Categoria: CENÁRIO AGRO

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  • Filho de produtor rural é preso por apresentar autorização para desmatamento falsa

    Filho de produtor rural é preso por apresentar autorização para desmatamento falsa

    Os fiscais da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), em parceria com o Batalhão da Polícia Militar de Proteção Ambiental (BPMPA) e Forca Tática de Mato Grosso, atuaram no flagrante do desmatamento de uma área de floresta amazônica em União do Sul (719 km ao Norte de Cuiabá). O proprietário da área foi autuado em R$ 250 mil pelo desmate ilegal de 256 hectares. Já o filho do produtor apresentou uma autorização de desmatamento falsa e foi conduzido para Polícia Judiciária Civil de Marcelândia, onde foi preso por falsificar documento público e liberado no dia seguinte após o pagamento da fiança de R$ 80 mil.

    “Todas as propriedades inclusas na programação de fiscalização são previamente estudadas e consultadas quanto a existência ou não de autorização de desmatamento na base de dados da Sema, não sendo observado para a área em questão a existência de tal documento”, esclareceu o superintendente de Fiscalização da Sema, Bruno Saturnino. O filho do proprietário também foi autuado em R$ 725 mil por apresentar documento falso.

    A partir de monitoramento de imagens por satélite, a Coordenadoria de Fiscalização de Flora da Sema visualizou o desmatamento em andamento na Fazenda no município de União do Sul e agiu para cessar a infração. Além dos autos de infração aplicados, a Sema também apreendeu o maquinário, avaliado em R$ 500 mil, e encaminhou os dois tratores retirados do local para a prefeitura de União do Sul. A operação foi realizada entre os dias 12 e 13 de fevereiro.

    De acordo com os fiscais da Sema, a atuação do órgão ambiental em tempo real evitou o desmatamento ilegal de uma área de floresta amazônica de 1.194,56 ha ou 11.945,600 m², o equivalente a 1.194 campo de futebol.

  • Demonstração de Métodos ensina agricultores a prevenir doenças no rebanho leiteiro

    Demonstração de Métodos ensina agricultores a prevenir doenças no rebanho leiteiro

    No Assentamento Rural Serra das Laranjeiras, localizado no distrito de Nossa Senhora da Guia em Cuiabá, na propriedade do produtor Roberto Carlos Alves, foi realizada uma Demonstração de Métodos (DM) para detectar a mastite, inflamação das glândulas mamárias causada por bactérias, fungos, algas ou vírus no rebanho leiteiro. Para ensinar a identificar a doença foram apresentados os métodos da caneca de fundo preto e a CMT (Califórnia Mastit Test). O evento contou com a participação de 11 produtores rurais.

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    O zootecnista da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), Antônio Rômulo Fava, fala que os testes da mastite ou mamite são necessários para obter leite de qualidade com técnica simples de higiene e cuidados básicos. Conforme Fava, a doença é uma das que mais acometem a pecuária leiteira e causam prejuízos com a redução da quantidade e qualidade do leite produzido, descarte precoce ou pela morte do animal. Além das perdas, a enfermidade pode causar riscos à saúde humana devido a eliminação de microorganismos e toxinas no leite consumido.

    De acordo com Antônio, o leite de qualidade deve apresentar baixa Contagem de Bactérias Totais (CBT), baixa Contagem de Células Somáticas (CCS) e ausência de resíduos químicos (medicamentos). E para manter a qualidade do leite é necessário um conjunto de medidas junto ao rebanho leiteiro que pode ajudar no controle da doença. Como por exemplo, realizar testes clínicos que apontem a doença, desinfecção dos tetos antes da ordenha e secagem com papel toalha.

