Categoria: ARTIGOS

Leia artigos, colunas e debates sobre os fatos importantes e polêmicos da atualidade; envie seus artigos para nossa redação”

  • Como Ganhar Anos de Vida de acordo com a Ciência

    Como Ganhar Anos de Vida de acordo com a Ciência

    Você já parou para pensar quantos anos da sua vida podem ser perdidos por hábitos ruins? A ciência tem uma resposta clara: fatores de risco como pressão alta, diabetes e sedentarismo não apenas aumentam o risco de infarto e AVC, mas também roubam anos preciosos da sua vida.

    Mas a boa notícia é que você pode reverter isso! Como cardiologista especializado na transformação de vidas, quero te mostrar que pequenas mudanças podem adicionar anos (e qualidade) à sua vida.

    O Que a Ciência Diz?

    Um grande estudo analisou populações ao redor do mundo e trouxe um alerta: a forma como você cuida da sua saúde HOJE determina quanto tempo e com que qualidade você viverá no futuro.

    A pesquisa mostrou que:

    Controlar a pressão arterial pode adicionar até 5 anos à sua vida.
  Manter o colesterol e o açúcar no sangue equilibrados reduz drasticamente o risco de doenças cardíacas.
    Quem fuma ou é sedentário pode perder até 10 anos de vida!
    Mas não precisa entrar em pânico. O segredo para reverter isso não está em dietas mirabolantes ou treinos exaustivos, mas sim em hábitos sustentáveis.

    5 Passos Para Ganhar Anos de Vida

    1. O Poder dos Pequenos Passos Não tente mudar tudo de uma vez. Pequenas atitudes, como reduzir o sal na comida ou caminhar 15 minutos por dia, já fazem diferença. O importante é ser constante!
    2. O Vilão Invisível: O Estresse O estresse crônico destrói sua saúde silenciosamente. Pratique técnicas de relaxamento, como respiração profunda, meditação ou até um simples momento de pausa no seu dia.
    3. Alimente-se com Inteligência Você não precisa cortar tudo o que gosta, mas sim equilibrar. Coma mais alimentos naturais e menos processados. Seu coração agradecerá!
    4. Movimento é Vida A ciência já provou que 20 a 30 minutos de atividade física por dia podem retardar o envelhecimento do seu coração. Você não precisa ir à academia; uma simples caminhada ou dança já conta!
    5. Monitoramento é PoderA melhor forma de evitar um problema de saúde é prevenir antes que ele apareça. Consulte um especialista regularmente e monitore seus exames.

    A Sua Vida Está em Suas Mãos

    A medicina está cada vez mais avançada, mas a decisão de ter uma vida longa e saudável começa com VOCÊ.  Não deixe para depois! Cuide-se hoje para viver melhor amanhã.

    Max Lima é Especialista em Clínica Médica pelo Instituto dos servidores do Estado de São Paulo (HSPE-FMO ), Especialista em Cardiologia pelo Instituto Dante Pazzanese, Especialista em Terapia Intensiva pela AMIB, Fellow pela Sociedade Europeia de Cardiologia, Ex Conselheiro Federal de Medicina (2019-2024), Presidente da SBC MT – biênio 2016

  • A importância da diversidade e inclusão nas organizações

    A importância da diversidade e inclusão nas organizações

    A diversidade e inclusão têm ganhado destaque no ambiente corporativo moderno, especialmente devido às exigências de práticas ESG (Sustentabilidade Ambiental, Social e de Governança) por investidores. Essas práticas promovem um ambiente de trabalho mais justo e trazem benefícios como maior inovação, melhora na tomada de decisões e vantagem competitiva, além de apoiar na promoção de uma sociedade mais justa.

    Para começar, vamos entender o que significa diversidade de inclusão.

    Diversidade refere-se à variedade de características que os indivíduos trazem para uma organização. Estas características podem incluir gênero, raça, etnia, idade, orientação sexual, crenças religiosas, habilidades físicas e mentais e experiências de vida.

    Já a inclusão, por outro lado, é a prática de criar um ambiente onde todas as pessoas se sintam valorizadas, respeitadas e apoiadas. Isso significa garantir que todos tenham equidade de oportunidades independentemente de suas características individuais.

    Como diz Vernã Myers, vice-presidente de inclusão na Netflix: “Diversidade é convidar para festa, inclusão é chamar para dançar.”

    Como benefício para a organização temos: inovação e criatividade, melhora na tomada de decisões, vantagem competitiva, além da promoção de uma sociedade mais justa.

    Quando pessoas de diferentes origens colaboram, elas trazem novas ideias e soluções, resultando em produtos e serviços inovadores. Por exemplo, ao criar um produto para o público feminino, envolver mulheres no projeto torna o processo mais rápido e eficaz. Um homem pode ter dificuldades em entender as necessidades femininas e determinar a melhor solução.

