Categoria: ARTIGOS

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  • Copa do Mundo: o que fazer com seu cão na hora dos fogos

    Copa do Mundo: o que fazer com seu cão na hora dos fogos

    No dia 20 de novembro, começou, no Catar, a Copa do Mundo 2022. Junto às comemorações, vêm, também, os fogos de artifício – e quem sofre, muitas vezes, são os cães.

    Segundo Camilli Chamone, geneticista, consultora em bem-estar e comportamento canino e criadora da metodologia neuro compatível de educação para cães no Brasil, assim como os humanos, os cachorros também podem sofrer de fobias por vários motivos, como som de fogos.

    “No cão, o quadro fóbico equivale a uma crise de síndrome do pânico em humanos. Ou seja, ele se vê em uma situação de risco de morte eminente e sua segurança ameaçada. Com isso, ocorre um disparo muito intenso de adrenalina em seu corpo, pela sensação de estar em perigo”, explica.

    Neste quadro, começam os comportamentos compensatórios – e até perigosos. “É comum ficar embaixo da cama ou outro lugar para se sentir seguro. Também pode se automutilar, machucar alguma parte do corpo, e destruir a casa, para amenizar a intensa ansiedade. A adrenalina também o faz querer fugir, e aí vem um perigo ainda maior: arranhar portas, a ponto de perder as unhas com isso; ou quebrar vidros e pular janelas, causando fugas e acidentes – até fatais”, exemplifica Chamone.

    Habituação

    Se o seu cãozinho ainda é filhote, ou mesmo adulto, e não tem medo de fogos de artifício, é importante, mesmo assim, prepará-lo para lidar com esses barulhos. Assim, a chance de se tornar fóbico diminui, pois o medo de fogos é aprendido e pode surgir a qualquer momento na vida do cachorro.

    Por isso, uma ideia é habituar o animal a estes barulhos com antecedência. “É possível colocar som de fogos, por exemplo, encontrados na Internet, e fazer companhia a ele. Se permanecer tranquilo, aumente o som e vá fazendo suas atividades normalmente. Se ele ficar desconfortável, abaixe o som e depois aumente gradativamente, fazendo o treino por vários dias. Isso ajuda a naturalizar o barulho”, enfatiza Chamone.

    E, quando o som dos fogos começar para valer, em dia de jogo, a geneticista recomenda pegá-lo no colo (se possível e se ele gostar), além de fazer carinho, brincar ou dar comida. “A ideia é redirecionar a atenção dele para algo bom, para que não ocorra uma associação negativa com o barulho. Assim, aquela experiência é transformada em algo positivo”, sugere a geneticista.

    Amenizando a fobia

    Porém, se o seu cachorro já é fóbico ao barulho de fogos, tenha em mente que ele já está em um alto grau de sofrimento. “Os comportamentos inadequados, diante de um quadro de fobia, não acontecem porque ele é mau ou por birra; por isso, brigar, dar broncas ou deixá-lo sozinho só vai piorar o pânico, exacerbando ainda mais a crise. Em situações como essa, é sempre importante acolher, em vez de brigar”.

    Para isso, Chamone traz recomendações para ajudá-lo a passar por esse momento de forma menos traumática:

    1- Nunca deixe o cão sozinho diante dessa situação. “Ter a companhia do dono reduz o sofrimento, pois estará com alguém de confiança por perto. Fique com ele até os fogos passarem e ele demonstrar estar mais tranquilo”, afirma.

    2- Gaste a energia do peludo antes de os fogos começarem. “Nos dias de jogo do Brasil, busque fazer um super passeio com até ele cansar, preferencialmente em lugares mais vazios, com bastante natureza e que ele explore bastante o olfato; esse estímulo produz relaxamento do sistema nervoso central. Assim, diminui naturalmente a ansiedade, pois o cão drenou sua energia”.

    3- Quando chegar o momento, abafe o som o máximo possível, fechando portas e janelas. “Além disso, é essencial conhecer o seu cachorro. Alguns preferem ficar em ambientes mais fechados, dentro do quarto. Outros escolhem a liberdade para se movimentar e encontrar um cantinho seguro. Perceba o seu cão, como ele se sente melhor, e o respeite”, enfatiza Chamone.

    4- Ligue uma música para despistar o som externo. “Uma melodia mais calma é uma boa opção”.

    5- Cuidado ao seguir dicas rápidas de Internet, como enrolar ou enfaixar o animal. “Não há comprovação científica robusta de que isso irá acalmá-lo. O principal é ele não estar sozinho e você conhecê-lo para entender o que melhor irá acolhê-lo naquele momento difícil”.

    6- Em casos graves de fobia, buque orientação com o médico veterinário, que poderá prescrever um medicamento para ajudá-lo a acalmar. Também é ideal ter acompanhamento de um comportamentalista, para amenizar o problema. “Com o tratamento, conseguimos aumentar a tolerância do cão aos barulhos. A fobia não tem cura, mas é possível ensinar o cachorro a lidar com os fogos sem tanto sofrimento e, claro, tornar esse período de Copa mais tranquilo – para ele e, consequentemente, para toda a família”, finaliza a geneticista.

  • O agronegócio e as exportações

    O agronegócio e as exportações

    Segundo a Nota de Conjuntura 13, do IPEA, o agronegócio encerrou outubro com um superávit de US$ 12,8 bilhões, mantendo o patamar mensal observado desde março deste ano. O desempenho compensou o déficit apresentado pelos demais setores da economia (US$ 8,9 bilhões em outubro), e contribuiu para o superávit de US$ 3,9 bilhões da balança comercial total do país no mês. Os dados demonstram a força do agronegócio na balança comercial do Brasil.