    Durante a Demonstração de Métodos foi ensinado como evitar a transmissão da doença seguindo o protocolo da linha de ordenha, ou seja, as vacas sem a doença devem ser ordenhadas primeiro, em seguida as que possuem a doença em sua forma subclínica e, por último, os animais com mastite clínica. “As vacas com mastite crônica devem ser isoladas do restante do rebanho e seu leite descartado durante todo o período do tratamento. Sobretudo, elas devem ser acompanhadas durante as duas primeiras semanas pós tratamento”, enfatiza

    O zooctenista da Empaer comenta que no município de Cuiabá estão cadastradas 900 propriedades rurais que trabalham com a pecuária, o que representa de 8% a 15% de propriedades que exploram a atividade. Destas, 80% do volume de leite produzido é destinado para produção artesanal de queijo frescal, que são comercializados nos municípios de Cuiabá e Várzea Grande. O sistema de exploração utilizado é a pasto, com baixa tecnificação em melhorias genéticas do rebanho e poucas propriedades dispondo de volumosos alternativos para enfrentar a escassez de forragem durante o período seco do ano.

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    O evento foi realizado na quarta-feira (13.02). Participaram da DM, o presidente da Associação do Assentamento Serra das Laranjeiras, Valdir Ferreira Miranda, extensionistas da Empaer, Lucas Estevão da Silva Freire, Tânia Mara Ferreira Buzzi, produtores e outros.

  • Governador de Mato Grosso é vaiado por produtores rurais durante evento em Sorriso

    Governador de Mato Grosso é vaiado por produtores rurais durante evento em Sorriso

    O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (DEM), foi recebido com vaias pelos produtores rurais nesta sexta-feira (15), durante o evento que marca o fim da colheita da soja, em Sorriso, a 420 km de Cuiabá.

    O evento tem a participação do vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, que chegou ao município em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB).

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    O governador Mauro Mendes (DEM) foi vaiado em Sorriso, na manhã desta sexta-feira (15). O chefe do Executivo estadual participava de evento de encerramento da colheita de soja no município. Foto: Bruno Bortolozo/TV Centro América

    Segundo o agricultor Arlei Locatelli, a vaia se deve à contrariedade do setor com a aprovação da segunda edição do Fundo Estadual de Transporte e Habitação (Fethab), que estima aumentar em 30% do valor arrecadado, que corresponde a um acréscimo de R$ 450 milhões.

    “Os agricultores queriam tirar esse imposto e ele (governador), em vez de fazer isso, aumentou o valor. O custo da produção está muito cara e agora, ele lançando mais esse imposto, fica quase inviável produzir”, reclamou.

    De acordo com o governo, a reedição do Fethab deve garantir ao estado arrecadação de R$ 1,46 bilhão neste ano, ou seja, 30% a mais o total arrecadado anteriormente. Os recursos serão destinados à Secretaria de Infraestrutura para investimentos na manutenção das rodovias estaduais.

    Além dos 30% destinados à Sinfra, 10% dos recursos do Fethab serão repassados ao MT PAR, enquanto o restante (60%) será aplicado nas áreas de saúde, educação, segurança pública e assistência social.

    Acompanhe todas as notícias sobre o Governo do Estado de Mato Grosso aqui no CenárioMT

  • Zona Rural de Jangada terá Mostra Cultural Regional nesta sexta-feira (15)

    Zona Rural de Jangada terá Mostra Cultural Regional nesta sexta-feira (15)

    Ocorre nesta sexta-feira (15.02) a primeira “Mostra Cultural da Zona Rural de Jangada”, com apresentação teatral, shows sertanejos e de música regional, além de oficinas e shows de talentos, voltados para a cultura do Vale do Rio Cuiabá. Uma oportunidade para promover o intercâmbio cultural, econômico e social do município de Jangada, localizado a 75 quilômetros de Cuiabá.

    A programação será gratuita e começa ás 13h, com oficinas de cerâmica por Domingas Leonor, do quintal do grupo Flor Ribeirinha, canto e dança do Siriri e Cururu, com o professor Cleber, do grupo Flor do Atalaia, além da recreação infantil com “Brincadeiras de Quintal”, pelo professor Weber Braga.

