia, mais uma vez, a sensibilidade do setor avícola às variações na oferta e demanda em curtos períodos, especialmente em datas que afetam o funcionamento da indústria.

  • Palestra sobre o Programa Família Acolhedora mobiliza comunidade em Lucas

    Palestra sobre o Programa Família Acolhedora mobiliza comunidade em Lucas

    Com o objetivo de sensibilizar a população e ampliar o número de famílias participantes, a Secretaria de Assistência Social e Habitação de Lucas do Rio Verde promoveu, na tarde de quarta-feira (30), uma palestra sobre o Programa Família Acolhedora – Aconchego.

    O evento foi realizado no auditório da Prefeitura e reuniu dezenas de pessoas interessadas em conhecer mais sobre a iniciativa que oferece acolhimento temporário a crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade.

    A palestra contou com a participação da assistente social Bruna Camila Alves e da psicóloga Paula Sanches Denk, que abordaram aspectos técnicos e emocionais do programa, além de esclarecerem dúvidas do público presente. Durante o encontro, as profissionais destacaram a importância do acolhimento familiar como uma alternativa mais humanizada em relação ao abrigo institucional.

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    (Foto: Ascom Prefeitura/Maíra Matos)

    O Programa Família Acolhedora é voltado para crianças e adolescentes afastados temporariamente de suas famílias de origem por decisão judicial, em casos de negligência, abandono, violência ou outras situações de risco. As famílias acolhedoras passam por processo de capacitação e recebem acompanhamento técnico constante, garantindo uma rede de apoio estruturada para exercer esse papel com responsabilidade e afeto.

    Além do suporte técnico, as famílias recebem uma Bolsa-auxílio mensal, equivalente a um salário-mínimo por criança ou adolescente acolhido, destinada à cobertura de despesas como alimentação, vestuário, higiene, saúde, lazer e educação.

    A secretária de Assistência Social e Habitação, Janice Ribeiro ressaltou a relevância do encontro.

    “A palestra foi uma oportunidade de diálogo e conscientização. Ficamos muito felizes com o interesse das pessoas e esperamos que mais famílias se sintam tocadas e motivadas a integrar essa rede de solidariedade e amor”, pontuou.

    “Lucas do Rio Verde já é referência em acolhimento institucional, mas pensando no bem-estar da criança, criamos o programa Família Acolhedora – uma forma mais afetiva e humanizada de cuidar. Famílias interessadas podem se cadastrar pelo site da Prefeitura ou procurar a Secretaria de Assistência Social. Os critérios são simples, o principal é ter amor e vontade de acolher”, frisou a coordenadora da Alta Complexidade da Secretaria de Assistência Social e Habitação, Eliane Dias.

    Para quem deseja mais informações ou quer se cadastrar no programa, o atendimento segue disponível na Secretaria de Assistência Social e Habitação, localizada na sede da Prefeitura ou acessar o link para cadastrar no programa –
    forms.lucasdorioverde.mt.gov.br/portal/evento?id=8CT1QP2DM9YBXGSL54FR

  • 3ª Mostra Municipal de Foguetes será no dia 7 de maio

    3ª Mostra Municipal de Foguetes será no dia 7 de maio

    No dia 7 de maio de 2025, o Estádio Municipal Passo das Emas será palco da tão aguardada 3ª Mostra Municipal de Foguetes de Lucas do Rio Verde. Uma explosão de criatividade, ciência e diversão. Após um empolgante processo iniciado nas salas de aula, os alunos estão prontos para lançar seus foguetes artesanais em uma competição cheia de emoção e aprendizado.

    Serão apresentados os mais diversos modelos, construídos com criatividade, trabalho em equipe e muita dedicação.

    Ao todo, 14 escolas participam da mostra, sendo 12 da rede municipal e duas da rede particular. Mais de 2.100 estudantes, divididos em mais de 700 equipes, com o apoio de mais de 100  professores, se uniram na construção de foguetes e bases de lançamento dentro das próprias escolas.

    O objetivo da iniciativa é tornar o aprendizado mais divertido e colaborativo, aproximando alunos, professores, coordenadores, pais e a comunidade em geral.

    A entrada é gratuita.