    Comparando com o resultado de outubro de 2021, o resultado cresceu 61,3% e as exportações se mantiveram estáveis. No acumulado do ano, o superávit do agronegócio totaliza US$ 121,8 bilhões, decorrente de US$ 136,1 bilhões de exportações – alta de 33,0% em relação ao mesmo período do ano passado. As importações também apresentaram crescimento, alcançando US$ 14,3 bilhões no mês, ou alta de 13,2% na mesma base de comparação.

    Para fins de comparação, no mesmo período, os demais setores exportaram US$ 144,6 bilhões (alta de 8,3%) e importaram US$ 215,0 bilhões (alta de 30,5%), levando a um déficit de US$ 70,4 bilhões no período. Com isso, o superávit total da economia alcançou US$ 51,3 bilhões, valor 12,2% abaixo do observado entre janeiro e outubro do ano passado.

    48,5% do valor exportado pelo Brasil veio do agronegócio. Já nas importações, apenas 6,2% veio do setor. Com esses números, fica clara a importância do agronegócio na balança comercial brasileira e na nossa economia. E, dessa forma, deve-se refletir: como replicar para os outros setores o mesmo desenvolvimento?

    2022: O patamar exportado pelo agronegócio mudou

    Em 2022, a alta dos preços médios contribuiu para o aumento do valor exportado, compensando a queda na quantidade embarcada em alguns produtos. O resultado mantinha-se, mesmo com a desaceleração do preço médio. No entanto, em outubro, foi observada queda na variação do preço médio (-4,8%) comparativamente a 2021.

    Dessa vez, o crescimento de 69,4% no volume exportado ante igual mês do ano passado foi beneficiado principalmente pela quantidade embarcada de produtos do agronegócio, mostrando que o setor está mais sólido ainda.

    Um fator digno de nota é a preocupação do agronegócio em profissionalizar sua gestão. Quando começamos a empresa, em 2015, éramos pouco procurados para a realização de projetos no setor. Atualmente, a procura aumentou e muito. Como dica de carreira, o setor irá absorver muitos profissionais da área de gestão e excelência operacional. Nossos alunos e assinantes que gostam dessa área terão muitas oportunidades para decolarem na carreira se investirem aí.

    E quais os produtos mais exportados? Entre os principais da pauta de exportação do agronegócio em outubro, destacam-se:

    ●    Soja em grãos: 17,5% do total da pauta;

    ●    Milho: com 14,3% do total da pauta;

    ●    Açúcar, com 10,5% do total da pauta;

    ●    Carne bovina, com 8,4% do total da pauta.

    A soja em grãos participa do complexo soja, que inclui ainda farelo de soja e óleo de soja. Os dois últimos equivalem em valor a 8,4% do total exportado pelo setor; mesmo tendo ainda uma participação relativamente menor em comparação com as demais commodities, são dois produtos que vêm apresentando alta desde 2021.

    Já o milho, após forte elevação da quantidade exportada, 301,7% ante igual mês de 2021, em conjunto com forte elevação do preço médio de venda (38,9%), totalizou valor exportado de US$ 2 bilhões. De fato, o bom desempenho das safras de verão e inverno do milho proporcionou uma vantagem do Brasil no mercado internacional.

    Nesse caso, pode-se afirmar que a tecnologia embarcada na produção do milho encontrou as condições internacionais ideais.

    Outros dois produtos brasileiros que bombaram em outubro: o açúcar, com crescimento de 62,3% na quantidade e de 11,6% no preço médio, e o algodão, com 28,5% e 21,9%, em relação a igual período do ano passado. Ambos também foram beneficiados pela alta na produção e por condições favoráveis no mercado internacional.

    Já em relação às proteínas animais, tem-se:

    ●    As exportações de carne bovina tiveram crescimento na quantidade (96,4%) e alta do preço médio (12,5%) da tonelada embarcada no mês comparativamente a outubro de 2021;

    ●    As exportações de carne suína tiveram queda (-0,4%) em outubro, o que já vinha sendo observado nos meses anteriores;

    ●     As exportações de carne de frango apresentaram queda em quantidade (-0,7%) no mês, mas tiveram boa elevação do preço médio (15,8%).

    Por fim, as exportações de produtos florestais tiveram alta da quantidade embarcada de celulose (59,1%), levando o valor das vendas do grupo a uma alta de 20,7% diante do apurado em outubro de 2021.

    Mas e a história dos insumos agrícolas com a guerra da Ucrânia?

    O valor importado de fertilizantes em outubro registrou retração pelo terceiro mês consecutivo, com US$ 1,6 bilhão, 21,9% inferior ao observado em igual mês de 2021.

    Essa retração deve-se à queda nas quantidades importadas (39,7%), que já estão em patamares abaixo dos observados em outubro dos últimos três anos. O preço médio dos fertilizantes importados mantém alta de 29,7% no mês, mas em contínua desaceleração em relação ao salto observado no segundo semestre de 2021 e agravado no primeiro trimestre de 2022, com a eclosão do conflito entre a Rússia e a Ucrânia.

    Resumindo, as importações de adubos e fertilizantes pelo Brasil subiram neste ano com a antecipação de compras no segundo trimestre devido ao receio de escassez de oferta mundial. Isso, como no conhecido artigo do MIT sobre o efeito chicote, bagunçou os preços.

