Categoria: CENÁRIO AGRO

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  • Exportações de mel disparam e Paraná assume vice-liderança no Brasil

    Exportações de mel disparam e Paraná assume vice-liderança no Brasil

    Nos primeiros três meses do ano, o Paraná subiu de terceiro para segundo lugar no ranking nacional de exportação de mel, segundo dados do Agrostat Brasil.

    Esse é um dos assuntos detalhados no Boletim de Conjuntura Agropecuária referente à semana de 24 a 30 de abril preparado pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria estadual da Agricultura e do Abastecimento.

    Isso se deve a um aumento de 114% no volume e de 181,4% de receita no primeiro trimestre do ano em relação ao mesmo período de 2024.

    Foram movimentadas 1.641 toneladas de mel e US$ 5.251 milhões, com um preço médio de US$ 3,20 por quilo.

    O primeiro lugar do ranking é ocupado por Minas Gerais, que movimentou US$ 7,292 milhões em receita e 2.333 toneladas do produto. E em terceiro lugar se encontra o Piauí com US$ 4,006 milhões em receita e 1.359 toneladas de mel.

    No âmbito nacional, as exportações do produto no primeiro trimestre de 2025 alcançaram 9.120 toneladas, um aumento de 19,7% em relação ao ano anterior. Por outro lado, foram movimentados US$ 28,412 milhões em receita, uma queda de 54,3% em comparação com 2024.

    O principal destino do mel brasileiro continua sendo os Estados Unidos (EUA), que adquiriu 85,7% do volume total exportado no período, seguido de Canadá e Alemanha.

  • Preços de frete iniciam tendência de arrefecimento com fim da colheita da soja

    Preços de frete iniciam tendência de arrefecimento com fim da colheita da soja

    As principais rotas de escoamento de grãos em importantes estados produtores começam a apresentar arrefecimento nos preços de fretes. A queda é explicada, principalmente, pelo fim da colheita da soja. Este é o cenário encontrado em Mato Grosso onde foi verificada redução nas cotações em todas as rotas e com a diminuição iniciando-se nas regiões onde a colheita da oleaginosa foi finalizada primeiro. Os dados estão na edição de abril do Boletim Logístico da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) publicado no site da Companhia.

    “No entanto, mesmo que a conjuntura momentânea seja de queda, existe a perspectiva de suporte aos preços de fretes rodoviários e aquecimento logístico em um futuro próximo, eventualmente até mesmo no primeiro semestre, antes do início da colheita de milho, o que deve manter os preços em um patamar elevado, ainda que inferior aos valores atingidos no epicentro da safra”, pondera o superintendente de Logística Operacional da Cona, Thomé Guth.

    De acordo com a análise da Conab, a proximidade de uma grande safra de milho deverá movimentar, de forma significativa, a logística oferecendo um cenário que sustenta as cotações. Além disso, a disputa comercial entre Estados Unidos e China, pode direcionar parcela significativa da demanda internacional para a produção brasileira sendo mais um fator de influência de alta nos preços nos serviços de transporte de grãos.

    Além de Mato Grosso, os valores praticados no mercado de fretes apresentaram queda em Goiás, Piauí, Maranhão e Paraná. No estado paranaense, apenas as rotas com origem em Ponta Grossa apresentaram variação positiva. Já na Bahia, o fluxo logístico com o transporte de grãos apresentou comportamento variando de estabilidade à alta, variando conforme as localidades.

    No Distrito Federal, foi observado um aumento generalizado dos preços em março deste ano, com destaque para as rotas destinadas a Araguari e Uberaba, em Minas Gerais. Mas a expectativa para os próximos meses é de relativa estabilidade nos preços, considerando a variação cambial, o comportamento do mercado de combustíveis e a menor demanda por transporte após o pico da colheita da soja.

    O mercado de fretes rodoviários em Mato Grosso do Sul também manteve a tendência de preços elevados, em um movimento sazonal característico do período de pico da colheita das culturas de verão. O fluxo de transporte em março deste ano foi notadamente maior que o dos meses anteriores, com grande ênfase ao protagonismo da soja, que quase triplicou o volume transportado em março, em comparação a fevereiro.

