Categoria: CENÁRIO AGRO

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  • Mais oito unidades do Indea são reformadas e entregues à comunidade

    Mais oito unidades do Indea são reformadas e entregues à comunidade

    Entre os dias 13 e 14 de dezembro, foram entregues mais 8 unidades do Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea-MT). Servidores e produtores rurais dos municípios de Alta Floresta, Apiacás, Aripuanã, Itiquira, Nova Guarita, Paranatinga, Santo Antônio do Leste e Sapezal, passam a contar com um ambiente revitalizado e com estrutura que garante um ambiente adequado para o trabalho e que oferece mais conforto e comodidade aos usuários do serviço.

    Segundo a presidente do Indea, Daniella Bueno, com as últimas entregas completam 33 unidades reformadas. “A satisfação é imensa, porque em todas as unidades que passamos recebemos um retorno muito positivo dos produtores e dos nossos servidores, do quanto as revitalizações beneficiam toda a comunidade. É um ambiente melhor para se trabalhar e para o atendimento ao produtor. Essa parceria sem dúvida é de sucesso”.

    As obras são realizadas com recursos do Fundo Emergencial de Saúde Animal do Estado de Mato Grosso (Fesa) e do Fundo Mato-grossense de Apoio à Cultura da Semente (Fase) por meio de termo de cooperação firmado com o Governo do Estado, em agosto de 2017. O projeto contempla a reforma das 140 unidades do Indea, sete barreiras sanitárias e dois postos fiscais. Ao todo devem ser investidos R$ 9,5 milhões na estruturação das unidades com a aquisição de mobiliários e a adequação das redes lógica e elétrica.

    Para o presidente do Fesa, Marco Túlio Duarte Soares, cada entrega é um momento de alegria. “Sem dúvida, é uma satisfação muito grande ver os servidores com brilho nos olhos em ter um ambiente laboral melhor, os produtores com uma condição melhor para utilizar os serviços. Temos muito ainda pela frente, em 2019 entregaremos um volume maior de unidades”

    Para a representante do Fase, Patrícia Brunetta, a parceria é muito positiva. “Vemos essa parceria de maneira muito positiva, na medida em que nós vimos isso como uma alternativa de retorno do investimento dos agricultores no fundo, com o objetivo de melhorar as condições de trabalho do servidor público e do atendimento aos usuários que no caso são os próprios produtores’.

    Segundo o pecuarista de Alta Floresta, Celso Bevilaqua, essa parceria entre os fundos privados trouxe muitos benefícios. “Temos essa estrutura revitalizada, muito agradável, e que nós produtores vemos com muita satisfação o retorno de parte dos nossos impostos e taxas, que proporciona um melhor ambiente para nós produtores e para a equipe. A demanda na região é muito grande, temos o 4º maior rebanho bovino do estado, certificação de madeira, e a crescente integração lavoura-pecuária-floresta, o que faz do Indea, uma instituição muito importante na nossa região”.

    Para o prefeito de Sapezal, Valcir Casagrande, o modelo de parceria é algo a ser seguido pelos municípios. “É um modelo de parceria a ser seguido, viável para todo o estado. Com certeza, a reforma dessa unidade era um anseio de todos os produtores, era uma obra que precisava ser realizada, e que hoje atende as necessidades do município”.

    Participaram das reinaugurações os servidores do Indea, representantes da classe produtora, autoridades municipais, o presidente da Aprosmat, Gutemberg Silveira, o diretor técnico da Acrimat, Francisco de Sales Manzi, e o gerente executivo do Fesa-MT, Juliano Latorraca.

  • Indea atende caso de raiva em bovinos em Alta Floresta

    Indea atende caso de raiva em bovinos em Alta Floresta

    A unidade do Instituto de Defesa Agropecuária (Indea-MT) de Alta Floresta, recebeu na última sexta-feira (07.12), uma notificação de possível doença nervosa em um bezerro recém-nascido, com pouco mais de 30 dias de vida. No mesmo dia, a equipe realizou a visita na propriedade, coletou material para exame e encaminhou para análise no Laboratório de Apoio à Saúde Animal (Lasa/Indea-MT).