    A formação desse estoque estratégico garantiu a quantidade necessária desses insumos para a preparação do solo para a safra de 2022-2023, mas gerou um problema de falta de armazéns para a manutenção do fluxo importador, o que levou à queda do volume em agosto e setembro. Além disso, o IPEA reforça o impacto nos custos do agronegócio brasileiro, que deverá registrar uma menor intensidade no uso desses insumos na atividade agrícola do atual ciclo.

    Mercado aquecido, preços em alta e insumos mais caros explicam um pouco mais a corrida do setor para aumentar seus níveis de produtividade e profissionalização. Cada vez mais, o campo está colocando tecnologia brasileira em seus produtos e, com isso, trazendo riqueza para o Brasil. Imaginem quando os governos mergulharem na história de replicar o sucesso do agronegócio para outros setores, como nossa carcomida indústria. Imaginem só o potencial de geração de empregos com renda per capita considerável e o quanto isso melhoraria as condições de vida do nosso país.


    Virgilio Marques dos Santos é um dos fundadores da FM2S, doutor, mestre e graduado em Engenharia Mecânica pela Unicamp e Master Black Belt pela mesma Universidade. Foi professor dos cursos de Black Belt, Green Belt e especialização em Gestão e Estratégia de Empresas da Unicamp, assim como de outras universidades e cursos de pós-graduação. Atuou como gerente de processos e melhoria em empresa de bebidas e foi um dos idealizadores do Desafio Unicamp de Inovação Tecnológica.

  • Conflitos familiares: neuropsicóloga explica como relação ruim entre pais afeta saúde mental dos filhos

    Conflitos familiares: neuropsicóloga explica como relação ruim entre pais afeta saúde mental dos filhos

    Um relacionamento amoroso complicado pode causar traumas irreparáveis para o casal. Para uma criança, então, esses danos são ainda mais complexos. De acordo com a a Ph.D em Neurociências, Dra em Psicologia, Mestre em Psicanálise e Neuropsicóloga especialista no tratamento de diversos transtornos, Roselene Espírito Santo Wagner, uma das causas que abalam a vida emocional da criança é a desarmonia entre pai e a mãe.

    “Para ela, os pais são pessoas que as amam e protegem. Com eles, a criança se considera segura. Quando o casal discute e a criança presencia, ela sente-se angustiada e com medo de perder as pessoas que deveriam trazer amparo e segurança. Pelo fato de invariavelmente as crianças não alcançarem o motivo da discussão, esse mundo desconhecido e altamente estressor lhe deixa ainda mais amedrontada e ansiosa”, disse.

    Conforme Roselene, os pais são responsáveis por trazer aos filhos a sensação de segurança tanto física quanto emocional, o que não acontece em famílias onde as discussões e agressões verbais e/ou físicas sejam permanentes na dinâmica do casal.

    “Há casos em que a criança, é o PI – Paciente Identificado que apresenta a sintomatologia mas a patologia está na família. Em crianças ainda muito pequenas é comum o relato de recusa de alimento, vômito, terrores noturnos, isso se dá quando o ambiente é demasiado tendo.
    Já em crianças maiores, poderão surgir os mais diversos sintomas como instabilidade emocional, roer as unhas -onicofagia, tiques nervosos, teimosia exagerada, timidez, falta de concentração nos estudos, irritabilidade, agressividade, podendo gerar até mesmo pré delinquentes”, explicou.

    Conforme a profissional de saúde, na família funcional, a mãe representa o amor e o pai o protótipo da autoridade, nesta composição, as crianças sentem-se mais protegidas e seguras e felizes, quando contam com o amor que protege e submetidas a uma autoridade baseada logicamente na justiça e não no autoritarismo.

    “Nenhum extremo é bom, nem o amor demasiado e sem limite nem a autoridade que se impõe injustamente. Pois, a superproteção poderá gerar um comportamento fora das condutas e convenções sociais e a autoridade que sufoca e agride, geralmente trará como desfecho rancor, hostilidade e revolta”, contou.

    Ainda conforme a especialista, quando a separação do casal é inevitável, é importante esclarecer de forma neutra e menos tramática possível, os motivos do divórcio, que certamente nada tem a ver com a criança.

    “O pior que os pais podem fazer é usar a criança como arma de vingança de um contra o outro. A criança não pode tomar partido sobre fidelidade, custódia, dinheiro, educação e visitas. Os efeitos futuros sobre a criança poderão ser desastrosos. O melhor que os pais podem fazer é continuar sendo pais, ainda que não sejam mais marido e mulher. Os pais podem não ter obtido êxito no casamento, mas poderão ter sucesso em função do exercício da maternidade e paternidade”, complementou.

    No que diz respeito ao desenvolvimento, segundo Roselene, quanto mais sensível e inteligente for a criança e mais graves forem as deficiências dos pais no desempenho do seu verdadeiro papel, mais profunda será as alterações no psiquismo do filho e maior o comprometimento emocional.

    “O comportamento da criança é basicamente afetivo e irracional, ela apenas sente as coisas e não pensa sobre elas. A relação com a realidade externa ainda não está intelectualizada: A personalidade ainda não está plenamente integrada, o amor primitivo tem uma finalidade destrutiva e a criança não aprendeu ainda a tolerar e dominar seus instintos. Ela poderá a vir controlar todas essas coisas, principalmente se o seu ambiente circundante for estável e seguro. O ambiente deve ser modificado, propiciando à criança um clima familiar mais compreensivo; a rigidez única, pode prejudicar o desenvolvimento e a livre expansão da criança, que precisa de aceitação e ternura dos pais para desenvolver segurança interna”, explicou.

