Categoria: ARTIGOS

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  • Maternidade e importância do autocuidado

    Maternidade e importância do autocuidado

    Após o nascimento do filho, é natural que a atenção e a preocupação da família se voltem para o bebê, mas isso não deveria significar negligência com a saúde materna. Estudos demonstram que uma criança saudável precisa de uma mãe saudável. Além disso, alguns hábitos se tornam exemplo para os filhos desde cedo.

    Quais seriam, então, os cuidados com a saúde da mãe? Um dos pilares é justamente uma alimentação balanceada nas várias fases de vida dessa mulher, principalmente no período de puerpério e lactação, com os nutrientes necessários, porém, sem risco de sobrepeso ou obesidade.

    Nesse contexto, é importante haver um planejamento e um acompanhamento nutricional, que pode começar na gestação, para dar suporte para todas as mudanças que a mulher enfrenta antes e após o nascimento do filho. A principal delas, sem dúvida, é na mentalidade que muda agora que ela está cuidando de outro ser humano e, muitas vezes, deixa de se ver como prioridade.

    O grande desafio é que as mães entendam que precisam manter uma rotina de autocuidado que inclui alimentação equilibrada (que já falamos), sono de qualidade, que sem dúvida é difícil logo após o nascimento do bebê, prática regular de exercício físico, tempo de descanso, lazer e hobbies. Tudo isso vai exigir uma rede de apoio, que é outro ponto importante.

    Na rotina do consultório, acabo me deparando com situações críticas, de mulheres perderam a identidade após o nascimento do filho, algo que reflete até na forma como se alimentam. É comum ouvi-las dizer que almoçaram ou jantaram o que tinha, o que deu, que pode ser muitas vezes os restos da refeição das crianças. “Se meu filho não comeu tudo, eu como”, “quando ele terminou o prato, eu comi”.

    Infelizmente, o contexto atual favorece um quadro de adoecimento físico e mental das mães que enfrentam: privação de sono, sedentarismo, alimentação inadequada, ausência de atividade de lazer, pouco descanso e ainda excesso de telas (celular, por exemplo). Tudo isso costuma gerar aumento do hormônio cortisol ou “hormônio do estresse”, que regula o humor, a motivação e o medo.

    Um dos efeitos do excesso do cortisol é justamente o aumento do peso, sobretudo no rosto, abdômen e atrás do pescoço, devido a um aumento e redistribuição da gordura corporal. Outra desvantagem para as mulheres, que já são afetadas pelo ciclo menstrual e outros hormônios femininos mensalmente, é o quadro de retenção de líquidos e inchaço, contribuindo para o aumento do peso.

    Reverter o adoecimento ou mesmo prevenir demonstra a importância da organização da família para a chegada da criança, pontuando os itens que são fundamentais para a saúde da mãe e do bebê. Claro que não podemos deixar de levar em conta um contexto social diverso brasileiro, onde há milhares de mães solo ou outras situações adversas envolvendo a maternidade.

    Se a sua situação permitir, mulher, planeje-se para a experiência da maternidade de modo a envolver seu parceiro, a família de ambos, os amigos, vizinhos, colegas de trabalho e ainda conte com ajuda profissional sim, seja para ajudar com as demandas do bebê, seja para os seus cuidados básicos e da casa!

    Nenhuma mulher deveria passar por tamanha transformação se sentindo sozinha. Não deveríamos ter que “dar conta de tudo”. Na Espanha, desde 2021, a licença maternidade e paternidade são equiparadas (de 4 meses). Até chegarmos a um contexto social como este, talvez seja necessário um despertar de consciência individual. Portanto, mãe, priorize-se. Mantenha sua rotina de autocuidado!

    Vanessa Kasy, nutricionista com formação na UFMT e pós-graduação em Comportamento Alimentar.

  • Proteção patrimonial no agro

    Proteção patrimonial no agro

    No cenário do agronegócio, marcado por volatilidades de mercado e desafios climáticos crescentes, a proteção patrimonial emerge como um pilar fundamental para a sustentabilidade e a estabilidade do setor.

