Autor: Andrea  Campanelli

  • Lucas do Rio Verde: Inverno colorido pela floração dos ipês

    Lucas do Rio Verde: Inverno colorido pela floração dos ipês

    A árvore atrai cada vez mais olhares para sua beleza. “Poderia substituir grande parte das palmeiras imperiais”, disse um morador de Lucas do Rio Verde.

    O inverno é uma estação que remete ao insulamento. Nessa época, o clima seco faz com que as pessoas evitem ficar expostas ao vento, muitas vezes, gelado. Porém, é justamente nessa estação que as ruas ficam enfeitadas por uma espécie conhecida por todos e amada por muitos: o ipê, cuja madeira foi muito utilizada nos séculos XVII e XVIII na construção de telhados de igrejas, por sua durabilidade e resistência. Ainda hoje é utilizada tanto em construções civis, como navais.

    Ipe - Fotos do Canva1
    Lucas do Rio Verde: Inverno colorido pela floração dos ipês

    Floração dos ipês

    O ipê é uma árvore encontrada por todo o Brasil, tem cerca de 10 espécies diferentes, e é tão nacional que seu nome – de origem tupi – significa “árvore cascuda”. As mais comuns são o ipê-amarelo, ipê-roxo e o ipê-branco, variações que podemos encontrar em Lucas do Rio Verde. Elas crescem devagar e podem atingir até 30 metros de altura, mas a maioria mede de 7 a 15 metros. A flor do ipê-amarelo foi declarada como a flor símbolo nacional em 1961 pelo então presidente Jânio Quadros.

    Existem várias histórias que exaltam a beleza dos ipês. Uma delas reproduzimos a seguir:

    A HISTÓRIA DOS IPÊS.

    Yellow ipe. - Fotos do Canva1 (2)
    Lucas do Rio Verde: Inverno colorido pela floração dos ipês

    Quando Deus estava preparando o mundo, se reuniu em uma tarde com todas as árvores. Ele pediu para que cada árvore escolhesse que época gostaria de florescer e embelezar a terra.

    Foi aquela alegria.

    – Outono, Verão, Primavera, diziam!!!

    Porém Deus observou que nem uma escolhia a estação do inverno.

    Então Deus parou a reunião e perguntou:

    – Por que ninguém escolhe a época do inverno?!?

    Cada um tinha sua razão.

    – Muito seco! Muito frio! Muita queimada!

    Então Deus pediu um favor.

    – Eu preciso de pelo menos uma árvore, que embeleze o inverno, que seja corajosa, para enfrentar o frio, a seca e as queimadas e no frio embelezar o mundo….

    Todos ficaram em silêncio.

    Foi então que uma árvore quietinha lá no fundo, balançou as folhas e disse:

    – Eu vou!…

    E Deus, com um sorriso, perguntou:

    – Qual seu nome minha filha?!

    – Me chamo Ipê, senhor!

    As outras árvores ficaram espantadas com a coragem do Ipê em querer florescer no inverno.

    Então, Deus respondeu:

    – Por atender ao meu pedido farei com que você floresça no inverno, não só com uma cor… Para que também no inverno o mundo seja colorido. Como agradecimento, terás diferentes cores e texturas, sua linhagem será enorme.

    E assim, Deus fez uma das mais lindas árvores que dá cor ao inverno… E por isso temos os Ipês:

    Branco

    Amarelo

    Amarelo do Brejo

    Amarelo da Casca Lisa

    Amarelo do Cerrado

    Rosa

    Roxo

    Roxo Bola

    Roxo da Mata

    Púrpura.

    Que sejamos como os ipês, que saibamos florir nos invernos da vida!

    De José Hermes Sandoval Braga, por Carminha Braga.

  • Binotti faz balanço dos dois anos de gestão de Lucas do Rio Verde

    Binotti faz balanço dos dois anos de gestão de Lucas do Rio Verde

    Binotti agradeceu a Deus por ter lhe proporcionado a oportunidade de administrar o município, agradeceu à sua família por ter tido o entendimento e compreensão, além do apoio necessário em sua dedicação a Lucas do Rio Verde, e também aos colaboradores da Prefeitura Municipal, sejam eles efetivos, contratados, terceirizados e cooperativas, que trabalham no dia a dia em prol da população do município. Agradeceu os empresários que foram parceiros, trazendo ideias e contribuindo para o engrandecimento de nossa cidade. Binotti ainda agradeceu as críticas e pedidos da população, que dessa forma externa aquilo que a comunidade precisa, para que o Poder Público possa executar.

    EDUCAÇÃO

    Sobre a pasta da Educação, Binotti foi categórico ao afirmar: “Acreditamos que é através da educação que a gente pode diminuir as desigualdades, que nós podemos dar oportunidade para aqueles que mais precisam”. O prefeito pontuou a construção da Creche Municipal Girassol, que atende a aproximadamente 500 crianças; as 10 salas de aulas estão sendo finalizadas na Escola Municipal Caminho para o Futuro, bem como a nova pintura do prédio; a criação da Escola Municipal Balão Mágico, que era um anexo da Escola Anjo Gabriel, onde estão sendo construídas 4 salas de aulas e um refeitório, e se necessário, no próximo ano será reconstruída a parte antiga do prédio, para ampliação e adequação de espaço.

    Binotti comentou sobre a parceria com a SEDUC/MT para a instalação em nosso município da Escola Militar Tiradentes, que atualmente atende a 170 alunos, porém para o próximo ano deverá abrigar 350 alunos. O prefeito ressaltou que na medida do possível está buscando junto à SEDUC/MT a construção de um novo prédio em outro espaço para a Escola Militar. Binotti ainda falou sobre a reforma realizada na Escola Municipal Eça de Queirós, e dos equipamentos novos adquiridos para quase todas as escolas municipais de Lucas do Rio Verde. Houve ampliação no número de instituições ofertando educação integral, pois as duas escolas do interior (em Campinho Verde e São Cristóvão) passaram a atender aos alunos daquelas localidades o dia inteiro. Nesse período de dois anos, foram adquiridos 5 ônibus escolares (para renovação da frota), e ainda um furgão para a Padaria Municipal. 