    Por fim, a Dra. explicou que a criança precisa viver num círculo de amor, força e lar estável, somente com o decorrer do tempo e vencendo as etapas do ciclo vital, a criança aprenderá a controlar seus impulsos e desenvolver a capacidade de se autogerir. A criança cujo o lar não consegue lhe dar sentimento de segurança, procura fora de casa as “paredes que lhe faltam” para acolher, amparar e estruturar seu psiquismo.

    “Fornecida em tempo adequado a estabilidade poderá consolidar-se na criança como “ossos no seu corpo”, de modo que gradativamente nos primeiros meses e anos de vida, passará da dependência e da necessidade de ser dirigida e cuidada para a independência e autonomia. Podemos concluir portanto, que é do lar que os pais podem dar aos seus filhos através da estabilidade emocional e afetividade a autorização para a futura formação de novo núcleo familiar saudável. O bom exemplo será metade do caminho para a felicidade da futura vida conjugal”, finalizou.

    Sobre Dra Roselene Espírito Santo Wagner

    Também conhecida como Dra. Leninha, é Ph.D em Neurociências, Dra em Psicologia, Mestre em Psicanálise e Neuropsicóloga especialista no tratamento de diversos transtornos, além de ser habilitada para aplicação de testes psicométricos reconhecidos mundialmente.

    Dra. Leninha tem participação em diversos programas de rádio e televisão, assim como periódicos e revistas nacionais e internacionais.

  • COPA DO MUNDO: O HEXA ESTÁ NAS PATROCINADORAS

    COPA DO MUNDO: O HEXA ESTÁ NAS PATROCINADORAS

    O artigo de hoje possui um clima diferente. Estamos nos aproximando da Copa do Mundo, e, em que pese estarmos vivenciando momentos turbulentos ao redor do mundo, é fato que a atenção das pessoas se voltará as televisões no horário dos jogos. E isso não acontece só com o Brasileiro não, é um fenômeno mundial. 

    Tão grande quanto este torneio e nossa chance de sermos Hexa, são as companhias por trás dos patrocínios bilionários que dão suporte à FIFA. 

    Dentre as companhias algumas se destacam, como Coca Cola, Nike e Visa. 

    A Coca Cola, por exemplo, patrocina a Copa do Mundo oficialmente desde 1978. 

    Ora, mas você já pensou quanto os investidores da Coca Cola e das outras Empresas já ganharam ao longo desse período?

    Vamos aos dados: 

    A The Coca Cola Company tinha sua ação cotada em 1982 ao preço de 0,94 dólares. Hoje, a ação está sendo negociada na casa dos 60 dólares. Só aqui temos uma valorização acima de 6000%, excluindo possíveis remunerações adicionais aos acionistas. 

    A Nike possui números ainda mais impressionantes. Desde o seu início na bolsa de valores, as ações já acumulam alta de 28.000 %. Ou seja, se você investisse 10.000 dólares você teria hoje 2.800.000 dólares — você não leu errado, o seu patrimônio seria de 2 milhões e 800 mil dólares —, excluindo os efeitos da inflação.  

    No caso da Visa a história se repete. Uma empresa que está presente em praticamente todos os países do mundo, cresce sem parar há muito tempo. Para se ter ideia, nos últimos 5 anos o retorno para os acionista foi de 91%. Isso quer dizer que o seu capital praticamente dobrou. 

    Já pensou seu capital dobrar a cada 5 anos? É algo incomum, porém vale o exercício. 

    Fato é que essas e outras inúmeras Empresas sobreviveram à muitas crises econômicas, turbulências políticas e até mesmo guerras, o que por si só prova sua resiliência. Além do mais, não apenas sobreviveram, mas também cresceram em momentos e ambientes hostis, entregando bons resultados aos seus acionistas. 

    Essas companhias são como os zagueiros da nossa Seleção Brasileira,  buscam defender seus ativos com determinação e firmeza. 

    E você, já possui alguma defesa em sua vida financeira?


    Marco Scarabelot – Assessor de Investimentos nº 28.182 – marco@cultivarinvestimentos.com.br

  • Artigo: A fascinante profusão de usos da soja

    Artigo: A fascinante profusão de usos da soja

    A soja é largamente conhecida como alimento, tanto para alimentação humana direta como para formulação de rações para nutrir suínos, aves, bovinos e outros animais para produção de proteína animal. Mas a soja é muito mais que isso, ela entra na composição de outros produtos de uso corrente, que não alimentos.

    A soja vem sendo utilizada como sucedânea do petróleo em uma ampla gama de produtos, em especial no conceito de química verde. A diversidade de produtos é impressionante, e não para de crescer. Borrachas, fibras, plásticos, revestimentos, solventes, biodiesel, lubrificantes, adesivos e milhares de produtos de consumo utilizam a soja como ingrediente. Os componentes da soja, incluindo óleo, proteína, subprodutos isolados de proteína de soja, cascas e celulose da casca de soja, são progressivamente incorporados em produtos industriais à medida que pesquisadores e fabricantes usam a soja para diminuir a dependência do petróleo, garantir uma fonte de abastecimento sustentável e tornar os produtos mais ecológicos.

    Obtendo insumos da soja

    Quando a soja é esmagada, obtém-se cerca de 20% de óleo, utilizados na obtenção de produtos que vão desde artigos de higiene pessoal até resinas alquídicas para tintas e polióis para espuma. O óleo de soja com alto teor oleico é, naturalmente, mais estável do que o óleo de soja convencional, reduzindo a necessidade de antioxidantes e outros aditivos caros. Também é modificado quimicamente para obter lubrificantes sintéticos, substituindo polialfaolefinas e ésteres sintéticos de petróleo mais baratos.