    Produtores rurais, grandes e pequenos, enfrentam uma gama de riscos que podem comprometer não apenas suas operações correntes, mas também a viabilidade econômica a longo prazo de suas propriedades.Entende-se por proteção patrimonial um conjunto de estratégias e ferramentas legais e financeiras destinadas a salvaguardar os ativos de uma empresa ou indivíduo contra perdas, roubos, danos, litígios ou outros riscos potenciais.

    No contexto agrícola, isso inclui desde a proteção das terras e cultivos até o maquinário, infraestrutura e recursos humanos.A proteção patrimonial no agronegócio vai além da simples precaução; ela se posiciona como uma estratégia empresarial inteligente.

    A prevenção de perdas e a gestão de riscos são vitais para manter a competitividade e a lucratividade no longo prazo. Em um setor tão suscetível a variáveis externas, como clima e oscilações de mercado, estar preparado para o inesperado não é opcional, é essencial.Os riscos no agronegócio são diversificados e podem ser devastadores.

    Desastres naturais como secas, enchentes e geadas podem destruir cultivos inteiros em questão de horas. Da mesma forma, a volatilidade dos preços das commodities pode afetar drasticamente a rentabilidade. Além disso, fatores como roubo de equipamentos e produtos, e doenças do gado são preocupações constantes.

    Uma das principais ferramentas de proteção patrimonial é o seguro agrícola. Este não apenas minimiza as perdas econômicas em caso de eventos adversos, mas também pode melhorar o acesso ao crédito, sendo visto por bancos e instituições financeiras como um indicativo de gestão de risco eficaz.

    Além disso, práticas de gestão de risco, como a diversificação de culturas e a adoção de tecnologias agrícolas avançadas, podem reduzir a dependência de um único tipo de produção ou tecnologia, dispersando assim os riscos.A tecnologia também desempenha um papel crucial na proteção patrimonial. Sistemas de monitoramento remoto e drones, por exemplo, podem ser utilizados para vigiar grandes áreas de terra, detectando movimentações suspeitas ou alterações nas condições de cultivo em tempo real. Softwares de gestão agrícola permitem aos produtores rurais monitorar sua operação de maneira eficiente, otimizando recursos e reduzindo desperdícios e danos.

    Ao vedar a penhora de máquinas e implementos agrícolas, a Lei 13.105/2015 (Código de Processo Civil) promove uma balança equilibrada entre a execução de créditos e a manutenção da atividade agrícola. Isso permite que os agricultores mantenham sua capacidade produtiva mesmo diante de desafios financeiros, garantindo a continuidade das operações e a estabilidade econômica do setor.

    A adoção de uma abordagem robusta e integrada de proteção patrimonial no agronegócio não só protege os ativos existentes, mas também assegura a capacidade de crescimento e expansão futura. Em um cenário incerto, a capacidade de antecipar e mitigar riscos não é apenas uma questão de segurança, mas um componente crítico do sucesso empresarial no campo.

    Pérsio Oliveira Landim, advogado, especialista em Direito Agrário, especialista em Gestão do Agronegócio

  • Lucas do Rio Verde: Um Celeiro de Empreendedorismo

    Lucas do Rio Verde: Um Celeiro de Empreendedorismo

    Nesta semana, tivemos uma conquista significativa para nossa querida cidade Lucas do Rio Verde foi reconhecida como um verdadeiro celeiro de empreendedorismo pelo “Prêmio Cidade Empreendedora” do Sebrae. A primeira colocação no estado de Mato Grosso não apenas honra nossos esforços coletivos, mas também destaca o espírito empreendedor que está no coração dos luverdenses.

    Nos últimos anos, testemunhamos em Lucas do Rio Verde um crescimento notável no número de abertura de empresas, desde pequenas, startups até empresas estabelecidas que estão redefinindo os limites da inovação. Este “boom” empreendedor não é uma coincidência, mas sim o resultado de um ambiente favorável aos negócios que temos trabalhado arduamente para criar.