    Binotti falou também sobre o aumento do IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), que já era alto, colocando Lucas do Rio Verde em 2º lugar em todo o Estado. O prefeito relatou que, através de parceria firmada com a UNEMAT, foi implantado um programa de treinamento dos professores da rede pública municipal de Lucas do Rio Verde para utilização de 360 Chromebooks, aparelhos já adquiridos e que serão usados por alunos da rede municipal a partir dos 4 anos de idade. Conforme Binotti destacou, o diferencial é que será criada uma plataforma digital, onde serão desenvolvidos programas utilizados para aprendizagem em nosso município, exclusivamente nesses aparelhos. A Secretaria Municipal de Educação foi equipada com mais de 100 computadores novos. “Nós estamos fazendo a manutenção necessária, equipando as escolas, e principalmente, valorizando os profissionais da Educação, através da capacitação e de uma gestão democrática”, disse Binotti.

    O prefeito também afirmou que está trabalhando com grande determinação para trazer para Lucas do Rio Verde o Ensino Superior Gratuito. “Estamos focado nisso, meio que obstinado nisso. Já estamos aqui com a UNEMAT, com dois cursos, um de Engenharia Civil e um de Engenharia de Alimentos, cada curso com 50 alunos”. Binotti disse estar acordado com a reitoria da mesma universidade para que no próximo ano tenhamos um campus avançado em Lucas do Rio Verde, para atendimento dos alunos que mais necessitam de ensino superior gratuito. “Nós temos uma demanda reprimida muito grande de pessoas que querem estudar, mas não têm condições de pagar uma faculdade particular”. Binotti também afirmou que também está trabalhando para trazer a UFMT para a nossa cidade. “Podemos dizer que nunca estivemos tão próximo de alcançar essa conquista.

    SAÚDE

    Quanto à saúde, Binotti disse que mais de 95% dos recursos são destinados para pagamento de manutenção, custeio e folha salarial, sobrando menos de 5% da arrecadação para investimentos. O motivo, segundo ele, é que “Lucas do Rio Verde gasta em torno de 32% da arrecadação na Saúde. Por esse motivo, nosso município tem uma das melhores ‘saúde’ do estado de Mato Grosso, se não (for) a melhor”. Binotti citou que a obrigação legal do município em se tratando de gastos com a saúde é de 15% da arrecadação, mas como sua gestão prioriza esse setor, oferece um serviço de qualidade à população. O prefeito disse estar ciente de que não há como ter 100% de aprovação, inclusive citou o caso de outras cidades, maiores e menores, que também têm problemas, e que estão em pior situação. Porém, disse continuar trabalhando para melhoramento nesse setor, inclusive promovendo algumas mudanças, tais como: Um novo sistema de gestão nos PSF, onde há uma pessoa responsável pela Unidade de Saúde, devidamente identificada; a inauguração recente de mais uma farmácia municipal no bairro Parque das Américas, para atender aquele bairro e também o Jaime Seiti Fuji, Vida Nova, Cerrado e Parque das Araras; Em breve deverá ser inaugurada mais uma farmácia satélite no bairro Téssele Jr, para atender aos moradores daquela região, incluindo os bairros Bandeirantes e Dalmaso; a instalação do serviço de UTIs no Hospital São Lucas; a formação da primeira turma de 6 médicos residentes em nossa cidade, para atendimento na Saúde da Família (em breve haverá mais 6); repasse de mais de R$19 milhões na compra de serviços e também para ajuda na manutenção das UTIs para o Hospital São Lucas em 2017, e em 2018 foram mais de R$23 milhões com o mesmo fim.

    OBRAS

    A Secretaria de Obras também trabalhou bastante. Nesses dois anos de gestão, Binotti pontuou alguns dos serviços executados, tais como a recuperação (encascalhamento) das estradas vicinais, que tem sido feita constantemente; também foi feita parceria para o serviço de terraplanagem do Senai, do TRT e do Setas; a revitalização do Parque de Exposições; a abertura da Rua Umuarama; a reforma do lago Ernani José Machado; a execução de uma obra grande de drenagem de água pluvial na área correspondente aos bairros Jaime Seiti Fuji e Parque das Américas, bem como a retomada das obras de esgoto em todo o bairro Menino Deus. Nos planos estão a construção de uma moderna estação de tratamento de esgoto, cujo investimento gira em torno de R$5 milhões, uma vez que as lagoas de tratamento já existentes no setor Industrial já não suportam mais receber dejetos. Binotti disse estar procurando renovar o parque de máquinas da secretaria. Já foram adquiridos através do Ministério da Agricultura 3 caminhões, 1 terraceador, 1 pá carregadeira, 1 retroescavadeira e 1 escavadeira. No próximo ano deverão chegar mais equipamentos.

    SEGURANÇA

    Foi criada a Secretaria de Segurança e Trânsito, instalados dois pontos de apoio de segurança comunitária, e nos próximos meses serão instalados mais 2 ou 3 pontos de apoio na cidade. Foram adquiridos alguns drones para auxiliar na segurança (que estão em fase de testes), e ainda está nos planos a aquisição de mais motocicletas para que sejam feitas rondas 24 horas. Foi realizada recentemente a compra de armas não letais para uso da Guarda Municipal, para ajudar na segurança do município. Os agentes já estão sendo treinados para uso desses equipamentos. Está igualmente nos planos para os próximos meses a realização de um concurso para aumento do efetivo da Guarda Municipal, que deve ser constituída de 40 pessoas, para que haja a integração das forças de segurança (Polícias Militar e Civil, Corpo de Bombeiros, Guarda Municipal e Guarda Patrimonial) e dessa forma auxiliar na segurança de Lucas do Rio Verde. Foi criada a Patrulha Rural, uma das pioneiras no estado. Também foram feitas algumas obras de revitalização da Delegacia de Polícia Civil, bem como a mudança de prédio da Guarda Municipal. Binotti frisou que “a obrigação da segurança é do estado, mas o município pode sim ajudar, e participar da segurança pública”.