    O óleo de soja epoxidado é usado como plastificante em cloreto de polivinila (PVC) para sacos, filme alimentício, suprimentos médicos como bolsas de sangue e tubos intra-venosos, produtos de folha de vinil, selantes, revestimentos, tintas e outras aplicações. A tecnologia de surfactantes poliméricos à base de óleo de soja oferece baixo custo, alta biodegradabilidade e potencial para alto teor de bioconteúdo renovável nos produtos finais.

    No Brasil, o biodiesel representa quase 20% do combustível usado nos motores de ciclo diesel, sendo cerca de 95% obtido com óleo de soja. Além de combustível, os ésteres metílicos de ácidos graxos da soja (biodiesel) podem ser usados como insumos industriais, solvente em produtos de limpeza e como co-solventes, quando misturados com outros produtos, como d-limoneno. Substitutos de amida à base de soja e misturas de surfactantes fornecem desempenho superior, como espuma rica, espuma flash e suavidade em produtos de cuidados pessoais.

    O farelo de soja é uma mistura de, aproximadamente, 50% de proteína (aminoácidos) e 50% de carboidratos não digeríveis, de alto peso molecular. Essa fração é uma fonte de açúcares barata para fermentação e transformação em insumos industriais. Uma porcentagem crescente de proteína de soja é usada para fabricar produtos como adesivos para madeira e revestimentos de papel.

    Para transformar a soja ou suas frações (óleo e farelo) em insumos industriais são necessários processos como epoxidação, alcoólise, transesterificação, acidulação, esterificação direta, metátese, isomerização, modificação de monômeros e polimerização. Assim são obtidos seis insumos industriais básicos: a) triglicerídeos; b) ésteres de ácidos graxos; c) epóxidos de óleo de soja (ESBO); d) epóxidos de ésteres de ácidos graxos (SEM); e) glicerina; f) aminoácidos. A partir do óleo de soja podem ser outros insumos como resinas, látex modificado, diluentes reativos, aditivos funcionais, diácidos, dióis e dispersões de poliuretano.

    A preferência crescente dos consumidores por matérias-primas renováveis e sustentáveis, é um ponto favorável à soja, cujo custo tem sido inferior aos insumos de petróleo. Além disso, a soja apresenta emissões de gases de efeito estufa (GEE) inferiores ao petróleo, o que atrai empresas que tenham metas de sustentabilidade por cumprir. A fixação biológica de nitrogênio da atmosfera dispensa fertilizantes nitrogenados, cuja produção é altamente emissora de GEE. Com o incremento da produtividade, cada tonelada de soja produzida emite menos GEE, como demonstram os desafios de máxima produtividade do CESB .

    Por Décio Luiz Gazzoni, engenheiro agrônomo, pesquisador da Embrapa Soja e membro fundador do Comitê Estratégico Soja Brasil e do Conselho Científico Agro Sustentável

     

  • Como o julgamento da ADPF de Reintegração de Posse pode influenciar na sua propriedade?

    Como o julgamento da ADPF de Reintegração de Posse pode influenciar na sua propriedade?

    Em 31 de outubro desse ano, o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), que os tribunais que tratam de casos de reintegração de posse instalem comissões para mediar eventuais despejos antes de qualquer decisão judicial. Conforme o ministro, a medida de transição visa a reduzir os impactos habitacionais e humanitários em casos de desocupação coletiva.

    A novidade veio com a extensão para os conflitos coletivos fundiários, que pessoalmente, só consigo imaginar em ocupações pelo Movimento do Sem Terra – MST, ou qualquer outro com o mesmo intuito.

    A decisão foi tomada no âmbito da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) nº 828, inicialmente o ministro suspendeu por seis meses em junho de 2021, ordens de remoção e despejos de áreas coletivas habitadas por conta dos efeitos da pandemia da Covid-19. Naquela ocasião, ele considerou que despejos em meio à crise pandêmica poderiam prejudicar famílias vulneráveis. No fim de 2021, o ministro prorrogou a proibição de despejos até 31 de março de 2022. Depois, em uma terceira decisão, deu prazo até 31 de junho e, por fim, estendeu a proibição até 31 de outubro de 2022.

    Ao analisar um novo pedido de prorrogação feito por partidos políticos e movimentos sociais, o ministro decidiu atender em parte. Barroso não prorrogou novamente a proibição de despejos, mas determinou um regime de transição a ser adotado após quase um ano e meio de proibição das desocupações.

    Conforme a decisão:

    1. Tribunais de Justiça e Tribunais Regionais Federais devem instalar, imediatamente, comissões de conflitos fundiários que sirvam de apoio aos juízes. De início, as comissões precisam elaborar estratégia para retomar decisões de reintegração de posse suspensas, de maneira gradual e escalonada;

    2. As comissões de conflitos fundiários devem realizar inspeções judiciais e audiências de mediação antes de qualquer decisão para desocupação, mesmo em locais nos quais já haja decisões que determinem despejos. Ministério Público e Defensoria Pública devem participar;

    3. Além de decisões judiciais, quaisquer medidas administrativas que resultem em remoções também devem ser avisadas previamente, e as comunidades afetadas devem ser ouvidas, com prazo razoável para a desocupação e com medidas para resguardo do direito à moradia, proibindo em qualquer situação a separação de integrantes de uma mesma família.

    Barroso autorizou a retomada do regime legal para ações de despejo em caso de locações individuais sem necessidade de regras de transição. Para ele, essas locações estão reguladas em contrato e não têm a mesma complexidade do que ocupações coletivas.

    A decisão individual foi levada a referendo no Plenário Virtual e os demais votos acompanharam o relator.