    Nosso Município tem investido em infraestrutura, em programas de capacitação e apoio aos empreendedores, oferecendo recursos e orientação para transformar ideias em empreendimentos bem-sucedidos. Além disso, estamos desenvolvendo um trabalho voltado à Economia Verde e estabelecendo parcerias estratégicas com instituições educacionais e organizações locais para fomentar a cultura empreendedora, capacitando os luverdenses para seguirem seus sonhos e criarem um impacto positivo em nossa comunidade.

    O reconhecimento pelo Sebrae é uma prova de que estamos no caminho certo. No entanto, este prêmio é apenas o começo de nossa jornada empreendedora. Continuaremos buscando maneiras de apoiar e promover o empreendedorismo em todas as suas formas, pois acreditamos que é através da inovação e da iniciativa empreendedora que podemos construir um futuro mais próspero e sustentável para todos.

    Agradeço aos empreendedores de Lucas do Rio Verde por sua dedicação e visão. Seu trabalho árduo e determinação são verdadeiramente inspiradores e representam o melhor de nossa cidade. Juntos, podemos continuar impulsionando o empreendedorismo e fazendo de Lucas do Rio Verde um lugar onde os sonhos se tornam realidade e as oportunidades se transformam.

    Miguel Vaz é bacharel em direito, empresário, produtor rural e prefeito de Lucas do Rio Verde MT

  • Eles vivem!

    Eles vivem!

    Volta e meia me questionam da possibilidade uma pessoa que já morreu aparecer entre vivos. Respondo com base no contido
    em vários livros, inclusive a bíblia que sim, até porque a morte como conotada pela maioria das pessoas não existe! O que realmente acontece é que passamos do plano carnal para o espiritual. Continuamos com a mesma individualidade.

    Enquanto o corpo repousa, o espírito que somos se desprende dos laços materiais; fica mais livre e pode mais facilmente ver e
    comunicar-se com outros espíritos. Aconteceu com José ao saber da gravidez de Maria; com Ló que teve o aviso por intermédio de dois anjos/espíritos e a maior prova é Jesus que aparece após a crucificação.
    Materializações de espíritos também acontecem e são mencionadas em várias passagens, mas a que mais nos é familiar é a
    acontecida no Monte Tabor, onde se materializam Elias e Moises, ocasião que travam um diálogo com Jesus em presença dos
    apóstolos Pedro, Tiago e João, irmão de Tiago. Inclusive Jesus disse-lhes que não comentassem o acontecido, certamente porque ninguém entenderia o fenômeno mediúnico acontecido.

    É evidente que a maioria das pessoas tem receio do passamento, pois não sabe o que acontecerá, afinal cada um tem sua
    bagagem de experiências nesta vida que é um somatório de todas, e quando desencarnamos vamos nos deparar com uma realidade diferente desta, onde acessaremos a vida espiritual e nos lembraremos de todo passado.

    Para quem agiu com retidão nesta existência não tem nada a temer, mas para aqueles que perseveraram no mal por simples
    opção de prejudicar outrem, certamente irão acessar região trevosa.

    Praticamente todas religiões acreditam em vida após a morte, e se a vida continua porque não vamos cogitar de nos comunicar?
    Para quem se foi é muito triste saber que seus amados que aqui ficaram acreditam que nunca mais haverá contato.

    Devemos pensar que a vida continua, e que as emanações mentais dos ditos “vivos” chegam até os ditos “mortos”. Portanto
    vigiemos nossos pensamentos em relação aos que se foram. Eles vivem!

  • Abril Azul: Promovendo a conscientização sobre o autismo em Mato Grosso

    Abril Azul: Promovendo a conscientização sobre o autismo em Mato Grosso

    Como primeira-dama do Estado de Mato Grosso, tenho a honra e o compromisso de levantar a bandeira da inclusão e da conscientização em relação ao autismo, especialmente neste mês de abril, dedicado a essa causa tão importante.

    O “Abril Azul” não apenas nos lembra da necessidade de compreender e apoiar as pessoas no espectro autista, mas também nos inspira a agir em prol de uma sociedade verdadeiramente inclusiva e respeitosa.