    Na segunda-feira (10.12), com a confirmação laboratorial de raiva, os animais da propriedade, 1.048 bovinos e quatro equinos, foram vacinados contra a doença. Equipes do Indea estão visitando cerca de 200 propriedades localizadas num raio de 12 quilômetros do local onde foi registrado o foco. Os bovinos e equídeos dessas propriedades também devem ser vacinados contra a raiva.

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    As equipes também iniciaram o trabalho de captura de morcegos hematófagos, principal transmissor da raiva dos herbívoros, para reforçar o controle da doença na região.

    Em 2016 foram registrados 35 focos de raiva em Mato Grosso. No ano de 2017 46 focos. E em 2018, contabilizando com este último, somam 21 focos.

    Raiva dos herbívoros

    A raiva dos herbívoros é uma doença causada por um vírus da família Rhabdoviridae, gênero Lyssavirus, sempre fatal. Acomete todos os mamíferos domésticos e silvestres. É uma zoonose, portanto, pode acometer o homem. O principal transmissor da raiva é o morcego hematófago (vampiro). O morcego doente elimina o vírus pela saliva quando se alimenta do sangue dos animais.

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    É Importante que o produtor observe diariamente, pela manhã, se os animais apresentam mordedura. Caso tenham sinais de modedura, informar ao Indea e solicitar o controle dos morcegos. O atendimento é gratuito. A captura do Desmodus rotundus é extremamente importante para o controle da raiva, pois evita a transmissão do vírus rábico em outras colônias de morcegos e o aparecimento da doença em novas regiões.

    Para que tenhamos o controle efetivo da raiva é necessário realizarmos o controle da população de morcegos e a vacinação dos animais.

    É importante que os produtores fiquem atentos aos sintomas da raiva no animal, que pode apresentar apatia, isolamento do restante do rebanho, agressividade, andar cambaleante, opacidade de córnea, dificuldade para engolir líquidos, dificuldade de defecar (fezes ressecadas), e paralisia dos membros. Ao se deparar com esse quadro deve-se procurar uma unidade local do Indea.

    Orientações

    Ao vacinar o rebanho contra a raiva, é importante que o produtor comunique ao Indea. E em caso de suspeita de um animal acometido pela doença é necessário tomar algumas medidas, como informar imediatamente o Indea do seu município ou notificar pelo telefone 0800 65 3015, nunca manipular o animal, isolar o animal do restante do rebanho. No caso de mordedura no homem ou contato com animais suspeitos, lavar o ferimento com água e sabão, e procurar o Serviço de Saúde imediatamente.

  • MT participa de discussões internacionais sobre mudanças climáticas

    MT participa de discussões internacionais sobre mudanças climáticas

    O Governo de Mato Grosso, por meio da Secretaria de Meio Ambiente (Sema), apresenta na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas deste ano (COP24), na Polônia, o sistema Estadual de REDD+ e participa das negociações em busca de alternativas para enfrentamento das mudanças climáticas.

    Um dos temas em debate é a viabilização de linhas de financiamento para povos indígenas. “Estamos realizando uma construção conjunta, entre governo e povos indígenas, para que os povos nativos obtenham recursos junto aos financiadores internacionais”, explica a coordenadora de Mudanças Climáticas e REDD+, Alcilene Freitas. O debate ocorreu no âmbito das reuniões do GCF Task Force e contou com a participação do governo norueguês, maior contribuinte do Fundo Amazônia e financiador do, e Instituto Centro de Vida (ICV).

     

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    A participação de Mato Grosso no projeto que premia países e estados pioneiros no combate ao desmatamento na Amazônia, o Programa REM também estará em voga durante a conferência. Mato Grosso irá receber dos governos da Alemanha e do Reino Unido 22 milhões de libras e 17 milhões de euros, cerca de R$ 180 milhões na moeda atual, em um período de cinco anos. Os recursos serão repassados pelo banco alemão KfW e administrados pelo Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio) e a previsão é que o primeiro desembolso, cerca de R$ 45 milhões, seja feito em dezembro de 2018.