    PLANEJAMENTO E CIDADES

    Binotti destacou a criação da Secretaria, onde foi inserida a Habitação. Várias metas foram alcançadas, como a entrega de 680 casas do Residencial Vida Nova I em 2017, e já está acontecendo a construção de mais 350 casas no Residencial Vida Nova II. Binotti disse que nos próximos dias iniciarão as obras no condomínio fechado Reserva das Araras, com a oferta de mais 330 casas vendidas através de financiamento da Caixa Econômica Federal. Através de parceria com empresários, o projeto das travessias urbanas está sendo feito, para breve execução.

    DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO

    De competência desta Secretaria, Binotti falou sobre a obra de construção do Senai, na Avenida Umuarama, que deverá ser inaugurada ainda no primeiro semestre de 2019; SEST/SENAT, cujas obras deverão começar no próximo ano; a revitalização já realizada do Aeroporto Municipal, com o intuito de obter a homologação para voos noturnos; a parceria feita com o Sicredi para atender às pessoas que precisam de valores pequenos com juros abaixo dos praticados no mercado; as mais de 1000 vagas de emprego preenchidas através do SINE.

    SAAE

    Binotti afirmou que será feito um financiamento junto à Caixa Econômica para setorização da água, com a construção de mais 2 depósitos de água (um no bairro Parque das Emas e outro no bairro Cerrado) e a interligação de todos os depósitos, para que Lucas do Rio Verde não sofra com a falta de água. Também foi feita uma readequação no projeto de universalização do esgoto, investimento na ordem de R$ 96 milhões para que todas as casas tenham o sistema de esgoto instalado e em pleno funcionamento. Ainda no final deste ano foi encaminhado para a Câmara de Vereadores o Projeto de Tarifa Social, para que as pessoas em vulnerabilidade social possam ter tarifa menor de água. Foi melhorada a frota de caminhões para coleta de lixo e também para limpeza dos contentores, dentre vários maquinários para melhoria dos serviços.

    SECRETARIA DE FINANÇAS

    Binotti destacou a implantação do ITBI online, na atualização do Código tributário, e a implantação de serviços online, facilitando a vida do cidadão luverdense.

    AGRICULTURA E MEIO AMBIENTE

    Nesta pasta, Binotti destacou a parceria feita com a FS Bioenergia; a construção do Mercado do Produtor, com previsão de término para o mês de março; entrega da patrulha rural mecanizada; cuidado ainda maior com o meio ambiente, inclusive quanto à conscientização a respeito da limpeza dos lotes baldios.

    ESPORTES E CULTURA

    Binotti ressaltou o excelente trabalho realizado pela Secretaria de Esportes e também pela Secretaria de Cultura, arrolando todos os projetos e atividades desenvolvidos pelas duas pastas, inclusive a criação do projeto do Museu Itinerante; a revitalização da biblioteca municipal; a publicação de um livro contando a história de nosso município; a criação de uma web série com 30 capítulos, em comemoração aos 30 anos de Lucas do Rio Verde; Festival da Canção, Natal para Todos, Domingo no Paço (que hoje é itinerante, pois percorre todos os bairros da cidade), a Orquestra Jovem, bem como a Companhia de Teatro e Dança, os dois últimos projetos em processo de criação.

    AÇÃO SOCIAL

    Desta Secretaria, Binotti pontuou os trabalhos já existentes, como a Casa Lar. Segundo o prefeito, essa é a secretaria que lida mais diretamente com a população.  

    Quanto aos desafios da gestão para 2019, Binotti disse estar confiante e otimista. Segundo ele, será um ano de desafios, de muito trabalho, de sacrifícios, mas Lucas do Rio Verde tem diversos projetos prontos para execução, faltando apenas os recursos para investimento, que serão buscados com afinco.

    O prefeito encerrou a entrevista agradecendo mais uma vez a todas as pessoas que ajudaram na gestão do município, e desejando feliz 2019 para todas as famílias luverdenses, ressaltando que será um ano muito bom para nossa cidade. “Em 2019 a gente vai conseguir realizar muito mais pela população e por Lucas do Rio Verde. Um abraço especial, um 2019 primeiramente com muita saúde, com muita paz, e que Deus continue iluminando cada um dos luverdenses”.

  • Edil propõe redução de salário de vereadores em Tapurah

    Edil propõe redução de salário de vereadores em Tapurah

    Na próxima segunda feira (10), na sessão ordinária da Câmara de Vereadores de Tapurah, tramitará o Projeto de Lei de autoria do vereador Kismar Rolim de Moura, que propõe reduzir os salários (tanto o seu, quanto o de seus pares).

    O projeto preconiza que o salário dos vereadores caia de R$ 5.200,00 (cinco mil e duzentos reais) para R$ 2.000,00 (dois mil reais). Ainda de acordo com a proposta, o salário do Presidente da Casa de Leis também é reduzido, dos R$ 6.800,00 (seis mil e oitocentos reais) para R$ 2.600,00 (dois mil e seiscentos reais). Conforme Kismar, essa redução gera, em um ano, a economia de aproximadamente R$ 422.000,00 (quatrocentos e vinte e dois mil reais), dinheiro que retornaria aos cofres públicos, para investimento no município.