    Alta também registrada em Minas Gerais, onde no  final de fevereiro e durante março houve grande movimentação de produtos, mais notadamente da soja, devido ao aumento da produção e aos bons preços das commodities. Em São Paulo, a colheita da oleaginosa continua exercendo influência de alta nas cotações de frete. No entanto, as elevações foram em patamares mais leves.

  • Brasil reforça parceria agrícola com a Índia e lidera debates globais sobre bioinsumos

    Brasil reforça parceria agrícola com a Índia e lidera debates globais sobre bioinsumos

    Em missão oficial à Índia, entre os dias 19 e 27 de abril, a delegação, liderada pelo Secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Carlos Goulart, acompanhado da Diretora do Departamento de Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas, Edilene Cambraia Soares, participou do 6º BioAgTech World Congress (BAW 2025) e de reuniões bilaterais com autoridades sanitárias indianas em Nova Delhi.

    O congresso reuniu mais de 1.300 participantes de 50 países, entre autoridades, especialistas e líderes de empresas do setor agropecuário. Durante o evento, Goulart apresentou os avanços do Brasil no marco regulatório de bioinsumos, destacando a recém-aprovada Lei dos Bioinsumos, que moderniza as regras para o uso de produtos de base biológica no campo. A legislação brasileira tem sido apontada como um divisor de águas para a inovação no agro.

    “O Brasil tem fortalecido seu ambiente regulatório para bioinsumos, com a atualização dos marcos legais e a promoção de inovação sem comprometer a segurança agropecuária e ambiental. Esta missão à Índia também reforça a aproximação comercial entre dois grandes produtores globais, ampliando o diálogo técnico e as oportunidades de acesso a tecnologias sustentáveis e novos mercados”, afirmou Goulart.

    Em paralelo à participação no congresso, a delegação brasileira realizou reuniões bilaterais com autoridades sanitárias indianas. O objetivo foi avançar em temas técnicos relacionados à sanidade vegetal e animal, além de discutir oportunidades de cooperação na área de inovação agrícola.

    Como resultado dessas tratativas, a Índia autorizou a importação de cinco variedades de cítricos brasileiros: limão Tahiti (Citrus latifolia), limão siciliano (Citrus limon), laranja doce (Citrus sinensis), tangerina (Citrus reticulata) e outras variedades semelhantes (Citrus deliciosa). A decisão é considerada estratégica para o agronegócio brasileiro, ampliando a presença do país no mercado indiano — que, em 2024, foi o décimo maior destino das exportações agropecuárias do Brasil, com vendas superiores a US$ 3 bilhões.

    Em 2024, a Índia já figurava como o décimo maior destino das exportações agropecuárias brasileiras, movimentando mais de US$ 3 bilhões em produtos como soja, açúcar e fibras têxteis. Com a inclusão dos cítricos, o Brasil totaliza 355 novas aberturas de mercado desde 2023, fortalecendo ainda mais sua posição como protagonista no comércio agrícola internacional.

    O Mapa segue trabalhando para abrir novos mercados, fortalecer as exportações e garantir que o agronegócio brasileiro continue conquistando espaço e reconhecimento global.

  • Silagem de inverno é alternativa para produção de leite na Região Sul

    Silagem de inverno é alternativa para produção de leite na Região Sul

    A alimentação do rebanho representa o principal custo na produção leiteira. O aproveitamento do inverno para produzir alimento conservado pode reduzir custos com fonte garantida de energia e proteína aos animais. Veja as orientações da Embrapa Trigo para produzir silagem a partir de cereais de inverno.

    Silagens são forragens úmidas, conservadas em ambientes anaeróbicos, que formam um alimento energético para suplementação alimentar de ruminantes domésticos, como bovinos e ovinos. Os cereais de inverno como aveia, cevada, triticale, trigo e centeio podem ser armazenados em forma de silagem para suplementação dos animais nos períodos críticos, quando há escassez de pasto, ou após vários dias consecutivos de chuva que impedem a entrada do rebanho nos piquetes.