    Do valor disponibilizado ao Estado, 40% será destinado ao fortalecimento institucional do governo de Mato Grosso. Os recursos serão investidos para complementar ações já realizadas pelo Estado para combater o desmatamento e valorizar a floresta em pé.  Já os outros 60% serão repartidos em quatro subprogramas, sendo, 17% para projetos de produção sustentável, 22% para povos indígenas, 41% para agricultura familiar e 20% para agricultura familiar e povos tradicionais em outros biomas.

    O Programa REM está integrado ao Sistema Estadual de REDD+ [Redução das Emissões por Desmatamento e Degradação florestal], com a Estratégia Produzir, Conservar, Incluir (PCI), e com o Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento e Incêndios Florestais (PPCDIF), contribuindo diretamente para o alcance das metas estabelecidas para conservação ambiental e redução do desmatamento.

    “A partir do bom exemplo que temos com o Programa REM, temos aqui na COP 24 a oportunidade de realizar contatos com outros financiadores internacionais para investimento em Mato Grosso”, explica a coordenadora do Programa REM, Lígia Vendramin. Uma das inovações do programa em Mato Grosso é a construção participativa do Subprograma Territórios Indígenas, a ser financiado pelo projeto. Em um esforço inédito, 1500 pessoas de 42 povos indígenas diferentes se reuniram em oito oficinas para elaborar as propostas.

    A conferência é realizada em Katowice, município a 300km de Varsóvia, capital polonesa, e segue até a próxima sexta-feira (14).

  • Bioecologia e identificação de Mosca-branca (Bemisia tabaci) em soja

    Bioecologia e identificação de Mosca-branca (Bemisia tabaci) em soja

    A mosca-branca (Bemisia tabaci, Gennadius, 1889) é um inseto-praga que possui amplo espectro de hospedeiros e causa prejuízos em diversas culturas de importância econômica no Brasil, entre elas a soja. Os adultos de mosca-branca medem de 1 a 2 mm, possuem dorso amarelo e asas membranosas de coloração branca (SOUZA & VENDRAMIM, 2000).

    São insetos sugadores pertencentes a ordem Heteroptera – Aleyrodidae que ao se alimentar excretam uma substância denominada honeydew que serve como substrato para o desenvolvimento de fungos do gênero Capnodium sp., precursor da fumagina.

    Comumente empregou-se o termo Biótipo para distinguir linhagens do inseto com diferentes comportamentos e resposta à inseticidas. No entanto, De Barro et al., 2011 contesta essa classificação, definindo Bemisia tabaci como um complexo de 11 grupos definidos e pelo menos 24 espécies morfologicamente indistinguíveis, exceto por análise de DNA mitocondrial.

    Os adultos se alimentam na face abaxial das folhas novas das plantas, onde realizam a postura de ovos que posteriormente darão origem as ninfas, estas permanecem fixas debaixo dos folíolos de soja e passam por 4 ínstares antes de dar origem a um novo inseto adulto. Estes ínstares são classificados como ninfa I, ninfa II, ninfa III e ninfa IV. A única fase móvel, além do adulto, é como ninfa I. Em temperaturas de 25 ºC a 27 ºC o ciclo dessa praga dura em média de 16 a 25 dias, variando conforme a planta hospedeira (LIMA & LARA, 2001).

    A densidade populacional de ninfas em plantas de soja varia de acordo com o terço da planta avaliado, e a distribuição nos folíolos demonstra um padrão de agregação em determinados locais do folíolo. Com a emissão de novas folhas pela planta, as folhas que anteriormente estavam no terço superior (local de oviposição pelas fêmeas, devido ao seu hábito alimentar) começam a compor o terço médio das plantas, especialmente em cultivares de hábito indeterminado. Portanto, verifica-se que a maior proporção das ninfas está localizada nos terços médio e inferior (POZEBON et al., 2018).