    Uma das iniciativas que defendemos veementemente é a implantação da Carteira de Identificação do Autista. Esta carteira, distribuída gratuitamente, não só garante os direitos das pessoas com autismo, mas também oferece uma maneira eficaz de identificá-las em situações cotidianas.

    Sabemos que muitas vezes é difícil perceber à primeira vista que alguém é autista, e essa barreira pode prejudicar seu acesso a atendimentos prioritários e a serviços aos quais têm direito. A carteirinha não só simplifica o dia a dia dessas pessoas, mas também as torna mais acessíveis à sociedade.

    Estamos empenhados na emissão de carteirinhas para pessoas com autismo. Até o momento, já foram cadastradas cerca de 6 mil pessoas, e o serviço continua a todo vapor. Essas carteirinhas desempenham um papel crucial ao facilitar a interação social e garantir que as necessidades dessas pessoas sejam respeitadas e atendidas.

    Outro projeto fundamental é o “Autismo na Escola”, desenvolvido em parceria com a Secretaria de Estado de Educação (Seduc), com o valioso apoio da Dra. Érica Rezende e seu filho, Dr. Enã Rezende, ambos defensores incansáveis da causa do autismo. Graças a eles, uma cartilha foi elaborada e implantada nas escolas estaduais, e em breve também estará disponível nas escolas municipais.

    Essa iniciativa visa sensibilizar educadores e colegas de classe, promovendo um ambiente escolar mais acolhedor e inclusivo para os alunos autistas.Acreditamos firmemente que as pessoas com autismo merecem estar plenamente inseridas na sociedade.

    Com esse propósito em mente, em parceria com a senadora Margareth Buzetti e a Secretaria de Estado de Assistência Social e Cidadania (Setasc) e com a colaboração do Cuiabá Esporte Clube, conseguimos reservar um espaço na Arena Pantanal para que pessoas autistas possam desfrutar dos jogos com total conforto, na companhia de um responsável. Em 2023, foram sorteadas 144 pessoas para participar desses eventos, e em breve retomaremos os sorteios.

    E não poderia deixar de mencionar a importante inauguração da Sala Sensorial, realizada em 2021, no Centro de Reabilitação Integral Dom Aquino Corrêa (Cridac). Esta sala é um espaço dedicado ao conforto e ao estímulo sensorial de pessoas com autismo, proporcionando-lhes um ambiente acolhedor e terapêutico.

    Neste “Abril Azul“, reitero meu compromisso e minha determinação em promover uma sociedade mais inclusiva e empática, onde todas as pessoas, independentemente de suas diferenças, sejam valorizadas e respeitadas. Juntos, podemos construir um mundo onde o autismo não seja apenas compreendido, mas celebrado por sua diversidade e singularidade.

    Virginia Mendes é economista, empresária e primeira-dama de MT.

  • A construção civil acompanha o desenvolvimento de Lucas do Rio Verde

    A construção civil acompanha o desenvolvimento de Lucas do Rio Verde

    Com maior crescimento populacional entre cidades com mais de 50 mil habitantes em Mato Grosso, Lucas do Rio Verde tem se desenvolvido a passos largos e podemos que dizer que é um dos melhores lugares do estado para se viver e trabalhar atualmente. É o município que mais gera empregos entre os que possuem entre 81.505 e 91.692 habitantes, conforme dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). 

     

    Além do crescimento populacional, econômico e social, o ramo da construção civil também tem se destacado pela realização de obras comerciais, industriais e institucionais. Esse impacto potencializa ainda outros segmentos.  

     

    De acordo com o resultado do Censo Demográfico 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Lucas ocupa a 5ª posição entre os municípios que mais crescem na região Centro-Oeste. Com aumento da população e melhoria das condições de vida, a demanda por moradias cresce. 

     

    O foco em empreendimentos com segurança é um diferencial da Yanagawa Construtora, que durante sua atuação pode aquecer o mercado imobiliário e contribuir também para a geração de empregos. 