    De acordo com o pesquisador Renato Fontaneli, da Embrapa Trigo, o produtor está acostumado a fazer silagem de milho como fonte de energia para os animais. Contudo, o milho concorre com a valorização da cotação da soja e acaba restando pouco espaço para o milho no verão, ao passo que, no inverno, grande parte das áreas produtivas ficam ociosas. Utilizar os cereais de inverno nestas áreas e guardar parte do pasto em forma de silagem é fonte garantida de proteínas ao rebanho, associada ao pastejo e à adição de ração animal.

    “Os cereais de inverno podem ser ensilados na forma de planta inteira, pré-secado ou grãos úmidos. Duas características são consideradas na escolha de uma espécie e cultivar: potencial de rendimento de biomassa seca e valor nutritivo”, explica Fontaneli, lembrando que além das vantagens na utilização integral da área produtiva, a silagem garante volumoso aos animais, já que os ruminantes precisam de forragem para produzir leite.

    A Embrapa já disponibilizou 15 cultivares forrageiras de inverno, com resultados de pesquisa que mostram que com apropriado manejo em pastagens é possível atingir 20 litros de leite por vaca por dia. Segundo pesquisas, o potencial produtivo de matéria verde dos cereais de inverno  chega, frequentemente, a 30.000 kg por hectare ou 10.000 kg/ha de matéria seca. Com 1 kg de matéria seca é possível produzir 1,1 kg de leite com silagem de trigo, ou 1,2 kg de leite com silagem de cevada ou 1,3 kg de leite com silagem de triticale.

    Como usar silagem de inverno

    Nas propriedades de agricultura familiar, a silagem costuma ser utilizada como complemento na alimentação do gado de leite, onde corresponde a 1/3 da dieta de uma vaca mediana ou altamente produtiva, que tem produção de 20 a 30 litros de leite/dia.

    Nas vacas criadas a pasto, existem diversas combinações de pastagens com silagem, suplementadas com ração, onde os grãos podem ser milho, soja ou cereais de inverno. Em confinamento, as vacas podem receber até 40% de silagem na alimentação, formada geralmente com a mistura de milho e cereais de inverno. Contudo, na falta do milho, os cereais de inverno podem compor a totalidade da silagem, com a desvantagem da menor concentração de energia (até 10% menos energia do que o milho), compensada pelo maior teor de proteínas (25% mais proteínas do que o milho).

    O pesquisador lembra que a colheita da silagem no momento apropriado é o principal fator de sucesso na produção de silagem de bom valor nutritivo. Silagens de cereais de inverno são colhidas a partir da fase de grão leitoso até o grão em massa firme, o que permite maximizar a produção de energia líquida de lactação. A digestibilidade das espécies se reduz rapidamente com o avanço da maturidade das plantas. Ainda, altas concentrações de proteína são encontradas no estágio vegetativo ou no emborrachamento, mas com comprometimento na produção de matéria seca. Com o atraso na colheita, tanto o consumo como a digestibilidade e a produção de leite serão reduzidos.

    “A variação de biomassa nas espécies de cereais de inverno pode apresentar resultados diferentes a partir da cultura e do momento de colheita da silagem, onde o volumoso pode variar de 15 a 40 toneladas silagem de planta inteira. Mas quando o objetivo é atender a demanda de uma vaca de leite que está produzindo entre 40 e 50 litros por dia, é preciso buscar silagem com mais grãos, que oferece mais amido e energia, ao invés de ofertar silagem com mais fibras”.

    Por que fazer silagem de cereais de inverno?
    Aproveitamento de área para produção de volumoso no inverno;
    Redução dos riscos de falta de alimento por intempéries climáticas;
    Liberação da área para outros cultivos no verão;
    Excelente valor nutricional;
    Manutenção do solo coberto por mais tempo;
    Grande diversidade de espécies aptas a ensilar: trigo, cevada, aveia, centeio e triticale;
    Potencial de produção: 15 a 40 toneladas de silagem/ha.