    Figura 1. Média de ninfas de Bemisia tabaci em 32 cm² dos folíolos, nos terços superior, médio e inferior de plantas de soja cultivadas em condições de campo. Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo teste de Scott-knott (P=0,05).

    Fonte: Pozebon et al., 2018

    Há um padrão de distribuição das ninfas nos folíolos do terço médio da planta de soja. Como apenas as ninfas de primeiro ínstar apresentam um período de mobilidade na superfície foliar, pode-se afirmar que ela se move até encontrar um local apropriado para satisfazer as suas necessidades nutricionais, onde se fixa e continua o seu desenvolvimento. Considerando o padrão de distribuição das ninfas de mosca-branca, o local de alimentação está localizado na região média e inferior do folíolo de soja (figura 2). Este comportamento pode ser justificado pela maior concentração de Nitrogênio e açúcares nesta área do folíolo devido à abundante circulação de fotoassimilados, favorecendo a alimentação e o desenvolvimento da mosca-branca.

    Figura 2. Distribuição de ninfas.cm-2 de Bemisia tabaci nos folíolos centrais do terço médio da plantas de soja.

    Fonte: Pozebon et al., 2018

    Autores: Rafael Paz Marques e Julia G. Bevilaqua – Integrantes do Molecular Insect Lab sob a orientação do Prof. Jonas André Arnemann da Universidade Federal de Santa Maria.

    Referências bibliográficas

    DE BARRO, P.J. et al. Bemisia tabaci: A Statement of Species Status. Annu. Rev. Entomol. 56:1–19. 2011.

    LIMA, A.C.S., LARA, F.M. Mosca-branca (B. tabaci): morfologia, bioecologia e controle. 1ª ed. Jaboticabal: Funep. 76 p. 2001.

    POZEBON, H., CARGNELUTTI FILHO, A., GUEDES, J.V.C., FERREIRA, D.R., MARQUES, R.P., BEVILAQUA, J.G., PATIAS, L.S., COLPO, T.L., ARNEMANN, J.A. Bemisia tabaci (Gennadius, 1889) on soybean plants: vertical distribution and on leaflets. Entomologia Experimentalis et Applicata, 2018. Impress.

    SOUZA, A.P.; VENDRAMIM, J.D. Efeito de extratos aquosos de Meliáceas sobre Bemisia tabaci biótipo B em tomateiro. Bragantia, v. 59, n. 2, p. 173-179, 2000.

  • BASF inicia a produção do fungicida Revysol®

    BASF inicia a produção do fungicida Revysol®

    A BASF iniciou a produção do Revysol®, sua mais recente inovação em fungicida, no site em Hannibal, cidade norte-americana localizada no estado de Missouri. Com novo ingrediente ativo, a BASF proporcionará aos agricultores, em todo o mundo, uma ferramenta que proporcione colheitas saudáveis e livres de doenças por um longo período de tempo, além de fortalecer sua posição de liderança no segmento.

    Revysol® é o primeiro fungicida produzido neste site e está aguardando aprovação regulamentar. As primeiras apresentações no mercado são esperadas para a temporada 2019/2020. No Brasil, a expectativa é de que o Revysol® esteja disponível a partir de 2023.

    “Estamos entusiasmados com o início bem-sucedido da produção em Hannibal. É um marco significativo oferecer este fungicida, altamente eficaz, aos nossos clientes”, disse Markus Heldt, presidente da Divisão de Soluções para Agricultura da BASF. Com um investimento na faixa de dois dígitos de milhões de euros, a BASF aprimorou um sistema de fabricação existente a fim de produzir o novo ingrediente ativo.

    A localização do primeiro site de Revysol® nos Estados Unidos enfatiza a importância estratégica desse fungicida para os mercados da América do Norte. “Temos orgulho de que Hannibal seja o primeiro site a produzir o Revysol®”, disse Anne Berg, vice-presidente de Produção para Américas da Divisão de Soluções para Agricultura da BASF.

    “Esta decisão foi baseada no alto nível de tecnologia e experiência do site e é um investimento em seu desenvolvimento futuro que preservará e criará novos empregos”, complementa Anne Berg.