    O vereador relatou que, hoje em dia, a Câmara devolve à Prefeitura Municipal de Tapurah cerca de R$ 600.000,00 (seiscentos mil reais). Se o Projeto de Lei de sua autoria for aprovado, a economia anual será de mais de R$ 1 milhão de reais, “dinheiro que poderá ser investido em outras áreas, como educação, saúde e saneamento básico”, disse ele. Pelo volume de dinheiro economizado, Kismar acredita que receberá o apoio de seus companheiros de vereança: “Esse projeto vai dar entrada para apreciação na próxima sessão ordinária, dia 10, e acreditamos que na primeira ou segunda sessão de fevereiro ele entre na pauta para votação ”.

    Diante da envergadura desse Projeto de Lei e de sua importância para o incremento dos investimentos na cidade, o vereador espera que a sociedade compareça em peso à sessão: “Desde já eu convido a população tapuraense para estar nessa segunda feira (10/12) presente na Câmara, porque esse Projeto é muito importante para o nosso município e para toda a sociedade tapuraense”.

  • Vereadores de Lucas do Rio Verde elegem novo presidente da Câmara

    Vereadores de Lucas do Rio Verde elegem novo presidente da Câmara

    A sessão ordinária da Câmara de Vereadores desta segunda feira (03) tinha na pauta vários assuntos. Dentre eles, a indicação da implantação da Tarifa Social de Água às famílias de baixa renda, trazendo desconto nos preços a pagar pelos serviços de abastecimento de água, saneamento e tratamento de resíduos, de autoria do vereador Marcos Paulista. Também foi firmado um Contrato de Rateio com o Consórcio Público de Saúde do Vale do Teles Pires, com vigência de 01/01/2019 a 31/12/2019. Houve ainda a discussão e votação do Projeto de Lei que autoriza o Executivo a firmar Termo de Fomento com a Associação Terapêutica Portal da Sobriedade no valor de R$ 192 mil. De autoria do vereador Marcos Paulista, a Moção de Aplausos à Seleção Luverdense Masculina de Voleibol por sua contribuição à comunidade por meio do desenvolvimento esportivo social também foi discutida e votada.

    Porém, o assunto mais esperado da noite foi a eleição da mesa diretora para o biênio 2019/2020. Pouco antes da eleição da nova mesa diretora, a sessão foi suspensa por 20 minutos, para discussão da situação entre os vereadores (e somente entre eles).

    Inicialmente eram duas chapas concorrentes, porém somente uma pôde ser votada, porque o vereador Fernando Pael se candidatou a vice-presidente em ambas. Quando desistiu do primeiro convite, a chapa já havia sido registrada, e mesmo assim, ele aceitou o convite para compor a outra chapa, e segundo o vereador Callai, essa duplicidade (mesmo havendo posterior desistência) não é permitida pelo Regimento Interno da Câmara de Vereadores de Lucas do Rio Verde.

    Justificando sua decisão, Pael disse que, apesar de ter assinado sua candidatura na chapa encabeçada por Callai, solicitou que não fosse protocolada ainda (enquanto não desse seu veredicto final), pois precisava consultar sua base política – ou seja, os demais membros do seu partido – para decidir qual seria a melhor chapa para participar. Segundo Pael, “a ansiedade em se tornar presidente acaba causando um afoito nas pessoas para quererem que tudo aconteça ‘pra ontem, pra hoje’. Quando fui procurar o presidente da chapa que eu tinha solicitado para não colocar, ele já tinha protocolado a chapa. Fomos atrás do Regimento Interno, fomos ver de que forma poderia fazer, e agora chegamos a esse consenso, que o Dirceu foi eleito presidente dessa casa”.

    A composição das chapas ficou assim definida: Chapa 01 – Presidente: Dirceu Cosma; Vice-presidente: Fernando Pael; 1º Secretário: Wagner Godoy; 2ª Secretária: Márcia Pelicioli. Chapa 02 – Presidente: Airton Callai; Vice-presidente: Fernando Pael (desistente); 1º Secretário: Marcos Paulista; 2º Secretário: Jaime Floriano.

    Como a segunda chapa ficou comprometida com a desistência, não pôde ser votada. A eleição foi realizada no sistema de aceitação de chapa única, eleita com os votos dos vereadores Dirceu Cosma, Marcia Pelicioli, Fernando Pael, Wagner Godoy e Jilior Pelicioli (Mano). Os demais vereadores se abstiveram de votar.

    WhatsApp Image 2018 12 04 at 13.27.10
    Fazem parte da chapa eleita, os vereadores, Fernando Pael (vice-presidente),
    Dr. Wagner Godoy (1º secretário) e Márcia Pelicioli (2º secretária). A eleição foi
    realizada na noite desta segunda-feira (03)

    Dirceu Cosma, eleito com 5 dos 9 votos para o próximo biênio (2019/2020), recebeu com muita alegria e também com muita responsabilidade a incumbência de comandar a Câmara de Vereadores de Lucas do Rio Verde, e deixou claro que vai permanecer sendo um conciliador entre os poderes. “A primeira coisa que eu tenho que fazer é cumprir a lei. Se eu cumprir a lei, tenho certeza que todos os projetos vão tramitar. Eu não posso ser e não posso fazer as coisas erradas, e nem fora da lei. O meu objetivo é cumprir a lei, cumprir o regimento, e eu tenho certeza que as coisas vão dar certo. É esse o meu sentimento, e é isso que eu quero fazer, porque eu vou ser o juiz dos vereadores. E eu, sendo juiz, tenho que ser o conciliador de todos os colegas”.

    Apesar do regimento ser claro em estabelecer que a desistência de um vereador em uma chapa (chapa comandada por Callai) o impossibilita de participar de outra (chapa comandada por Cosma), mesmo assim o atual presidente da câmara Mano, “entendeu” que a chapa encabeçada por Cosma estava totalmente regular e merecia ser votada.

  • Lucas do Rio Verde: Antigamente tudo era difícil, mas era muito bom

    Lucas do Rio Verde: Antigamente tudo era difícil, mas era muito bom

    Mais uma moradora antiga de Lucas do Rio Verde contribui para que conheçamos um pouco mais da história dessa cidade que cresce a cada dia.