  • Embrapa e Vinhedos da Quinta apresentam projeto inédito com leveduras autóctones na Wine South America

    Embrapa e Vinhedos da Quinta apresentam projeto inédito com leveduras autóctones na Wine South America

    A autenticidade dos terroirs brasileiros  ganha destaque na Wine South America 2025 com o painel “Inovação e Autenticidade – O Poder das Leveduras Autóctones na Qualidade dos Vinhos Brasileiros”, que será realizado no dia 8 de maio, das 14h30 às 15h30, em Bento Gonçalves (RS).

    Com foco em um dos temas mais inovadores da enologia atual, o encontro reunirá especialistas para apresentar os avanços de um projeto de pesquisa iniciado em 2020 pela Embrapa Uva e Vinho, em parceria com a empresa Vinhedos da Quinta Ltda. que, dentre outras ações, selecionou leveduras autóctones, originárias dos vinhedos localizados em Encruzilhada do Sul (RS), na Serra do Sudeste e que, posteriormente foram utilizadas para produzir vinhos  finos varietais.

    “As leveduras representam uma ferramenta poderosa para a valorização da identidade sensorial dos vinhos, promovendo maior expressão do terroir e diferenciação no mercado”, destaca Celito Guerra, pesquisador da Embrapa Uva e Vinho, que liderou o projeto de pesquisa e será o mediador do painel.

    O evento abordará desde os avanços científicos no isolamento e caracterização de leveduras autóctones – tema que será apresentado por Gildo Almeida da Silva, pesquisador aposentado da Embrapa Uva e Vinho e referência nacional em microbiologia enológica, e Bruna Carla Agustini, analista da Embrapa que atua diretamente no desenvolvimento de tecnologias empregando leveduras como protagonistas – até os desafios e benefícios de sua utilização em escala comercial, com a experiência prática relatada por Gustavo Bertolini e Mônica Rossetti, da Vinhedos da Quinta Ltda e Manus Vinhas e Vinhos.

    O painel será uma oportunidade para produtores, enólogos e pesquisadores conhecerem em profundidade uma experiência pioneira no Brasil, além dos caminhos para o uso das leveduras autóctones como elemento-chave na construção de uma identidade enológica própria, alinhada ao terroir e à autenticidade dos vinhos brasileiros.

    A atividade faz parte da programação oficial da Wine South America 2025, maior feira de negócios do setor vitivinícola da América Latina, e reforça o compromisso do evento com a qualificação e o desenvolvimento da vitivinicultura nacional.

  • Mercado de carbono pode ser oportunidade de renda para produtores rurais

    Mercado de carbono pode ser oportunidade de renda para produtores rurais

    A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) promoveu esta semana, um debate sobre as oportunidades e desafios do mercado de carbono durante seminário, em Brasília.

    O evento recebeu presidentes de federações de agricultura e pecuária estaduais, autoridades e especialistas que abordaram conceitos fundamentais, requisitos de participação e estratégias para produtores rurais acessarem esse instrumento, com especialistas do setor compartilhando suas experiências e orientações.

    Na abertura, o vice-presidente da CNA, Muni Lourenço, afirmou que a questão ambiental é prioridade para o produtor rural e para a CNA, que vem atuando de forma permanente nas conferências do clima e junto ao governo e parlamento brasileiros para melhorar as condições de produção e renda do produtor.

    “É nesse sentido que a CNA promove esse evento, para gerar um debate sobre o mercado de carbono e, principalmente, a partir da visão de especialistas, conhecermos melhor esse sistema que tem certa complexidade técnica e jurídica e as metodologias. Para a CNA, esse é um ponto de atenção para que a regulamentação do mercado regulado de carbono contemple as peculiaridades do agro brasileiro,” disse.

    Muni Lourenço ressaltou que o debate contribuirá para que o setor rural compreenda os termos do mercado de carbono e o que esse mercado vai representar na geração de renda e reconhecimento da preservação de áreas dentro das propriedades rurais e adoção de boas práticas agropecuárias.