     

    Vencemos um período pandêmico em que muitos setores desacreditaram, faliram e tiveram prejuízos. Mesmo com as restrições, entendemos que a população necessitava de novos serviços oferecidos pelo setor da construção civil, especialmente no que se refere à qualidade no saneamento básico, organização, localização, conforto, lazer, itens indispensáveis para uma moradia.  

     

    A construção do condomínio “Primordiale”, lançado em 2021, deixa clara a preocupação em contribuir com segurança, sofisticação e bem-estar. O residencial fechado é o primeiro no formato horizontal da cidade – conta com 76 casas e já está com 90% das obras concluídas.  

     

    Fomos bem acolhidos pela população luverdense e acredito que estamos gerando bons resultados. Crescemos à medida que a “Capital da agroindústria” se desenvolve e pretendemos deixar um legado, uma marca de urbanização aliada a qualidade de vida. Tenho certeza de que poderemos avançar ainda mais nos próximos anos e contribuir com a realização de muitas famílias! 

     

    Robson Shinji Yanagawa é engenheiro na Yanagawa Construtora e Incorporadora Ltda

  • Poema em homenagem ao Dia das Mulheres

    Poema em homenagem ao Dia das Mulheres

    Mulheres, evoluindo sem cessar

    Desde o início dos tempos,
    a fêmea humana sofre,
    aprisionada pela sociedade,
    em uma avalanche de vaidade.

    Foi caçada como bruxa,
    violada durante guerras,
    escanteada como mãe solteira,
    estereotipada como barraqueira.

    De tanto apanhar, o couro engrossa,
    depender do homem não era solução.
    A sociedade pensa no dinheiro,
    o bem-estar da mulher é contramão.

    Conquistaram o ingresso sagrado
    de entrar no jogo evolutivo.
    Em pouco tempo, já conquistaram
    o que o homem não havia conseguido.

    O mundo ainda não as merece,
    mas até isso elas têm que ensinar:
    o Criador fez a Terra
    para em harmonia todos morar.

    Essa jornada ainda é longa,
    tem muita coisa para avançar,
    mas é sempre bom olhar para trás
    para nas trevas não voltar.

    Homem com pensamento medíocre acha que o dia 8 é para lembrar
    da beleza da mulher, estereótipo que insiste em ressuscitar.

    Chegou a hora de entendermos
    e de fato celebrar
    a grandeza da força feminina
    que evolui sem cessar.

    Parabéns para as mulheres
    do presente e do passado.
    A conquista de vocês é gigante,
    transcende o tempo e espaço.

    Que o dia 8 seja eternizado
    como a mais digna das datas.
    Das mais novas às mais antigas,
    sejam todas valorizadas.

    A vaidade masculina é sempre frágil,
    como vidro fino e quebradiço.
    Morre de medo da mulher alcançar
    o que passou a vida toda construindo.

    Homens, prestem atenção,
    por favor, não se embaralhem.
    Se verem uma mulher evoluindo,
    se não for para ajudar, não atrapalhem.

    Por: Alexssander Camargo, Contador Público, Tesoureiro do SINPAIG MT e Vice-Presidente do CRC MT

    FOTO ALEX PARA MATÉRIA
    FOTO ALEX PARA MATÉRIA
  • Holding familiar: proteção patrimonial

    Holding familiar: proteção patrimonial

    Em um mundo em constante mudança, onde os desafios financeiros e legais podem surgir a qualquer momento, a proteção do patrimônio familiar e o planejamento sucessório se tornam questões de extrema importância para indivíduos e famílias. Nesse contexto, a criação de uma holding familiar emerge como uma estratégia poderosa e versátil, oferecendo uma série de benefícios que vão além da simples gestão de ativos.

    Uma holding familiar é uma estrutura legal que permite que uma família mantenha e administre seus bens e investimentos de forma unificada e eficiente. Ao consolidar os ativos em uma única entidade, os membros da família podem simplificar a gestão financeira, reduzir custos operacionais e facilitar o planejamento sucessório.