    Deve se estender até às 22h, entre intervenção teatral com Comadre Sebastiana, que vai trabalhar o linguajar da região do Vale do Rio Cuiabá, e shows musicais com o rasqueado de Roberto Lucialdo e Banda, sertanejo e moda de viola com as duplas regionais “Joá e Acil” e “Vicente e Júnior”, na comunidade de Vaquejador, no pátio da Escola Severiano Vieira da Silva.

    Trata-se de um projeto piloto do Instituto Cultural América (Inca) para ser desenvolvido na zona rural do Vale do Rio Cuiabá, nas regiões de Jangada, Várzea Grande, Poconé e Nossa Senhora do Livramento, apresentando uma dia somente com a cultura desta região, em um verdadeiro intercâmbio entre esses municípios.

    “Qual a importância deste projeto? Primeiro é a relação da cultura dentro de uma comunidade rural, que pouco tem oportunidade de vivenciar momentos de entretenimento. Também a manutenção da história, dos costumes e tradições desta região do Vale do Rio Cuiabá”, pontua a presidente do Instituto Cultural América, Cybele Bussiki.

    A cidade de Jangada é conhecida como a capital do pastel, tendo o Festival do Pastel já consolidado no calendário cultural do Estado de Mato Grosso. Apesar da força do evento, ele não consegue atingir todos os distritos de Jangada, deixando assim uma lacuna cultural para sua população interiorana, que por muitas vezes fica sem qualquer opção de lazer, por estar afastada do centro urbano do município.

    Portanto, a Mostra Cultural da Zona Rural de Jangada pretende resgatar o sentimento de orgulho e valorização aos jangadenses e proporciona-los o acesso à diferentes formas de expressão artística.

    A origem da aconchegante e pequena cidade de Jangada é geográfica, em referência ao Ribeirão Jangada, riacho que passa ao lado do município e deságua no rio Cuiabá. No começo era chama de “Passa Três” por seus antigos moradores que traziam as mercadorias para a Vila de Nossa Senhora da Conceição, que hoje é um distrito de Várzea Grande, para ser comercializada. A viagem chegava a durar até 10 dias e era feita em carros-de-boi ou em lombo de burros.

    Já na década de 80, se tornou ponto de parada obrigatória para os viajantes que enfrentavam até dois dias de viagem até chegar ao Norte de Mato Grosso. Quando os ônibus que seguiam em direção a Sinop e outras cidades paravam, os comerciantes ofereciam churrasquinho com mandioca e o pastel que com o tempo se tornou tradicional.

    A abertura da BR-29, em 1940, que hoje é chamada de BR-364, impulsionou a região, que dá acesso para a BR-163 e para a MT-358, entrada para os municípios de Barra do Bugres e Tangará da Serra. O desenvolvimento deveu-se ao fato desta região ser o entroncamento rodoviário, com acesso a diferentes localidades.

    A Mostra conta com apoio institucional da prefeitura de Jangada e da Assembleia Legislativa, por meio de emenda parlamentar do deputado estadual, Eduardo Botelho. Patrocínio do governo do Estado de Mato Grosso, pela Secretaria de Estadual de Cultura, e realização do Inca.

    Serviço

    Tema: Mostra Cultural da Zona Rural de Jangada

    Quando: 15/02 (sexta-feira)

    Horário: a partir das 13h

    Quem pode participar: Livre para todas as idades/ Entrada franca

    Local: Zona rural da cidade de Jangada

    Outras informações: (65) 99634-5067 (whatsApp – Imprensa)

  • Sema autua UHE Sinop em R$ 50 milhões pela morte de peixes

    Sema autua UHE Sinop em R$ 50 milhões pela morte de peixes

    A Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema-MT), por meio da Diretoria de Unidade Desconcentrada em Sinop (DUD Sinop), autuou a Companhia energética de Sinop em R$ 50 milhões por causar poluição pelo lançamento de sedimentos aprisionados na bacia de dissipação da Usina Hidrelétrica Sinop no Rio Teles Pires, quando da abertura das comportas, provocou a morte superior a 13 toneladas de peixes de diversas espécies.

