Categoria: ARTIGOS

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  • A importância do manejo florestal sustentável no Dia da Proteção às Florestas

    A importância do manejo florestal sustentável no Dia da Proteção às Florestas

    O Dia da Proteção às Florestas, celebrado em 17 de julho, é uma data que nos lembra da importância vital de conservar as matas nacionais e internacionais. Este dia tem como objetivo conscientizar a sociedade sobre a relevância das florestas para a biodiversidade, o clima e a qualidade de vida no planeta. Entre os diversos métodos de conservação, destaca-se o manejo florestal sustentável, uma prática essencial para manutenção da floresta em pé e mitigação da crise climática, enquanto se obtêm recursos naturais de maneira responsável.

    O estado do Mato Grosso é um exemplo relevante na aplicação de práticas de manejo florestal sustentável. Com uma área de 5,025 milhões de hectares de florestas manejadas, o estado protege suas matas de qualquer tipo de desmatamento. O manejo florestal sustentável é um processo complexo e rigoroso, que começa com um inventário florestal de 100% da área coberta com vegetação nativa. Este inventário envolve a localização, identificação, mensuração e avaliação de todas as árvores na área a ser manejada, classificando-as em categorias como árvores de corte, remanescentes, porta-sementes e aquelas proibidas de corte.

    Dentro do manejo florestal sustentável, todas as trilhas são planejadas para minimizar o impacto ambiental. Apenas as árvores comerciais autorizadas pelo órgão ambiental competente são retiradas, garantindo que a exploração seja controlada e sustentável. Mato Grosso possui uma ampla diversidade de espécies de madeira nativa, com aproximadamente 50 espécies arbóreas aptas para colheita. Essa variedade não só promove a sustentabilidade, como também ajuda na conservação das espécies florestais.

    Uma das características mais notáveis do manejo florestal sustentável é a manutenção de áreas intocadas por períodos de 25 a 35 anos, permitindo a regeneração natural da floresta. Durante esse tempo, as árvores mais jovens se beneficiam da maior disponibilidade de luz solar, promovida pela colheita da árvore madura, aumentando sua capacidade de fotossíntese e absorção de CO2 da atmosfera. Esse processo é crucial para o equilíbrio ecológico e para a renovação contínua das florestas.

    O manejo florestal sustentável é, portanto, uma prática que promove o equilíbrio e a renovação das florestas, assegurando que os recursos naturais sejam utilizados de forma responsável. No Dia de Proteção às Florestas, é essencial refletir sobre a importância dessas práticas e como elas contribuem para a conservação das matas no território estadual, nacional e mundial. Proteger as florestas não é apenas uma questão ambiental, mas uma necessidade para garantir o futuro das próximas gerações.

    Para saber mais sobre como proteger as florestas e outras iniciativas de sustentabilidade, visite nosso site: cipem.org.br.

    Ednei Blasius – Presidente do Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira de Mato Grosso (Cipem)

  • Mudanças climáticas: um chamado para empresas familiares

    Mudanças climáticas: um chamado para empresas familiares

    Apesar de 95,4% da população brasileira afirmar que tem consciência sobre as mudanças climáticas, conforme pesquisa deste ano do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), é inegável que ainda há muito o que ser feito para que segurança climática, alimentar e energética possam caminhar juntas.Voltei muito sensibilizada após participar do Global Agribusiness Festival (GAFFFF), o maior festival de cultura agro do mundo, realizado entre 27 e 28 de junho, em São Paulo.

    Estar presencialmente me deu uma visão sustentada sobre o que está em causa, os obstáculos e os desafios que temos pela frente.Nos últimos anos, as mudanças climáticas têm se manifestado de maneira cada vez mais evidente e severa ao redor do mundo: com aumento das temperaturas, eventos extremos [como as enchentes no Rio Grande do Sul, furacões, tsunamis e secas] e a acidificação dos oceanos, que são sinais alarmantes de um planeta em transformação.

    Há estudos que mostram que as áreas tropicais do planeta se tornarão desertos (isso inclui o Brasil!) e que os “novos cerrados” estarão em países como Canadá e Rússia.Além de afetar os ecossistemas naturais, tais fenômenos exercem forte impacto sobre as populações ao redor do mundo.