    O Revysol® deverá se tornar o novo fungicida de sucesso da BASF. Tem o potencial de atingir pico de vendas acima de € 1 bilhão. A empresa solicitou o registro do Revysol® em 60 países da Europa, Ásia e Américas para mais de 40 cultivos.

    O composto patenteado foi projetado para atender ao alto nível de padrões regulatórios, ao mesmo tempo em que demonstra um excelente desempenho e seletividade. Os agricultores se beneficiarão de sua ação rápida e duradoura no controle de doenças, resultando em melhor gerenciamento agrícola. O Revysol® estará disponível em formulações personalizadas para agricultores e permitirá que protejam melhor suas lavouras em várias condições de crescimento.

    Sobre a Divisão de Soluções para Agricultura da BASF

    Com uma população em rápido crescimento, o mundo está cada vez mais dependente da nossa capacidade de desenvolver e manter uma agricultura sustentável e ambientes saudáveis. Trabalhando com agricultores, profissionais da agricultura, especialistas no controle de doenças, insetos, plantas daninhas e outras pragas, é o nosso papel ajudar a tornar isso possível.

    É por isso que investimos em P&D e em um amplo portfólio, que inclui sementes e traits, proteção química e biológica de cultivos, manejo do solo, saúde das plantas, controle de pragas urbanas e rurais, além de soluções digitais.

    Com equipes de especialistas em nossos laboratórios, fábricas, escritórios e campo, nós conectamos pensamentos inovadores com a realidade para criar soluções que funcionam na prática para os agricultores, a sociedade e o ambiente. Em 2017, nossa divisão gerou vendas de € 5,7 bilhões. Para mais informações, visite nosso site ou em qualquer um dos nossos canais de mídia social.

    Sobre a BASF

    Na BASF, criamos química para um futuro sustentável. Combinamos sucesso econômico com proteção ambiental e responsabilidade social. Os mais de 115.000 colaboradores do Grupo BASF trabalham para contribuir para o sucesso de nossos clientes em quase todos os setores e em quase todos os países do mundo.

    Nosso portfólio é organizado em quatro segmentos: Químicos, Produtos de Performance, Materiais e Soluções Funcionais e Soluções para Agricultura. A BASF gerou vendas de mais de € 60 bilhões em 2017. As ações da BASF são negociadas na bolsa de valores de Frankfurt (BAS), Londres (BFA) e Zurique (BAS). Para mais informações, acesse o site.

     

  • Indígenas propõem soluções para valorização da floresta em pé

    Indígenas propõem soluções para valorização da floresta em pé

    Em um esforço inédito que reuniu 1.500 pessoas em oito oficinas em diversos pontos do Estado, os indígenas entregaram ao Governo de Mato Grosso a proposta do Subprograma Territórios Indígenas a ser financiado pelo Programa REM, projeto internacional que premia as jurisdições que mais reduziram o desmatamento nos últimos anos. A entrega foi feita durante assembleia da Federação dos Povos Indígenas de Mato Grosso (FEPOIMT) que reuniu mais de 500 pessoas realizada na última semana Parque Indígena do Xingu. Por meio do programa, os povos indígenas poderão acessar cerca de R$ 23 milhões em cinco anos para implantação de políticas socioambientais.

    Para chegar a proposta construída com a participação de representantes de 42 povos indígenas, as lideranças, comunidades, instituições governamentais e não-governamentais buscaram responder questionamentos sobre a viabilidade de se manter a floresta em pé e quais os obstáculos precisarão ser enfrentados. Os encontros foram realizados em aldeias nos municípios de Barra do Garças, General Carneiro, Porto Esperidião, Brasnorte, São Félix do Araguaia, Paranatinga, Peixoto de Azevedo e Gaúcha do Norte.