    “Tudo leva a crer que o mercado de carbono venha a ser uma renda complementar para o produtor rural. Por isso estamos acompanhando e trabalhando para que esse mercado, quando se tornar uma realidade concreta e prática, possa apresentar melhores condições possíveis para o produtor rural brasileiro.”

    Durante o evento, a CNA lançou um guia para o produtor rural sobre o mercado de carbono, com informações sobre o que é o mercado, como apresentar um projeto para venda de crédito de carbono, entre outras orientações desse processo.

    Também na abertura, o secretário-adjunto da Secretaria de Articulação e Monitoramento da Casa Civil, Adriano Santhiago, destacou que o mercado de carbono pode ser um instrumento importante para auxiliar o Brasil no cumprimento das metas climáticas do país no Acordo de Paris.

    “Quero parabenizar a CNA pela iniciativa de criar o guia, que será importantíssimo para o conhecimento do setor. Acho que vem em uma ótima hora e apesar da implementação do mercado de carbono ainda levar algum tempo, a gente tem que colocar a mão na massa, arregaçar as mangas e colocar essas iniciativas em curso.”

    Representando a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), o deputado federal Alceu Moreira (MDB/RS) afirmou que o tema mercado de carbono não é desconhecido apenas para os produtores rurais, mas para toda a sociedade.

    Ele ressaltou a importância de se ter clareza sobre o assunto e sugeriu a criação de um grupo de trabalho para discutir a construção de um documento, antes da COP30, que estabeleça uma entidade certificadora que atenda não só o Brasil, mas que tenha a participação dos países vizinhos.

    “Temos que ter a compreensão e a parceria de todos os países que são dependentes do nosso setor para podermos agir como bloco diante dos outros blocos do mundo. Se tivermos uma voz como bloco, ela será única e terá mais legitimidade.”

    Painel 1 – O seminário promoveu dois painéis. O primeiro tratou do ‘Mercado de Carbono: Um panorama geral’ com foco no mercado regulado, panorama dos mercados voluntários no mundo e as negociações em torno do artigo 6º do Acordo de Paris.

    Bruno Carvalho Arruda, subchefe da Divisão de Ação Climática do Ministério de Relações Exteriores, tratou das negociações do Artigo 6º do Acordo de Paris. Ele explicou o objetivo do artigo e os mecanismos para geração do crédito de carbono.

    Arruda disse ainda que o Artigo 6º é uma cooperação global de carbono que já está pronta para começar a operar, inclusive alguns países já estão fazendo termos de cooperação entre si para comercialização desses créditos.

    Ele argumentou que o Brasil já fez inúmeros avanços nesse sentido, inclusive criando o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões (SBCE). Porém, é necessário cumprir as metas climáticas previstas no Acordo de Paris para emitir crédito de carbono e estabelecer sistema de métricas. “A precisão é fundamental, porque na precisão está a credibilidade e na credibilidade está o valor do crédito de carbono.”

    O secretário de Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismo do Ministério da Agricultura e Pecuária, Pedro Neto, abordou o tema Mercado Regulado – O que importa para o Agro.

    Ele falou sobre a construção do mercado brasileiro, com o SBCE, e de como é possível gerar oportunidades para o produtor rural.

    “Por estarmos fora do sistema brasileiro de comércio e emissões, é necessário criar alguns mecanismos, muito na linha do que o mercado voluntário já traz hoje, para que o produtor rural possa participar do mercado voluntário. Para isso, alguns requisitos têm que ser cumpridos como ter credibilidade nas métricas e rigor científico e metodológico aplicados aos projetos que serão apresentados.”

    Neto ressaltou que é preciso consolidar a percepção de ‘ativo ambiental’ na mente do produtor rural porque é ele quem tem condições de gerar crédito e, com isso, excedente de renda.