    Outro ponto importante é a segurança alimentar, já que as mudanças climáticas atingem diretamente a produção agrícola, alterando padrões de chuva, disponibilidade de água e condições de cultivo o que pode levar a uma diminuição na produção de alimentos, o que pode resultar em mais fome em localidades vulneráveis.Em relação à segurança energética, embora nossa matriz energética seja a mais limpa do mundo (segundo a AIE – Agência Internacional de Energia), temos uma missão de ajudar o planeta colaborando com a produção de biocombustíveis e etanol, e no fomento de políticas de estímulo ao uso dos mesmos, inclusive internacionais, o que contribuirá diretamente para a redução do consumo de combustíveis fósseis.

    Nesse contexto, empresas familiares, como agentes econômicos e sociais, desempenham um papel crucial na adaptação e mitigação desses impactos. Então, a questão é como o seu negócio poderá minimizar impactos e perenizar para as próximas gerações, sem “legados negativos”?Para enfrentar os desafios que temos pela frente de maneira eficaz, é essencial alinhar segurança climática, alimentar e energética, já que as três dimensões estão intrinsecamente conectadas e suas soluções complementares podem fortalecer a resiliência global.

    No livro Gigante pela Própria Natureza, Miguel Setas destaca que  o destino da Terra depende de nós e que isso exige adotar uma visão estratégica “estrábica”: um olho no curto prazo e outro no longo prazo (longo mesmo!).

    Em 2050, seremos 10 bilhões de pessoas na Terra… e o Brasil pode ser o hub climático do mundo, a partir do seu lugar no mercado internacional de carbono, da sua agricultura sustentável, da produção de energia renovável em grande escala e da indústria verde.

    Vale a pena destacar que a inovação tecnológica desempenha um papel crucial no enfrentamento às mudanças às climáticas, desde técnicas agrícolas de conservação até sistemas avançados de armazenamento de energia, há um vasto campo para o desenvolvimento de soluções que promovam a segurança climática, alimentar e energética.

    “É um novo papel e chance única de progresso verde para o Brasil, nesse mundo em transformação”, afirma Setas. Outro ponto importante é investir em educação e conscientização com o intuito de sensibilizar o maior número possível de pessoas sobre a importância da sustentabilidade, que vai além de proteção ao meio ambiente, pois compreende modelos econômicos que permitam o equilíbrio econômico, social e ambiental.

    Como podemos ver, esse é um desafio global sem precedentes, que significa um “chamado”, sobretudo para as empresas familiares, que podem atuar como catalisadoras de mudanças culturais e comportamentais que promovam um futuro mais sustentável, já que são frequentemente vistas como pilares das suas comunidades.

    Mais do que mitigar os riscos, essas empresas podem fortalecer e multiplicar as oportunidades de crescimento sustentável em longo prazo. O futuro do nosso planeta está em jogo e cabe a todos nós assumir uma responsabilidade intergeracional, pensando que aquilo que se decide hoje propaga o futuro com suas implicações…

    Qual legado você, sua família empresária e sua empresa familiar estão construindo HOJE?

    Cristhiane Brandão, Conselheira de Administração, Consultora em Governança para Empresas Familiares e Coordenadora do Capítulo Brasília/Centro Oeste do IBGC.

  • Lucas do Rio Verde, um lugar onde oportunidades se transformam em realidade

    Lucas do Rio Verde, um lugar onde oportunidades se transformam em realidade

    É com grande satisfação que compartilho os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que coloca Lucas do Rio Verde como líder em geração de empregos no país, no acumulado de 2024, entre municípios com 81.505 e 91.692 habitantes. Este é um resultado que nos deixa muito felizes, porque reflete o espírito empreendedor da nossa população e o nosso compromisso em promover um ambiente favorável para o crescimento econômico e para a melhoria da qualidade de vida dos luverdenses.

    Com 10.673 admissões e um saldo positivo de 1.223 postos de trabalho, no acumulado do ano, Lucas do Rio Verde superou as outras regiões. Nossa cidade não apenas está liderando o ranking estadual, mas também é o destaque em todo o país, figurando como o primeiro município em geração de empregos entre cidades de porte semelhante, com população entre 81.505 e 91.692 habitantes.

    Temos focado nossas políticas públicas para facilitar a abertura de negócios, reduzindo a burocracia e promovendo a qualificação profissional. Parcerias com, Sebrae, Senai, Sest Senat, Sesc e Senac, Senar e programa “Ser Família Capacita”, do Governo do Estado, têm oferecido cursos gratuitos em diversas áreas, preparando os trabalhadores locais para as demandas do mercado.

    Conforme o Caged, em 2024, registramos um total de 12.745 empreendimentos ativos, o dobro de 2021, quando o registro era de 6.888 empresas abertas. Esse crescimento é reflexo dos nossos investimentos em infraestrutura, segurança pública, saúde, educação, habitação, criando um ambiente propício para o desenvolvimento econômico e social.