    Ao longo do processo, os indígenas definiram nove temas prioritários que abrangem desde a formação de lideranças e organizações indígenas, gestão do território, fortalecimento sociocultural, até a busca por mecanismos para garantir a participação dos povos nativos nos processos de tomada de decisão, melhorias nas infraestruturas das aldeias. O documento entregue pelo cacique Aritana Yalawapiti, líder mais respeitado do Alto Xingu e anfitrião do encontro, também prevê ações para promoção da equidade de gênero, melhorias na qualidade ambiental dos territórios indígenas, vigilância e monitoramento, bem como ações para soberania alimentar.

    O secretário de Estado de Meio Ambiente, André Baby, destaca que o recebimento das propostas criadas pelos indígenas é um momento histórico para Mato Grosso. “Este é um processo de empoderamento dos povos indígenas de Mato Grosso, em que são respeitadas as necessidades, demandas e aspectos socioculturais das comunidades”, reforça.

    A assessora da Fepoimt Fepoimt e liderança bakairi, Eliane Xunakalo, concorda: “Nunca uma consulta a nós foi feita com esse cuidado a nossas identidades e tradições. Agora esperamos que o Governo do Estado respeite nossa autonomia e protagonismo na implementação do programa”. O processo de construção participativa baseou-se nas disposições da Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) que determina que os povos interessados devem sempre ser consultados sempre que medidas legislativas ou administrativas os afetar diretamente.

    Atualmente existem em Mato Grosso 43 povos indígenas, falantes de 35 línguas distintas, além de cerca de 9 povos isolados. “No início do projeto, nosso maior desafio foi despertar o interesse das comunidades em participar das discussões e por isso regionalizamos as oficinas. Por fim percebemos que a ideia foi abraçada. Percebemos que houve muito por parte dos indígenas para construção do documento”, comemora o superintendente de Assuntos Indígenas da Casa Civil, Felisberto Cupudunepá Junior, indígena do povo Balatiponé/ Umutina.

    Governança

    A proposta de Subprograma Territórios Indígenas entregue ao Governo de Mato Grosso segue agora para as instâncias de governança e decisão colegiada. Após a aprovação do Conselho Gestor de REDD e Comitê do Programa REM, a proposta será incorporada ao documento de repartição de benefícios e encaminhado ao banco KfW. Os indígenas também irão formar uma comissão técnica que irá discutir o detalhamento das ações propostas. “ Esse material vai muito além do Programa REM. Temos aqui subsídios para construção de políticas públicas ambientais a partir das necessidades e demandas da base”, projeta a coordenadora do Programa REM na secretaria de Estado de Meio Ambiente, Lígia Vendramin.

    As oficinas foram realizadas pela FepoimT, com o apoio técnico e facilitação do Instituto Centro de Vida (ICV) e da GIZ. O Governo de Mato Grosso acompanhou as ações e forneceu as informações necessárias para a construção do projeto.

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    Lígia Vendramin/Sema-MT

    Enfrentamento às mudanças climáticas

    O Programa REM é um projeto que premia países e estados pioneiros no combate ao desmatamento na Amazônia. Mato Grosso irá receber dos governos da Alemanha e do Reino Unido 22 milhões de libras e 17 milhões de euros, cerca de R$ 180 milhões na moeda atual, em um período de cinco anos. Os recursos serão repassados pelo banco alemão KfW e administrados pelo Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio) e a previsão é que o primeiro desembolso seja feito em outubro de 2018.

    Do valor destinado ao Estado, 40% será destinado ao fortalecimento institucional do governo de Mato Grosso. Os recursos serão investidos para complementar ações já realizadas pelo Estado para combater o desmatamento e valorizar a floresta em pé.  Já os outros 60% serão repartidos em quatro subprogramas, sendo, 17% para projetos de produção sustentável, 22% para povos indígenas, 41% para agricultura familiar e 20% para agricultura familiar e povos tradicionais em outros biomas.