    Nossa entrevistada da semana é Edir Souza da Glória, dona de casa natural de Toledo – PR, que veio de Juara para Lucas do Rio Verde em 07 de maio de 1988, acompanhada do esposo e do filho com 4 meses de nascido. A família ficou 2 anos na cidade, voltou para Alta Floresta e depois de 6 anos veio novamente para cá.

    Vieram porque, segundo ela, “Juara estava falindo, não tinha mais nada lá”. Um casal de tios dela já morava aqui, e ambos disseram que Lucas era um lugar próspero.

    Edir4
    Edir4

    Mas quando chegamos aqui, encontramos praticamente uma “currutela”. A energia acabava às 10 da noite, poucas pessoas tinham geladeira. Aquela poeirona lascada, era tudo precário. O único prédio que existia era o prédio da Loja Natalina, que ficava na esquina das Avenidas Goiás e Rio Grande do Sul, em frente ao Del Moro. Onde é o Del Moro hoje, era o mercado Pato Branco, o mercado mais chique da cidade. O sr. Hildo Scherer estava terminando o prédio dele, e quando terminou, o cartão postal de Lucas eram esses dois prédios. Mas era uma época boa, todo mundo se conhecia, casas muradas eram raras. Algumas tinham cerca por causa dos animais, não existia essa preocupação com roubo. Era uma época boa. Sofrida, muito sofrida, mas era boa. Haviam poucas oportunidades de emprego, as dificuldades eram grandes”.

    E Edir continua relatando suas lembranças: “Só existia um hospital (em frente à Praça dos Migrantes), um posto de saúde (CESP, no Pioneiro), de médica só tinha a Dra. Elisa, que atendia nos dois lugares. Não tinha farmácia municipal e nem farmácia popular. Mas tinha a farmácia do Tião e uma outra farmácia, e nós devíamos nas duas (risos). E o Tião era mais do que farmacêutico, era a quem a gente recorria quando não conseguia chegar ao CESP ou ao Hospital. Meu Deus, como era sofrido…”

    Edir9
    Edir9

    A respeito da diversão daquela época, Edir disse que “havia festa de comunidade, festa junina, a Escola Ângelo Nadin era ali na esquina da Avenida Goiás, e quando a escola fazia uma festa era top, porque todo mundo se encontrava lá, todo mundo se conhecia. A Dom Bosco era na esquina dos Correios, onde era até esses tempos atrás o CEJA. A Comunidade Menino Deus não existia, missa era só na Matriz, que era pequenininha. A Comunidade Menino Deus foi a segunda comunidade de Igreja católica em Lucas, foi feito um rancho de pau-a-pique, de madeirinha daquela redondinha, onde foram celebradas as primeiras missas. As primeiras festas, nossa Senhora, era muito gostoso. Na época em que se colocava cerveja na serragem e gelo. Era bem difícil a situação, mas era uma época muito boa. Eu gostava daquela época”.

    Edir14
    Edir14

    Ela ainda disse que os homens combinavam para jogar bocha ou futebol nos finais de semana, e as famílias acompanhavam. Segundo Edir, “aquilo virava um evento”. Outra diversão era a pesca, pois nos rios tinha muitos peixes. Costumava-se pescar no Rio Luquinha, que atravessa a cidade, e também no Rio Verde. Mas ela disse que já pescou muito piau no Luquinha.

    E ela continua: “Naquela época, a gente comia muita carne de caça. Era carne de cateto, de ema, de anta, de capivara, o que encontrasse. Matava um bicho, o bicho era grande, não tinha como guardar, o que a gente fazia: chamava a quadra toda, toda a vizinhança e dava um pedaço para cada um. Quem tinha mais noção, salgava e fazia charque. Quem não tinha, distribuía. Aquele que tinha ganho o pedaço de carne, quando matava uma caça, devolvia para quem tinha dado primeiro. Era uma troca, e todo mundo respeitava. Podia criar bicho, galinha, porco, até vaca”.

    Edir6
    Edir6

    Indagada sobre o que era melhor naquela época, Edir esclareceu de pronto que era a convivência. “Todo mundo se conhecia, os vizinhos, os pais dos alunos nas reuniões escolares, os frequentadores da igreja. Havia mais relacionamento com as pessoas, diferente de hoje, que você não conhece sequer o vizinho do lado. Existia mais entrosamento entre as famílias, coisa que hoje está bem difícil. Aquela época era sofrida, porque dava aqueles temporais de terra medonhos, cobria a cidade. Mas era uma época boa. Quando chovia, você não saía porque era um barro vermelho que escorregava. Eu morava no menino Deus e ia a pé levar meu filho para consultar no CESP, porque na época nem bicicleta eu tinha. Na época da seca, era a terra. Passavam os carros, te cobriam de poeira. Na época da chuva, era o barro, que você ia ‘resbalando’ (escorregando)”.

    A cidade era pequena, com mata, mas havia dois moradores (os dois primeiros) do Bairro Rio Verde que tinham chácaras, e que eram conhecidos como “os cuiabanos”. Quando Edir, a família e amigos iam catar pequi no mato, passavam pelas chácaras, visitavam esses chacareiros, tomavam água, batiam papo e voltavam para casa. Era uma aventura, até catar pequi no mato era divertido. Ela e outras pessoas costumavam plantar taioba, inhame e agrião perto do rio, e ninguém mexia. Cada um tinha seu ‘pedacinho’ para plantar, e todos respeitavam.