    Grupos diversos tomam decisões mais informadas e equilibradas, pois diferentes perspectivas ajudam a identificar falhas e considerar todas as opções. Exemplificando, ao decidir sobre investimentos em estrutura física, ouvir pessoas com deficiência física pode agilizar o processo e tornar o ambiente mais adequado para clientes e colaboradores.

    Outro benefício da diversidade e inclusão é a vantagem competitiva. Clientes preferem produtos que respeitam práticas éticas e inclusivas, e empresas focadas nessas questões atraem talentos profissionais, destacando-se em relação às concorrentes.

    Apesar de todos esses benefícios, implantar a diversidade e inclusão nas organizações não tem sido tarefa fácil. O impulsionador tem sido a escassez de profissionais especializados, porém, sem estratégias bem elaboradas e muita força de vontade, não se consegue implantar.

    As organizações podem adotar algumas estratégias, tal como:

    . Políticas e procedimentos claros que promovam a igualdade de oportunidades e desabonem atitudes de discriminação.

    . Treinamento e desenvolvimento de todos os colaboradores, com foco maior para as lideranças nas temáticas inclusivas e na mudança de mentalidade para a verdadeira aceitação da diversidade.

    . Criação de grupos de afinidade com discussões a fim de criar pontos de convergência e redes de apoio entre as pessoas, bem como apoiar a organização na criação de alternativas, entre outras.

    Em quaisquer estratégias, a avaliação e medição das iniciativas é fundamental, entender os resultados atingidos e reformular iniciativas, possibilitando mais engajamento e mudanças efetivas.

    Estamos no início da trajetória, porém acreditamos que no futuro nenhuma organização precisará se ocupar dessas demandas, pois todos sentirão que são seres humanos iguais em direitos e oportunidades, e ser diferente não será considerado um “defeito” como ainda hoje acontece.

    Edilene Bocchi é administradora e CEO da Vesi Consulting, empresa que atua na gestão de pessoas, coaching para lideranças e equipes, sucessão familiar e carreira – siga @vesiconsulting

  • Enfrentamento, colaboração e superação!

    Enfrentamento, colaboração e superação!

    Desde que a pandemia da Covid-19 nos pegou de surpresa, o cenário educacional se tornou um verdadeiro campo de provocação e superação.

    A interrupção das aulas presenciais e o desafio do ensino remoto deixaram cicatrizes, mas também nos ensinaram a importância da resiliência e da adaptação.

    Hoje, enquanto nos preparamos para mais uma prova do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica 2025 (Saeb), sinto que é hora de avançarmos um pouco mais a narrativa em torno da educação.

    Precisamos deixar para trás a mentalidade de que “não sou bom em português e matemática” e adotar a postura de “como posso melhorar?”.

    A Secretaria de Estado de Educação (Seduc-MT) tem se empenhado em articular ações que visam não apenas a preparação para o SAEB, mas a transformação da forma como encaramos o aprendizado.

    Nossa meta é: sempre melhorar!

    O exame, que acontece a cada dois anos, entre outubro e novembro, é mais do que uma simples consideração de alunos do 2º, 5º e 9º anos do Ensino Fundamental e do 3º ano do Ensino Médio da rede pública, em língua portuguesa e matemática.

    O SAEB é um termômetro da qualidade da educação. Prefeitos e secretários municipais de Educação já compreenderam a sua importância.

    Os seus resultados impactam diretamente nas políticas públicas, investimentos e, principalmente, na rotina dos estudantes. Sobretudo, no avanço da 8ª para a 5ª posição no ranking nacional até 2026.

    Por isso lançamos, no dia 25 de março, durante o 1º Fórum de Prefeitos pela Educação, mais uma ação de enfrentamento focada na preparação para o SAEB. O Regime de Colaboração entre o Estado e os municípios simboliza esse esforço coletivo que também envolve professores e, claro, alunos, pais e responsáveis.

    Precisamos que toda a sociedade sinta que faz parte desse movimento, já que a qualidade da aprendizagem não é uma responsabilidade isolada. É uma construção coletiva.

    Quando vislumbramos o futuro, já não cabe a pergunta: como posso melhorar? Devemos nos perguntar: como podemos, juntos, elevar nossos índices e garantir que todos tenham a chance de aprender e se desenvolver?

    É fundamental que a comunidade estudantil e a sociedade se unam a nós nessa jornada. Precisamos de um engajamento ativo, onde cada um se sinta parte dessa mudança.

    Pois, as ações que estamos implementando vão além das salas de aula. Elas envolvem apoio emocional, estratégias de ensino diferenciadas e um olhar atento às dificuldades enfrentadas por nossos alunos.