    Uma das principais vantagens de uma holding familiar é a proteção patrimonial que oferece. Ao separar os ativos pessoais dos riscos comerciais e legais, uma holding pode ajudar a proteger o patrimônio familiar contra processos judiciais, credores e outros eventos adversos. Além disso, uma holding bem estruturada pode oferecer benefícios fiscais significativos, permitindo que a família minimize sua carga tributária e maximize o retorno sobre o investimento.

    Além da proteção patrimonial, uma holding familiar também desempenha um papel fundamental no planejamento sucessório. Ao estabelecer uma estrutura clara de propriedade e governança, os membros da família podem garantir uma transição suave e harmoniosa dos ativos para as gerações futuras. Isso não apenas preserva o legado familiar, mas também reduz o risco de disputas e litígios entre herdeiros.

    Outro benefício importante de uma holding familiar é sua flexibilidade e adaptabilidade. A estrutura pode ser facilmente personalizada para atender às necessidades específicas da família, seja para proteger ativos comerciais, imóveis, investimentos financeiros ou outras formas de propriedade. Além disso, uma holding pode ser utilizada para facilitar a gestão de patrimônio em diferentes jurisdições, permitindo que a família diversifique seus investimentos globalmente.

    No entanto, é importante ressaltar que a criação e manutenção de uma holding familiar exigem planejamento cuidadoso e assessoria jurídica especializada. É essencial garantir que a estrutura seja devidamente constituída e operada em conformidade com as leis e regulamentos locais. Além disso, uma holding familiar requer uma governança sólida e transparente, com políticas claras de tomada de decisão e distribuição de lucros.

    Em suma, a holding familiar é uma ferramenta poderosa para proteger e preservar o patrimônio familiar ao longo das gerações. Ao oferecer proteção patrimonial, facilitar o planejamento sucessório e proporcionar flexibilidade financeira, uma holding pode ajudar as famílias a alcançar seus objetivos financeiros e garantir a segurança e prosperidade de seus membros no longo prazo.

    Crédito: Pérsio Oliveira Landim, advogado, especialista em Direito Agrário, especialista em Gestão do Agronegócio

  • “Não é não!”: chegou a hora de combatermos o assédio

    “Não é não!”: chegou a hora de combatermos o assédio

    As heranças machistas, que habitam o inconsciente coletivo, promovem, inadvertidamente, a cultura do estupro. Por décadas, desde a infância, meninas são educadas para agradar, e para dizer “sim”.

    Essas são perguntas importantes: Por que nossos “nãos” valem menos que os dos homens? Será que é porque eles têm a voz mais grossa e potente que a nossa? Será que por trás de um “não” forte masculino existe uma ameaça implícita de agressão física e por trás de um “não” feminino existe apenas uma apelação?

    Gostaria que cada um de nós refletisse sobre essas perguntas, lembrando que encontraremos singularidades, subjetividades e, portanto, diferentes percepções do mundo e da sociedade, dependendo, claro, da sua experiência pessoal diante do tema. No entanto, para trazer este tema ao debate, peço licença para generalizar, observando uma linha histórica social que nasce no patriarcado e nos mobiliza interna e externamente em algum nível até hoje.

    Quando escuto o Arnold Schwarzenegger dizer “Nunca aceite um não como resposta”, eu arrepio. Ainda que tenha sido dita num contexto profissional, esta frase é repetida, aclamada e internalizada na sociedade como sinônimo de força e de sucesso.

    Nossos meninos sempre foram criados para resistir aos “nãos”. Sempre tiveram mais condescendência à rebeldia, sempre foram estimulados a insistirem e a conquistarem ainda que contrariados aos seus desejos e seus lugares no mundo. Já as meninas, no patriarcado, são educadas a não gritarem, a não se rebelarem, a dizerem “sim”, a serem pacíficas e complacentes. Essa mistura não poderia ser mais fatal.