    Para aplicação da multa em seu patamar máximo, a equipe levou em consideração a gravidade dos fatos, uma vez que o rio Teles Pires possui grande importância para a região Norte do Estado e é fonte de renda para diversas famílias que sobrevivem da pesca profissional, além de servir de opção de lazer para os moradores da região. Os autos também levaram em consideração a condição econômico do infrator, uma vez que os investimentos no empreendimento são estimados em mais de R$ 3,2 bilhões.

    “ A Secretaria reconhece a importância do empreendimento para desenvolvimento econômico de Mato Grosso, mas acredita que tudo deve ser feito buscando as melhores práticas de conservação e proteção ambiental. Por isso, estamos todos empenados em cessar o dano e buscar as devidas responsabilidades no fato”, destaca Mauren Lazzaretti, secretária da Sema.

    A autuação foi fundamentada na Política Nacional do Meio Ambiente (Lei 6938/1981), Código Estadual do Meio Ambiente (LC n°. 38/95, alterada pela LC 232/2005) e decreto 6514/2008 que dispõe sobre as infrações e sanções administrativas ao meio ambiente.

    A mortandade de peixes foi identificada no dia 04 de fevereiro pela equipe multidisciplinar da Sema que acompanha o enchimento do reservatório. De acordo com relatório técnico da equipe, foi causada pela alteração de turbidez da água, ocasionada durante a operação de fechamento da quinta adufa e abertura de três vertedouros. Foi detectado, no momento da abertura das comportas, que a coloração da água foi modificada exclusivamente pelo sedimento que ficou aprisionado na bacia de dissipação. Essa bacia é de responsabilidade do setor de engenharia civil do empreendimento, já que se trata de parte integrante da estrutura de construção da barragem.

    De acordo com as avaliações feitas nos exemplares, identificou-se que os sedimentos em suspensão na água provocaram a obstrução das brânquias (órgão respiratório) dos peixes. Ao constatar o dano ambiental, a Sema determinou imediatamente a não movimentação das comportas para que não fossem lançados mais sedimentos no rio. Tal medida foi tomada com o objetivo de cessar o lançamento de sedimentos da bacia de dissipação a abaixo.

    Já no dia 06 de fevereiro, a Sema autorizou a abertura do vertedouro para uma vazão de 411m3/segundo. A movimentação possibilitou melhoria da qualidade do rio Teles Pires abaixo do reservatório, uma vez que a água do reservatório da UHE Sinop apresenta boa qualidade.

    Todas a manobras de comporta da usina foram supervisionadas pela equipe multidisciplinar da Sema, que acompanha diariamente o enchimento do lago desde o dia 30 de janeiro. Além dos profissionais da Sema (da sede e da unidade regional da Secretaria em Sinop), também estão atuando Batalhão de Polícia Militar Ambiental (BPMPA) e Delegacia Especializada de Meio Ambiente (DEMA). O objetivo da supervisão é realizar um intenso monitoramento das condicionantes estabelecidas, assegurando respostas rápidas caso ocorra alguma intercorrência durante o enchimento.

  • Seaf divulga cotação de preços dos produtos hortifrúti em Cuiabá

    Seaf divulga cotação de preços dos produtos hortifrúti em Cuiabá

    A Secretaria de Estado de Agricultura Familiar (Seaf) retomou esta semana a divulgação dos preços dos produtos hortifruti comercializados na Central de Abastecimento e feira livres de Cuiabá.

    A cotação de preços do Programa Brasileiro da Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort) é realizada por técnicos da Seaf, Empaer e Prefeitura de Cuiabá na Central de Abastecimento de Cuiabá, levando em conta o preço mínimo, mais comum e o preço máximo dos produtos encontrados nas barracas em três horários distintos durante o período matutino.

    Esta regulação é fundamental para garantir a qualidade do preço, evitando crimes contra a economia popular e valorizando o esforço e trabalho do homem do campo.