    A recuperação do tempo perdido não foi apenas uma meta, mas um compromisso com o futuro de nossas crianças e jovens.

    Ao olharmos para o SAEB 2025, é preciso lembrar que cada ponto conquistado representa uma história de superação.

    Assim, vamos juntos transformar a forma como vemos a educação e, principalmente, como nos vemos dentro dela.

    Alan Porto é secretário de Estado de Educação (Seduc-MT)

  • Tolerância zero contra estupradores

    Tolerância zero contra estupradores

    A recente prisão de um homem acusado de violentar sua própria sobrinha de apenas 9 anos, na cidade de Sorriso, é um retrato cruel da impunidade que ainda impera no Brasil quando o assunto é crime contra crianças.

    O relato da vítima, que teve uma mudança de comportamento drástica, choca e revolta qualquer cidadão de bem: a criança era amarrada e amordaçada durante os abusos. Mas não basta se indignar. É preciso agir.

    Como mulher, mãe e parlamentar, reafirmo meu compromisso com a luta incansável por penas mais duras para estupradores e pedófilos. Nossa legislação penal precisa ser implacável com esses criminosos, garantindo que não haja brechas para que voltem a conviver em sociedade e ameacem novas vítimas. Crimes sexuais contra crianças devem ser tratados com rigor absoluto, sem reduções de pena ou progressão de regime.

    Não consigo acreditar que seja possível recuperação para quem comete um ato tão monstruoso. O Brasil não pode continuar permitindo que esses predadores sejam beneficiados por um sistema penal que, muitas vezes, parece mais preocupado com os direitos dos criminosos do que com a dor das vítimas e suas famílias.

    Além disso, é fundamental que a sociedade e o Estado fortaleçam os mecanismos de proteção à infância. Programas de conscientização, canais de denúncia eficientes e um trabalho conjunto entre escolas, assistência social e forças de segurança são essenciais para prevenir esse tipo de violência e garantir que os criminosos sejam identificados e punidos rapidamente.

    O caso de Sorriso deve servir como um alerta. O agressor foi encaminhado à delegacia e preso – e espero que assim continue – mas quantos outros continuam livres, prontos para destruir vidas inocentes? Enquanto estiver no Congresso, seguirei cobrando ações firmes do poder público com o objetivo de endurecer as leis para que nenhum criminoso sinta que pode agir impunemente.

    A luta contra a violência infantil não pode ser apenas discurso. Ela precisa ser uma prioridade absoluta. Justiça para a menina de Sorriso e para todas as vítimas desse crime hediondo!

    *Coronel Fernanda é deputada federal por Mato Grosso
    *Coronel Fernanda é deputada federal por Mato Grosso

  • A verificação de fatos e as possibilidades do Jornalismo melhoram a segurança da informação

    A verificação de fatos e as possibilidades do Jornalismo melhoram a segurança da informação

    O fim dos verificadores de informações da plataforma de mídia social Meta é um acontecimento preocupante para a imprensa e especialmente para as próprias mídias sociais. Uma das maiores razões é que nesse tipo de rede digital é o lugar onde as informações circulam em maior quantidade e com filtros insuficientes para garantir uma comunicação absolutamente confiável.

    Em comparação com os meios jornalísticos sempre foram regidos por diversas legislações, normas e critérios editoriais, seus códigos de ética profissional e a própria técnica, que têm um compromisso visceral com a verdade e apuração precisa dos fatos. Contudo, é conveniente anunciar que o jornalismo naturalmente não é propriamente perfeito ou infalível.

    Na página oficial da Meta, Mark Zuckerberg, afirmou que as plataformas de organização (Facebook, Instagram, Messenger, WhatsApp, Threads e outras) são construídas para serem lugares onde as pessoas possam se expressar livremente. Segundo ele, isso pode ser confuso, porque nas plataformas onde bilhões de pessoas podem ter voz, tudo que é bom, ruim e feio está em exposição. Mas tudo isso também é liberdade de expressão, sem sentido dele.

    O megaempresário avisou que o encerramento do programa de verificação de fatos de terceiros está migrando para um modelo de ‘Notas da Comunidade’. Eles funcionam a partir do cadastro dos específicos, que podem fazer publicações de notas sobre algum conteúdo conflitante para oferecer um novo contexto ou corrigir informações com potencial enganoso.

    Basicamente essas notas adicionadas são avaliadas por outros participantes do programa de seleção da empresa. Se um número adequado de participantes, com diferentes perspectivas, aceitarem a utilidade da nota, ela se torna pública e aparece ao lado da publicação original.

    O objetivo é realizar uma moderação consensual da comunidade e sem a intervenção direta da empresa na avaliação das notas ou mesmo manter ou cancelar as postagens. A partir de agora, a Meta expõe que você vai procurar fazer uma abordagem mais personalizada no conteúdo político para disponibilizar maior volume de informações aos específicos sobre o assunto em seus feeds de notícias.