    Lucas do Rio Verde tem mostrado como políticas públicas eficazes e parcerias estratégicas podem transformar positivamente a economia de uma cidade, gerando empregos, renda e qualidade de vida para seus moradores.

    Nosso compromisso é continuar trabalhando para manter esse ritmo de crescimento e desenvolvimento, sempre em benefício de todos os luverdenses.

    Miguel Vaz
    Prefeito de Lucas do Rio Verde

  • Por que os usuários preferem marcas humanizadas?

    Por que os usuários preferem marcas humanizadas?

    Em um cenário saturado de conexão, as marcas lutam para se destacar e conquistar a lealdade dos consumidores em tempos digitalizados. A humanização da marca é uma estratégia que tem se mostrado cada vez mais assertiva, os consumidores estão cada vez mais atraídos por quem não apenas oferece produtos de qualidade, mas que também se identificam com seus valores e preocupações.

    Eles buscam marcas que não apenas falem, mas também ouçam. que não apenas vendam, mas também se importem. Em essência, os consumidores desejam se conectar com marcas que tenham uma essência humana palpável, que se preocupem com mais do que apenas o lucro, mas com o impacto que têm sobre a vida das pessoas e o mundo ao seu redor

    Necessidade de Conexão

    Em um mundo cada vez mais digitalizado, onde as interações pessoais são substituídas por telas e algoritmos, os consumidores anseiam por conexões significativas.

    As marcas humanizadas preenchem esse vácuo, oferecendo uma experiência mais empática que vai além do simples ato de compra. Elas entendem as emoções, os desejos e as necessidades dos consumidores, criando laços emocionais que geram lealdade e engajamento.

    Mas quais são as características de uma Marca Humanizada?

    Autenticidade: As marcas humanizadas são autênticas e  transparentes em sua comunicação. Elas são honestas sobre seus valores, práticas comerciais e até mesmo suas falhas, ganhando a confiança e a credibilidade dos consumidores.

    Empatia: Uma marca humanizada se coloca no lugar do consumidor, demonstrando empatia e compreensão em suas interações. Ela se preocupa genuinamente com o bem-estar dos clientes e está sempre pronta para oferecer suporte e assistência quando necessário.

    Personalização: As marcas humanizadas reconhecem a singularidade de cada cliente e se esforçam para oferecer uma experiência personalizada. Elas entendem as necessidades e preferências individuais dos consumidores, adaptando seus produtos, serviços e comunicações de acordo.

    Narrativa Envolvedora: Uma marca humanizada conta histórias envolventes que ressoam com os consumidores em um nível emocional. Ela cria uma narrativa coesa que reflete sua identidade e valores, conectando-se com os clientes de maneira significativa.

    Resposta Rápida: Em um mundo onde a atenção é um recurso escasso, as marcas humanizadas respondem rapidamente às consultas e preocupações dos clientes. Elas estão sempre disponíveis para ajudar e resolver problemas de maneira eficiente e compassiva.

    Mas Como Humanizar uma Marca?

    Comunicação Autêntica:

    Em vez de adotar uma linguagem corporativa impessoal, as marcas podem se comunicar de maneira mais autêntica e acessível, usando uma linguagem simples e direta que ressoe com os consumidores.

    Valorização da Experiência do Cliente:

    As marcas devem colocar o cliente no centro de suas operações, priorizando a experiência do cliente em todos os pontos de contato. Isso inclui desde o design de produtos e serviços até o atendimento ao cliente e o suporte pós-venda.

    Transparência:

    As marcas devem ser transparentes sobre suas práticas comerciais, políticas e impacto social. Isso significa admitir erros quando necessário e ser honesto sobre os desafios e compromissos da marca.

    Inclusão e Diversidade:

    Ouvi que a inclusão é  escolha. A apartir do momento que se atravessa essa porta um universo de possibilidades se transforma. Mas para isso acontecer as marcas devem promover a inclusão e a diversidade em todas as áreas de suas operações, desde a contratação de funcionários até a seleção de modelos em campanhas de marketing. Isso demonstra um compromisso genuíno com a igualdade e a justiça social.

    Engajamento Comunitário:

    As marcas podem se envolver ativamente com suas comunidades, apoiando causas locais e iniciativas de responsabilidade social. Isso não apenas fortalece os laços com os clientes locais, mas também demonstra um compromisso com o bem-estar da comunidade como um todo.