  • Câmara aprova redução em imposto de serviços de construção em Lucas do Rio Verde

    Câmara aprova redução em imposto de serviços de construção em Lucas do Rio Verde

    A Câmara de Vereadores aprovou na última segunda-feira (28) o Projeto de Lei Complementar nº 03/2025, que modifica as regras de cobrança do Imposto Sobre Serviços (ISS) para atividades relacionadas à construção civil em Lucas do Rio Verde. A proposta, enviada pelo Poder Executivo, altera o Código Tributário do município e estabelece novas condições para cálculo do tributo quando há fornecimento de materiais incorporados à obra.

    A nova legislação permite que prestadores de serviços em segmentos descritos na lista anexa à lei municipal possam deduzir da base de cálculo do ISS o valor dos materiais fornecidos e incorporados definitivamente à obra. Para ter direito à dedução, o contribuinte deverá apresentar documentação comprobatória, conforme regulamentação a ser estabelecida pelo Executivo. Caso opte por não comprovar, será permitida uma dedução presumida de até 40% sobre o valor total do serviço.

    O presidente da Câmara, Airton Callai (Republicanos), explicou que a mudança corrige uma distorção criada por alteração recente na legislação. Antes de 2024, os prestadores pagavam ISS sobre 70% do valor (mão de obra), com 30% referente a materiais sendo isentos. A mudança passou a exigir tributação sobre 100% do valor, o que, segundo Callai, configurava bitributação, já que alguns materiais já haviam sido taxados pelo ICMS. Ele citou decisão do STF que reconhece que materiais transformados durante a execução do serviço não devem ser tributados pelo ISS.

    “Vou citar um exemplo: alguém contratou um serviço para fazer a terça da casa para colocar o telhado. Essa terça entrava nos 30%, que é o ferro, a solda, o parafuso. Não era tributado. Pagava só os 70% da mão de obra. Ocorre que, na alteração feita em 2024, ficou definido cobrar 100%. Ou seja, o empreendedor e o prestador de serviço estavam pagando os 3% em cima de 100%, o que é errado. O acórdão do STF coloca que não se cobra ISSQN dos produtos que são usados para construção e sofrem alteração”, explicou.

    O projeto foi incluído na ordem do dia e aprovado por unanimidade em duas votações, na última segunda-feira. Com a aprovação, segue para sanção do prefeito Miguel Vaz e as novas regras entrarão em vigor, beneficiando empresas e profissionais da construção civil em Lucas do Rio Verde.

  • UBSs Jardim Amazônia e Bandeirantes ampliam o horário de atendimento até às 18h

    UBSs Jardim Amazônia e Bandeirantes ampliam o horário de atendimento até às 18h

    A partir da próxima segunda-feira (05), a Unidade Básica de Saúde (UBS) Bandeirantes, em Lucas do Rio Verde, atenderá em novo horário, das 7h às 18h, sem intervalo para o horário de almoço. O mesmo ocorrerá com a UBS Jardim Amazônia, a partir do dia 12 de maio.

    A supervisora da Atenção Primária a Saúde Gabrielle Vidal explica que a ampliação no horário de atendimento é necessária, tendo em vista o aumento da demanda nas duas unidades básicas.

    “A intenção é melhorar o atendimento a população. São três horas a mais por dia com consultas médicas, consultas de enfermagem e sala de vacinas. Somente o atendimento odontológico permanece no mesmo horário, das 7h às 11h e das 13h às 17h”.

    Outra mudança importante, é que a partir do dia 12 de maio, o Programa de Residência Médica em Medicina de Família e Comunidade será transferido da UBS Jardim Amazônia para a UBS Parque das Américas.

    Segundo a supervisora, o programa possui algumas especificações no número de atendimentos e horários e por conta da ampliação no horário de funcionamento da unidade, não será possível manter na mesma UBS.

    “São pequenas mudanças na organização da unidade, mas pra população tudo segue da mesma forma, com três médicos atendendo, equipe de enfermagem e agentes comunitários de saúde”.

  • Famato participa da 3ª reunião do Comitê Estadual de Gestão do Fogo em Mato Grosso

    Famato participa da 3ª reunião do Comitê Estadual de Gestão do Fogo em Mato Grosso

    A Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) participou, no dia 29 de abril (terça-feira), da 3ª reunião ordinária de 2025 do Comitê Estadual de Gestão do Fogo (CEGF-MT). O encontro foi realizado no Plenário Cleverson Cabral, na sede dos Conselhos da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema-MT), em Cuiabá. A Famato integra o comitê e esteve representada pelo analista de Assuntos Fundiários e Indígenas, Dione Castro.