    Além disso, suspenderão restrições sobre alguns detalhes do conteúdo predominantemente para fornecer mais liberdade de expressão e ao mesmo tempo focar no esforço em particular da lei e de maior gravidade.

    O problema que pode ocorrer em breve é que caso a Meta não tenha um sistema robusto de verificação independente, é possível que informações falsas ou enganosas circulem mais rapidamente em suas plataformas, dificultando o combate à desinformação. Outra questão delicada é que vários meios de comunicação e entidades de verificação de informações dependem da colaboração com a Meta para financiar suas atividades. A interrupção dessas colaborações pode diminuir os recursos para a operação dessas organizações.

    A decisão da Meta também pode ser entendida como uma espécie de renúncia de responsabilidade, o que poderia prejudicar a confiança do público nas redes sociais como espaços seguros para informação. Neste primeiro momento é difícil ter certezas desta situação ainda indefinida.

    No contexto geral, a partir das mudanças da Meta sempre haverá o risco do incremento de notícias falsas e da própria desinformação. Talvez, nunca a imprensa tradicional tenha passado a ser tão necessária para contrapor a circulação de notícias falsas, a disseminação de barcos (informações falsas divulgadas principalmente boca a boca ou propagação por burburinho/buzz marketing ); rumores (informação atual, não confirmada, que pode ou não ser verdadeira), propagandas ideológicas (cujo propósito é difundir ideologias e convicções de um determinado grupo sobre outro) ou ainda teorias da conspiração (ideia de incitar que um grupo perigoso está conspirando para um objetivo de grande ameaça às pessoas).

    Apesar de sua força e contribuição social tanto no entretenimento quanto na divulgação de informação, as mídias sociais infelizmente têm sido uma verdadeira usina de inverdades, bravatas, mentiras, lorotas e especialmente factoides (fato ou notícia forjada com o propósito de atrair a atenção da opinião pública).

    A bem da verdade, tanto a Polícia como a Justiça têm grandes dificuldades para identificar notícias falsas e punir seus criadores. Por outro lado, na imprensa tradicional qualquer texto tipificado como calúnia, difamação ou injúria pode ser facilmente identificado e ser objeto de processo judicial. Ele tem a chance ainda de ser alvo de energias, discutir éticas e críticas na própria categoria dos jornalistas.

    Tanto os jornalistas como seus respectivos veículos, possivelmente, terão que empenhar mais esforços ainda para verificar informações antes de sua publicação. A carga de trabalho nas redações que já tem sido alta deve ficar mais pesada por causa da responsabilidade de informar bem a opinião pública, o que naturalmente exige esforço, dedicação e tempo de trabalho.

    No enfrentamento das notícias falsas, um grupo de empresas jornalísticas no Brasil há alguns anos tem formado equipes próprias para verificação de fatos (verificação de fatos) ou agências contratadas especializadas para esse fim. O estudo Jornalismo na era da pós-verdade: fact-checking como ferramenta de combate às fake News (2018), de Egle Müller Spinelli e Jéssica de Almeida Santos, concluiu que o trabalho sério de apuração de fatos e defesa da exposição é fundamental para que a própria audiência refute notícias falsas e compartilhe as informações produzidas por veículos de divulgação. No entanto, o trabalho lamentavelmente comprovou ainda que factos objetivos têm sido menos influentes na opinião pública do que emoções e opiniões pessoais.

    Muitas vezes por falta de tempo, desinteresse ou comodismo as pessoas não verificam a veracidade do post lido e assimilam o conteúdo com uma verdade provisória que se torna uma falsa realidade permanente. Possivelmente o maior divulgador de notícias falsas , hoje em dia, são os militantes e colaboradores de políticos que têm interesse em enaltecer seus correligionários e lideranças e difamar rivais ou adversários. Mas o planejamento planejado de barcos não é um traje novo e já era uma prática muito empregada ao longo do tempo.

    Diante desse problema bem complexo os meios de comunicação de massa e os jornalistas precisam se debruçar em soluções e encontrar inovações no espaço da verificação de fatos. Um bom caminho tem sido o das parcerias entre a mídia e ONGs ou associação a projetos sociais de contenção de notícias falsas. Há também o desenvolvimento de sistemas digitais colaborativos para verificação automática. Quanto mais envolvem assuntos e instrumentos para debelar essa chaga, melhor para toda a sociedade.

    Na perspectiva do próprio setor de mídia social, para fugir da tutela governamental seria muito cabível, que as bigtechs pensam de maneira grupal para estabelecer, por exemplo, um sistema geral de verificação de fatos por autorregulação como existe na área de publicidade em todo o mundo, assim como no Brasil onde há o Conar – Conselho Nacional de Autorregulação Publicitária, que trata da ética na propaganda.