    À medida que os consumidores buscam conexões autênticas em um mundo cada vez mais digital, as marcas têm a oportunidade de se destacar adotando uma abordagem mais humanizada em sua comunicação e interação com os clientes.

    Ao serem autênticas, empáticas e transparentes, as marcas podem criar laços emocionais genuínos que geram lealdade e engajamento a longo prazo. Ao humanizar suas marcas, as empresas podem não apenas impulsionar o crescimento e o sucesso, mas também fazer uma diferença positiva na vida de seus clientes e na sociedade como um todo.

    Se voce tem uma marca não perca tempo, humanize.

    Maria Augusta Ribeiro, especialista em Netnografia e Comportamento Digital no Belicosa.com.br

  • Câmara da Mulher da Fiemt discute ações para fomentar público feminino no mercado de trabalho

    Câmara da Mulher da Fiemt discute ações para fomentar público feminino no mercado de trabalho

    Quase 70% das pessoas que estão fora do mercado de trabalho são mulheres, conforme dados levantados pelo Observatório da Indústria e apresentados na primeira reunião da Câmara da Mulher da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt).

    Os diversos desafios que o público feminino enfrenta são frutos dedesigualdades históricas e estruturais e apesar dos avanços, ainda há obstáculos e preconceitos que limitam a participação plena das mulheres em diversas áreas profissionais.

    É de olho nessa bandeira que representatividades femininas da indústria, comércio, serviços e do agronegócio mato-grossense, discutiram estratégias e ações para elevar a participação ativa das profissionais femininas.

    “É preciso abrir as discussões, entender com profundidade o cenário e fomentar a participação das mulheres em todos os setores da economia”, alertou a presidente da Câmara, Ana Cassia Petroni Rangel. A Câmara faz parte do Conselho Temático de Responsabilidade Social (Cores) da Fiemt.

    Segundo ela, as principais diretrizes são: realizar ações que influenciem na promoção de condições de trabalho justas e inclusivaspara as mulheres na indústria; e fortalecer a presença feminina comolíderes e proprietárias de negócios no setor industrial. A vice-presidente é a empresária Ulana Maria Bruehmueller.

    Fazem parte da entidade importantes instituições da economia mato-grossense, como a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), a Federação do Comércio (Fecomércio), o Sebrae e a OAB-MT, além dos Sindicatos de Biocombustíveis, da Industria de Panificação, das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico, da Construção, de Extração de Calcário e do Vestuário.

    Números

    A indústria mato-grossense é responsável por empregar 36 mil trabalhadoras. Dessas, 23% ocupam cargos gerenciais; 55,82% possuem ensino médio completo e 31% têm idades entre 30 a 39 anos.

    O perfil da mulher no mercado de trabalho, conforme relatório do Observatório da Indústria, se torna mais alarmante pela quantidade de pessoas que estão empregadas, somando mais 605 mil mulheres em Mato Grosso. O que se sabe é que 38% delas estão cuidando de afazeres domésticos, cuidando de filhos ou parentes.

  • Como identificar relações amorosas abusivas

    Como identificar relações amorosas abusivas

    O Dia dos Namorados está chegando e se tornou muito comum trocar presentes e fazer declarações amorosas. Se por um lado essa prática apresenta expressões de afetividade, carinho e dedicação, por outro, pode ocultar traços de algo muito frequente na nossa cultura: as relações abusivas.

    Viver um relacionamento abusivo é um processo mais complexo do que se pode supor à primeira vista. Raramente um relacionamento já se inicia evidenciando as características abusivas, normalmente, trata-se de um processo que vai se aprofundando ao longo do tempo de convivência a partir de um domínio psicoemocional de uma das partes sobre a outra.

    Esse é um assunto sério e que merece absoluta atenção e cuidado de todos os segmentos sociais. De acordo com dados do relatório publicado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), somente em 2023, foram registrados 1.463 casos de feminicídio no Brasil, cerca de 1 caso a cada 6 horas. Esse é o maior número registrado desde que a lei contra feminicídio foi criada, em 2015.

    A pesquisa apontou que 18 estados apresentaram uma taxa de feminicídio acima da média nacional, de 1,4 mortes para cada 100 mil mulheres, dentre eles, o estado de Mato Grosso apresentou a maior taxa no ano passado, com 2,5 mulheres mortas por 100 mil. Entre 2015 e 2023, um total de 10,65 mil mulheres foram vítimas de feminicídio.