    A reunião contou com a presença de representantes de diversas instituições com atuação direta na prevenção e no combate aos incêndios florestais no estado. Entre os participantes estavam a promotora de Justiça Luiza Ávila Paterlini, do Ministério Público Estadual (MPE), e o comandante do Batalhão de Emergências Ambientais (BEA), tenente-coronel BM Rafael Ribeiro Marcondes.

    “O comitê tem um papel relevante no combate aos incêndios florestais no estado. Estar presente nessas discussões permite que a Famato leve a visão de quem está no campo e, ao mesmo tempo, contribua para orientar os produtores sobre prevenção, legislação ambiental e boas práticas. Nosso objetivo é levar informação correta e ajudar a evitar situações que prejudiquem o produtor e o meio ambiente”, pontuou Dione Castro.

    Durante o encontro, foi realizada a apresentação do Núcleo de Pesquisa e Estudos sobre Desastres (NPED), vinculado à Faculdade de Engenharia da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), reforçando a importância da atuação científica no monitoramento e enfrentamento de desastres ambientais.

    A pauta da reunião incluiu ainda a aprovação da ata da segunda reunião ordinária do ano, a apresentação dos resultados iniciais das Câmaras Técnicas Permanentes – criadas pela Resolução nº 002/2025/CEGF –, além de discussões e deliberações sobre os trabalhos em andamento. Também houve uma capacitação sobre o uso da Plataforma Painel do Fogo, desenvolvida pelo CENSIPAM (Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia).

    O comitê estrutura sua atuação com base em quatro pilares no enfrentamento aos incêndios florestais: prevenção, preparação, resposta e responsabilização. A articulação entre os diferentes órgãos busca conferir maior agilidade e eficiência na redução de danos ambientais, materiais e humanos, além de mitigar prejuízos econômicos e sociais.

  • Novo sorgo granífero supera 6 toneladas por hectare e chega ao mercado com alta produtividade

    Novo sorgo granífero supera 6 toneladas por hectare e chega ao mercado com alta produtividade

    A Embrapa Milho e Sorgo (MG) e a empresa Latina Seeds lançam no mercado o híbrido de sorgo granífero BRS 3002, sob o nome comercial de LAS3004G. Essa nova cultivar se destaca por sua precocidade e estabilidade de produção em plantios na segunda safra, o que proporciona mais segurança ao produtor. Além disso, apresenta potencial de produtividade maior do que seis toneladas por hectare, superior à média nacional de produção por hectare.

    O novo sorgo é indicado para as regiões já consolidadas no cultivo dessa cultura, como Centro Oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul), Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí) e Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo).

    Lançamento

    O sorgo BRS 3002, nome comercial LAS3004G, será lançado no dia 5 de maio de 2025, às 13h30, durante a 16ª Semana de Integração Tecnológica (SIT). O evento faz parte da Jornada pelo Clima, iniciativa da Embrapa que visa promover a ciência e as práticas sustentáveis no ano em que o Brasil sedia a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), em novembro, em Belém (PA).

    Com o tema “Oportunidades e desafios para a expansão da agropecuária sustentável”, a SIT acontece de 5 a 9 de maio em Sete Lagoas, Minas Gerais, e reúne entidades com o intuito de impulsionar o desenvolvimento rural sustentável.

    “Além do nível de rendimento, que garante a sua competitividade no mercado, o BRS 3002 (LAS3004G), apresenta boa sanidade em relação às doenças antracnose, helmiltosporiose e cercosporiose”, pontua o pesquisador Cícero Menezes. O uso de cultivares mais resistentes é o meio mais eficiente de controle de doenças, uma vez que alia vantagens, por ser econômico e seletivo e não deixar resíduos nocivos ao ambiente e ao produto. Dessa forma contribui para a sustentabilidade da produção.

    Menezes ressalta ainda a altura média da planta, que é de 130 centímetros, e a coloração vermelha dos grãos.