    Confira abaixo a cotação das frutas e verduras, válida até o dia 20/02/19:

    Abobrinha (KG)  R$ 2,36

    Abobora Cabotiã ( KG) R$ 1,75

    Alface Crespa  (DZ)   R$ 15,00

    Maxixe  (KG)   R$ 3,75

    Berinjela (KG)   R$ 2,08

    Beterraba (KG)   R$ 2,38

    Vagem (KG)   R$  6,25

    Couve  (KG)   R$ 1,00

    Cenoura (KG)   R$ 2,27

    Mandioca ( KG) R$ 0,90

    Abacaxi Pérola (UNID) R$ 3,33

    Banana Nanica  (KG)   R$ 1,75

    Banana da Terra ( KG ) R$ 2,72

    Laranja Pêra  (KG)   R$ 1,60

    Limão Tahiti (KG)   R$ 2,27

    Maçã Nacional (KG)   R$ 2,75

    Mamão Formosa (KG)   R$ 2,00

    Melancia (KG)   R$  1,60

    Manga (KG)   R$ 4,16

    Melão Amarelo (KG)   R$ 2,91

    Maracujá Azedo (KG)   R$ 5,00

    Repolho (KG)   R$ 2,40

    Tomate (KG)   R$ 3,50

    Para acessar o preço de todos os 40 produtos divulgados pela cotação nacional dos preços do Prohort clique no link:www.prohort.conab.gov.br 

  • Laticínios: produtores estão em busca de qualidade e formalidade em Mutum

    Laticínios: produtores estão em busca de qualidade e formalidade em Mutum

    Em busca de aprimorar a qualidade e crescer, produtores rurais de Mutum participaram do curso de Pasteurização do Leite e Fabricação de Laticínios. Mesmo a distância – muitos levaram cerca de uma hora para chegar ao local do curso – e a chuva, que prejudicou a situação das estradas de terra, não impediram que os alunos se empenhassem para garantir o aprendizado.

    A capacitação foi oferecida pelo Sindicato de Produtores Rurais do município em parceria com o Senar Minas, no distrito de São Francisco de Humaitá. Para chegar ao local do curso, a maioria enfrentou a chuva para chegar no horário. Apesar disso, para o produtor Márcio Godinho de Souza, que mora a cerca de 20 quilômetros, no distrito de Roseiral, o esforço foi recompensado.

    “Moro longe, choveu a semana toda, mas valeu a pena porque volto com outra cabeça. Foi muito gratificante. Eu já trabalhava com um pequeno laticínio, mas vi que precisava entender mais do produto e melhorar a qualidade. O que mais me chamou a atenção foi a simplicidade de como se aprende: aprender a fazer fazendo. Percebi o tanto que a gente jogava fora e tem como usar em benefício próprio. Futuramente também pretendo abrir um negócio”, destacou.

    Márcio trabalha com bovinocultura de leite há mais de 30 anos e busca conhecimento para fazer laticínios com o leite A2A2. “Junto com a Embrapa e ABCGIL, temos um rebanho voltado para o A2A2, que é um leite que não provoca alergia no ser humano. Assim, eu me interessei em fazer o curso para industrializar esse leite. Minha expectativa é trabalhar esse leite em produto e levar esse benefício ao ser humano”, destacou.

    O filho da produtora Gleice Kelly Trancozo Xavier, que também fez o curso, é um dos consumidores do leite A2A2. “Aos quatro meses, foi detectado que ele era intolerante ao leite de vaca, não podia tomar leite nenhum. Como sou vizinha do Márcio, fiz o teste do leite A2A2 no meu filho. Hoje ele pode tomar tranquilo sem problema algum”, contou.

    De olho na qualidade

    A maioria dos participantes já tem experiência com derivados do leite, mas faltava orientação para padronizar os produtos e garantir a qualidade e a segurança alimentar. No curso, a turma aprendeu a fazer queijo minas frescal e padrão, mussarela, requeijão em barra, doce de leite, iogurte e ricota como aproveitamento do soro.