    O Programa REM está integrado ao Sistema Estadual de REDD+ [Redução das Emissões por Desmatamento e Degradação florestal], com a Estratégia Produzir, Conservar, Incluir (PCI), e com o Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento e Incêndios Florestais (PPCDIF), contribuindo diretamente para o alcance das metas estabelecidas para conservação ambiental e redução do desmatamento.  “Chegamos até aqui graças a um trabalho coordenado da Sema que há quase uma década trabalha para a criação e consolidação do nosso Sistema de REDD. Desde então tivemos marcos importantes como a publicação da lei em 2013 e a obtenção dos recursos do Programa REM em na COP 23 na Alemanha”, reforça a coordenadora de Mudanças Climáticas e REDD+, Alcilene Freitas.

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  • 1º Encontro da Agricultura Familiar reunirá toda cadeia produtiva de Mato Grosso

    1º Encontro da Agricultura Familiar reunirá toda cadeia produtiva de Mato Grosso

    O 1º Encontro “Oportunidades de Negócios para a Agricultura Familiar” será realizado nos dias 04 e 05 de dezembro, no Hotel Fazenda Mato Grosso, em Cuiabá. A proposta é potencializar a comercialização da produção familiar mato-grossense.

    Estarão reunidos agricultores familiares, lideranças de associações e cooperativas, organizações sindicais, representações de instâncias colegiadas, agentes financeiros, gestores e técnicos públicos municipais, estadual e federal, instituições públicas e privadas que adquirem produtos da agricultura familiar, profissionais de assistência técnica e extensão rural e organismos que atuam no fortalecimento do empreendedorismo e promovem o cooperativismo.

    A iniciativa reúne várias instituições, entre elas, a Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário (SEAD), vinculada à Casa Civil da Presidência da República, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a Secretaria de Estado de Agricultura Familiar e Assuntos Fundiários (Seaf/MT) e a Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer).

    Durante os dois dias do evento, vão ser discutidas estratégias e novas oportunidades para a inserção da produção dos agricultores familiares mato-grossenses nos diversos segmentos de mercado existentes.

    Um dos eixos é o Plano Estadual da Agricultura Familiar de Mato Grosso (Peaf/MT) (http://www.seaf.mt.gov.br/peaf), “Agregação de Valor e Comercialização”, que traz diversas diretrizes e ações prioritárias com vistas a superar os gargalos enfrentados pelos agricultores familiares no processo de comercialização da sua produção, que vão desde o beneficiamento dos produtos nas agroindústrias, passam por questões fiscais, tributárias e sanitárias, até os espaços para efetivar a venda ao consumidor.

    Veja a programação completa:

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  • Capacitação de corpo técnico das prefeituras proporciona agilidade no licenciamento ambiental

    Capacitação de corpo técnico das prefeituras proporciona agilidade no licenciamento ambiental

    Aliando teoria à prática, 61 profissionais de meio ambiente de 18 municípios participaram da capacitação para aperfeiçoamento do licenciamento ambiental municipal. Durante dois dias, os técnicos debateram sobre as melhores práticas e procedimentos para emissão de permissões ambientais para quatro atividades: manutenção e reparação de veículos automotores (oficinas mecânicas), loteamento/condomínios residenciais, suinocultura e piscicultura.

    Os temas foram escolhidos a partir das dúvidas apresentadas pelos próprios municípios que já estão habilitados pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) para prestação de serviços de licenciamento. “As dúvidas que tínhamos sobre, por exemplo, o melhor sistema para captação de água ou tratamento de efluentes, foram sanadas com o treinamento. Certamente a capcacitação facilita o trabalho do analista e o empreendedor ganha em agilidade”, destaca o diretor do Departamento de Meio Ambiente de Sorriso, Juliano Mezzalira. O município a 398 quilômetros de Cuiabá sediou o treinamento.

    De acordo com  o superintendente de Atendimento, Desconcentração e Descentralização da Sema, Archimedes Pereira Lima Neto, a capacitação o corpo técnico das prefeituras para a gestão ambiental atende a Lei Complementar nº140/2011, pela resolução 85/2014 do Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema).