    Produção comercial

    A Embrapa e a Latina Seeds já são parceiras em várias frentes de atuação voltadas ao desenvolvimento de novos produtos para o mercado agrícola. O lançamento da nova cultivar de sorgo é mais um resultado nesse sentido. De acordo com o sócio-proprietário da Latina Seeds, Willian Sawa, “o híbrido de sorgo granífero visa atender a um mercado que busca estabilidade e segurança em sua produção. O sorgo por si só já é valente frente às adversidades de clima e pragas, mas esse híbrido, em especial, tem características que o produtor procura no que se refere à precocidade e à estabilidade produtiva”, enfatiza.

    Sawa afirma que, tradicionalmente, os sorgos graníferos vêm sendo utilizados pela indústria de ração, mas com essa nova cultivar, uma nova frente se abre com a utilização do grão de sorgo para a produção de etanol e DDG (Dried Distillers Grains) e WDG (Wet Distillers Grains), que são coprodutos da produção desse biocombustível, obtidos a partir da fermentação de grãos. “Esse novo nicho ganha força em regiões onde o milho tem uma janela limitada de plantio, como nos estados de Mato Grosso do Sul, Maranhão, Piauí, Tocantins, Bahia, Alagoas e Sergipe. Considerando a precocidade e a estabilidade da BRS 3002 (LAS3004G), a expectativa é que tenha boa aceitabilidade”, complementa.

    Sawa informa ainda que foram estabelecidas áreas pré-comerciais desse híbrido do Rio Grande do Sul ao Maranhão e de Rondônia ao Alagoas, e os resultados comprovam sua ampla adaptabilidade e estabilidade.

    “A BRS3002 (LAS3004G) será comercializada em embalagens de 500 mil sementes. A recomendação por hectare é de 200 a 220 mil sementes, dependendo da região, época e investimento, ou seja, com uma saca será possível plantar de 2,27 a 2,5 hectares”, explica Sawa.  As sementes chegarão ao setor produtivo após receberem um Tratamento de Sementes Industrial (TSI), um processo que as protege antes do plantio, incluindo o antídoto para aplicação do herbicida S-Metalacloro. “Isso significa que estaremos oferecendo ao mercado materiais com genética de alto potencial, associada às melhores tecnologias disponíveis no mercado”, diz.

    O produtor e parceiro da Latina Seeds Darlan Niedermeyer, sediado em Palotina no Paraná, e que além de produtor nos estados do Paraná e Mato Grosso do Sul, também atua como consultor na região, relata suas experiências com o BRS3002 (LAS3004G) nessas últimas safras.

    “O que eu mais gostei na cultivar é a precocidade e a estabilidade. É um material de ciclo precoce para a nossa região, com 120 dias para o ponto de colheita. Conseguimos colher uma área plantada, com esse tempo. Vimos que ele não apresentou manchas e aguentou bem a seca no Oeste do Paraná e no Sul do Mato Grosso do Sul.  O híbrido se comportou bem nas primeiras áreas vizinhas, possibilitando uma colheita de 100 sacas por hectare. Isso mostra que tem potencial e adaptabilidade para as áreas diversas. Quanto à sanidade, aparentemente, parece bem robusta”, relata Niedermeyer.

    O consultor Paulo Ferreira, de Naviraí (MS), ficou admirado com a recuperação desse sorgo após passar por um período de estresse abiótico.  “É um material que mesmo em situações extremas entrega seu potencial produtivo e adapta-se muito ao clima e ao tipo de solo que temos. Passamos por um calor intenso e o material está bonito e verde. Mesmo com a estiagem entregou acima de 50 sacos por hectare”, diz Ferreira.

    Sorgo no Brasil e no mundo

    O sorgo é o quinto cereal mais plantado no mundo, após o milho, o trigo, o arroz e a cevada. Nos últimos anos, a cultura vem se expandindo no Brasil, colocando o País entre os cinco maiores produtores do grão do mundo. “Essa expansão nas últimas safras, principalmente na safrinha, se deve principalmente a dois fatores: a demanda de mercado de bioetanol e ração, e as instabilidades climáticas da segunda safra. O sorgo é mais tolerante à seca, e possui maior janela de plantio no cultivo da segunda safra”, considera o engenheiro agrônomo da Embrapa Frederico Botelho.