    Após o curso, o casal Vanildo Lourenço Teófilo e Marilza Nogueira já pensa em registrar uma queijaria para agregar valor ao negócio. Há dois anos, devido à condição das estradas rurais, eles estavam perdendo leite. Para contornar essa situação, o casal começou a fazer queijos e requeijão, mas o produto nem sempre saía como o esperado.

    “Nosso queijo estava ficando ruim. Minha preocupação é com a qualidade. E, no curso, vimos muito a diferença do leite cru para o pasteurizado”, contou Marilza.

    Segundo Vanildo, com a experiência de fazer queijo e requeijão de leite cru, eles perceberam que é possível ter mais ganho fazendo derivados do que vendendo leite.

    “Estamos aproveitando a oportunidade para fazer o que o mercado quer e já estamos pensando em registrar uma queijaria para atingir novos mercados. Vimos que o leite oferece muitas opções de aproveitamento, queijo, doce, ricota para aproveitar o soro, e o curso é muito prático, bem em cima do que a gente precisa”, avaliou Vanildo.

    Mais treinamentos

    Segundo a mobilizadora Tatiany Rocha Rodrigues, a bovinocultura é uma das principais atividades no município. “Tivemos a ideia de oferecer o treinamento após observar a oportunidade dos produtores agregarem mais valor ao seu produto. Conversando com alguns produtores que já faziam suas produções caseiras, vimos uma demanda por aperfeiçoamento”, contou.

    Agora, a expectativa dos participantes é fazer outros cursos do Senar Minas para diversificar os produtos. “O treinamento foi muito importante para os alunos, composto de nove homens e quatro mulheres, principalmente por eles estarem em busca da formalidade na atividade e qualidade dos produtos. A turma quer prosseguir para fazer o curso de Produtos Especiais, que ensina queijos coalho, parmesão, provolone, prato, entre outros”, comentou a instrutora Aline Machado.

  • Servidores da Sema colaboram com livro sobre bacia do Rio Cuiabá

    Servidores da Sema colaboram com livro sobre bacia do Rio Cuiabá

    O livro digital ‘Bacia do Rio Cuiabá: uma abordagem socioambiental’ organizado por Daniela Figueiredo, Eliana Gaspar e Zoraidy Lima traz em seu conteúdo capítulos feitos por servidores da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema-MT).

    Dez anos após a publicação do primeiro volume pela Editora da Universidade Federal de Mato Grosso (EdUFMT), a nova edição atualiza os estudos sobre a realidade socioambiental em torno da bacia do Rio Cuiabá, trazendo capítulos que tratam desde a pesca em comunidades ribeirinhas até a gestão ambiental com a política de recursos hídricos.

    Ao todo, cinco servidores da Sema-MT participaram do processo de produção do livro como alguns dos autores. A obra, que busca ter uma visão ampliada da área, contou com a colaboração de profissionais tanto do setor público, quanto de pesquisadores e professores.

    A servidora Márcia Cléia Santos, que é bióloga e utilizou sua dissertação de mestrado para compor a obra, conta que o livro é um trabalho de muitos profissionais e que contêm todas as perspectivas.“Ele traz a visão do que é o meio ambiente e para que serve a ecologia”, conta.

    Márcia comenta que sua dissertação de mestrado foi sobre a linha máxima de inundação do rio e como a vegetação era distribuída nessa variação topográfica. “Percebemos durante o trabalho que há uma mudança na vegetação muito próxima do que é o Pantanal”, detalha ela. A dissertação de Márcia foi incluída no livro: “Foi muito legal participar disso, foi como se fosse um prêmio. A premiação de um grande concurso onde cada um foi contribuindo e ajudando a chegar nesse contexto como um todo”.