    O ministro lembrou que fez um apelo ao legislador para medidas que minimizassem impactos habitacionais e humanitários das desocupações, mas que o projeto de lei proposto não teve andamento na Câmara dos Deputados e afirmou:

    “Ante o quadro, cabe ao Supremo Tribunal Federal, à luz da Constituição, fixar diretrizes para o Poder Público e os demais órgãos do Poder Judiciário com relação à retomada das medidas administrativas e judiciais que se encontram suspensas com fundamento na presente ação. A execução simultânea de milhares de ordens de desocupação, que envolvem milhares de famílias vulneráveis, geraria o risco de convulsão social.”

    Em contrapartida a bancada ruralista deve apresentar um Projeto de Decreto Legislativo com o objetivo de sustar a decisão.

    Por enquanto, nota-se um ativismo judicial desenfreado, onde a busca pela garantia de critérios para proteção dos considerados vulneráveis se sobrepõe a direitos fundamentais, bem como, transfere ao privado a obrigação dos entes federativos ao direito à moradia, como prevê o artigo 6º da Constituição Federal. 

  • Eleições 2022: sobram ataques, faltam compromissos

    Eleições 2022: sobram ataques, faltam compromissos

    A campanha dos dois candidatos a presidente da República dedica a acusações recíprocas parte significativa do tempo da propaganda eleitoral gratuita veiculada no rádio e na televisão nesse segundo turno. De um lado e de outro sobram imputações sobre corrupção, petrolão, eletrolão, mensalão, rachadinhas, orçamento secreto e outros escândalos que há anos ocupam espaço na mídia. Outra boa parte do tempo é reservada a esforços para mostrar a generosidade e compaixão dos candidatos com os menos favorecidos. Programas, ideias e compromissos ficam em segundo plano, o que se repete também nos debates.

    Fotos corporativas Samuel Hanan 4A duas semanas das eleições, apenas, os candidatos continuam ignorando que o interesse maior dos mais de 156 milhões de eleitores é sobre o programa de governo. Os brasileiros, com todo o direito, querem saber o que será feito nos próximos quatro anos para melhorar a sua vida. A História nos deixou um grande exemplo: Juscelino Kubitschek, que governou o Brasil de 1956 a 1961 com base em um Plano de Metas, composto de 30 itens, dos quais 82% foram cumpridos.

    Obviamente, o eleitor tem interesse no comportamento ético e moral de cada candidato, em como eles enxergam e pratica a religião, como se comportaram no passado e como atuam no presente. Entretanto, a preocupação maior está no programa de metas de quem se propõe a governar o país, inclusive no combate à avassaladora corrupção, à redução dos privilégios, à diminuição das desigualdades sociais e regionais.

    Saturado de ataques pessoais – tão comuns em tantas eleições -, o brasileiro deseja mesmo é saber o que fará o candidato, uma vez eleito, quando fará e como fará. O cidadão quer conhecer quanto custará ao governo tirar do papel cada promessa. De onde virão os recursos? Pagaremos mais impostos? O país se endividará mais? São perguntas que permanecem sem respostas. Algumas delas sequer são formuladas aos candidatos, como se não fossem absolutamente necessárias ao futuro do Brasil. As raras propostas apresentadas – entre um ataque e outro ao adversário – mostram-se superficiais, genéricas, sem demonstração clara de viabilidade técnica e econômica, sem apontamento de seus custos e das fontes de recursos para sua implementação. Se nos debates fosse acionado um polígrafo sonoro para apitar a cada mentira contada, nenhum candidato se atreveria a falar os absurdos que enganam os eleitores.

    Na educação, por exemplo, não se tem um proposta bem definida – de nenhum lado – sobre questões absolutamente prioritárias: implantação de escola em tempo integral no ensino fundamental e no ensino médio, atualização das grades curriculares para atender aos novos ramos do conhecimento, às modernas demandas do mercado e  às inovações tecnológicas, a universalização do ensino técnico e profissionalizante, a revolução do ensino da matemática, o domínio sobre a língua portuguesa e o idioma inglês, e a remuneração digna dos professores, em todos os níveis.

    Qualquer cidadão que assiste ao Horário Eleitoral Gratuito ressente-se do compromisso dos candidatos sobre aumentar a capacidade do Sistema Único de Saúde (SUS) – cujo valor se evidenciou na pandemia – e sobre a atualização da remuneração dos serviços, hoje com tabela aviltada, comprometendo os equipamentos de saúde que compõem a rede.

    Não se viu, igualmente, qualquer compromisso sério na questão do saneamento básico, com comprometimento de metas para universalização de água tratada e para o esgotamento sanitário, questões que impactam diretamente na qualidade de vida e na saúde pública.

    Sobre habitação, a população sem-teto ou que paga aluguel ainda não conseguiu saber quantas unidades habitacionais um ou outro candidato se propõe a construir por ano até o final do mandato. Ninguém se comprometeu, por exemplo, a edificar moradias com pelo menos 40m² e dotadas de sistema de captação de energia fotovoltaica, que reduz a conta de luz das famílias. Somente essa economia contribuiria com mais da metade do valor da prestação mensal.  Isso sim seria um auxílio permanente, nos moldes do Bolsa Família ou do atual Auxílio Brasil, com grande impacto social.

    Quando o assunto é segurança pública, nenhum compromisso se viu sobre aprimorar o controle dos mais de 10 mil km de fronteiras, portos e aeroportos, com aumento expressivo dos contingentes da Polícia Federal e das Forças Armadas para sufocar o contrabando de armas e drogas que alimentam as organizações criminosas, fomentam o vício e a destruição de famílias, e aliciam os jovens para o mundo do crime. Da mesma forma, não há proposta concreta para a revisão do Código Penal, ultrapassado, visando ao endurecimento de penas relativas às ações criminosas envolvendo menores, corrupção, estupro e outros crimes hediondos.

