Reeducandas farão cultivo de flores para comercialização em penitenciária de Cuiabá

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Reeducandas da Penitenciária Feminina Ana Maria do Couto May, em Cuiabá, terão uma nova frente de trabalho. Elas farão o cultivo de flores em uma área de 800 metros na unidade prisional. A oportunidade do plantio é resultado de um Termo de Cooperação técnica para o projeto RefloreSer assinado pela Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) e diversas instituições.

O projeto permitirá a capacitação in loco de até 60 reeducandas na produção de flores de corte, em vasos e também mudas. O curso inicia em fevereiro de 2019 e será oferecido pela Universidade Federal do Estado de Mato Grosso (UFMT), com duração de oito meses. Após esse período, as internas serão certificadas e iniciarão a produção de flores para comercialização.

Conforme a diretora da penitenciária, Maria Giselma Ferreira da Silva, a renda obtida da comercialização será dividida em duas partes: metade para pagar o trabalho das reeducandas e a outra destinada à manutenção da atividade, como compra de sementes e adubos.

Para o secretário da Sejudh, Fausto de Freitas, os investimentos em educação são imprescindíveis para a ressocialização, pois eles trazem impactos psicológicos positivos, principalmente para a mulher privada de liberdade que se sentirá mais valorizada com a oportunidade de mudança. “Antes, o preso cumpria sua pena trancafiado. Agora, é diferente. Ele tem a chance de traçar novos caminhos por meio do trabalho e estudo e assim enxergar a vida por um novo ângulo”.

 

Além da UFMT e Sejudh, são parceiros do projeto: a Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB); Tribunal de Justiça (TJ); Conselho de Comunidade da Vara de Execução Penal de Cuiabá (Concep) e a Fundação Nova Chance (Funac).

A OAB investiu R$ 120 mil, por meio do Concep, no projeto. O vice-presidente da OAB-MT, Flávio Ferreira, explica que com esse recurso será construída uma estufa na unidade prisional, adquiridas sementes, adubos e outros materiais necessários para o plantio das flores.

Desejosa por uma nova história, F.R.S, 21 anos, reclusa há três, entende que as flores não vão só embelezar a penitenciária, mas também vão fazer reflorescer a esperança nela e nas colegas que farão o curso. “Estamos muito felizes com o projeto. Em nós já brota uma esperança de que somos capazes de mudar e de sermos bem vista pela sociedade”.