    Algumas organizações independentes têm se esforçado na criação de projetos em educação midiática para crianças, jovens e adultos que visam combater essa desinformação maldosa. No entanto, a divulgação desse trabalho relevante e sua utilização ainda é muito tímida, e precisa ser fortalecida e muito mais divulgada junto à opinião pública. O empresário pode fazer sua parte tratando essas iniciativas como uma ação de marketing social, como algumas já fazem, por sinal.

    Não que se refira às fakes news possivelmente a maior preocupação seja exatamente aquele de conteúdo político e seu correspondente discurso de ódio. No livro publicado pela Unesco, Jornalismo, Fake News & Desinformação – Manual para Educação e Treinamento em Jornalismo , de Cherilyn Ireton e Julie Posetti, há uma grande questão que atormenta as democracias em relação às mídias sociais . Conforme a obra de alerta, “se líderes de atitude autoritária chegarem ao poder, eles encontrarão uma arma legal e poderosa, prontos para determinar o que é ‘falso’ e o que não está em relação a qualquer cobertura crítica de seu desempenho.”

    Neste mesmo exemplo o gerente de produto e de interação cívica do Facebook, Samidh Chakrabarti, complementou: “Se há uma verdade fundamental sobre o impacto da mídia social na democracia, é que ela amplifica a intenção humana – boas ou ruínas. Na melhor das hipóteses, nos permite expressar-nos e agir. Na pior das hipóteses, permite que as pessoas divulguem informações falsas e corroam a democracia”.

     

    *Vera Lucia Rodrigues é jornalista profissional e mestre em comunicação social pela Universidade de São Paulo, e diretora da Vervi Assessoria de Comunicação, empresa que há 43 anos atua na área de comunicação corporativa.

  • Fé — Mesmo quando tudo desaba


    Fé — Mesmo quando tudo desaba


      Eu penso muito na minha relação com a fé, e às vezes acho até engraçado. Como posso me considerar uma pessoa de fé, se vivo desesperado com as coisas? Quanto mais eu me desespero diante de uma situação, mais percebo o quanto minha fé é instável. Ou talvez nem exista.

         Porque fé, ao contrário do que muita gente pensa, não é dizer “vai dar certo” com um sorriso no rosto. Fé é seguir mesmo quando tudo indica que não vai. É caminhar no escuro, tropeçando, sem saber onde vai parar — mas ainda assim, continuar andando.

         Não acho que o conceito de fé seja maleável. Não acho que ela se encaixe ao nosso humor do dia. ou você tem, ou você não tem. E bom… se eu duvido, se me desespero, se perco a minha própria estabilidade, então talvez eu ainda esteja aprendendo a ter fé.

          Veja: se eu passo por uma dificuldade, deus sabe o porquê disso. Tudo está nas mãos dele. E se eu olhar com atenção, com honestidade, vou perceber que ele nunca me abandonou. Mesmo nos dias em que eu gritei por dentro, mesmo nos dias em que chorei em silêncio. Ele estava ali. Principalmente quando eu não o via, nem o sentia.

          Mas é difícil, né? Difícil manter a fé quando tudo desmorona. Quando você ora, pede, clama — e parece que nada muda. É aí que muitos de nós fraquejam. E talvez seja aí, justamente aí, que a fé começa a nascer. Não no milagre, mas no silêncio. Na espera. Na dor que a gente atravessa sem entender.

          Acreditar, ou ter fé, não é viver na inércia. Não é sentar e esperar. É seguir em frente, mesmo com o coração apertado. É levantar todo dia, fazer o que precisa ser feito, mas acreditando — ainda que, no fundo do fundo — que deus está vendo. E cuidando.

          A fé, no fim das contas, é a antítese do desespero. É a serenidade em meio ao caos. É o alicerce na tempestade. É aquela calma inexplicável que não vem de você, mas que te segura em pé quando tudo desaba.

         Fé é confiar. Mesmo sem provas. Mesmo sem respostas. É saber que a vida tem um propósito maior do que o que os olhos conseguem enxergar.

         Talvez eu não seja tão digno assim das graças de deus. Talvez eu tenha errado demais, duvidado demais, reclamado demais. Mas sei, lá, no fundo, que ele nunca vai deixar um filho — sim, eu mesmo, e todos vocês — desamparado. Porque um pai ama um filho. Mesmo quando o filho se afasta, mesmo quando o filho não entende.

       E talvez esteja na hora do filho também aprender a amar e confiar no pai.

          Que esse ano, a palavra para mim seja essa: fé. Não uma fé perfeita, não uma fé blindada, mas uma fé viva. Que cresce na dúvida, amadurece na dor e floresce na esperança.