    É inconcebível que numa campanha presidencial a necessidade de se fazer uma reforma tributária tenha sido tratada, até agora, tão superficialmente. Nada se falou em reduzir drasticamente tributos sobre o consumo, e se necessário, aumentar os tributos sobre a renda e o capital; ninguém se dispôs a atacar efetivamente essa que é a maior fábrica de pobreza do País, fonte permanente de concentração de renda. Os candidatos parecem ignorar que o caminho está na redução drástica da tributação sobre gêneros alimentícios, produtos de higiene pessoal, limpeza doméstica, vestuário básico, medicamento, combustíveis do transporte coletivo e de carga, e gás de cozinha, de forma a torná-los mais acessíveis à população mais pobre e, no caso dos combustíveis, baratear o custo final dos produtos de primeira necessidade, principalmente.

    O que a população gostaria de ouvir dos candidatos é a priorização da geração de emprego, com melhor distribuição de renda caminhando junto, como bom indicador de Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Há também outras medidas de caráter urgente com as quais os candidatos deveriam se comprometer, entre elas alterações legislativas para a redução drástica do foro privilegiado, para tornar imprescritíveis os crimes cometidos contra a administração pública, para permitir a prisão após condenação em segunda instância, e para proibir que réus (assim definidos por colegiado de segunda instância) disputem cargos eletivos. Infelizmente, nada disso é tema da campanha, assim como quase nada se fale sobre propostas para cultura e esportes, embora ambos os candidatos tenham maior tempo de rádio e TV nesse segundo turno.

    É de se lamentar ainda que esse silêncio se estenda também sobre a reforma política, necessária para reduzir o número absurdo de partidos políticos, para acabar com a reeleição em cargos do Executivo e para reduzir drasticamente ou eliminar o Fundo Eleitoral, verdadeiro feudo e fonte de poder para os grandes partidos e seus líderes, contrassenso num país que clama por menos privilégios e mais transparência.

    Há muitos assuntos essenciais à Nação cujos compromissos os dois candidatos deveriam explicitar ao povo brasileiro em vez de perderem tempo com ataques mútuos que nada acrescentam à democracia. O debate de ideias, propostas e programas de governo seria, sem dúvida, muito mais salutar ao País. Daria ao eleitor muito mais elementos para ele definir conscientemente seu voto e mais instrumentos para ele cobrar o eleito, no futuro. Talvez os candidatos tenham medo justamente disso.

     

    **Samuel Hanan é engenheiro com especialização nas áreas de macroeconomia, administração de empresas e finanças, empresário, e foi vice-governador do Amazonas (1999-2002). Autor dos livros “Brasil, um país à deriva” e “Caminhos para um país sem rumo”. 

  • CPR-G

    CPR-G

    Uma obra de Dr. Marcus Reis – Crédito Rural – Marcus Reis, Crédito Rural, 3ª edição, São Paulo, 2023. Editora Gen/Forense. Pág. 256.

    Hoje vou trazer uma super novidade. Já ouviu sobre CPR-G? Vem comigo, tenho bastante coisa para contar…

     

    A CPR Limite de Crédito em Garantia (ou CPR-G) nasceu do pleito de uma grande cooperativa composta essencialmente de pequenos cooperados.

     

    Inspirados pelo real espírito cooperativo, os dirigentes desta instituição buscaram melhorias para sanar as dificuldades burocráticas e financeiras de se conceder crédito aberto aos cooperados de maneira mais simples, facilitando o acesso ao crédito sem tantas exigências de garantias e registros constantes de títulos e documentos.

     

    Foi instituída com a Lei 14.421/2022, criando uma modalidade de CPR, muito parecida com a Cédula de crédito rural (a descrita no Manual do Crédito Rural), onde há a CPR mãe, como forma de garantia e a CPR filha para efetivamente gerar o crédito ao produtor.

     

    Em suma, a CPR-G é mera composição de garantia, se assemelhando a um contrato de crédito rotativo.

     

    É importante esclarecer que a CPR-G não representa uma operação de crédito propriamente dita, mas sim mera composição de garantia; não preenchendo os requisitos do artigo 738 do Código de Processo Civil – certeza, liquidez e exigibilidade, essa modalidade não possui características suficientes para uma Ação de Execução, pois a sua base traz, apenas, natureza contratual.

     

    Na verdade, a CPR-G é um contrato civil consensual, oneroso, bilateral, não solene e de execução continuada. Consensual pois depende da expressão livre da vontade das partes de maneira equilibrada; oneroso ou não, porque pode envolver a concessão de um crédito futuro; bilateral, pois gera direitos e obrigações para ambas as partes; não solene pois não exige formalidade legal para sua constituição e de execução continuada ou não, pois pode representar atos posteriores reiterados.

     

    Como todas as outras possibilidades de CPR é necessário o seu registro no Banco Central e no cartório em caso de garantia cedular, garantindo a publicidade do bem apresentado no corpo da cédula a terceiros não envolvidos no negócio.

    Na CPR-G (CPR mãe) a certidão emitida pela B3 vai ser apresentada como garantia, não como endividamento. Diferente das CPRs filhas, que terão força executiva, inclusive com possibilidade de vencimento antecipado na mesma cédula ou, quando houver mais de um título envolvendo mesmo credor e devedor.

     

    Por fim, como a CPR-G (a cédula mãe) não representa uma operação financeira propriamente dita, ela não é passível de tributação. Já a CPR filha, sim.