    Nas últimas safras, a área nacional de sorgo aumentou consideravelmente, saindo de 864,6 mil hectares na safra 2020/21 para 1,46 milhão de hectares na safra 2023/24, com crescimento em áreas já consolidadas como Goiás e Minas Gerais, e com incremento em novas regiões pouco tradicionais para a cultura como Matopiba, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal, e Paraná.

    O sorgo apresenta diversos usos, sendo mais utilizado no Brasil para a alimentação animal, podendo substituir o milho em 100% nas rações de aves, suínos e bovinos, mas também tem expandido seu uso na alimentação humana, na geração de bioenergia e biocombustível.

    Lançamento e Jornada pelo Clima: rumo à COP30

    O novo híbrido de sorgo granífero é uma tecnologia que impulsiona a produção de grãos, com qualidade, em regiões com restrições hídricas, o que é uma característica importante da cultura do sorgo. Além disso, sua resistência às principais doenças contribui para o seu potencial produtivo.

    Por isso, o lançamento da cultivar acontece durante a 16ª Semana de Integração Tecnológica (SIT), evento que integra o calendário oficial da Embrapa de ações na Jornada pelo Clima da 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP 30).

    A Semana de Integração Tecnológica é uma realização da Embrapa Milho e Sorgo, em parceria com o Sistema Faemg (Faemg, Senar, Inaes e Sindicatos), Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) e da Universidade Federal de São João del Rei (UFSJ). O evento tem apoio de unidades da Embrapa de outras regiões do Brasil, empresas privadas, cooperativas e fundações.

    A SIT é uma grande oportunidade para atualização de conhecimentos, troca de experiências, estabelecimento de negociações e parcerias.

    A chefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa Milho e Sorgo, Sara Rios, destaca que o híbrido de sorgo BRS 3002 traz uma grande vantagem competitiva como genética brasileira de ampla adaptação (Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste), além da precocidade da cultivar, o que é muito relevante para as janelas curtas de cultivo em segunda safra, considerando as especificidades, desafios e também oportunidades no sistema brasileiro de produção de grãos.

    O híbrido foi desenvolvido em uma parceria de inovação aberta com a empresa Latina Seeds, permitindo a disponibilização comercial de uma nova cultivar para os produtores de sorgo granífero, com ganhos de produtividade. “O lançamento na SIT integra uma programação estratégica para o Brasil e para o mundo, com visibilidade como evento pré-COP30 na Jornada pelo Clima, além de uma programação técnica no dia 8 de maio, dedicada à cultura do sorgo, com o tema “Oportunidades para a produção de sorgo no Brasil: alimentos, alimentação e energia na nova matriz de produção nacional”.

  • Pesquisadores identificam linhagens globais do fungo da antracnose do milho e alertam para risco de novos surtos

    Pesquisadores identificam linhagens globais do fungo da antracnose do milho e alertam para risco de novos surtos

    Um estudo internacional liderado por uma rede de cientistas de 17 países revelou novas informações sobre a evolução e a disseminação do Colletotrichum graminicola, fungo causador da antracnose do milho. A pesquisa, que analisou 212 isolados do patógeno coletados em cinco continentes, identificou três linhagens geneticamente distintas: norte-americana, brasileira e europeia — todas com possível origem na Mesoamérica, seguindo a rota de domesticação do milho.

    Segundo Flávia Rogério, pesquisadora da Universidade de Salamanca (Espanha) e da Universidade da Flórida (EUA), a linhagem da América do Norte é apontada como a mais ancestral e pode ter sido o elo de disseminação para as demais regiões. “Apesar de mais antiga, a linhagem europeia mostrou-se a mais virulenta, o que acende um alerta para o risco de novos surtos, principalmente em áreas com histórico da doença”, afirma.

    O estudo também detectou migração genética entre a Argentina e a Europa, sugerindo que o uso de sementes contaminadas em viveiros de inverno na América do Sul pode ter contribuído para o intercâmbio de isolados. A troca internacional de materiais vegetativos, muitas vezes sem controle sanitário adequado, é apontada como fator determinante na disseminação do patógeno, ao lado da mobilidade natural do fungo, que se espalha por vento, chuva e solo.