    Edir7
    Edir7

    Além dos inúmeros tombos na pinguela, um dos quais protagonizados por seu pai, Edir contou uma história no mínimo peculiar que aconteceu em Lucas. “Certa vez, tombou um caminhão de gás na BR. A carga foi saqueada, bastante gente levou botijão de gás para casa, feliz da vida. Não demorou, só deu o delegado andando de casa em casa para recuperar os botijões, pois alguém contou quem tinha levado. Como a cidade era pequenininha, ficou fácil para ele pegar de volta”. Depois de muitas risadas e uma saudade imensa de uma época tão distante, Edir dispara novamente: “Era uma época muito boa. Eu gostava daquela época”.

  • Lucas do Rio Verde: Contos e encantos de uma terra promissora e abençoada

    Lucas do Rio Verde: Contos e encantos de uma terra promissora e abençoada

    Dessa vez nós vamos acompanhar a história de Salete Bertoti Tegnher, que chegou a Lucas do Rio Verde com filhos pequenos, passou por várias situações e hoje tem boas lembranças de uma época de dor e sofrimento.

    Acompanhemos a trajetória de Salete Bertoti Tegnher, seu marido Célio Tegnher e seus 3 filhos, que chegaram a Lucas em 03 de maio de 1989, vindos de Curitiba – PR, cidade em que moravam há mais de 10 anos e onde o esposo cursava a faculdade de Administração.

    Salete não conhecia Lucas, mas seu esposo Célio, sim. Ela tinha dois irmãos que já moravam aqui, e seu esposo teve a oportunidade de vir conhecer Lucas antes dela, ocasião em que se apaixonou pela cidade. De volta a Curitiba, ele simplesmente falou: “Estamos indo embora para lá”. Venderam as coisas que tinham em Curitiba, e vieram. Seus filhos, todos meninos, tinham na época 9, 3, e o caçulinha ia fazer 1 aninho.

    Na época em que chegaram (em maio), chovia bastante. Estrava fresquinho, e Salete, que pensava haver “cobras, lagartos e leões” por aqui, pois não conhecia a Amazônia, pensou: Meu Deus, ‘pra’ onde estamos indo? Era mata fechada, muita estrada de chão para chegar até aqui. Apesar de eu ter família em Sinop e aqui, vim com medo, apavorada, pensando que não haveria médico, alimentos. Então eu fui até o pediatra das crianças para ver o que eu poderia usar aqui com eles, comprei e trouxe no caminhão, junto com os alimentos, mas quando eu cheguei aqui tinha o CESP no Bairro Pioneiro, que nos atendia muito bem”.

    Aquela época o clima era completamente diferente, eram 6 meses de chuva e seis meses de seca. Na época da seca, aquele poeirão. “O Célio falava: Não, nós vamos fazer nosso pé de meia e voltar. Mas até hoje estamos procurando o furo da meia para costurar” (risos).

    Salete contou que foram grandes as dificuldades passadas aqui, pois apesar de ter feito vários cursos e alguma experiência em escritório e também como telefonista, a então recém-chegada a Lucas do Rio Verde não conseguia trabalhar, não conseguia uma colocação, e para agravar a situação, tinha três filhos para cuidar. Somente seu esposo trabalhava, e ela lidava 24 horas com a casa e com as crianças. Ela contou que aqui seus filhos se sentiram livres, pois a cidade era muito tranquila. Podia-se atravessar a cidade sem medo de assalto, sem perigo de violência, inclusive várias vezes dormia-se com a porta aberta.  Não havia comparação com Curitiba, na época já uma metrópole, e por ser muito grande e movimentada, as crianças estavam sempre dentro de casa. No início, Salete os mantinha dentro de casa na maior parte do tempo, com medo de animais peçonhentos, jacarés e onças, mas com o tempo percebeu que não havia esse perigo. Ela contou que certa vez, viu a sombra de um bicho correndo no jardim, e imaginando ser um jacaré, alarmou seu irmão, que veio correndo ver o que se passava, mesmo sabendo que a possibilidade seria remotíssima. Quando ele constatou o engano da irmã, pois era apenas um calango que correu no jardim, a chacota correu solta.

    Sua experiência de trabalho em Lucas começou com a venda de enxovais para quarto de casal, trazidos por uma amiga de Sorriso, que praticamente a intimou a vender. Apesar de tímida no início, Salete começou a bater de porta em porta mostrando oferecendo os enxovais, porém quando uma das clientes criticou o produto pelo preço elevado, ela desanimou. Chegou em casa e chorou bastante, mas depois resolveu vender ainda com mais afinco. Foi a todos os lugares, começou a fazer consórcio de enxovais, com grupos de 10 pessoas –  modelo que deu certo na ocasião, e até hoje é praticado.  Na época, Salete conseguiu montar 10 grupos de consórcio simultâneos. Ela também fez “Chás de Enxovais”, com o apoio de várias empresas luverdenses. Salete contou que não sabia andar de bicicleta, mas ganhou uma do marido, aprendeu a andar, amarrou a sacola de enxovais na garupa e saiu a vender. Depois, começou a trabalhar com venda de cosméticos, produtos para o lar e também metais (joias e semijoias), ajudando dessa forma na compra do material para a construção da casa em que mora até hoje com seu esposo. Todo esse sofrimento durou alguns anos, pois só juntando dinheiro para comprar o material e deixar estocado na loja foram dois anos, pois seu esposo era balconista e não sobrava muito dinheiro, principalmente com três meninos para criar. Quando Célio viu que estava difícil ‘fazer o pé de meia’, resolveu que tentariam mais um pouco, e se não conseguissem voltariam para a casa dos pais dele, em Capinzal – SC. Mas Salete bateu o pé, dizendo que dessa vez não o acompanharia, que juntos poderiam sim mudar a situação em que se encontravam, e dessa forma aconteceu.