    Outro tema discutido no painel foi o panorama dos mercados voluntários no mundo. Annie Groth, representante da Verra no Brasil, certificadora de projetos de crédito de carbono, começou explicando o papel da certificadora, que é desenvolver regras ou metodologias que possam ser utilizadas de forma global.

    “A gente precisa garantir que, por exemplo, um projeto de conservação aqui no Brasil está sendo equivalente a um projeto lá na Indonésia ou na China, porque a gente precisa ter uma linguagem científica unificada.”

    Ela destacou que no mercado voluntário brasileiro existem em torno de 290 projetos registrados na plataforma da instituição, sendo que 56% são dos setores da agricultura, florestal, além de outros usos da terra.

    Painel 2 – O segundo painel do dia, moderado pelo coordenador de Sustentabilidade da CNA, Nelson Ananias, debateu como o produtor rural pode acessar o mercado de carbono.

    Participaram do painel o Head de Originação Agropecuária da MyCarbon, Guilherme Ferraudo, que falou sobre o papel dos desenvolvedores; o produtor rural Eduardo Caneo, que compartilhou sua experiência prática com créditos de carbono e Sabrina Kossatz, da Agroícone, que destacou os riscos e oportunidades para o produtor.

    Segundo Nelson Ananias, o agronegócio já conseguiu transformar essas ações sustentáveis em vantagens competitivas, agora é seguir para o próximo passo. “O que a gente precisa agora é se apropriar dos mecanismos existentes que possam trazer não só um reconhecimento daquilo que se faz, mas agregar valor e até receber por isso.”

    Para Guilherme Ferraudo, o Mercado de Carbono é um projeto a longo prazo. “O papel da desenvolvedora é exatamente olhar a questão fundiária, metodologia, além da permanência. Você não constrói carbono no curto prazo. Em três anos pra cima que você começa a ver os resultados”, explicou.

    Um exemplo prático é do produtor sementes Eduardo, que iniciou um projeto em 2021, em uma fazenda no Tocantins, e hoje possui cinco unidades de beneficiamento de sementes em cinco estados.

    “O mercado de carbono vem para que as ações do proprietário mudem, para que ele tenha uma produtividade melhor. Hoje, por exemplo, a fazenda tem mais de 33 mil hectares de área útil e há praticamente 100% de agricultura regenerativa em todas as nossas unidades.”

    Mas a advogada Sabrina alerta, que antes de se comprometer com o mercado de carbono, o produtor rural precisa avaliar se possui condições técnicas e financeiras.

    “A geração de créditos exige medições técnicas, elaboração de relatórios e até mesmo a realização de atuarias de terceira parte. Tudo isso demanda tempo e um alto investimento por parte do executor do projeto. Ao contrário, o produtor pode não conseguir entregar as seleções às quais ele tinha se comprometido no início do projeto, e, obviamente, ficar sem essa renda extra que ele teria direito”, ressaltou.

  • Presidente da Famato destaca compromisso social do agro durante Festa do Leitão no Rolete

    Presidente da Famato destaca compromisso social do agro durante Festa do Leitão no Rolete

    Nesta quinta-feira (1º), o presidente do Sistema Famato, Vilmondes Tomain, participou da 10ª edição da tradicional Festa do Leitão no Rolete, em Tapurah. O evento, que celebra o Dia do Trabalhador e também o Dia Estadual do Suinocultor, tem como principal objetivo arrecadar recursos para a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) do município.

    Com grande envolvimento da comunidade e apoio do setor produtivo, a festa já é considerada um dos maiores eventos sociais e gastronômicos da região. De acordo com a comissão organizadora, mais de 200 leitões foram doados para serem assados, e a expectativa é de que mais de 10 mil pessoas tenham passado pelo local durante o dia.

    O presidente da Famato destacou a importância da iniciativa para a sociedade e o apoio do agro em uma festa que traz benefícios para a sociedade.

    “É uma festa grandiosa, que mostra a força da união entre o agro e a comunidade. O setor agropecuário não é apenas produção e economia, temos também o compromisso de contribuir com ações sociais como essa, que fazem toda a diferença na vida das pessoas,” afirmou Vilmondes.