    De acordo com Wagner Bettiol, pesquisador da Embrapa Meio Ambiente, os dados indicam que 80% dos isolados analisados possuem sinais de mistura genética, o que eleva a complexidade para o desenvolvimento de cultivares resistentes. “Essa diversidade amplia os desafios para o controle da doença, tornando essencial o monitoramento genético constante”, destaca.

    Além disso, a análise estatística e computacional utilizada na investigação revelou que até 35,8% da variação genética do fungo está relacionada à distância geográfica, reforçando o impacto da movimentação humana nas últimas décadas. Os cientistas também observaram diferenças no padrão de introgressão genética — o processo pelo qual genes de uma linhagem são incorporados em outra — entre as populações do Brasil, América do Norte e Europa.

    Ensaios de patogenicidade realizados na Espanha demonstraram variações expressivas de virulência entre isolados, com potencial para danos semelhantes aos registrados nos Estados Unidos na década de 1970, quando lavouras inteiras foram destruídas, gerando perdas de até 100% em estados do centro-norte e leste do país.

    A pesquisa reforça a importância do manejo integrado como estratégia essencial para conter a antracnose do milho. Especialistas da Embrapa Milho e Sorgo recomendam práticas como o uso de cultivares resistentes, adubação balanceada, rotação de culturas e a evitação de plantios sucessivos, além da rigorosa seleção de sementes livres de contaminação.

    A identificação das linhagens e da população ancestral do Colletotrichum graminicola representa um avanço importante para o entendimento da dinâmica evolutiva da doença e abre caminho para o desenvolvimento de variedades de milho mais resistentes, protegendo a produtividade agrícola e contribuindo para a segurança alimentar global.

  • Feriado do Dia do Trabalhador deve aumentar em até 55% o fluxo de veículos na BR-163

    Feriado do Dia do Trabalhador deve aumentar em até 55% o fluxo de veículos na BR-163

    O feriado prolongado do Dia do Trabalhador, comemorado em 1º de maio, deverá intensificar significativamente o tráfego na BR-163/MT, principalmente nesta sexta-feira (2), quando é esperado um aumento de até 55% no número de veículos de passeio. A estimativa é da Nova Rota do Oeste, empresa responsável pela gestão do trecho concedido da rodovia, entre Itiquira e Sinop. Para atender à demanda, a concessionária iniciou nesta quarta-feira (30) a Operação Rota à Vista, com reforço no efetivo e reposicionamento de viaturas em pontos estratégicos.

    Segundo a Nova Rota, o movimento intenso deverá se manter até domingo (4), data prevista para o retorno das famílias, com tráfego 42% acima da média habitual. Em contrapartida, é esperada uma queda na circulação de carretas durante o feriadão, o que pode aliviar a pressão sobre o tráfego pesado.

    O diretor de Operação e Tecnologia da Nova Rota, Wilson Ferreira, alerta os motoristas sobre os cuidados básicos para uma viagem segura. A manutenção veicular é um dos principais pontos de atenção. Dados das operações Pare pela Vida, realizadas em parceria com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), mostram que 55% das carretas abordadas apresentaram falhas no sistema de freios — um risco elevado para todos os usuários da rodovia. Por isso, antes de pegar a estrada, é essencial verificar pneus, freios, sinalização e demais itens de segurança do veículo.

    Com o avanço das obras de duplicação, Ferreira também chama a atenção para o respeito aos limites de velocidade. A campanha Afaste-se, promovida pela concessionária, orienta os motoristas a reduzir a velocidade ao passarem por locais com trabalhadores ou operações em andamento. “Mesmo sem obras programadas para o feriado, nossas equipes operacionais estarão atuando. É importante que os motoristas mantenham distância segura e não parem desnecessariamente nos locais de atendimento”, pontua.

    Durante a Operação Rota à Vista, cerca de mil colaboradores estarão mobilizados. Os usuários da rodovia poderão contar com apoio mecânico, guinchos, atendimento médico e outros serviços emergenciais, todos acionáveis pelo WhatsApp oficial da Nova Rota: (0800 065 0163). O canal também disponibiliza informações em tempo real sobre as condições da BR-163, como interdições, bloqueios e lentidão.

    A Nova Rota reforça o compromisso com a segurança viária e orienta os viajantes a planejarem seus deslocamentos com antecedência, redobrarem a atenção ao volante e colaborarem para um feriado mais seguro para todos.