  • Entre padrões e escolhas

    Entre padrões e escolhas

        Hoje em dia, as pessoas não sabem mais se o que fazem é para elas mesmas ou para os outros. É um pelo que você apara, um espirro que segura, uma ida diária à academia. Vai se moldando, se refazendo, sem nem saber ao certo se é isso mesmo que quer para a sua vida. A gente tenta se encaixar nos padrões que alguém decidiu que eram corretos. Repara na arte como o corpo mudou ao longo dos anos. O tempo muda as perspectivas, muda as realidades.

          Primeiro, dizem que a atividade física é essencial para uma vida saudável e que o bacon vai te matar. Depois, descobrem que o excesso de exercício pode fazer mais mal do que o próprio bacon. A vida segue assim, cíclica, e a gente nem percebe. Daí você quer ter o corpo padrão, a refeição padrão, a rotina padrão. E no fim, sobra o quê? Mais um. Nem melhor, nem pior e talvez, nem mais saudável do que ninguém. Onde foi parar o equilíbrio? Aquele equilíbrio gostoso entre fazer atividade física e aproveitar um x-bacon no balcão da padaria?

    Quem você é de verdade?
    Quem você é de verdade?

          A vida é feita de altos e baixos. Uma hora, você está lá em cima, no topo da montanha-russa. Subiu devagar, foi puxado, e quando chega no topo, tudo parece estável. Então vem a descida: rápida, violenta. Você cai sem nem saber onde vai parar. Tem certeza de que vai abrir um buraco no chão, e às vezes abre mesmo. Desce até achar que não tem mais como, e de repente, vem a curva para a esquerda, depois para a direita, sobe um pouco, vai reto, desce de novo e, olha só, quando percebe, está subindo outra vez. A vida é uma montanha-russa. O problema é que estamos esquecendo quem pilota. Nós mesmos. E fica difícil saber até onde estamos nesse trajeto por escolha própria ou porque fomos violentamente empurrados. Não importa se foi a sociedade ou alguém. Estamos cada vez mais perdidos dentro de nós mesmos, tão ocupados em “estar” tantas coisas que esquecemos do que é ser.

  • Marketing Digital Ético

    Marketing Digital Ético

    Como as empresas podem prevenir o adoecimento da equipe e dos consumidores.

    Você já sentiu o peso do marketing digital? Ele está em todo lugar, seja  no vídeo que você pausa para pegar um café, no e-mail que lê quase dormindo, no anúncio vibrante que te pega desprevenido no Instagram. Mas enquanto as empresas correm por  vendas, eu fico pensando: a que custo?

    Não é só uma questão de consumo – é a alma das pessoas que está na balança. O consumidor, soterrado por promessas falsas, e a equipe, esmagada por prazos que roubam a vida. Estamos exaustos de pressão.

    Segundo jornal da USP, 30% dos brasileiros são acometidos pelo burnout, um custo para o colaborador que vai precisar cuidar de sua saúde e para a empresa que vai ficar sem aquele profissional.

    Mas dá para fazer diferente. É possível vender  com coração, criar com leveza e cuidar de quem está dos dois lados da tela. A palavra do momento é transparência, seja do gestor da empresa ate o produto final isso o consumidor esta de olho, mas como fazer isso de forma pratica.

    Cuidando dos Consumidores: Menos Pressão, Mais Verdade

    Já caiu na cilada de um anúncio milagroso? “Emagreça 10 quilos em uma semana!”. A decepção que vem depois é um soco no estômago. Um estudo de Smith e Brown, publicado no Journal of Business Ethics em 2020, mostrou que transparência nas campanhas digitais aumenta a lealdade dos clientes em até 30%. Então, troque o sensacionalismo por verdade. Diga o que seu produto faz – e o que não faz. O consumidor sente quando é respeitado.

    Dê Pausas

    Sabe aquele anúncio que te segue como sombra? Isso cansa a mente, não só os olhos. Que tal oferecer algo que acalme? Uma dica gratuita, um post que inspire. Menos “compre agora” e mais “estamos aqui”. É um alívio que gruda na memória.

    Respeite os Limites do Outro

    Nem todo mundo quer notificações de madrugada ou seus dados usados sem aviso. Ética é consentimento: pergunte antes, facilite o “não” e proteja como se fosse seu. Quando o consumidor se sente invadido, ele não só desiste – ele guarda mágoa. Atenção!

    Cuidando da Equipe: O Marketing Começa em Casa

    Uma amiga diz que depois que passou a se respeitar não abre as mensagens de Whapsapp depois das 8 da noite. Sabe porque? Ela não quer adoecer. O burnout no marketing digital é real e cruel. Prazos humanos, pausas para respirar, espaço para criar sem desespero, isso não é luxo, é necessidade. Uma mente descansada entrega mais que uma esgotada.