    Mato Grosso conta hoje com 46 municípios descentralizados, atingindo 70% da população total do estado e foram realizados oito cursos de capacitação em regiões polos neste ano. “Dentre os atores da gestão pública, a prefeitura é o ente mais próximo do cidadão. A proposta de descentralização da Sema, mantendo o constante aperfeiçoamento do corpo técnico, visa justamente atender a população local diretamente, melhorando e agilizando os serviços. Dessa forma, nós da Sema atuamos de forma estratégica no desenvolvimento de políticas públicas para fortalecimento do sistema ambiental de Mato Grosso”, ressalta o secretário de Estado de Meio Ambiente, André Baby.

  • Plantio de mamão formosa garante renda a agricultor de Rosário Oeste

    Plantio de mamão formosa garante renda a agricultor de Rosário Oeste

    No município de Rosário Oeste, a 133 km de Cuiabá, o agricultor Ezequias de Oliveira decidiu apostar no plantio de mamão. Há 12 anos ele investe na fruticultura, e, somente na última colheita, a produção total de mamões chegou a cerca de 1500 frutas. Tudo isso é vendido nos mercados locais, no município vizinho Nobres e na central de distribuição de hortifruti de Cuiabá.

    “Eu optei pelo cultivo de mamão por causa da capacidade de produção por hectare comparado com outro tipo de plantação”, conta Ezequias. O produtor rural tem uma pequena propriedade de 21 hectares com três mil pés de mamão. Porém, acredita bastante no potencial da fruta e faz planos de expandir o negócio – quer plantar mais três mil pés já no início do próximo ano.

    Filho de trabalhadores rurais, Ezequias vem seguindo os passos da família. Quase todos os dias levanta cedo, por volta de 5h30, e se dedica aos cuidados com a terra. Assim como seus pais, o produtor também não trabalha sozinho. Recebe o apoio da esposa e dos filhos. Para eles, o trabalho na agricultura é “prazeroso” e “extremamente necessário”, pois essa é a única fonte de renda da família, de acordo com Ezequias.

    Além do plantio de mamão, o produtor rural investe no cultivo de abacaxi, banana, jiló e pimentão. A ideia é fazer um rodízio de cultura. “No momento eu estou aproveitando uma lavoura de mamão velha, estou com 1500 exemplares de pé de banana”, diz. O cultivo de banana também deu tão certo que rendeu novos planos. No início do ano que vem, devem ser plantados mais 7500 pés de banana, o correspondente a cinco hectares de terra.

    Ezequias é um dos associados RedeCoop. A Rede de Apoio, com atuação em diversos municípios do Mato Grosso, busca, principalmente, fortalecer cooperativas, associações e empreendimentos individuais voltados à produção e agroindustrialização de pequeno porte.

  • Presidente da Assembleia aponta erro estratégico em taxar Agro

    Presidente da Assembleia aponta erro estratégico em taxar Agro

    “Não podemos assassinar nossa galinha dos ovos de ouro. Demonizar o setor? Jamais! Se tem alguém que merece respeito neste país é quem produz alimento, quem produz comida”, foi com essa frase firme que o atual presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, deputado reeleito e forte candidato a seguir no comando da Casa de Leis, Eduardo Botelho (DEM), se posicionou em uma audiência montada no legislativo estadual sobre a proposta de reforma tributária ao agronegócio do estado, nesta semana. A chamada “taxação do Agro” vem dividindo opiniões Mato Grosso à fora sobre os prós e contra com a instalação de possíveis medidas neste sentido. Botelho, aparentemente, fará frente com voz ativa contra quem defende aumentar arrecadação “sangrando” o bolso dos grandes produtores do estado. “É evidente que existe um Mato Grosso antes do agro e um Mato Grosso depois do agro. É inegável”, defendeu Botelho, invocando questões históricas. Pelo jeito, o debate vai ser muito longo. O governador eleito, Mauro Mendes (DEM), que será aquele que poderia ter o poder de tocar essa questão à frente, de fato, não se manifestou ainda de maneira veemente. Já se sabe, porém, que seu vice, Otaviano Pivetta (PDT), um dos grandes produtores mato-grossenses, é permanentemente contra o incremento de impostos.