    Afinal, por que este é um problema que atinge muito mais as mulheres do que os homens no Brasil? A resposta é um tanto quanto óbvia, somos um país de bases extremamente patriarcal e machista, o que significa dizer que, simbolicamente, as mulheres tendem a ocupar um lugar de inferioridade no tecido social e, por isso, são mais vulneráveis a todo tipo de violência. É pelo mesmo motivo que se torna, frequentemente, mais difícil para elas saírem ou evitarem situações de violência.

    O psiquiatra austríaco Viktor Frankl fala de dois comportamentos humanos que favorecem a perpetuação de situações de violência: o conformismo e o totalitarismo. O primeiro (conformismo) é caracterizado pela aceitação sem oposição do que fazem conosco por não sabermos o que fazer. Já no segundo (totalitarismo), há uma imposição da vontade de um dos parceiros, desconsidera-se completamente a outra pessoa e suas as diferenças, não há empatia.

    Assim, uma relação abusiva é necessariamente totalitária, já que uma das partes desconsidera deliberadamente a outra e a subjuga às suas vontades. É importante frisar que uma relação abusiva não começa declaradamente abusiva, ela vai construindo um domínio sobre o outro.

    Inicialmente, há uma tendência ao encantamento, movimentos sedutores com elogios, agrados e dedicação quase exclusiva à pessoa. Posteriormente, vai-se havendo um controle em todas as instâncias da vida da pessoa: rede de relacionamento, vestimenta, lugares aonde vai, atividades de lazer etc. Por fim, surgem as críticas, o menosprezo e xingamentos, proibições no ir e vir, exclusão da convivência com amigos e familiares e agressões que podem escalar de humilhações psicológicas para físicas.

    Há na vítima um sentimento em níveis variados de insegurança e inferioridade, além da baixa estima e da percepção distorcida da relação consigo, da própria relação e da realidade. O agressor costuma se manter em um patamar de alguém que “não faz por mal” ou “que exerce um cuidado além da conta” ou “que mudará”.

    Mesmo tendo a percepção do que está acontecendo, são muitos os fatores que podem dificultar para que a vítima saia de um relacionamento abusivo, tais como: dependência financeira, dependência emocional, pressão familiar, pressão religiosa, medo do que pode acontecer se denunciar e a falta de apoio social para sua emancipação.

    Trata-se de uma problemática cultural no Brasil que deve implicar a todos nós, uma vez que estamos educando os nossos filhos e filhas a partir de como nos relacionamos em sociedade e da maneira como desenvolvemos e exercemos a nossa cidadania.

    Políticas públicas de apoio a vítimas de abuso têm crescido no Brasil, contribuindo para a conscientização social e a introdução de novas perspectivas em nossa cultura. Graças a essas ações, cada vez mais pessoas têm buscado ajuda por meio dos serviços de saúde mental públicos e privados para construir novas relações e romper com o ciclo da violência.

    Ainda assim, é preciso mais! Mais conscientização, mais políticas de educação e promoção social, mais iniciativas que nos aproximem pela via do afeto, da convivência com as diferenças, em que a perspectiva totalitária em que um indivíduo é subjugado pelo outro não faça mais sentido.

    Lieber Faiad, psicólogo com formação em Logoterapia (Terapia do Sentido da Vida), pós-graduando em Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade pela CBI of Miami.

  • Emergências climáticas e as respostas que o agro pode dar

    Emergências climáticas e as respostas que o agro pode dar

    Cada vez mais frequentes e mais devastadoras, as catástrofes naturais são um lembrete cruel da responsabilidade humana sobre as mudanças climáticas e o aquecimento global. O que antes era uma projeção futura tornou-se uma realidade gritante. Das enchentes avassaladoras às secas prolongadas, o mundo está testemunhando os efeitos nocivos do desequilíbrio ambiental.

    A agropecuária, setor vital que alimenta o planeta, não está imune a essas consequências. De secas à enchentes, a crise climática também já está cobrando seu preço nos campos e pastagens, provocando desafios significativos para a produção de alimentos. Ao mesmo tempo, o setor (que é também um dos maiores consumidores de recursos naturais) traz consigo a responsabilidade – e cada vez mais condições – de se posicionar como grande protagonista em uma urgente revolução sustentável.

    A população mundial cresce exponencialmente, e será fundamental conciliar o aumento da produção de alimentos com a preservação dos recursos naturais, garantindo a segurança alimentar das próximas gerações e a saúde do planeta. Isso só será possível com a priorização de novas práticas e tecnologias inovadoras que promovam a conservação dos recursos naturais, como água, solo e a biodiversidade.