    Invista em Equilíbrio, Não Só em Cursos

    Cursos de SEO são ótimos, mas e a saúde mental? A Organização Mundial da Saúde diz que o estresse laboral custa bilhões em produtividade perdida por ano. Apoio psicológico, pausas incentivadas, um lembrete de que o bem-estar importa isso é o que faz uma equipe brilhar.

    E  quando é a vez da empresa: Como garantir que essa ética não fique só no papel?

    As empresas podem criar um conselho de ética  um grupo pequeno, diverso, com voz ativa, que ouça consumidores e funcionários.

    Lembra daquelas caixa de sugestões anônima onde a equipe pode desabafar? Ou reuniões mensais para alinhar campanhas com valores humanos?

    Esse mecanismo não é só regra; é um compromisso vivo. Ele pode fiscalizar e garantir que os dados sejam usados com respeito e até mediar conflitos internos. É como um guardião que lembra: Que essa empresa tem  canal seguro para falar – e ser ouvido.

    O marketing digital ético não é utopia; é uma escolha que pede coragem para dizer não ao excesso e sim ao que importa.  O jeito como uma empresa cria a comunidade de colaboradores e respeita o consumidores é devolver o poder de escolher sem truques e para as equipes, é provar que são humanos, não robôs.

    Vamos criar um marketing que cure, que conecte, que inspire  porque o mundo está precisando disso mais do que nunca.

    Maria Augusta Ribeiro é especialista em comportamento digital e Netnografia no Belicosa.com.br

  • A superação do agro vem do trabalho do produtor

    A superação do agro vem do trabalho do produtor

    Mato Grosso está prestes a colher uma safra histórica, estimada em 98,8 milhões de toneladas de grãos, segundo dados da Conab. O montante é 3 vezes superior ao que será colhido em toda região Sudeste e tem 10 milhões de toneladas a mais que produção da região Sul, a segunda maior produtora nacional de grãos. Toda essa grandeza é resultado de uma combinação de fatores que inclui clima, tecnologia, investimento e trabalho, muito trabalho.

    Os últimos anos não foram fáceis para os produtores rurais. Desde 2022, os preços das principais commodities vêm registrando queda nos preços. Na temporada 23/24, fenômenos climáticos, como EL Niño, tiveram impacto direto na produtividade. Para se ter uma ideia, de acordo com o Imea, a produtividade média da soja passou de 62 para 52 safras por hectare entre as temporadas 22/23 e 23/24.

    Como se não bastasse isso, após os produtores acumularem perdas, o governo federal anuncia a suspensão do Plano Safra justamente no momento em que os produtores colhem a primeira safra e se preparam para o plantio da segunda etapa. Ou seja, justamente quando os produtores poderiam recuperar parte das perdas acumuladas nos últimos anos, uma decisão política que pode colocar em risco a esperada colheita.

    Atualmente, grande parte dos custos da produção agropecuária no Brasil não depende do governo. De acordo com a Frente Parlamentar da Agropecuária, quase R$ 1 trilhão são aportados pela iniciativa privada.

    Porém, é de conhecimento de todos, as inúmeras contribuições do agronegócio para o país. Em 2024, por exemplo, as exportações do agronegócio brasileiro atingiram US$ 164,4 bilhões, montante que representa 49% do total exportado pelo país. No Brasil, de acordo com a CNA, quase 30 milhões de pessoas trabalham de forma direta no agronegócio e o valor total da produção agropecuária foi de R$ 1,2 trilhão ano passado.

    Como disse lá em cima, apesar de todas as adversidades, os produtores rurais do Brasil são exemplos para todo o mundo pela superação e investimento em tecnologia. O crescimento da produção e da produtividade desafiam até os países mais desenvolvidos. E olha que temos uma das legislações ambientais mais conservacionistas do planeta.

    Isso é possível porque dia após dia produtores, pesquisadores e empresários investem em conhecimento e tecnologia para ampliar a produtividade de forma legal e legítima.

    E a Norte Show é hoje um desses polos de concentração e multiplicação de conhecimento. Este ano, mais de 70 mil pessoas devem passar pelo evento entre os dias 14 e 17 de abril e os negócios deverão superar a marca de R$ 4 bilhões.

    Realizada no município de Sinop, em Mato Grosso, a Norte Show se tornou um verdadeiro hub de tecnologia e um espaço de troca de experiência entre produtores, investidores, pesquisadores e agentes públicos.

     

    *Moisés Debastiani é produtor rural, presidente da ACRINORTE, entidade responsável pela realização Norte Show 2025, em Sinop

  • Por que a “voz” feminina importa?