    Para a seção do livro sobre gestão ambiental, uma das contribuições da Sema-MT foi do engenheiro sanitarista e servidor Luiz Noquelli. Ele relata que a experiência na Secretaria ajudou a elaborar o tema, falando sobre a política dos instrumentos de gestão do estado. Foi feito um levantamento da atual situação dos recursos hídricos de Mato Grosso, tudo focado para a bacia hidrográfica do Rio Cuiabá.

    Noquelli também utilizou de informações de seu mestrado em recursos hídricos para compor a obra. Ele afirma que o trabalho da Superintendência de Recursos Hídricos (SURH), com seus dados e monitoramentos, foi primordial para o êxito dos escritos. “Essas informações permitem mostrar hoje como se encontra a bacia do Rio Cuiabá”.

    Para o primeiro capítulo do livro, Gabriela Rocha Priante, servidora e secretária executiva do Conselho Estadual de Pesca (Cepesca), utilizou de sua experiência para falar sobre comunidades ribeirinhas e sua dependência da pesca, abrindo assim parte da obra que trata da relação da sociedade e o ambiente.

    Servidores da Sema-MT que participaram do livro:

    Márcia Cleia Santos
    Marizete Caovilla
    Sérgio Figueiredo
    Gabriela Priante
    Luiz Noquelli

    Serviço

    O livro está disponível para download no site da EdUFMT

  • Vinho de Jabuticaba é fabricado artesanalmente por agricultora familiar

    Vinho de Jabuticaba é fabricado artesanalmente por agricultora familiar

    Quem visita a produtora rural Iracy Serenini Falácio, de 60 anos, se surpreende ao degustar uma bebida artesanal produzida com frutas vindas diretamente do seu quintal. Moradora da comunidade Lar Benvindo, no município de Mirassol D’Oeste (300 km a Oeste de Cuiabá), dona Iracy produz, a cada temporada, mais de 50 litros de vinho de jabuticaba, que se tornou famoso na região. A bebida, produzida na propriedade há mais de quatro anos, não possui nenhuma adição de produtos químicos, e fica pronto para o consumo após 50 dias de preparo.

    A produtora também é conhecida na região pela produção de doces em compota, cristalizados e em barra, requeijão e licor. Na propriedade em que mora há um pomar no quintal, com diversas frutas tais como jabuticaba, figo, goiaba, banana, caju, jaca, manga e outras. Ela explica que com a fruta da jabuticaba faz geleia, licor, bolo, suco e vinho. “Quando fizemos aqui em casa pela primeira vez o vinho, os clientes ficaram interessados e gostaram do sabor, desde então, continuamos a produzir, mesmo que em pequena escala”, explica.

    Ela recorda que em 2010 recebeu a receita da extensionista da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), Maria da Conceição Saminêz Silva, e fabricou o vinho pela primeira vez, com uma produção de 19 litros. Este ano, já produziu mais de 50 litros de vinho e está comercializando na região por R$ 25,00 a garrafa. “Gostaria de aumentar a produção, mas a saúde hoje não ajuda muito. Para produzir vinho é necessário gostar da atividade, ter capricho, dedicação, higiene e paciência,” enfatiza.

    A família trabalha na propriedade há 32 anos. O seu marido Luiz Roberto Falacio é o funcionário responsável pela lida com bovinos de corte e serviços gerais, e a filha Rosiely de Fátima Falácio ajuda na produção de doces e vinho. No pomar, as jabuticabas são selecionadas para a produção de vinho, lavadas e depositadas em um tambor de 50 litros, e ficando em infusão por 40 a 50 dias. A produtora explica que é necessário macerar a fruta a cada três dias, mexendo no tambor, além de verificar o grau de fermentação e experimentar o produto.

    A extensionista da Empaer, Maria Conceição, destaca que a produtora atende as Boas Práticas de Fabricação (BPF) tanto na produção de doces como de vinho. Conforme Conceição, foram repassadas informações e orientações sobre a manipulação, o preparo e o armazenamento das frutas. Desta forma são obtidos benefícios, entre eles, menor desperdício, produção mais econômica e menor risco para a população consumidora.