    Salete diz ser muito feliz aqui. “Esse é o lugar que Deus prometeu para nós. Não tenho intenção de sair daqui mais. Aqui nós nos estabelecemos, nossos filhos cresceram formaram família também, eu trabalho na mesma escola há 17 anos, fiz faculdade, especialização, e hoje eu digo que estou em uma terra prometida e abençoada, que valeu a pena todo o sofrimento, toda aquela dificuldade que a gente passou. Tem uma passagem da Bíblia que eu gosto muito, que é ‘…comerás até o fim de seus dias com o suor do teu rosto’. E foi justamente com o suor do nosso rosto que a gente sobreviveu aqui”. Ela contou que foi sorteada várias vezes, ganhando moto e carro, além de outros prêmios de menor valor. Fazia pão caseiro para a família, pizzas, sanduíches, tudo o que os filhos tinham vontade de comer, pois não tinham condições de levá-los para comer fora. Se associaram ao Clube Siriema, e as crianças passavam o domingo inteiro dentro da piscina, levados de bicicleta pela mãe. Ela ainda falou sobre a gestão do município: “Cada gestor que passou pela administração de Lucas deixou sua contribuição para o crescimento da nossa cidade. E a gente foi acompanhando essa evolução. Sou grata a todos pelo desenvolvimento trazido”.

    Salete expressou novamente sua felicidade: “Sou muito feliz porque o que eu imaginava ter, eu tenho. Tenho o suficiente para viver, porque a gente deita e dorme com a cabeça tranquila. Dentro do nosso padrão de vivência nós vivemos muito bem, pois não gastamos com doenças, nossos filhos nunca deram problemas, sempre foram muito responsáveis, agradeço muito a Deus, porque é Ele que nos abençoa com o que a gente tem e da forma que nós somos. Então, eu tenho o suficiente para viver, não preciso mais que isso. Tenho uma família linda, maravilhosa, tenho um esposo maravilhoso, muito companheiro, temos muitos amigos, e somos felizes aqui”.

  • Alimentação saudável: mitos e verdades

    Alimentação saudável: mitos e verdades

    Sabe-se que a “saúde perfeita” tem sido almejada por grande parte das pessoas no mundo inteiro. A Organização Mundial de Saúde (OMS), agência cujo objetivo é desenvolver ao máximo possível o nível de saúde de todos os povos, apresenta diversos documentos estratégicos que orientam a formulação de políticas de saúde, sendo atualmente a alimentação e a nutrição considerados como elementos chave na definição dos objetivos, estratégias e recomendações nos seus diversos programas e políticas.

    Buscando trazer um olhar mais detalhado sobre o assunto, a equipe de reportagem do CenarioMT buscou sanar algumas dúvidas com Elisângela Almeida, nutricionista atuante na rede pública de saúde de Lucas do Rio Verde.

    Segundo Elisângela, as pessoas levam em consideração o que elas recebem de informação, independente do meio usado para aquisição dessas informações (como Internet, TV, pessoas conhecidas, etc.). Cada pessoa tem uma opinião a respeito da definição de alimentação saudável, e a nutricionista esclarece que propõe aos pacientes uma alimentação natural, ou o mais natural possível. Quanto mais natural for a procedência do alimento, melhor será a qualidade. Ela deixa claro que tudo o entra no organismo determina o quão saudável a pessoa vai estar, ou o quão doente ela poderá ficar.

    Elisangela expôs que em Lucas do Rio Verde não temos alimentos genuinamente orgânicos (completamente livres de agrotóxicos), uma vez que a região é produtora, e tanto a terra quanto o ar e a água estão contaminados com esses agroquímicos; porém, há pequenos produtores em nossa cidade que com muito esforço e dedicação conseguiram adquirir o selo de qualidade dos alimentos. A nutricionista indica as feiras livres, que acontecem praticamente todos os dias em nossa cidade, para adquirir produtos com o uso mínimo de defensivos agrícolas.

    Quanto aos suplementos e shakes existentes no mercado, a nutricionista destaca que tal produto não ensina as pessoas a se alimentar. Ela disse que há bons produtos, saudáveis, que têm alguns nutrientes como vitaminas e minerais, mas nem todos têm realmente aquilo que relatam. Há muitos produtos ditos “emagrecedores”, mas estão cheios de açúcar, mantendo o indivíduo atrelado a eles, bastando apenas um olhar mais criterioso na tabela nutricional inscrita no rótulo. Elisangela destaca que “muitos produtos dessa natureza têm óleo de girassol, óleo de canola, maltodextrina (açúcar), além de muita soja, que dependendo da forma que foi preparada pode se tornar um antinutriente (substâncias que prejudicam o organismo). É primordial que o indivíduo entenda a qualidade do suplemento para saber qual seria indicado para o seu consumo, e não tentar se enganar acreditando que essa é uma forma milagrosa de obter boa alimentação”. Para a nutricionista, “boa alimentação é comer comida de verdade, é consumir aquilo que vai nutrir o seu organismo”.

    Ela ainda destaca que é necessário todo um conjunto de ações, que fazem parte da boa alimentação. “O seu organismo se prepara para receber o alimento. Tudo tem uma função. Seus dentes precisam mastigar, o que estimula a digestão, e também vai ajudar seu intestino a funcionar corretamente, todos os seus hormônios funcionando corretamente. Quando eu tomo suplementos (que muitas vezes são shakes) eu não tenho todo esse processo. Eu pulo etapas. Então, nem sempre é uma boa alternativa. Suplementos são bons, mas tem os que são indicados para cada pessoa, para cada caso. Para isso é importante consultar um profissional”.

    Elisangela pontua que “sempre que pensarmos em alimentação saudável é importante que tenhamos em mente que nem sempre temos o melhor produto (completamente orgânico), porém não podemos deixar de fazer o que é bom quando não conseguimos o que é ótimo. Não é porque não tem o sal rosa, que não vai modificar nada; não é porque não tem condições de frequentar academia, que não vai fazer nenhuma atividade física. Não é assim. Você tem que prezar pelo bem que você consegue fazer. Faça o melhor que estiver ao seu alcance. Faça o que é mais saudável. Legume, verdura, fruta, carne e derivados animais, gorduras de origem animal ou que vêm das castanhas e da natureza, todo alimento que não for muito processado, quanto menos ingredientes tiver nos produtos que eu compro no mercado, com certeza vai ser saudável, vai promover a saúde do indivíduo”.