    Meninos foram criados e estimulados a romper barreiras, a usar a força física sempre que necessário e, especialmente, a exercitar sua sexualidade heterotípica. Por outro lado, no inconsciente coletivo, meninas foram criadas para serem complacentes, para dizerem “sim”, para agradar, para dar suporte enquanto os homens conquistavam seus espaços.

    Quanto aos “sins” e aos “nãos”, no que diz respeito ao encontro entre meninos e meninas, houve um condicionamento coletivo que desempodera o “não”feminino estruturalmente. Meninas foram orientadas a dizerem “não” aos meninos em nome da sua imagem. Meninas precisavam se fazer de difíceis para não parecerem fáceis e ficarem com fama. Meninas diziam “não” quando não queriam, e também diziam “não” quando queriam algo com um rapaz. O que isso os ensinou? A insistir, forçar a barra! Afinal, eles não tinham como saber quando o “não” era realmente “não”, ou quando o “não” era um “sim” amedrontado, disfarçado de “não”. Esse foi o maior e pior desserviço que a educação machista trouxe à sociedade e sua maior contribuição à cultura do estupro. A leitura passou a ser tão subjetiva, que o masculino passou a se orientar quanto a vestimenta, ao comportamento e a liberdade do feminino como indicação de uma abertura e a ignorar o que é mais óbvio e simples: o “não” falado, independentemente de intonação ou volume. “Não” deixou de ser “não” na compreensão masculina quando dito pelas mulheres e nós, como sociedade, estamos lutando pela psicoeducação e pelo fortalecimento dos nossos “nãos”.

    Hoje em dia temos a liberdade de sermos quem desejarmos ser e de viver nossa sexualidade como desejamos. Nós, sejamos meninas ou mulheres, não precisamos mais nos fazer de difícil. Portanto acreditem quando dissermos “NÃO”! “Não” é “não”. “Para” é “para”! Não insistam!

    Quando um coach na mídia social te disser para jamais aceitar um “não” como resposta, ele não falou para forçar a barra. A ideia é que, se você deseja algo e escutar um “não”, que você procure outra pessoa ou outro lugar ao invés de ignorar o “não” que você acabou de escutar e insistir. Você não será um fraco se respeitar uma garota, nem será o garanhão se ficar com ela a qualquer custo. Pelo contrário. Você só será mais um cara desrespeitoso que não respeita o “não”. Parece óbvio, não? Pois é… mas, mesmo sendo óbvio, está longe de ser a realidade que experimentamos como meninas e mulheres no Brasil e no mundo.

    Vamos combinar, a garota pode estar nua e em um motel por livre e espontânea vontade, mas, se a qualquer momento ela disser “Para!”, você precisa parar, se vestir e respeitar a vontade dela. Nenhuma garota te deve nada. Nenhuma mulher tem a obrigação de transar com você só porque te provocou. Se você estiver a fim e se frustrar, confie na sua capacidade e lide com a sua frustração. Nunca desconte nela nem em outra pessoa aquilo que você não está dando conta em si mesmo. Essa postura, sim, fará de você um cara bacana e poderoso. Não há nada mais incrível do que um homem que dá conta de si, das suas frustrações e dos seus impulsos. Pode acreditar.

  • Governança como estratégia para fortalecer empresas familiares

    Governança como estratégia para fortalecer empresas familiares

    As empresas familiares são um componente importante da economia, já que representam 75% do PIB global e empregam 75% da força de trabalho no mundo, segundo dados da KPMG. Nesse sentido, a Governança Familiar surgiu como uma importante estratégia para impulsionar o desenvolvimento e a longevidade do negócio.

    Os benefícios são construídos à medida em que a Governança harmoniza e normatiza o funcionamento dos principais pilares que sustentam a dinâmica do sistema empresarial, sobretudo aqueles que compreendem subsistemas nas áreas da gestão, do patrimônio e da família. Porém, na prática ainda temos muito para avançar.

    A pesquisa ‘Pratique ou Explique: Análise Quantitativa dos Informes de Governança’, realizada pelo IBGC, EY e TozziniFreire Advogados, que foi divulgada em outubro do ano passado, mostra que apenas 65,3% das empresas brasileiras aderem a práticas de governança. Além disso, pouco mais da metade delas têm um plano de sucessão de diretor-presidente.