    Entre os apoiadores da festa está o Sindicato Rural de Tapurah. O presidente da instituição, Dirceu Luiz Dezem, reforçou a relevância da parceria entre os produtores e as instituições locais.

    “É motivo de orgulho para nós, do Sindicato Rural, estarmos ao lado de um evento tão significativo. A Festa do Leitão no Rolete já faz parte da nossa cultura e, mais do que isso, cumpre um papel social essencial ao apoiar a APAE,” disse.

    A edição deste ano também contou com a presença do vice-governador de Mato Grosso, Otaviano Pivetta; do superintendente do Senar-MT, Marcelo Lupatini; do diretor financeiro do Senar-MT, Allan Paulino, além de diversas autoridades políticas e lideranças do agronegócio de todo o estado, reafirmando a importância do evento no calendário regional.

  • Preços dos ovos recuam no fim de abril e atingem menor nível em três meses

    Preços dos ovos recuam no fim de abril e atingem menor nível em três meses

    Os preços dos ovos comerciais registraram forte queda no fim de abril, atingindo o patamar mais baixo dos últimos três meses, conforme apontam os levantamentos do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada). A retração é atribuída, principalmente, à queda na demanda em função dos feriados prolongados, como Páscoa e Tiradentes, que comprometeram o ritmo das vendas.

    Além disso, o encerramento do mês – período comumente marcado pela redução do poder de compra da população – contribuiu para o recuo nas cotações. Em algumas regiões, o acúmulo de estoques, especialmente de ovos vermelhos, ampliou ainda mais a pressão sobre os preços.

    Segundo agentes de mercado ouvidos pelo Cepea, o cenário é típico de um ajuste de mercado em função do consumo mais fraco, mas pode mudar a partir do início de maio, com a reativação da demanda e melhor escoamento da produção.

  • Mesmo com leve recuo em abril, preços do suíno vivo e da carne seguem 20% acima dos de 2023

    Mesmo com leve recuo em abril, preços do suíno vivo e da carne seguem 20% acima dos de 2023

    As cotações médias do suíno vivo e da carne suína recuaram levemente de março para abril, segundo levantamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada). O movimento está atrelado à menor procura por parte da indústria no mês passado, cenário comum no período de transição entre a Páscoa e o início de maio.

    Apesar da retração mensal, os preços seguem cerca de 20% acima dos registrados no mesmo período do ano passado, refletindo um contexto de oferta mais controlada e demanda aquecida, especialmente no mercado externo. Segundo agentes do setor consultados pelo Cepea, os negócios têm fluído normalmente, sem registros de cancelamentos de carga, sobretudo neste encerramento de mês, o que sinaliza certa estabilidade para o curto prazo.

    O comportamento do mercado indica que, mesmo diante de oscilações mensais, a valorização da carne suína no último ano permanece expressiva, impulsionada por uma combinação entre exportações firmes e ajustes na produção nacional.

  • Oferta restrita e demanda moderada pressionam mercado do boi gordo

    Oferta restrita e demanda moderada pressionam mercado do boi gordo

    O mercado do boi gordo tem registrado oferta limitada de animais para abate, enquanto o interesse dos compradores segue em ritmo moderado, segundo levantamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada). Nos primeiros dias desta semana, especialmente na segunda e terça-feira, a liquidez esteve baixa, com frigoríficos atuando de forma mais retraída e pressionando os preços.

    Na terça-feira, houve aumento pontual na oferta em algumas regiões, mas mesmo assim muitos frigoríficos permaneceram fora das negociações ou ofertaram valores menores, especialmente devido às escalas de abate alongadas, que já garantem parte da programação nos próximos dias.

    No atacado, os preços da carne com osso também apresentaram queda recente. Ainda assim, no acumulado de abril, as cotações encerraram o mês em alta, conforme destacaram colaboradores consultados pelo Cepea. O movimento reflete um mercado ainda volátil, influenciado por fatores como oferta restrita, comportamento cauteloso dos compradores e dinâmica das escalas de abate.