  • Especial LRV 30 Anos – Uma história marcada por muito trabalho e superação

    Especial LRV 30 Anos – Uma história marcada por muito trabalho e superação

    Lucas do Rio Verde, terra acolhedora, que ora abriga moradores vindos de todas as regiões do Brasil, inicialmente recebeu desbravadores oriundos inicialmente do Sul do país. Definida como “aconchegante” por nossa entrevistada Eliza Techio, que chegou à cidade apenas cinco meses após sua emancipação, em janeiro de 1989. Vinda do Distrito de Pinhalzinho, em Liberato Salzano – RS apenas cinco dias após seu casamento com o vereador Jiloir Pelicioli (Mano) – hoje seu ex esposo, Eliza contou que morou alguns meses com o irmão Eledir na fazenda, e logo veio para a cidade. Seus pais vieram quatro anos depois.

    Ela disse que naquela época havia cerca de mil habitantes no município. As fazendas eram distantes umas das outras, na cidade não havia asfalto, a energia elétrica era “tocada” a motor, e não estava disponível as 24 horas do dia. Existia apenas três avenidas: Mato Grosso, Rio Grande do Sul e Paraná.

    8F5FA418B40841B29FD8E92FEBF34D0B
    Especial LRV 30 Anos – Eliza Techio

    Eliza morava no bairro Menino Deus e trabalhou por seis anos em um laboratório próximo ao Hospital que ficava onde hoje é uma galeria, em frente à Praça dos Migrantes, no centro de Lucas, porém havia outro hospital onde hoje funciona o PSF Central. Naquela época, ela colhia material para análise nos dois hospitais existentes. Esse trajeto era feito de bicicleta, e como não existia asfalto, na seca a poeira era tanta que chegava a ter um palmo (cerca de 20 centímetros) de terra fofa, solta no chão. Na época das águas, quando chovia torrencialmente todos os dias por seis meses seguidos, o barro virava um atoleiro. Dando várias risadas, Eliza lembrou de um episódio inusitado: um tombo cinematográfico de bicicleta, no meio do poeirão, na baixada da Avenida Mato Grosso, quando a roda da frente da bicicleta afundou na poeira e travou, fazendo com que ela caísse e rolasse na terra.

    Saudosa, nossa entrevistada recordou como a cidade era tranquila. Segundo ela, naquela época “podia deixar as coisas para fora de casa, até dormir com a porta aberta, que não acontecia nada”. Praticamente todos se conheciam, conversava-se bastante, as rodas de chimarrão eram frequentes, e também havia diversão garantida nos encontros de fim de semana, onde amigos, vizinhos e familiares se reuniam para participar de torneios de futebol, inclusive no interior. O meio de transporte mais comum era o caminhão: todos subiam na caçamba e iam para o jogo, carregando os apetrechos para um bom churrasco, claro. Na volta, as pessoas dividiam o espaço nas carrocerias com os prêmios do torneio, normalmente cabras, novilhas e porcos.

    Em Lucas existia o PS (Posto de Serviços) da Telemat, empresa de telefonia do Estado, onde as pessoas passavam até metade do dia na fila para conseguir falar por alguns minutos com os parentes na região Sul do país. Tudo era muito difícil, inclusive em se tratando de saúde, pois o único médico que trabalhava aqui não conseguia atender a população a contento, pois não havia estrutura para trabalhar. As condições eram precárias. Parto Cesariana só em Sorriso, cujas condições eram melhores do que em Lucas, apesar de ambas cidades terem quase a mesma idade. As estradas eram verdadeiros atoleiros nas chuvas, e na seca era buraco que não acabava mais.

    Em se tratando de política, Eliza conta que “época de campanha era muito divertido, pois não havia a maldade que existe de alguns anos para cá. Havia muita discussão, muitas brigas, porém nada muito sério”. Tanto que, terminado o pleito eleitoral, todos voltavam às boas novamente. Àquela época, por volta de 1990, até prisão houve! Nossa entrevistada explanou sobre o boom de Lucas do Rio Verde, que aconteceu já na primeira gestão do então prefeito Otaviano Pivetta, quando a cidade cresceu “a passos largos”.

    Um dos símbolos de união dos luverdenses, o Hospital São Lucas foi fruto de muito trabalho e doações da sociedade civil organizada e dos produtores rurais, como da mesma forma aconteceu o asfaltamento da MT 449, trazendo inúmeros benefícios a toda a população.

    Eliza lembra com saudades da segurança que havia na cidade, onde as pessoas andavam nas ruas despreocupadamente, e podiam sentar nas calçadas para conversar com os vizinhos e amigos, sem o risco de assalto. Questionada acerca de uma lembrança alegre, ela relatou com brilho nos olhos e sorriso radiante que participou de absolutamente todas as edições da Expolucas, desde a primeira, quando vieram Leandro e Leonardo e abriram a festa cantando “Entre Tapas e Beijos”, hit da época. As primeiras edições foram marcantes para Eliza Techio, que relata que infelizmente não sente mais a mesma emoção atualmente. Segundo ela, apesar da simplicidade, antigamente o brilho era maior.

    Finalizando a entrevista, Eliza diz se sentir grata à cidade que a acolheu desde os dezoito anos de idade, onde teve e criou as duas preciosidades de sua vida: seus filhos Luíza e Luizinho. Luverdense de alma e coração, ela espera que o município continue a crescer e a acolher as pessoas da mesma forma que ela foi acolhida, bem como sua família, há quase 30 anos atrás, e que os moradores de Lucas do Rio Verde possam escrever uma nova história de vida, repleta de lutas, vitórias e de inúmeros momentos de felicidade.