    Um caminho que passará, dentre outros avanços, pela substituição de insumos tradicionais por biológicos de alta eficiência, como biofertilizantes, biodefensivos e organismos benéficos do solo. Tecnologias que não apenas reduzem a dependência de produtos químicos tradicionais, mas também promovem a saúde do solo e a biodiversidade, contribuindo para a resiliência dos sistemas agrícolas.

    A agricultura regenerativa será outra peça-chave para maior produtividade com redução de impactos negativos, investindo na regeneração de ecossistemas degradados, na promoção a saúde do solo e na redução da pegada de carbono sobre a produção de alimentos. Práticas como os sistemas agroflorestas, rotação de culturas e recuperação de pastagens não apenas mitigam as emissões de carbono, mas também aumentam a capacidade de armazenamento de carbono no solo, ajudando a combater as mudanças climáticas.

    Somam-se a este processo os avanços brasileiros em pesquisa e desenvolvimento de inovação, além da adoção de tecnologias digitais e de inteligência artificial capazes de promover cada vez mais eficiência e sustentabilidade no campo. Ferramentas como sensores remotos, drones agrícolas e análise de big data já nos permitem uma gestão mais eficiente dos recursos, otimizando o uso de água, energia e insumos agrícolas.

    Além disso, a inteligência artificial pode revolucionar a agricultura ao prever padrões climáticos, otimizar o planejamento de culturas e até mesmo ajudar na seleção genética de plantas mais resistentes às mudanças climáticas. Ou ainda, como temos já em campo com grande sucesso, o mapeamento e seleção genética de microrganismos benéficos parceiros, cada vez mais assertivos à saúde e vigor dos cultivos.

    A transição para uma agropecuária sustentável é um processo desafiador, mas necessário para garantir a segurança alimentar e a preservação do meio ambiente. E o Brasil tem plenas condições de se tornar exemplo mundial nesta corrida. Através da adoção de tecnologias biológicas, práticas agrícolas inovadoras e políticas públicas adequadas, podemos construir um futuro onde a produção de alimentos esteja em harmonia com a natureza, com as cidades e com as vidas humanas. Das decisões que tomarmos hoje, dependerá o futuro da nossa alimentação e do nosso planeta. O tempo para agir é agora!

    Cristiano Pinchetti_CEO LATAM Indigo
    Cristiano Pinchetti_CEO LATAM Indigo

    *Cristiano Pinchetti é administrador formado na FAAP, com pós-graduação na FEA-USP. Sua carreira inclui passagens por Citibank e Monsanto. Com vivência profissional no Brasil, Europa e EUA, Pinchetti desenvolveu robustez em gestão financeira em cenários de crise, como na Nextel. Na companhia alemã Helm, adquiriu perspectiva única sobre empresas familiares de capital fechado. Chegou à Indigo como CFO Latam e hoje atua como CEO Brasil e Latam.

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    Sobre a Indigo Ag

    A Indigo Ag é uma empresa global de pesquisa e desenvolvimento de tecnologias para uma agricultura mais sustentável. Fundada em 2013, e já presente em 14 países, ela se destaca, dentre outros fatores, por ser uma das únicas no mundo desenvolvendo biológicos de alta performance a partir de microrganismos endofíticos associados a bioinformática e data science. Com isso, construiu o maior banco de microrganismos endofíticos de uso comercial do mundo. São mais de 37 mil cepas e 350 diferentes gêneros de bactérias e fungos, coletados de diferentes plantas e regiões geográficas em todo o planeta – e em constante expansão. Através do uso da ciência e da tecnologia a Indigo transforma a sustentabilidade em valor para agricultores, agronegócios e corporações. 

    O portfólio da Indigo inclui linha de crédito para compra de sementes e fertilizantes em uma única transação. Nos Estados Unidos, a empresa oferece ainda o Indigo Carbono, programa que possibilita a geração, quantificação e comercialização de créditos de carbono. Globalmente, a Indigo é atualmente a única empresa que comercializa em escala, créditos de carbono de alta qualidade e reduções de emissões de escopo 3, gerados através da agricultura.

    Fomentando uma agricultura mais rentável e sustentável, a Indigo cumpre sua missão de apoiar os agricultores a alimentar o planeta com conservação ambiental para as próximas gerações.

    Sobre a Indigo LATAM 

    A Indigo chegou na Argentina em 2017 e no Brasil em 2018. Em 2020, a empresa decidiu unificar as operações cujas geografias são aquelas onde a oferta biológica da empresa possuem a maior penetração de mercado. A Indigo LATAM tem peso significativo no faturamento mundial da startup com biológicos e seus produtos estão presentes em mais de dois milhões de hectares espalhados pelos dois países.   A Indigo também possui uma solução financeira para simplificar o acesso ao crédito para o produtor rural parceiro, que o permite financiar suas sementes, biológicos e até o fertilizante, pagando apenas no prazo safra. Mais informações no portal da Indigo.