     

    Eu, minha sócia e equipe, nos mantemos atualizadas informando vocês. Fiquem atentos!

     

    Nas nossas redes sociais postamos vídeos interativos sobre o tema.

     

    Um forte abraço.

     

     

     

  • “Não sois máquina, homem é que sois….”

    “Não sois máquina, homem é que sois….”

    Essa era a frase que intitulava um extenso texto impresso e colado em uma placa de madeira junto de uma foto de seu autor, Charlie Chaplin. O texto era a tradução do último discurso da obra “O grande ditador”.

    Este quadro adornava a parede da sala da casa dos meus pais, ficava ali, ao lado de um daqueles relógios cujo fundo era uma paisagem no campo: uma casa com fumaça na chaminé, um rio beiradeando e um menino sentado na cerca.

    Os dois sempre me chamaram a atenção, o texto de Chaplin me deixava curiosa sobre o que, de fato, ele queria dizer, aos 10, 11 anos ainda não tinha muita noção daquele assunto. Mas a paisagem do relógio eu conseguia saber, com certeza, o que representava pra mim: paz, sossego e tranquilidade.

    Hoje reflito sobre o antagonismo que as duas ali, lado a lado, significam para mim. Buscamos por algumas décadas evoluir e buscar uma sociedade mais eficiente e produtiva. Por algum tempo a “máquina” à disposição para isso foi o homem! Ele, ali, como o agente executor e operacional dessa sociedade que evoluía industrialmente. Processos mecânicos e repetitivos, o homem trabalhando como complemento da máquina.

    Agora, estamos vivendo uma revolução com a máquina fazendo, cada vez mais, a parte mecânica e o homem se abrindo para que ele seja o agente catalisador da inovação para fazer com que ela trabalhe para ele. Isso não quer dizer que o homem será integralmente substituído por máquinas, mas pode nos dizer que, provavelmente, os processos de trabalho serão revistos.

    Precisamos nos lembrar que: não somos máquinas, somos pessoas! Com sonhos, personalidade, criatividade, emoções… Não podemos nos prender a atividades que poderão ser realizadas por máquinas – e aqui me refiro a inteligência artificial, computadores etc.  Este é o papel delas e não devemos ter medo de inovar e mudar para, neste caminho, poder viver a tranquilidade, paz e sossego que aquela imagem do relógio passava.

    Será que as “máquinas” nos possibilitarão viver e usufruir de uma maior qualidade de vida ou elas nos colocarão, novamente, na linha de produção, com a diferença de possibilitar maior controle sobre nós?

    O certo é que o homem é o responsável, e não a máquina, por decidir qual será o caminho.

    * Mariane Mesquita Souza Hartung

  • Altas temperaturas podem causar dilatação nas artérias

    Altas temperaturas podem causar dilatação nas artérias

    Com as altas temperaturas, hipertensos e cardiopatas que utilizam medicamentos vasodilatadores devem ficar atentos para evitar eventuais crises de pressão baixa, já que o problema pode desencadear não só tontura ou vista embaçada, mas também desmaios e até distúrbios nas artérias coronárias.

    Geralmente nas épocas mais frias do ano, é preciso redobrar a atenção com a saúde cardíaca. Mas não se pode ignorar as consequências das altas temperaturas. O cuidado com o coração também é indispensável.

    No calor é natural que as artérias fiquem mais dilatadas e ofereçam mais espaço para que o sangue circule entre elas. Portanto, hipertensos e cardiopatas que utilizam medicamentos vasodilatadores devem ficar atentos para evitar sofrer eventuais crises de hipotensão, ou pressão baixa, como dizemos popularmente, já que o problema pode desencadear não só tontura ou vista embaçada, mas também desmaios e até distúrbios nas artérias coronárias.

    O primeiro passo para evitar queda de pressão, entre os pacientes que necessitam de vasodilatadores, é passar por uma reavaliação médica.

    Pacientes idosos são mais sensíveis às mudanças de temperatura do que os mais jovens. Porém, uma consulta é fundamental em ambos os casos, já que, dependendo do problema, pessoas mais novas talvez precisem alterar o tipo de medicação que utilizam também.

    Inclusive é muito importante ressaltar que qualquer mudança na ingestão de um determinado tipo de medicamento deve ser sempre prescrita por um médico, após a realização de todos os exames necessários e, nunca, por conta do próprio paciente.

    Um outro fator capaz de interferir na pressão arterial durante o calor é a desidratação. Em dias quentes o corpo perde uma grande quantidade de líquido e sais minerais. Quando essas substâncias não são repostas adequadamente, o organismo tem dificuldade para funcionar, o que resulta em cansaço excessivo e também em queda de pressão.

    Para evitar esse quadro, é fundamental repor as perdas geradas pelo suor por meio da ingestão constante de água, sucos naturais e, com a devida orientação médica, bebidas isotônicas. sugere.

    Vale lembrar que o consumo de comida gordurosa também deve ser evitado nesta época do ano. Isso porque alimentos desse tipo contribuem para que o fluxo sanguíneo fique concentrado no sistema digestivo, o que pode gerar insuficiência circulatória em outras regiões do corpo e uma bela congestão.

    Max Lima é médico especialista em cardiologia e terapia intensiva, conselheiro do CFM, médico do corpo clínico do hospital israelita Albert Einstein, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia de Mato Grosso (SBCMT), Médico Cardiologista do Heart Team Ecardio no Hospital Amecor e na Clínica Vida , Saúde e Diagnóstico. CRMT 6194 – Email: maxwlima@hotmail.com