    Por que a “voz” feminina importa?

    Combater a desigualdade de gênero e empoderar meninas e mulheres é um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) defendido pela Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU). Mas, afinal, por que essa pauta é tão importante não só para nós, mulheres, como para as empresas e a sociedade?

    Primeiramente, acabar com a discriminação é uma forma de combate à violência de gênero. O Anuário da ONU Mulheres, divulgado no final do ano passado, revelou que cerca de 85 mil meninas e mulheres foram mortas intencionalmente em todo mundo no ano de 2023, o equivalente a uma morte a cada 10 minutos. No Brasil, o total de feminicídios chegou a 1,4 mil mulheres neste mesmo período.

    Apesar de consolidado como uma potência econômica, o estado de Mato Grosso infelizmente tem a maior taxa de  feminicídios do país, com 2,5 mortes para cada grupo de 100 mil mulheres (Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 2024). Enquanto estava revisando esse artigo, num grupo do Whatsapp, uma colega estava pedindo ajuda diante de um caso… a violência está mais perto do que enxergamos e, muitas vezes, vem a sensação de impotência, ao mesmo tempo em que, tendo uma rede de apoio, nos sentimos potentes e acolhidas para o próximo passo.

    As estatísticas reforçam o discurso do secretário-geral da ONU, António Guterres, que descreveu: “A violência contra mulheres é a pandemia mais longa e mortal do mundo”. Diante desse cenário crítico, políticas públicas que promovam a inclusão de mulheres em espaços de poder são essenciais para potencializar mudanças, pois, mesmo que representem 51,5% da população e 45% da força de trabalho (IBGE, 2022), elas ocupam apenas 38% dos cargos gerenciais.

    Apesar de inúmeros avanços, paradoxalmente, lutamos contra estereótipos obsoletos de que mulheres são “emocionais” para cargos de risco ou que incentivar a liderança feminina seria um “favor”. Mas dados do Fórum Econômico Mundial (2023) mostram que, na verdade, esse é um imperativo estratégico: empresas com mais de 30% de mulheres em liderança alcançam lucratividade 21% superior.

    A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE, 2022) também aponta que a diversidade de gênero em conselhos de administração reduz riscos de corrupção e melhora a governança. Mulheres líderes tendem a priorizar políticas de conciliação família-trabalho, inclusão e sustentabilidade, que são temas urgentes em um país com 11 milhões de mães solo (IBGE, 2022).

    No campo da governança, por exemplo, a composição dos conselhos, na maioria das vezes homogêneos e masculinos, a tradição de filhos homens sucederem, de mulheres não participarem de questões da empresa e/ou questões societárias, de se fazer ouvida, incluída, e competente de igual para igual, ainda é um desafio. Os caminhos para a transformação? Muita conscientização e mudanças estruturais que suportem o trajeto: cotas, cultura e muita coragem.

    Diversos países trilharam esse caminho, entre eles, Estados Unidos, Noruega, Espanha, Finlândia, Islândia e França. Na Califórnia (EUA), desde 2018 a cota de gênero obriga os conselhos das empresas de capital aberto a terem pelo menos uma diretora nomeada e duas mulheres conselheiras; e a partir de 2020, também exige um número mínimo de pessoas não brancas em seus conselhos.

    A pesquisa IBGC “Análise da diversidade de gênero e raça de administradores e empregados das empresas de capital aberto”, divulgada em 2024, mostrou que das 394 empresas analisadas, 82,7% têm alguma mulher atuando em órgãos da administração. Porém, dos 6.323 cargos na administração analisados, apenas 15,8% são ocupados por mulheres; 67,0% têm mulheres no conselho de administração e 42,4% têm mulheres atuando apenas na diretoria.

    Os números nos mostram que a conversa precisa subir para a mesa, sair dos corredores, do paralelo, e ter uma intenção. Todos os anos o Dia Internacional da Mulher nos lembra de parar e refletir. Tenho lido uma escritora e ativista antirracista norte-americana, chamada Bell Hooks, que propõe “existe poder em olhar”. Mais ainda em agir…

    Neste Dia Internacional das Mulheres, que possamos “olhar” para a baixa participação feminina em espaços de decisão não apenas como um “problema das mulheres”, mas um déficit democrático que afeta toda a sociedade: enquanto metade da população “não tiver voz”, perderemos ideias, soluções e talentos essenciais para enfrentar os desafios do século 21. Juntos vamos muito mais longe, logo, convido cada um de vocês, homens e mulheres, a trabalhar cotidianamente – e não apenas no mês de março – para mudar essa realidade!

    Cristhiane Brandão, Conselheira de Administração, Consultora em Governança para Empresas Familiares e  Vice-Coordenadora Geral do Núcleo Centro Oeste do IBGC.