  • Na crise, informação

    Na crise, informação

    “Na gestão da crise, é muito importante a informação.” Com esta sentença afirmativa, o governador do Rio Grande do Sul abriu sua participação no Roda Viva, da TV Cultura. Durante quase duas horas, Eduardo Leite foi questionado por jornalistas sobre erros do poder público diante da tragédia vivida em seu Estado. Como telespectadora fiel ao programa, certamente recomendo a todos quantos puderem que confiram a edição de 20 de  maio de 2024 – mas tomo a liberdade  de escolher apenas um pequenino recorte para discorrer a respeito: a informação.

    Sobre a frase do governador: concordo. De fato, na gestão de crise a informação é essencial. No entanto, avalio ser oportuno irmos além. Ela é uma ferramenta poderosa em todos os cenários e pode entregar melhores resultados quando divulgada no tempo certo. Em linhas gerais, durante uma crise, informações têm grande potencial atenuante. Antes de uma crise, porém, podem evitá-la. Informação é instrumento de prevenção.

    O foco, aqui, não é fazer qualquer análise sobre o Rio Grande do Sul. O Estado e seus moradores precisam e merecem, neste momento, de acolhimento e apoio. A enchente ceifou muitos, arrasou histórias. É de uma tristeza sem tamanho. Não deve ser palco de narrativas movidas por interesses que não a reconstrução das cidades e da vida. Por isso, foco restrito ao valor da informação, tomando por base a frase de Eduardo Leite.

    Pelo dicionário, temos que informação é a reunião de conhecimentos e dados sobre um assunto ou pessoa. Considerando que o conhecimento capacita e liberta, fica evidente o seu papel no real exercício da democracia e da cidadania. Considerando, ainda, que comunicar é “tornar comum” e que a informação é o insumo primordial da Comunicação, cabe endosso à sentença de Leite: a informação é algo extremamente importante.

    Sim. Extremamente. Mas, não raro, negligenciada. Ao longo das décadas em que atuo no mercado de Comunicação, mais especificamente no Jornalismo, tenho visto a informação de qualidade ser deixada de lado. Ela, que deveria ser prioridade, cai para os últimos lugares da fila. Tem recebido pouca atenção, insuficientes investimentos e mínimo tempo. Tem sido tratada com desleixo. E em troca, diante do mau tratamento, vem gerando desconhecimento, confusão, desentendimentos, problemas e crises.

    Na prática, então, o que poderia ser feito? Este quadro desfavorável teria possibilidade de reversão?

    A experiência nos comprova que sim, caso houvesse vontade, em todas as situações – das mais simples às mais complexas. E, aí, o ideal seria que as organizações, governamentais ou não, decidissem adotar, de fato, uma cultura de comunicação, honesta, acessível e transparente. Apenas por meio da formação de uma cultura e seus desdobramentos seria possível alçar a informação ao topo do rol de prioridades.

    Costumamos atribuir à área da Comunicação a tarefa de lidar com a informação. Avalio ser uma visão um tanto restrita. Todos precisamos, diariamente, de receber ou repassar informações – seja na vida privada, no trabalho, na escola, na igreja, no hospital ou em qualquer outro ambiente. Somos seres relacionais e dependemos de informações para praticamente tudo, desde fazer uma compra e agendar uma consulta até escolher um candidato. É importante, então, valorizarmos a informação – e isso requer critérios.

    Informações incompletas, superficiais, manipuladas ou falsas em nada contribuem com a boa comunicação, a cidadania e a democracia. Em nada agregam às amizades ou quaisquer relações afetivas. Portanto, que tal seguirmos na contramão das más práticas, em favor da informação de qualidade e seus potenciais frutos positivos?

    Tratar a informação com seriedade e respeito é possível a partir de atitudes relativamente simples como, por exemplo, perguntando e respondendo de forma clara, ouvindo com atenção, em casa e na rua. Mais do que técnica, trata-se de conduta. Quando escolhemos valorizar e priorizar a informação, os caminhos ficam mais aplainados,  seja nas crises, seja nas águas tranquilas.