    Conscientizar-se sobre a importância de preparar pessoas – da família ou não – para ocupar os cargos-chaves na empresa talvez seja um dos maiores desafios da governança. Mas a nova postura vai atuar como antídoto para enfrentar os desafios das organizações que compreendem comunicação, transformações do mercado, avanço tecnológico, comércio eletrônico e a própria globalização.

    Os pilares de governança nas empresas familiares são conceitos inter-relacionados que trabalham juntos para garantir a saúde do negócio, alinhando os interesses da família e da pessoa jurídica, garantindo a continuidade do negócio e a sua conformidade com as leis e regulamentos pertinentes.

    Dessa forma, importante ressaltar quais são os três eixos que fazem com que essa engrenagem funcione: a governança corporativa (poder e controle), a governança familiar (senso de pertencimento e união) e a governança proprietária/societária (proteção do patrimônio).

    Acredito que a governança é um caminho sem volta, pois temos um mercado que vem impulsionando a implantação de princípios de transparência, equidade, prestação de contas e responsabilidade corporativa. Além disso, uma estrutura de governança madura contribui para que as decisões sejam tomadas no melhor ambiente possível, beneficiando todos conectados a ela, na empresa, família e na sociedade.

    A Samsung é um exemplo de empresa familiar que enfrentou problemas de governança em razão de embates entre os seus membros sobre sucessão e estrutura de gestão. Devido a esta dificuldade, Jay Y. Lee, herdeiro e atual presidente executivo da companhia, decidiu que a liderança da companhia não será automaticamente transferida para a quarta geração da família.

    Diante deste contexto desafiador, quando é o melhor momento para implantar a governança? Quanto antes, melhor. Isso significa que independe do estágio no qual um negócio familiar se encontra, já que os princípios direcionadores não são engessados e se adaptam a diferentes empresas, com modelos de negócio e objetivos próprios.

    Independentemente de onde a família e a empresa estejam em sua progressão, uma discussão sobre como implementar a governança é atualmente um exercício necessário. Para o Doutor (Ph.D.) em psicologia das organizações pela Universidade de Barcelona e economista pela Universidade Mackenzie, em São Paulo, Werner Bornholdt, a implantação da governança acontece de maneira intuitiva:

    “É um processo idêntico ao da reforma de uma casa. Começa com um planejamento (concepções iniciais), aprovação do orçamento (disponibilidade de investimentos) e contratação de um engenheiro ou arquiteto (Consultor externo). No primeiro período da reforma, são removidos móveis, quebram-se paredes, geram-se desconforto e ruídos e aparecem as sujeiras. Implementar a governança nas empresas familiares é um processo de mudanças. Mudanças que geram desconfortos iniciais, mas, quando transpostas, o clima é de orgulho, satisfação e prazer. Como uma casa recém-reformada. A governança nas empresas familiares exige que primeiramente sejam identificados os assuntos que dizem respeito à família, à sociedade e à empresa”.

    Uma vez concluída essa etapa, os assuntos voltam a ser unidos e integrados, como a reconstrução das paredes e pintura final da reforma. Os instrumentos unificadores são justamente os órgãos de governança, tais como comitês e conselhos (consultivo, administrativo, fiscal, familiar). Quanto mais estruturados e fortes esses órgãos de governança, melhor vão atender as demandas das famílias, dos sócios e dos executivos.

    Contar com profissionais de fora da empresa na hora de implementar a governança, a diretriz estratégica e alinhar a gestão da empresa pode ser essencial. Esse profissional buscará atuar de forma imparcial na mediação de conflitos e levar opiniões de outro ângulo para gestores e membros da família, o que contribuirá de maneira muito positiva na tomada de decisões e, consequentemente, na robustez do negócio!

    Cristhiane Brandão, Conselheira de Administração, Consultora em Governança para Empresas Familiares e Coordenadora do Capítulo Brasília/Centro Oeste do IBGC.