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    Conforme Conceição, a elaboração de vinhos e doces para consumo próprio é uma prática observada com frequência na agricultura familiar. O vinho, mesmo quando produzido em pequena escala, é um dos produtos que podem ser comercializados pelo agricultor, viabilizando economicamente a propriedade e contribuindo para a renda da família.

    Receita de vinho

    Para a produção do vinho, a extensionista da Empaer sugere uma receita que pode ser feita em casa e destaca os únicos ingredientes: jabuticaba e açúcar. Ela explica que para cada 10 litros de jabuticabas inteiras é necessário usar um quilo de açúcar. A seguir, o modo de preparo: estoure as jabuticabas e coloque-as numa vasilha de plástico, cubra a superfície do suco com açúcar, tampe bem e deixe em descanso de 15 a 30 dias. Após este tempo, coe todo o suco utilizando uma peneira fina.

    Segundo Saminez, é importante observar o teor de álcool (natural). Caso esteja baixo, pode ser acrecentado a gosto álcool de cereais à 40 graus. O líquido, no ponto certo, deve ser colocado em garrafas por um período de três meses. Durante este período, sacudir um pouco as garrafas para saída do gás. “Não sendo adotada esta medida, há o perigo de estourar a garrafa ou soltar a rolha, prejudicando a conservação do vinho que deve ter, na medida do possível, o teor alcoólico apenas da fruta”, concluiu.

  • Resolução do Cepesca dispensa cadastro de tabuados utilizados em pesca artesanal

    Resolução do Cepesca dispensa cadastro de tabuados utilizados em pesca artesanal

    Pescador de terceira geração no município de Cáceres, Lourenço Leite, encontrou no Conselho Estadual da Pesca (Cepesca) o respaldo necessário para iniciar um debate sobre a proteção de apetrechos de pesca considerados patrimônio cultural e imaterial para pescadores artesanais e tradicionais. Os debates resultaram na publicação da resolução 006/2018 que regulamenta barracos e tabuados para pescadores artesanais.

    Dessa forma, esse grupo está dispensado de realizar o cadastro das estruturas junto à Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema). “É importante ressaltar a diferença entre tablados e tabuados. Os primeiros são considerados potencialmente poluidores, devido às cevas e alto fluxo de pessoas, e precisam ser registrados junto à Sema”, enfatiza a secretária-executiva do Cepesca, Gabriela Priante. A bióloga explica que o rio é o local de trabalho desses pescadores e por isso são necessárias estruturas mínimas para que eles possam se proteger de perigos como predadores ou animais peçonhentos.

    O grupo de trabalho também identificou a importância dos apetrechos para a preservação da história e da cultura dos pescadores artesanais. Assim, o Cepesca também aprovou uma Moção com o objetivo de orientar as salvaguardas necessárias para a gestão do patrimônio cultural imaterial (PCI) de pescadores e pescadoras artesanais, de subsistência, ribeirinhos e ribeirinhas.

    Dirigida a diversos setores e instituições nas esferas de governo Federal, Estadual e Municipal, a proposta também foi publicada no Diário Oficial do Estado em 28 de dezembro de 2018, e considera ser necessário zelar por esse patrimônio uma vez que se compreende que o “uso dos objetos – conforme se observa no anzol de galho, pendura, pendurinha e pendurão, barracos e tabuados – se associam a lugares de pesca, os quais perfazem uma pluralidade de territórios essenciais para reprodução cultural do grupo”.

    As constatações foram feitas pelo grupo de pesquisadores que compõem o a Associação Xaraiés. Entre dezembro de 2016 e novembro de 2018, foram realizados 30 encontros e 100 horas de entrevistas para realizar o inventário dos saberes, práticas e composições históricas dos pescadores. “Esses itens são essenciais para a sobrevivência cultural do grupo. Sem estar no rio não há como reproduzir as práticas culturais e são esses objetos que fazem a intermediação entre o pescador artesanal, o rio e o peixe”, atesta o historiador e arqueólogo, Luciano da Silva.