    **Glenda Cury é jornalista e sócia da Íntegra Comunicação Estratégica

  • Sinais de alerta: 5 sintomas de que seu coração não está bem

    Sinais de alerta: 5 sintomas de que seu coração não está bem

    O nosso coração é um dos principais órgãos do nosso corpo, ele é o ponto central do nosso sistema circulatório e problemas nele podem desencadear uma série de condições, como infarto, insuficiência cardíaca, arritmia, entre outras.

    Para prevenir esse tipo de problema, além de mudanças no estilo de vida, é fundamental realizar um diagnóstico precoce pois quanto mais cedo a doença for detectada, maiores as chances de recuperação, para isso, é importante estar atento aos sinais do seu corpo, explica o médico cardiologista Dr. Roberto Yano.

    “Antes de uma doença cardiovascular chegar à sua pior fase ela dá diversos sinais, que o paciente muitas vezes não relaciona com o coração, mas que se forem observados e levados a um especialista, podem facilitar e acelerar o diagnóstico e o tratamento, salvando a vida do paciente”, afirma.

    5 sinais de alerta para a saúde do seu coração:

    1. Dor no peito: “Esse é um dos sintomas mais clássicos de problemas no coração, mas tem sido cada vez mais desconsiderado e tido como algo normal quando ocorre ocasionalmente, mas sempre que houver esse problema é importante procurar um médico pois ela pode indicar não só problemas no coração, mas em diversas outras áreas”, explica Dr. Roberto Yano.
    2. Cansaço e falta de ar: “Se você se cansa muito facilmente e fica com falta de ar, tanto ao praticar esportes ou exercícios físicos, mas também em atividades rotineiras que antes fazia normalmente, isso pode indicar uma insuficiência cardíaca, por exemplo”.
    3. Inchaço nas pernas: “Esse problema pode indicar diversos problemas, como obesidade, problemas nas veias das pernas, nos rins ou doença no fígado, mas também pode indicar uma insuficiência cardíaca”, afirma Dr. Roberto Yano.
    4. Palpitação: “O normal é nós não sentirmos o coração bater, quando passamos a perceber os seus batimentos de forma acelerada ou descompassada, pode indicar uma arritmia cardíaca e que em alguns casos pode ser mais grave e até levar à morte se não for bem tratada”.
    5. Tonturas: “Problemas no bombeamento do sangue podem prejudicar a circulação sanguínea e reduzir a quantidade de sangue que chega ao cérebro, o que gera tonturas e até mesmo desmaios”, explica Dr. Roberto Yano.
  • Erotomania: Conheça o transtorno psiquiátrico mostrado na série “Bebê Rena”

    Erotomania: Conheça o transtorno psiquiátrico mostrado na série “Bebê Rena”

    A nova série da Netflix, baseada em uma história real de ‘stalking’, a prática de perseguir uma outra pessoa de forma recorrente, tem chamado a atenção nas redes sociais e gerado polêmicas.

    Na história, Martha desenvolve uma obsessão por Donny, um comediante em ascensão de carreira, e passa a persegui-lo durante anos, praticando até mesmo agressões físicas.

    Qual o transtorno de Martha na série “Bebê rena”?

    De acordo com o médico psiquiatra Dr. Flávio H. Nascimento, a personagem apresenta diversos sinais de um transtorno psiquiátrico raro, chamado erotomania.

    A erotomania é um transtorno psiquiátrico que gera uma crença delirante de que uma pessoa famosa ou de uma alta classe social estaria secretamente apaixonada por ele, mesmo sem sinais concretos disso”.

    O indivíduo também pode interpretar gestos neutros como prova desse amor imaginário, chegando a perseguir ou assediar a pessoa alvo”, explica Dr. Flávio H. Nascimento.

    Principais sintomas da erotomania:

    –  Interpretação distorcida de gestos neutros como prova do amor imaginário;

    – Tentativas obsessivas de estabelecer contato com a pessoa alvo, mesmo quando não são bem-vindas;

    –  Comportamento de perseguição ou assédio em relação à pessoa alvo;

    –  Rejeição de evidências ou argumentos que contradigam a crença delirante;

    –  Possíveis episódios de raiva ou agressão quando confrontado com a não reciprocidade do amor imaginário.

    Sobre Dr. Flávio H. Nascimento

    DR. FLÁVIO HENRIQUE
    DR. FLÁVIO HENRIQUE

    Dr. Flávio Henrique é formado em medicina pela UFCG, com residência médica em psiquiatria pela UFPI e mais de 10 anos de experiência na área de psiquiatria. Diagnosticado com superdotação, tem 131 pontos de QI o que equivale a 98 de percentil e é membro do CPAH – Centro de Pesquisa e Análises Heráclito como pesquisador auxiliar.